Notícias do Mar n.º 344

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Que Tejo Temos, e que Tejo Devemos Ter

Como sabem, os Amigos do Tejo fundaram a Tagus Vivan, Confraria do Tejo, com o desígnio de darem continuidade à obra de 25 anos levada a cabo pela AAT, ONG de utilidade pública, em prol do nosso maior rio. O seu desígnio actual é o de observar, avaliar e ponderar para opinar sobre tudo o que diga respeito ao universo do Tejo, dando assim um contributo válido para que haja MAIS TEJO e MAIS FUTURO.

N

o desempenho desse trabalho de observação foram constatando que muito daquilo que as conclusões do II Congresso do Tejo (2006) preconizaram ficou por fazer, e entretanto o estado do Tejo piorou em muitos aspectos. Reconhecem porém que algo foi feito em alguns domínios, não muito, mas aquela luz que se acendeu ao fundo do túnel quando em 2008 foi criada oficialmente a ARH-Tejo, que foi uma janela de esperança, acabou por sumir-se graças à “CRISE”, que tem as costas largas. Na realidade, quanto ao estado do rio propriamente dito, como recurso natural, para além de ter sido desaproveitado desde meados do século passado pelos sucessivos governos, não deixou de ter vindo a ser saqueado descontroladamente por agentes pouco escrupulosos entre os quais ainda hoje

se assiste à captura ilegítima dos recursos piscícolas que são contrabandeados para o estrangeiro. Para além disso o rio traz cada vez menos água, o seu assoreamento é assustador e a sua navegabilidade está cada vez mais em risco. Perante esta situação deplorável, e de outras que estão encobertas, a Tagus Vivan não podia ficar indiferente, pelo que tomou a iniciativa de propor a organização de um novo Congresso do Tejo, o terceiro, dez anos após o congresso anterior, com o envolvimento activo dos parceiros públicos e privados relacionados com o rio e com a sua bacia hidrográfica, para além de especialistas, técnicos e cientistas, bem assim como gestores, investidores e empreendedores das áreas agrícola, industrial e dos serviços, e também do turismo nas suas variadas vertentes, e com a participação das comunidades

ribeirinhas. Tendo como princípio que “… Todo o mundo é feito de mudança, Tomando sempre novas qualidades” (JMBranco), é inadiável que sejam tomadas medidas eficazes que consigam inverter-se as difíceis circunstâncias em que o Tejo se encontra actualmente. Um novo congresso do Tejo, tal como está desenhado, precedido de um Ciclo de Conferências preparatórias cuja intenção é a de fazerem o diagnóstico circunstanciado do rio e de todas as regiões da sua bacia hidrográfica, com valida-

de actual, a realizar ao longo do curso do rio em lugares chave que permitam a participação de uma massa crítica de participantes interessados e idóneos, é absolutamente indispensável. Mas pela qualidade exigível dos temas que devem ser levados a um debate sério neste congresso, a sua preparação não pode deixar de ser bastante ponderada e rigorosa, pelo que é mais sensato que o Ciclo de Conferências preparatórias tenha início após o período de férias e da campanha para as próximas eleições Legislativas.

Para que o Tejo seja Um Rio Despoluído e Navegável Um Território Qualificado e de Referência Um Espaço Atractivo com Qualidade de Vida Uma Região Produtiva e com um Economia Sustentada Um Produto Turístico de Qualidade Uma Alavanca Importante para o Crescimento Económico do País

2015 Agosto 344

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