Notícias do Mar n.º 337

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Vela

Como as condições do mar não estavam boas, foi necessário parar várias vezes para tirar a água

Libério Santos na travessia Horta-Madalena tou de “uma prova durinha”, João Duarte realça que “o estado de espírito do velejador foi sempre muito bom e que o percurso não podia ter corrido melhor”. A 1ª perna (Horta/ Madalena) foi feita numa hora e 20 minutos e a 2ª (Madalena/ Horta) numa hora e 14 minutos. Até ao Pico o vento soprou com a intensidade de 12/13 nós, ao passo que no regresso ao Faial aumentou de intensidade, com rajadas de cerca de 18 nós. “Na viagem do Pico para o Faial apanhámos vento por trás e muita ondulação, o que fez com que o Libério tenha parado por diversas vezes para retirar água da embarcação”, explica o Treinador. Recorde-se que esta iniciativa do CNH visou comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou no dia 3 de Dezembro. No entanto, as desfavoráveis condições climatéricas não permitiram que o Sprint tivesse sido realizado nessa data, pelo que

se concretizou só no dia 17. Relativamente à importância deste evento, João Duarte salienta que “representa claramente a superação da pessoa com deficiência, que revela coragem e determinação, sendo sinal de inclusão e afirmação da pessoa em si”. “É a prova de que todos são capazes de ir mais longe, testando os seus limites”, frisa este Técnico em Educação Especial e Reabilitação. O Treinador de Vela da Classe Access do CNH explica que esta iniciativa foi o cumprimento de uma promessa feita aquando da realização do Campeonato Nacional da Classe Access em Viana do Castelo, no ano de 2013, em que foi acordado que o melhor velejador em prova seria o primeiro a enfrentar este desafio. No entender do Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, que fez questão de acompanhar o atleta, “o Sprint

correu bem”. Quanto ao tempo, afirma que “as condições no Canal estavam no limite” e que “a ondulação, com vento e maré, intensificou-se na viagem de regresso, o que fez com que o Libério se tenha molhado”. O facto de o vento ter crescido entre a Madalena e a Horta provocou diversas paragens. Por isso, José Decq Mota não tem dúvidas em afirmar que “o tempo realizado poderia ter sido menor, em cerca de 20 minutos”. O Presidente da Direcção do CNH congratula-se com “a vontade e desempenho deste atleta” e diz que “ainda bem que não se desistiu de fazer o Sprint, apesar das condições, onde o frio foi uma constante”. De realçar que nos Açores, Libério Santos foi o primeiro atleta da Classe Access a conseguir realizar uma iniciativa deste género.

“O objectivo agora é ir tentando bater o tempo que este velejador alcançou. Por isso, dentro das regras existentes, quem quiser pode inscreverse para tentar bater recordes”, salienta este Dirigente. De realçar que atletas de diversas Classes do Clube Naval da Horta já realizaram Sprints em anos anteriores, seguindo este recorde uma linha de continuidade nesta instituição. O percurso, que teve o seu início por volta das 08h45, contou com o apoio da lancha “Walkiria” em termos de segurança e onde seguia o Presidente da Direcção; e dos semi-rígidos “Piloto João Lucas” onde ia o Treinador João Duarte, figura central de motivação e confiança do velejador; e “Tabarly”, onde seguia o Júri do Sprint, Luís Paulo Moniz e o terapeuta ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), Nilzo Fialho.

Libério Santos à largada da Horta 2015 Janeiro 337

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