Notícias do Mar n.º 374

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Notícias do Mar

sessenta do século passado, jovens cidadãos de Alhandra que navegavam no Tejo, rio acima rio abaixo, e inclusivamente desde a fronteira até à foz no Atlântico, para além de fruírem o Rio intensamente foram-no conhecendo bem e à medida que o tempo foi passando viram que a sua água foi ficando com um aspecto menos salubre, o peixe a aparecer em certas épocas morto à superfície e também por causa de estarem a desaparecer os barcos de trabalho à vela do transporte de mercadorias, pessoas e bens a montante do Estuário, pela falta desse movimento, foi notório o afastamento das populações das frentes do seu rio, e foram -se interiorizando e voltando-lhe as costas. Eram os tempos da Soda Póvoa, dos Nitratos de Portugal, da Lisnave e da Siderurgia Nacional sem Etares, potenciado pelo escoamento

das águas letais provenientes da agricultura intensiva carregadas de pesticidas quando chovia mais, isto no Estuário que é um dos mais importantes berçários de

peixe da Europa, e é o responsável pelo povoamento das mais variadas espécies piscícolas da região costeira adjacente umas, e outras do povoamento do próprio Rio.

No ano de 1984 estes alhandrenses acharam por bem constituir-se formalmente numa associação cívica sem fins lucrativos, de defesa do Ambiente e do

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