Notícias do Mar n.º 372

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retire do Tejo a quantidade muito significativa de m3 de água para o arrefecimento dos seus reactores, ou até tivesse proibido a produção de energia eléctrica nalgumas das suas barragens no Tejo. Começou a voar mais alto Como ficou incrédulo começou a voar mais alto para ter uma visão mais alargada do território para montante e sobrevoou várias barragens para tentar entender o que se estava a passar mas viu várias barragens bastante maiores do que as portuguesas, e que ainda tinham água que se visse. Continuou a viagem um pouco baralhado e foi pousando aqui e ali para escutar o que

mais cidadãos espanhóis conversavam sobre o Tejo e também foi passando os olhos por um ou outro jornal para saber o que afinal está a acontecer e aproximou-se de alguns deles, que tinham ar de quem sabe o que diz e se interessam seriamente pelo Tejo, em mais do que um sítio e de tudo o que lhe foi dado ouvir e ler foi resumidamente o seguinte: “o mais recente Plano Hidrológico do Tejo de Espanha, de Abril de 2014, é prejudicial aos valores e necessidades do Rio e dos seus afluentes e que se mantiver os caudais ecológicos mínimos propostos, descaracterizam e modificam significativamente as reservas fluviais naturais e é um

incumprimento flagrante dos caudais ambientais da Rede Natura 2000, pelas insuficientes medidas propostas para melhorar o bom estado ecológico do Tejo, porque não é aceitável que continuem a existir as grandes pressões para que 2/3 dos caudais da cabeceira do Tejo continuem a ser desviados pelo transvase Tajo-Segura. Isto acontece ao mesmo tempo que não são depurados os efluentes urbanos provenientes da grande Madrid que continuam a conspurcar a água do rio que segue para jusante, que também chega à fronteira de Portugal, e reclamam por isso o estabelecimento de um verdadeiro regime de caudais eco-

lógicos nas cidades a jusante Aranjuez, Toledo e Talavera de la Reina”… mais ouviu o GR “Que a gestão lamentável do Tejo na região da Extremadura contribui para o aumento dos interesses económicos das hidroeléctricas espanholas e que a estratégia por elas seguida gera impactos ambientais significativos com graves alterações nos regimes dos caudais ambientais que chegam ao Tejo português” e ouviu-os também dizer “que se os Convénios de Albufeira não forem completamente revistos para que a partilha da água do Tejo/Tajo entre Espanha e Portugal seja devidamente equitativa o Tejo português vai acabar por

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