como estratégia política de organizações e movimentos. Inclusive, é preciso ressalvar que, justamente pelo fato de a profissão ainda não ter “acordado” para este setor enquanto mercado de trabalho, as universidades ainda não dão conta desta área na formação de novos jornalistas: nem para atuar neste mercado, nem para criar uma cultura de consultar organizações e movimentos como sujeitos ou fontes de suas matérias e investigações.
Em diálogo com colegas comunicadores que trabalham a frente de organizações e movimentos, já constatei que muito do trabalho que fazem é experimental e tem como referências valores e princípios do mercado jornalístico, que vão – na prática e processualmente – sendo adaptados e moldados para um novo cenário, com novas lógicas e novas condições de trabalho. Isso não vem sendo ensinado nem aprendido nas escolas de comunicação.
Função O papel de um comunicador à frente de uma ONG ou movimento social é ficar atento às múltiplas dinâmicas que envolvem seu trabalho: buscar intervir no debate público, mas, por outro lado, desenvolver meios próprios de comunicação e construir a intervenção no cenário da mídia no país, lutando para ampliar as vozes no debate público. Isso tudo, usando técnicas e instrumentos que devem ser todo tempo adaptados a um mercado que não está totalmente estruturado e nem sempre é viável financeiramente.
Para os que trabalham em redação e querem cobrir temas relativos a este campo, é importante reconhecer nestes sujeitos políticos fontes para os assuntos de interesse público. E reconhecer, igualmente, as limitações do