Notícias do Mar n.º 334

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Pesca Desportiva

çou-se. Quase a desistir, estava a observar onde é que os golfinhos se tinham metido, enquanto puxava a amostra para cima, senti alguma coisa a prender. Não percebi ao inicio, não era rocha pois já estava quase a meio. De repente apercebi-me. Tinha um peixe, e bem grande. Apresei-me a enrolar o carreto com toda a força para a amostra se prender firmemente no peixe. De seguida, como a força que o peixe fazia contrariava a minha com facilidade, desapertei um bocado o carreto para impedir que a linha se partisse. Quando ele acabava de fazer força, eu não hesitava e levantava a cana e enrolava o carreto ao mesmo tempo, e assim, lentamente consegui puxa-lo para a superficie, ao fim de uns alguns minutos. Quando estava a superfície o capitão pegou no “camaroeiro” e meteu-o dentro do barco. O resultado foi um pargo de 8 kg. O ambiente no barco mudou instantaniamente. Passou de fúria e desespero para alegria e animação. A esperança de um bom primeiro dia de pesca estava em alta. Contudo não nos podiamos distrair. Voltámos a procurar os golfinhos e pouco tempo depois vimos os finais de um ameijoal. Mas para nosso azar não fomos os primeiros a avistá-lo. Por essa altura já estavam 4 barcos de pesca lá ao pé. Aproximámo-nos e começámos a pescar logo quando os golfinhos passaram por baixo do barco para mudarem de sítio. Mas nós mantivémo-nos no mesmo sítio. De repente, algum tempo depois o pai sentiu um puchão forte que se predeu á amostra. Era outro peixe! E também era grande. Após de um bocado de luta sem nenhum lado desistir, o peixe lá se cansou dando ao grande pescador a vantagem, permitindo ser trazido para o barco. Outro pargo, de outra espécie, com 10 kg! A pescaria estáva em alta. Era possivel ver a inveja nos outros barcos. Estávamos extremamente felizes. Só faltava o pescador mais experiente de todos, o avô Antero apanhar alguma coisa. Mas, já é sabido que os aprendizes, muitas vezes, superam os mestres. Nenhuma das outras duas gerações iam deixar ser superadas. Após um curto intervalo para o almoço, fomos para outro pesqueiro durante algum tempo. Sem sorte... de repente avistámos os outros barcos a zarparem a toda velocidade para o mesmo sítio. Apressámos-nos a fazer o mesmo. No caminho, para nossa surpresa

Pedro Santos indica para onde ir apareceram dois golfinhos por baixo do barco a “surfarem” as ondas que o nosso barco fazia á frente. Ao mesmo tempo que saltavam fora de água, como naqueles documentários de televisão. Mas não nos podíamos distrair. Ao chegarmos ao nosso destino, já se encontravam os outros barcos e a festa já tinha acabado á muito tempo. Mesmo assim decidímos pescar. Quase de imediato, quando estava a puxar a amostra do fundo, senti-a prender. O entusiasmo apoderou-se de mim outra vez ao sentir aquela mesma sensação novamente. Apresei-me a enrolar a linha para prendê-lo. De seguida o peixe começou a puxar na direcção contrária. Mesmo fazendo menos força que o primeiro, o ginásio no dia anterior e a luta com o primeiro peixe estavam a fazer a sua marca. Ao fim de algum tempo na luta, mais do que o primeiro, lá apareceu á superficie e mais uma vez foi apanhado no “camaroeiro”. Um pargo igual ao primeiro, mas com 6 kg. A geração mais nova estava a mostrar o que valia. O avô apesar de mais experiente, não teve sorte naquele dia, nem as suas perferidas cavalas pescou. Algum tempo depois do terceiro peixe no barco, voltámos para terra. Já se fazia tarde e tinhamos ainda de fazer a actividade preferida do avô num dia de pesca, amanhar o peixe. Portanto não ia ser um dia assim tão azarento.

Pedro com um pargo 2014 Outubro 334

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