Notícias do Mar n.º 383

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Notícias do Mar

ao Tejo, deveu-se à redução e até praticamente extinção da navegação comercial no Tejo a montante do estuário, que dava muita vida ao corredor fluvial e mantinha as populações a conviverem, a interessarem-se permanentemente pelo seu Rio, e até a amarem-no, o que foi motivado pelo aparecimento do caminho de ferro, esse que também, pobre coitado, acabou por ser afetado pela falta de visão dos sucessivos governos que optaram por investir, tão somente, numa rede rodoviária, durante a febre do betão e do alcatrão que se prolongou até aos dias de hoje, que encheu os bolsos a muitos, e à custa disso o lobie TIR foi o grande beneficiado, ele que contribuiu e continua a contribuir para a brutal emissão de CO2, para além de ser comprovadamente o transporte de mercadorias consideravelmente mais caro do que o ferroviário e o fluvial, com uma diferença muito significativa quer em custos quer em termos de poluição, sendo o ferroviário cinco vezes 48

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inferior e o fluvial dez vezes inferior ao rodoviário que é cada vez mais responsável pelo congestionamento do trânsito, e até dos portos e das cidades, e pelo aumento do número de acidentes nas rodovias. Mas segundo eles, “isto é que é progresso”, mas se olharmos para os países mais desenvolvidos economicamente da Europa, todos eles optaram por dar preferência ao transporte das mercadorias por via fluvial, para o descongestionamento dos seus portos, através de redes fluviais sustentáveis, e até a própria EU, reconhecendo as vantagens quer ambientais quer económicas deste tipo de transporte interior criou programas de apoio e incentivos para o desenvolvimento do transporte fluvial nos países membros. O Futuro está no Tejo Foi por isso, em parte, que o Tejo tem hoje tantos constrangimentos, porque os municípios e os empreendedores ainda não compreenderam que devem optar por investir mais nas suas frentes de água e no próprio Rio, criando condições para o incremento do turismo náutico e do turismo das zonas adjacentes, com a construção de acessos fáceis de embarcações à água, instalações desportivas e de animação turística, fluvinas e clusters náuticos. Como não há dúvida que “O Futuro Está no Tejo”, há que passar a investir mais nele, porque ele retribuirá, quer na criação de emprego, quer no aumento da qualidade de vida dos munícipes, o que será também retribuído em mais “votos” no futuro. Mas para que os municípios e os empreendedores entendam bem e acreditem


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