Notícias do Mar n.º 376

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portugueses pelo facto de termos tido ultimamente uma precipitação apreciável no nosso país, nomeadamente no vale do Tejo, que está a repor os níveis indispensáveis nalgumas barragens, não devendo esquecer-se de que essa precipitação pode não conseguir compensar um largo período de seca extrema e severa como sofremos no ano passado, que pode voltar a acontecer devido ao cientificamente provado aquecimento global do Planeta, que segundo tudo indica vai perdurar. Portanto, toda a água doce que pudermos armazenar constitui uma riqueza e segurança recomendável. Voltando ao problema muito sério da futura sobrevivência do nosso Tejo perante os cenários que o horizonte nos mostra, o GR recomenda que é melhor prevenir do que remediar, até porque não nos iludamos com os tais ditos direitos de partilha equitativa dos rios transnacionais, do Direito Internacional, do Tribunal Europeu, blá, blá e mais blá, blá, porque se a vizinha invocar que tem seca no seu vale do Tajo/Tejo não podemos esperar outra coisa do que uma redução drástica da passagem da água do Tejo para o nosso lado, não obstante saberse que ela tenciona manter os transvases do Tejo que já tem e ainda pretende fazer mais, para levar a água para o Sul do seu território, água essa que segundo notícias vindas também de Espanha, o que está a ser muito contestado por outras autonomias e municípios de Espanha e cidadãos, destina-se não só ao regadio de hortícolas mas também, e talvez em grande parte, para abastecer empreendimentos turísticos, campos de golfe e inclusivamente para incrementar a agricultura intensiva no deserto para os lados de Múrcia. Para além desses transvases a nossa vizinha não vai deixar de continuar também a reter ao máximo a água nas suas megabarragens para a produção de energia hídrica. Então o GR pergunta?: E o Tejo português, vão os portugueses cruzar os braços e deixar que a morte anunciada do seu maior rio aconteça? E não

Jorge Froes entendem que pode estar em causa inclusivamente a independência nacional, a começar pelo Tejo? ´ Projecto Tejo Ora bem, como é sabido o GR

logo após o Congresso do Tejo III teve conhecimento de um novo projecto que pode contribuir para evitar que o Tejo nacional definhe mais. Trata-se do PROJECTO TEJO – Apro­veitamento Hidráu-

lico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste. – Um projecto de rega para cobrir uma área territorial de 300 mil hec­tares, que corresponde ao dobro do Alqueva, e pode abranger o Ribatejo, a Península de Setúbal e a Região

Permite compatibilizar a navegabilidade entre Lisboa e Abrantes para transporte fluvial, por meio de Açudes insufláveis 2018 Abril 376

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