16 minute read

CASA & DECORAÇÃO

pode ser sustentável? A ARQUITETURA DE INTERIORES

Por Elandia S.Thiago Fotos Divulgação e Banco de Imagem

Advertisement

As pesquisas mostram que 90% do nosso tempo é gasto em ambientes fechados, mas pouco se fala em ambientes qualitativos. Considerando as múltiplas preocupações com as mudanças climáticas e o declínio da biodiversidade, novas demandas surgem para o futuro da arquitetura de interiores, sinalizando uma mudança de comportamento e de consumo para produtos mais biodegradáveis e duráveis.

Nesse contexto, os arquitetos e designers de interiores têm a missão de aderir a soluções sustentáveis sobre seleção de materiais, métodos de construção, decoração e iluminação.

Apesar da abundância de pesquisas em design sustentável, poucos estudos abordam os critérios a serem adotados, por isso os profi ssionais precisam estar atentos às certifi cações internacionais pelos renomados centros de pesquisa que regulamentam os produtos sustentáveis. Como é o caso de alguns fabricantes de móveis na Itália que utilizam o Bioplástico ou Poliuretano Expandido para a substituição do plástico comum e da espuma, que são altamente poluentes.

Diante deste cenário, a arquitetura de interiores irá se utilizar cada vez mais do Design, não apenas como uma escolha estética, mas como uma ferramenta para atingir o melhor modo, mais econômico, ético e elegante dos materiais à nossa disposição.

CONFIRA ALGUNS EXEMPLOS:

Cadeira EPICA, fabricante italiano GABER em Bioplástico na linha do ECO Design.

Tapete da MOOOI Carpets Fabricante Holandês, com fi bras sintéticas sustentáveis com temas exóticos sobre o homem e a extinção dos animais. Designer: Marcel Wanders ■

EM CELEBRAÇÃO Participe da Revolução Criativa Foto Banco de Imagem A CRIATIVIDADE

Oconceito de criatividade é amplo e pluralizado. Afi nal de contas, do mundo artístico ao ambiente corporativo, ou dos afazeres cotidianos até às mais elaboradas inovações, que nos possibilitam confortos e facilidades na vida moderna, existe criatividade aplicada.

Gosto de pensar que uma das melhores formas de compreender o que é a criatividade em sua essência é como solução de desafi os, entendendo-a como uma característica inerente ao ser humano e que todos nós, mesmo que sem perceber, a utilizamos frequentemente!

A criatividade é um tema tão relevante na contemporaneidade que ganhou uma data especial para ser celebrada. Trata-se do Dia Mundial da Criatividade comemorado em 21 de abril. A data, que foi reconhecida pela ONU - Organização das Nações Unidas no ano de 2017, tem como objetivo principal celebrar e valorizar a importância das ações criativas na sociedade.

No Manifesto pelo Dia Mundial da Criatividade, escrito no ano de ofi cialização da data, o psicólogo Lucas Foster ressaltou que “se formos guiados pela criatividade, seremos capazes de superar os desafi os mais complexos impostos às mais diversas indústrias e segmentos da sociedade”.

Para celebrar a data de maneira especial, no dia 21 e 22 de abril também acontece o World Creativity Day, evento que tem como objetivo conectar 10 milhões de pessoas ao redor do mundo através de conteúdos digitais, visto as circunstâncias atuais, compartilhados por pessoas inspiradoras. (@ worldcreativityday)

Assim como aconteceu em 2019, neste ano também tenho a honra de ser uma das inspiradoras que produzirá conteúdos inéditos para esta edição. E você poderá acompanhar tudo através das redes ofi ciais do World Creativity Day e, também, pelas mídias sociais da @Sabedorama.

Estamos atravessando um momento singular na história, por conta da pandemia provocada pelo convid-19, e a ideia de criar para curar nunca esteve tão em evidência. A capacidade de reformular e reciclar hábitos aliada à criatividade para superar as adversidades serão fundamentais para vencer todos os desafi os que vem se apresentando aos negócios.

Numa época marcada pelas mudanças constantes, a criatividade se impõe cada vez mais como uma verdadeira alavanca que de forma simultânea, impulsiona os acontecimentos e as conexões e, também, contribui para a compreensão da evolução humana em sintonia com a busca por um mundo mais sustentável econômica e socialmente. ■

Douro UMA VIAGEM PELAS MARGENS DO

Olá, queridos leitores. Na edição desse mês entraremos no clima de serra, do campo, do tradicionalismo regional. Como vocês viram na edição passada, onde comentei por cima da região do Porto, nesse mês aprofundarei um pouco mais no norte das terras lusitanas. Hoje viajaremos até Marco de Canaveses, uma cidade que pertence a região do Porto, das paisagens mais belas, das vinícolas de vinho verde, dos encantos do Rio Douro e Rio Tâmega, e em primeira mão a vocês é o local do novo restaurante que terei o prazer de chefi ar, o Aldeia 1375 à beira do Rio Tâmega, de vista estonteante.

