Notícias do Mar n.º 343

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Pesca Desportiva

dares e assustados pelas luzes dos “very lights” os pargos e todo o peixe que se encontrava ali fugiu, mas sem qualquer hipótese ficaram presos nas redes. Foi de certeza mais de uma tonelada de pargos capturados e metidos no porão com gelo. Quanto ao restante peixe, provavelmente mais de uma tonelada foi deitado fora, porque era peixe que não interessava comercialmente nem se ia gastar gelo com ele. O crime deve compensar porque é reincidente e ainda ninguém pagou por ele. Com isto ficaram mais pobres os pescadores artesanais de Sagres que de um dia para o outro deixaram de ter pargos nas linhas do palangre ou nas zagaias. Este assunto conhece-se já em todos os portos da Costa Vicentina e no do barco que cometeu o crime, se a Polícia Marítima quisesse descobrir quem foi já tinha conseguido, porque uma rede com 30 metros de al-

Esquema da pesca de palangre tura não se prepara no quintal de ninguém e se fica guardada de um ano para o outro, está certamente num armazém não muito longe do porto. Os pescadores artesanais, dizem que já não vale a pena apresentar queixa nas Capitanias contra a pesca das redes

de emalhar de fundo da pesca industrial porque nunca são atendidas as suas razões. Falar da pesca sustentável para quê? Para quê falar-se da obrigação de se cumprir um regime co-

munitário para a conservação e a exploração sustentável dos recursos no âmbito da política comum das pescas. As zonas costeiras até às 12 milhas náuticas não seguem o princípio de igualdade de acesso às águas da UE. Os Estados-Membros podem

Os pargos pescados à linha são peixes da máxima qualidade 2015 Julho 343

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