Notícias do Mar n.º 372

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Notícias do Mar

O Voo do Guarda Rios

A Verdade Está a Emergir Como sabem o Guarda Rios (GR) anda voando sobre o Tejo vigiando como sentinela sempre atenta, e ao reparar que o Rio em Portugal traz cada vez menos água e como sabe que ele nasce em Espanha voou até à fronteira onde sentiu o tal vento nem... nem de que o nosso povo fala, e estranhou que a barragem ali existente que é espanhola situada noTejo Internacional que é de ambos os países ibéricos, e que ainda por cima é alimentada por dois rios nascidos em Portugal, o Ponsul e o Sever, barragem essa que tem a responsabilidade de abrir ou fechar a torneira da água do Tejo que nos pertence para o lado de cá da fronteira, e que na altura em que o GR ali chegou, por acaso não estava a deixar passar água em quantidade que se visse.

trica, seria revertida para as respectivas albufeiras, porque já existem tecnologias para esse efeito, de forma a que os outros 50% se destinassem a alimentar também o regular caudal ecológico, e desta forma conseguia-se ter a nossa autonomia, mas isso é um assunto para ser estudado pelos especialistas e aceite pelos políticos. É evidente que a barragem de Cedillo continuaria a deixar passar a quantidade de água convencionada.

E

ntão ele pensou: Ora se a água dos rios Ponsul e Sever é portuguesa, do que é que estamos à espera para fazer transvases dessas águas para o Tejo português, como a Espanha fez unilateralmente para desviar a água da nascente para o rio Segura, ou até talvez optar por um processo mais seguro, em vez de transvazar o Ponsul e o Sever directamente para o Tejo mais próximo, o que 36

faria que essas águas iam parar à barragem do Fratel o que significa que não é directamente para o Tejo, será preferível que a água de cada um desses afluentes fosse destinada a duas albufeiras separadas cujo destino das suas águas fosse exclusivamente para manter o caudal ecológico do Tejo regular, e já agora também, 50% da água de cada uma das barragens do Fratel e de Belver usada para produzir energia eléc-

2017 Dezembro 372

O Guarda Rios pela Espanha dentro Então o GR decidiu entrar pela Espanha dentro e logo a seguir viu para além daquela barragem de Cedillo mais duas barragens interligadas que mais pareciam um braço de mar dada a sua extensão e a quantidade de água que armazenavam, que o deixou de asa atrás. Prosseguiu a viagem mais para montante, pousando aqui e ali, e foi ouvindo com espanto, vo-

zes de alguns cidadãos espanhóis alarmados ao afirmarem que o Tejo em Espanha está a morrer por falta de água, o que levou o GR a fazer a seguinte pergunta ingénua: Então se o Tejo nasce aqui no território da nossa vizinha que fica a montante e com quem compartilhamos o Tejo, a menos que o verbo compartilhar tenha outra conjugação diferente desde os Acordos de Albufeira, afinal com que quantidade de água o nosso Tejo em Portugal vai poder contar no futuro? Mas como o GR é sensato e crédulo pensou, aqui há mistério, porque a ser verdade o que tinha ouvido aos cidadãos espanhóis sobre a morte do Tejo com certeza que o Estado espanhol já tinha mandado estrangular ou fechar o mega desvio, ou melhor a grande subtracção da água mais pura vinda da nascente para o transvase Tajo-Segura, ou mesmo ter suspendido a laboração da Central Nuclear de Almaraz para a impedir que ela


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