Marco de Canaveses, além de ser conhecida pelas paisagens de tirar o fôlego e também por ser a cidade natal de Carmem Miranda, gastronomicamente é conhecida pelas deliciosas carnes de borrego ou anho, que no nosso português seria o cordeiro. Cordeiro assado no forno à lenha ou no fogo de chão, degustando um vinho verde da região e apreciando a beleza do rio Tâmega, já imaginou esse cenário? Pois então, é muito comum por aqui, ou melhor dizendo, é tradicional. Aqui no Aldeia 1375 trabalharemos com a cozinha tradicional portuguesa, principalmente a rica gastronomia do Norte com um toque moderno e claro com o carinho brasileiro ou melhor joinvilense. E como falei da tradicional carne de cordeiro, hoje estarei passando uma receita, na verdade serão umas dicas, já que estamos no clima de campo, aonde muitas vezes utilizamos o que temos na região, você pode adaptar conforme encontre os ingredientes que possuir, sem falar que uma das mágicas da gastronomia é a improvisação, é você conseguir cozinhar com o que sua terra produz. Vamos comigo?

Primeiramente precisamos de uma boa carne de cordeiro, os cortes mais tradicionais são o carré, que é a parte fi nal das costelinhas, o pernil, a paleta, também existe os clássicos franceses como o french rack e short rack que também são retirados da costelinha. Como aqui eu consigo a peça inteira do cordeiro, eu mesmo consigo manipular os cortes e aproveitar um pouco de cada, então farei mais de um corte, você pode escolher um corte e seguir com a marinada, que é o diferencial. Pegue a parte do cordeiro escolhida, caso seja o pernil ou a paleta, que são peças maiores, faça algumas incisões para penetrar melhor a marinada.

VAMOS AOS INGREDIENTES:

• 4 dentes de alho •1 Cebola Roxa média • Pimenta Rosa a gosto • Pimenta do Reino a gosto • Hortelã a gosto • Alecrim a gosto • Açúcar Mascavo 2 colheres • Raspas de 1 Limão Siciliano • Vinho Branco 1 cálice • Vinho Tinto 1 cálice • Sal a gosto

Obs: Lembrando que o sal na marinada é apenas para equilibrar, se colocar muito sal, vai desidratar a carne e a ideia não é essa. O sal será corrigido no preparo.

Escolha uns vegetais e legumes de sua preferência, pode ser batatas, cenouras, pimentões, batata doce, milho verde etc. Eu usarei Aspargos, Milho verde e umas pimentas. Aqui usarei o forno a lenha, que é bastante comum nas casas de campos e que dará um sabor defumado que fará toda a diferença, mas caso você não tenha acesso a um, pode ser na churrasqueira ou no forno a gás convencional, também fi cará muito bom. Tire o cordeiro da marinada e coloque junto com os vegetais em uma travessa e cubra com papel alumínio. O tempo de forno também é o segredo, no forno a lenha, não deixe muito próximo da lenha e sim mais da porta, pois queremos assar com tempo, em baixa temperatura, caso você vá fazer no forno convencional, coloque em 120 o , se for o pernil ou a paleta, deixe ao menos 3 horas, se for o carré deixe aproximadamente 1 hora. Depois do tempo, retire o papel alumínio, e coloque mais perto da lenha, por aproximadamente 10 a 15 minutos, pra dourar e pegar o defumado. No caso do forno convencional também, mas apenas para dourar.

Obs: Lembrando que essa estimativa de tempo é relacionada ao cordeiro, que é o fi lhote de carneiro e ovelha, é uma carne mais jovem, macia e são tamanhos menores. A carne de carneiro ou ovelha demoraria mais tempo. Faça essa marinada que você não irá se arrepender, fuja um pouco da zona de conforto, prove uma carne diferente, use sua imaginação, a gastronomia é linda porque você é o mágico do seu próprio espetáculo! Estou esperando você fazer esse cordeiro, e me marque no instagram @vinicciusborges para eu ver sua receita e vou lhe enviar uma surpresa. Bom proveito e até mês que vem! ■

longe do caos UM REFÚGIO

O vida no campo traz benefícios para saúde mental e física. Elas trocaram a “locura” da cidade grande para se conectar com a natureza.

