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Economia do Mar
Centenas de pessoas na apanha da amêijoa japónica
Amêijoa do Tejo,
uma Economia a Desenvolver Foi criada no Barreiro em 30 de Junho passado uma infraestrutura para depósito, transformação e valorização de bivalves, que visa regular a apanha da amêijoajaponesa no Estuário do Tejo e a sua comercialização em condições de salubridade adequadas.
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erá a primeira central para depósito, transformação e valorização de bivalves do país num investimento estimado entre 1,2 e 1,4 milhões de euros. Esta central deverá estar criada no prazo máximo de um ano e tem como objectivo regular a apanha de amêijoa-japonesa no estuário do rio Tejo e a sua comercialização em condições adequadas de salubridade. Para o efeito, foi assinado um protocolo de colaboração para a construção da in2
fraestrutura entre a Câmara Municipal do Barreiro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera,IPMA, a Direçãogeral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, DGRM, a Administração do Porto de Lisboa APL e a Docapesca. A realidade é que todos os dias se veem centenas de pessoas que se dedicam como único meio de subsistência a apanha da amêijoajapónica. Como é proibida a sua apanha, constituiu-se já uma intensa actividade ilegal de venda e até exporta-
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ção para Espanha. A amêijoa-japónica é uma espécie de bivalve invasor no Estuário do Tejo, que se julga ter sido trazida na água dos tanques de petroleiros que vinham receber assistência ou reparação na Lisnave. O problema desta amêijoa é que não tem a garantia de salubridade. A amêijoa do estuário do Tejo está ainda classificada pelo IPIMAR com o estatuto sanitário C. E enquanto estiver nestas condições nâo pode ser depurada. Para isso teria de
ter o estatuto sanitário B. Porém pode ser utilizada na indústria transformadora ou permanecer pelo menos dois meses em zona de transposição. Foi reconhecido pelo Gverno que a amêijoa é um recurso importante para um elevado número de apanhadores no Estuário do Tejo, maioritariamente não licenciados, sendo também uma espécie muito valorizada. Como os bivalves capturados só podem ser consumidos após cozedura ou transposição prolongado, o