Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

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A internet matou a função do crítico, certo? Errado, embora alguns ainda acreditem que o crítico de arte, como o conhecíamos, está com os dias contados. Talvez, mas o mais provável é que ela adapte à era digital. O fato é que, num primeiro momento, a proliferação de blogs fez com que surgissem dezenas de milhares de pessoas dispostas a exercer a função de crítico (mesmo sem saber direito o que era ser um crítico). O rapaz vai ao cinema, vê o filme, volta para casa e escreve uma resenha. A garota ouve um disco e escreve uma resenha.

A função que antes era restrita a poucos profissionais que trabalhavam em jornais e revistas tornou-se popular da noite para o dia, e agora qualquer pessoa pode escrever um texto argumentativo analisando uma obra de arte, lembrando que a liberdade que a internet trouxe para quem quer expor opiniões é praticamente à mesma de quem poderá ler (e comentar/discutir) essas idéias. No geral, a qualidade da crítica encontrada na internet neste primeiro momento ficava entre o ruim e o razoável, embora fosse possível encontrar pequenas epopéias argumentativas que cumpriam melhor a função do que muito profissional da grande mídia. O cenário está mudando, no entanto. Muitos blogueiros que entraram na onda da crítica na web estão descobrindo que para brincar de ser crítico é preciso disciplina e dedicação, e o número de resenhistas de fim de semana parece diminuir – inversamente, a qualidade está aumentando. Pois após o boom da proliferação de blogs e críticos, em que todo mundo queria escrever (e escreveu), vivemos um momento de assentamento.

Ainda surgem novos espaços, mas a impressão é de que após um primeiro


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