Por Alexander Santos Fotos Arquivo Pessoal e Banco de Imagem

Orelógio desperta. É mais um dia que começa. Logo cedo você enfrenta o engarrafamento a caminho do trabalho. Nas ruas, quase não se vê mais o verde das árvores. Tem um rio que corta a cidade, mas é poluído e tem mau cheiro. Com tantas placas e letreiros, quase ninguém mais repara no arredor. O céu? Ah, esse ainda recebe alguns olhares daqueles que se perguntam: “será que hoje vai chover?”. Um cenário comum às grandes metrópoles, ou como diria Fernanda Abreu, o “purgatório da beleza e do caos”.

Morar na “cidade grande”, como muitos se referem, tem suas vantagens, é verdade, mas a loucura do dia a dia deixou de lado o conectar com a natureza, o pé no chão, o respirar fundo e sentir o ar puro encher os pulmões, o sabor da fruta colhida no pé, o desconectar.

Um estudo realizado pela Universidade de Harvard e o Brigham and Women’s Hospital, entrevistou mais de 108 mil mulheres e revelou que a taxa de mortalidade daquelas que viviam ou conseguiam manter uma rotina de frequência junto a áreas verdes, era 12% mais baixa do que daquelas vivendo em centros urbanos. Entre outros benefícios listados pela pesquisa, estão a redução do nível de stress e hipertensão, melhora da saúde mental e auxílio até no nosso processo de cura. Os resultados podem ser potencializados quando o contato com a natureza for associado a exercícios físicos em um dia de sol.

Nesta matéria principal, a Revista Duo procurou pessoas que buscaram um refúgio longe da loucura do caos.

A empresária e farmacêutica, Ticiana Alexandra Vale, 45, costuma trocar a “loucura da cidade grande” para repousar e recarregar as energias em seu sítio na região de Campo Alegre. “Nosso refúgio fica em um condomínio de chácaras, são 21.000 metros quadrados de mata nativa, com uma trilha desbravada por nós e um espaço aberto onde construímos uma casa. Em torno há muitas fl ores e ervas medicinais que nós plantamos”, Ticiana diz que ainda não há animais próprios – além dos nativos – mas que pretendem ter em breve.

No Sítio Tarumã, Ticiana procura silêncio e paz na conexão com a natureza, “amo andar descalça na grama, cuidar das plantas, mexer com madeira, ler um livro e beber um chá na sacada de casa”. De acordo com a empresária, nas noites frias do campo, um bom vinho é apreciado em frente ao calor da lareira, com lenha cortada no próprio sítio. Ela revela, inclusive, que há planos de morar em defi nitivo no local.

“Amo andar descalça na grama, cuidar das plantas, mexer com madeira, ler um livro e beber um chá na sacada de casa”

“Deus conversa conosco pela natureza. Nós fazemos parte dela. As plantas, as árvores, os pássaros e os animais tem muito a nos ensinar.”

A advogada Rayssa Cristini Romanha, 26, também costuma viajar para chácara com a família aos fi nais de semana, um local de árvores com frutos, horta, animais, um lago, rios e o tradicional fogão a lenha. “Além de ir para essa chácara, costumo fazer viagens para explorar e conhecer lugares, vistas e paisagens que só a mãe natureza pode nos proporcionar. É revigorante!”.

Rayssa diz que gosta de apreciar a natureza para se conectar e lembrar o porquê de estar “aqui”. “Sinto que todas as necessidades e imediatismos do mundo moderno fi cam banalizados. Ao me conectar com a energia desse tipo de ambiente, percebo como tudo é perfeito do jeito que é, como tudo funciona como deve funcionar. No campo encontro paz e tranquilidade”. Rayssa diz abrir mão da necessidade de controle e da ansiedade que, normalmente, são experimentadas no dia a dia de uma “cidade grande”.

Na chacará, ela também gosta do café feito no fogão a lenha, do passeio pelo campo e da fruta colhida no pé. “Nessa chácara tem um lago muito bonito, gosto de ir lá sentar na grama e apreciar, ouvir o vento balançar as folhas das árvores”, diz. Nos dias de chuva no campo, a advogada procura o aconchego da rede, acompanhada da cuia de chimarrão.

Rayssa não trocaria a vida atual para morar de vez no campo, pois alguns lugares em Joinville que ela frequenta, como o trabalho, fi cariam distantes. “Todavia, no cotidiano, tento adotar práticas que me causem relaxamento também. É muito bom ter um refúgio do agito; mas, sinto que ambos são necessários. Esse contraste entre agito e calmaria é importante, sendo que, cada um cumpre um papel diferente na nossa vida”, encerra.

“Além de ir para essa chácara, costumo fazer viagens para explorar e conhecer lugares, vistas e paisagens que só a mãe natureza pode nos proporcionar. É revigorante!”

