Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

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Esse papo me lembra de um doido que o velho sábio Matias escreveu sobre em seu Trabalho Sujo. Trata-se do filósofo Robert Wilson. Ele saiu com a teoria do Jesus Saltador. Basicamente, Wilson conceitua o “Jesus” de sua teoria como a unidade de conhecimento de fatos científicos conhecidos pela humanidade no ano em que Jesus Cristo nasceu. Wilson contabiliza o acúmulo de ciência nos séculos seguintes e estabelece o ano de 1500 como o ponto em que a humanidade dobrou seu conhecimento em relação à data inicial. Dois Jesus.

A próxima vez que uma nova duplicação do conhecimento ocorre: 250 anos depois, pouco antes da Revolução Francesa. Depois, mais 150 anos e a humanidade possui, graças à Revolução Industrial, oito Jesus. Aí segue o padrão: 8 Jesus em 1900, 16 Jesus em 1950, 32 Jesus em 1960, 128 Jesus em 1973, 512 em 1982. Sou ruim de matemática, mas nessa última década da internet comercial, cabe alguma centena de Jesus. Ou não.

Não importa. Conceitos indefinidos têm lugar no século XXI. O que instiga é que tudo isso só está no começo. Provavelmente, Jesus nascerá todos os dias. O autor: ALEXANDRE PETILLO é jornalista. Na verdade, queria ser o Casagrande, mas acabou no jornalismo no lendário Notícias Populares. Criou a revista Zero, escreveu para a Folha, Estadão, Playboy, Época, Superinteressante e Placar. Editou o livro “Noite passada um disco salvou minha vida”, em que 70 músicos e jornalistas falam de seus discos favoritos. É diretor do núcleo de programas da Rede Vanguarda, afiliada Globo no Vale do Paraíba, em que também apresenta o Boteco Vanguarda, mesa-redonda sobre futebol, além de fazer reportagens para o Globo Esporte. Blog: Madrugada Vanguarda


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