Recentemente escrevi sobre o fenômeno da Viralização da Violência destacando a forma como a mídia transforma verdadeiras barbaridades em acontecimentos perfeitamente banais, absolutamente cotidianos. Veículos tradicionais e programas de grande audiência exploram tragédias pessoais e dores coletivas, embalando-os para presente sem nenhum pudor, tampouco constrangimento.
Ao mesmo tempo, a proliferação de atrações desta natureza revela a crescente aceitação da sociedade por esta modalidade de entretenimento voltada para a espetacularização do mundo cão. Uma reação aparentemente normal, característica dos livres mercados contemporâneos, onde as corporações oferecem aquilo que o consumidor demanda, em quantidades e configurações compatíveis com o que a sociedade comporta. Assim como a padaria da sua esquina, as montadoras de automóveis e os traficantes de drogas.
Em Origin of Wealth: Evolution, Complexity, and the Radical Remaking of Economics (Harvard Business Press, 2007), Eric Beinhocker oferece um enfoque evolucionista ao modo como enxergamos a Economia. Este olhar macro funciona para analisar, também, partes dos sistemas econômicos como,
por
exemplo,
a
mídia.
Segundo
Beinhocker,
movimentos
evolucionistas passam por três estágios principais: inovação, seleção e replicação.