Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

Page 184

tipo de medo que não faz o MENOR sentido uma vez que ele se baseia na idéia de que os formatos de publicidade da TV digital (no que diz respeito à interatividade) vão ser idênticos aos formatos da TV analógica. Nesse caso, está se falando, AINDA, na chamada publicidade interruptiva (aquela que é esmagada entre pedaços do conteúdo que o consumidor quer efetivamente ver), um conceito estabelecido e ainda vencedor pra gerar faturamento mas bastante controverso no que diz respeito à interação com conteúdos digitais.

Lembra do pop-up? Conhece as taxas de interação com banners? Pois é.

No caso colocado pelo engenheiro da Globo, ter medo de perder audiência por causa de comerciais interativos é desprezar todas as outras formas de interação com conteúdo que vão acontecer com as telas coletivas (TVs, monitores, displays públicos). Um programa de televisão digital, diferente de um programa de TV analógica, nunca vai morar dentro de um cercadinho. Ele naturalmente vai ter vias paralelas de acesso a outros conteúdos, sejam eles comerciais ou não. A era da coerção por “inércia do sofá” está com os dias contados. Veja bem, não estou falando do fim da inércia (conteúdo ruim e público zumbi sempre vai existir), mas sim do fim do cercadinho físico e técnico da TV analógica, que mantém sua audiência em frente à TV com uma mistura de conteúdo de massa (de boa qualidade em algumas ocasiões), limitações dessa tecnologia e indolência do seu público.

Terreno lodoso, não? A questão não envolve apenas as grandes redes de televisão nacionais e suas tecnologias, mas precisa incluir também toda e qualquer pequena mudança cultural provocada pela criação, distribuição e consumo de conteúdo digital. Não é possível falar de TV Digital como um


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.