Notícias do Mar n.º 371

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Notícias do Mar

uma mesa redonda sobre “Marinas e Portos de Recreio / Infra-estruturas, Investimento, Turismo e Valor Acrescentado”, que contou com a presença de Martinho Fortunato (presidente do CA da Marina de Lagos), Hugo Henriques (administrador da Sopromar Centro Náutico), Marina Correia (da comissão executiva da Associação de Turismo de Portimão) e Pedro Vale (fundador da BoatCenter). Os presentes falaram sobre a importância das Marinas e os investimentos necessários para aumentarem a rentabilidade do sector. Estes especialistas abordaram o papel de uma Marina, numa estratégia para o Turismo Náutico e Desportos Aquáticos, como Infra-estrutura turística, e a forma como acrescentam

valor e são um factor de desenvolvimento local, que deve estar integrado numa estratégia regional e nacional. Nesta mesa foi apresentado o facto da procura dos serviços das marinas ser cerca de 80% de barcos estrangeiros, porque a náutica de recreio em Portugal tem praticamente o seu desenvolvimento parado. A causa foi atribuída ao Regulamento da Náutica de Recreio em vigor que promove o desinteresse de se ser proprietário de uma embarcação, devido aos problemas com o registo das embarcações e à burocracia das Capitanias. Também as pesadas coimas para pequenas infracções são um factor extremamente desmotivador. Foi apontado também

como muito prejudicial para a náutica de recreio o Imposto Único de Circulação, com uma taxa de 1€ por cada 2,17 KW para as embarcações a motor, considerado altamente oneroso, porque para muitos proprietários triplica o que pagavam antes. Portugal pouco ganha com este imposto, porque foram muitos barcos abatidos, os grandes iates não são registados em Portugal e nada pagam, e cada vez se vendem menos barcos. Hugo Henriques, da Sopromar, disse que não há nenhuma política de desenvolvimento da náutica de recreio em Portugal. Antes pelo contrário estão constantemente a saírem medidas que impedem a iniciação e prejudicam os praticantes. Mesmo para as

actividades económicas, há uma permanente burocracia agarrada à legislação, que impede que os projectos avancem. O “Mar em Português” encerrou este dia de trabalhos com um painel composto por Luís Cacho (conselheiro da APLOP e presidente do Porto de Sines), Luís Baptista (presidente da ENIDH) e Nuno Teixeira (da Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, responsável pela promoção do Registo Internacional de Navios da Madeira – RIN MAR), no qual foram debatidos temas relacionados com o investimento na formação marítimo-portuária, o crescimento do MAR nos últimos 4 anos e o contínuo potencial de crescimento de produtividade do Porto de Sines.

Painel o Mar Português no Mundo 16

2017 Novembro 371


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