Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

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gradualmente se chegará à nova gramática da informação. Ou não, como aconteceu com o jazz – até hoje, a sua essência é a pluralidade. No Brasil, há ainda poucas experiências de radicalidade comparável à do New York Times em termos de como tratar a informação para a nova realidade. As redações comemoram a saúde financeira dos jornais impressos e lamentam que seus websites não atraiam receita suficiente para serem comercialmente viáveis. Na verdade, as tiragens que crescem são as de jornais populares, baratos, consumidos por novos leitores que antes não liam e que provavelmente não adquiriram o hábito de se informar pela internet. Mas ainda vai chegar o momento em que uma parcela considerável da população estará conectada à internet via banda larga.

As iniciativas mais interessantes de informação jornalística usando a internet têm vindo de onde menos se espera. Em 2006, veio de uma ONG, a Transparência Brasil, a iniciativa de reunir num só banco de dados todo tipo de informação pública disponível na internet sobre os deputados que se candidatariam à reeleição (tive a honra de coordenar a implantação do projeto). Um mês após a estréia, a Folha de S.Paulo repetiu em seu website parte da iniciativa. Em 2008, um coletivo independente - (http://garapa.org/) - de jovens jornalistas de São Paulo produziu um trabalho de reportagem multimídia, sobre contaminação de água, que se tornou referência nacional. Uma outra iniciativa partiu do jornalista Rodrigo Savazoni, que coordenou no jornal O Estado de S.Paulo, naquele ano, um banco de dados apresentando os candidatos a vereador da maior cidade do país.) É natural que, diante de um cenário de mudanças, o ser humano sinta insegurança e apreensão. Ocorre, porém, que neste caso existe uma pressão


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