Plano Estratégico de Desenvolvimento 2015-2025 "Estarreja 2025"

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PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO 2015-2025  ESTARREJA 2025

DESENVOLVIMENTO URBANO

O investimento no domínio da qualificação urbana em Estarreja tem-se refletido nos últimos anos numa melhoria visível no ambiente e condições de vida nos principais aglomerados populacionais. A intervenção operada recentemente no centro urbano de Estarreja é mencionada com frequência como um exemplo bem-sucedido de intervenções urbanísticas integradas. Todavia, permanecem fragilidades fortemente relacionadas com o modelo de evolução territorial estruturado de forma linear e densificado em pequenos aglomerados nas sedes de freguesia e na cidade. A este respeito identificaram-se quatro áreas de intervenção prioritária na análise efetuada. Em primeiro lugar, verificam-se insuficiências ao nível da hierarquização e qualificação da malha urbana, agravadas pela necessidade de passagem de tráfego pesado nos centros urbanos. As insuficiências têm reflexo ao nível da falta de conforto e segurança de circulação entre núcleos urbanos e no acesso às escolas e às áreas de localização empresarial. Acresce que, atualmente o concelho de Estarreja, excecionando-se o transporte escolar garantido pela autarquia, não possui qualquer rede de transportes públicos que se afirme como alternativa ao automóvel, nomeadamente entre a cidade e as sedes de freguesia e entre estas e o Ecoparque Empresarial e Polo Químico (principais bolsas de emprego). A mobilidade urbana tem sido um tema particularmente sensível para a população local, relevando desta forma a necessidade de repensar o modelo de mobilidade intraconcelhio, e a premência de prever alternativas viáveis que possam dar resposta às necessidades locais e que estejam alinhadas com os paradigmas presentes no Portugal 2020 e Centro 2020 nesta matéria. Em segundo lugar, assiste-se a um progressivo abandono dos centros em detrimento de outras localizações, muitas vezes localizadas fora do perímetro urbano ou mesmo em outro concelho. Esta tendência tem uma elevada interdependência com os seguintes fatores: 

A falta de condições de habitabilidade nos aglomerados urbanos, associada à desqualificação ou heterogeneidade morfológica progressiva de determinadas áreas do tecido urbano.

A degradação do próprio espaço público.

O esvaziamento das funções nos centros urbanos.

A escassez de focos de atração de pessoas e de encontro.

A incapacidade de Estarreja em competir com outras cidades da região ao nível de funções urbanas de nível superior (ex. compras de caráter não quotidiano).

Neste âmbito, a intervenção na própria cidade de Estarreja assume um caráter prioritário, em particular a sua entrada norte e a área contígua à linha de caminho-de-ferro que se encontram bastante degradadas e cuja valorização está presentemente em estudo. Será crucial contudo a intervenção em outros aglomerados do concelho, que apresentam fragilidade igualmente problemáticas como Pardilhó. Complementarmente importa que as intervenções a adotar, obrigatoriamente integradas, sigam padrões urbanísticos que contemplem preocupações em termos de acessibilidade universal e de eficiência energética e no uso de recursos. Em terceiro lugar, o modelo de evolução territorial teve também reflexo em outro dos aspetos críticos nesta vertente estratégica, que é a coexistência de unidades industriais e áreas residenciais que se tem traduzido em conflitos crescentemente regulares. Este problema tem inclusive sido alvo de atenção

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