Notícias do Mar n.º 384

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Notícias do Mar

para atracação ou amarração nas duas margens, das quais se destaca a capital dos descobrimentos, Lisboa, e no estuário marítimo de transição onde emerge outra paisagem muito particular com os mouchões e os sapais, um verdadeiro santuário da biodiversidade de avifauna da Reserva Natural do Estuário do Tejo e para montante segue-se a rica região do Ribatejo com extensas campinas de solos férteis graças ao rio, com valiosos patrimónios materiais e imateriais e de outra reserva da biodiversidade no Paul do Boquilobo (Golegã), e entra-se a seguir na tranquila paisagem alentejana com a reconhecida peculiaridade muito própria dos seus os usos e costu-

mes, na margem esquerda, e na margem direita surgem os montes com os seus “terraços” que se estende até entrar na Beira Baixa que a partir de certo ponto começa a ter uma certa morfologia de terreno irregular e acidentado em altura no Alto Tejo Português com a sua serrania e entra-se na região das pinturas rupestres pré- históricas, que pelo facto de 80% delas terem ficado submersas pelas águas da albufeira do Fratel que em nada são inferiores às de Foz Coa, antes pelo contrário, que por estarem a descoberto tiveram muita fama, a fama, mas as do Tejo continuam a ser descobertas mais algumas pelos arqueólogos, espalhadas por uma área mais vasta

pelas serranias limítrofes. A partir daí entra-se no Tejo Internacional e passa-se a deparar com encostas escarpadas quartzíticas e com ricos fósseis geológicos a par de um santuário da biodiversidade selvagem, quer de mamíferos quer de aves de rapina, por toda uma vasta zona do Geopark Naturtejo da Unesco. É caso para perguntar bem alto, perante toda esta riqueza extraordinariamente diversificada que o Tejo possui, do que é que os investidores, os empreendedores, os operadores de turismo e o próprio Turismo de Portugal estão à espera para investir a sério neste rico filão que a natureza e o homem construíram desde a

foz até à fronteira? Para Que o Tejo Seja Sustentável... Quer ambientalmente quer economicamente, porque os portugueses precisam, é indispensável investir mais nele como é óbvio, antes que a “ Galinha dos ovos de ouro” deixe de ser poedeira, para além de ser preciso também investir numa fiscalização mais frequente e eficaz, porque há órgãos para isso e autoridades, mas também as leis e os tribunais devem estar mais atualizados e sensibilizados para a realidade atual que comprovadamente mostra que o crime está a compensar significativamente, em vários casos.

2018 Dezembro 384

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