Rosane Duarte Maia, 55, é empresária e agente de viagem, já conheceu muitos lugares mundo a fora, entretanto, ela diz que recentemente se apaixonou por um local na região de Pomerode, que a fez resgatar memórias da sua infância, “O aconchego, o contato com natureza, e tudo que o local proporciona nos remete e fl oresce nossas memórias afetivas. Impossível não se apaixonar pela Casa Antiga com traços tipicamente alemã”.

Rosane diz que o local oportuniza visitação guiada à parte histórica contando como era a vida antigamente, oferece ainda várias opções de lazer, como: Passeios de charrete, cavalgadas, pedalinhos, pescaria, banhos de piscina, quadras poliesportivas, tênis de mesa, sinuca, cama elástica, mesa de pebolim. “A gastronomia também é convidativa, com pratos caseiros da culinária típica da região e um delicioso café colonial”, para finalizar, ela faz um convite, “experimente desligar do mundo agitado por um fi nal de semana em qualquer lugar no meio do nada. Viva essa experiência!” ■

DORORIDADE

Não, não é um erro gramatical. É um erro de achar que somente a nossa dor importa.

Existem dores que apenas uma mulher nordestina pode sentir, dores que apenas quem é mãe pode sentir, dores que apenas uma mulher que nasceu no corpo de um homem é capaz de ter. Existem dores que apenas uma mulher negra é capaz de chorar e o problema não está nessas dores e na invisibilidade que damos sendo nós de outros grupos, até porque nenhuma mulher branca sentirá a dor de uma mulher negra, e existem dores de mulheres brancas que as negras também desconhecem.

Um termo novo pra mim é a “Dororidade”, (não foi meu corretor que errou, fi que tranquilo) será esse termo inclusivo ou exclusivo? O quanto essas lutas nos afastam ou nos aproximam? Tem gente que acha que somente a sua dor e seu mundinho importa, muitos sentimentos que foram quase interditados são restritos as suas próprias tribos.

A ideologia do “Eu e minha turma” vem crescendo cada vez mais e excluindo uma multidão de mulheres. Sabemos de forma rápida quem sofre mais, nossa dor sempre é maior e tem mais importância que a do outro. Eu quero estar fora dessa divisão de classes, cores, corpos, gêneros, destinos, reconhecendo sim a dor de cada um, mas jamais sentindo a dor com a sua totalidade, por isso não diminuo, não desmereço e não invalido.

Nada do que é humano me é indiferente a mim mulher não branca, não negra, não padrão. Às vezes no meio dessas lutas por achar quem somos, eu acabo não sendo nada, não tendo cor, não tendo corpo, não tendo dores, às vezes deixo de sentir minhas dores porque não acho justo chorar uma dor tão pequena.

Às vezes luto por quem não conheço na tentativa de reconhecer uma parte de minhas dores. Mas me pego muitas vezes invalidando as dores de muitas, até das

“padrão”, pois meu egoísmo fala(va) mais alto. Me culpo por não sentir a dor do outro, culpo o outro por não sentir a minha. No fi nal estamos isolados, cultuando cada uma sua própria dor.

Minha luta é sistêmica, inclusiva, quase radical. E assim me senti em 2019 confusa, sem saber de que lado lutava, por fi m lutei, contra quem eu não sei, mas lutei. Defendi, sangrei, me expus sem justifi car ou entender por quem eu fazia. Fiz. Salvei e matei.

Você é uma mulher? Então sinto sua dor e você a minha. Faça um favor pra si mesma. Pare de achar que ser disciplinada signifi ca conseguir seguir à risca a dieta ou fazer da sua vida um planner colorido e didático. A disciplina passa por toda uma vida, e não conseguir emagrecer é uma fatia pequena dela. Já notou que você tem disciplina para um monte de coisa? Você consegue criar fi lhos, consegue ser esposa, dona de casa, estudante, “concurseira”. Há anos enfrenta um emprego que você nem ama tanto assim, tudo porque tem um alvo específi co lá na frente.

Você tem ideia que todos os dias se levanta da cama sorrindo ou chorando?

Você é disciplinada para muitas coisas que não se dar conta.

Você só consegue focar na bendita dieta? Parece que o sinônimo de disciplina virou: Conseguir fazer a dieta que te seca. Para, garota. Somos sim mulheres disciplinadas pra caramba, somos tão disciplinadas que chegamos a nos cobrar em dobro por várias áreas da nossa vida. Quando alguém disser que você precisa apenas de disciplina pra emagrecer, diz pra ela que você é uma mulher extraordinária e com muita disciplina. Combinado? ■

This article is from: