Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

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O fanzine, uma revista (magazine) feita por um fã, surgiu no começou do século 20 tratando primeiramente de quadrinhos e ficção cientifica, mas sua popularização se deu no auge do movimento punk, época em que alguns jovens encontraram na folha de papel em branco um espaço importante para conversar com o mundo. E começou assim: fanzines mimeografados sobre música, que usavam a colagem como ferramenta e a criatividade como forma de arte. Eram distribuídos em shows, em locais de interesse comum (lojas, feiras, praças) ou mesmo enviados por correio criando uma rede de contato que se fortaleceu com o passar dos anos devido à divulgação boca a boca.

Porém, apesar de ainda hoje existirem vários fanzines de papel, o modelo viu seu espaço amplificado com o surgimento da internet, no geral, e dos blogs, em particular. No começo do século 21, dezenas de webzines (fanzines de internet) tomaram a rede difundindo informação. Eram revistas eletrônicas tentando abraçar várias áreas da cultura. O cenário agora parece mudado. A quantidade de webzines diminuiu, e a de blogs temáticos aumentou. Os blogs, que começaram sua história como um diário pessoal de cada pessoa (que usava a página em branco do Word para falar de acontecimentos do dia-a-dia), passaram a ter um direcionamento, e assim como um fanzineiro, os blogueiros passaram a usar as novas ferramentas de blogs para se dedicar a um assunto especifico. A pessoa deixa de escrever de acontecimentos do dia-a-dia (ou até escreve, mas em menores fluxos) e se dedica a refletir alguma paixão sua – exercendo a função de fã. Assim surgem os blogs temáticos que, num olhar mais profundo, começam a ocupar o espaço que era do fanzine, ou melhor, passam a ser o novo fanzine.


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