Novos jornalistas: para entender o jornalismo hoje

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Volto agora ao CQC pra falar do quadro “Proteste Já” , nele o repórter interpela autoridades, para tal faz uso de tiradas espertas, se fantasia, provoca-o, o desafia, faz com que o mesmo se comprometa. O resultado é positivo, uma vez que as reivindicações do quadro em sua maioria são atendidas. E veja, não trata-se de um repórter questionando um governante por uma obra atrasada, trata-se de um repórter cobrando , e cobrando com bom humor. Quem foi que disse que seriedade, sisudez e formalidade são sinônimos de competência ?

Obviamente por causa do quadro milhares de cartas chegam à produção do programa, poucas viram pautas que vão ao ar. Afinal estamos falando de um programa de televisão, um canal de TV não tem o poder do ESTADO, tão pouco a responsabilidade deste para com a população. Isso porque o “Proteste Já” não tem a pretensão de ser o grande salvador das mazelas públicas e sim a inspiração para que as ações do repórter tresloucado sejam imitadas pela comunidade, que diante de um problema ou descaso de seus governantes, o cobrem sem medo. Soa utópico, mas levemos em conta que em tempos de internet e celulares com câmeras, não é nada de outro mundo flagrar irregularidades e divulgá-las para um grande número de pessoas. Um vídeo no Youtube, a avacalhação no perfil de um político, um trend topic ou uma gravação exibida em praça pública , por exemplo, podem perturbar e agilizar a solução de problemas por parte dos governantes.

Exercer a liberdade de expressão é direito de todo cidadão. Fazer jornalismo por conta própria será cada vez mais comum para as pessoas. E com isso a atitude do bom e velho Jornalismo Gonzo ganhará cada vez mais novos adeptos.


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