Notícias do Mar
Que os preços dos mil silêncios Abriram grades no ar Para podermos dizer Rio Tejo, Tejo Mar Vasco Lima Couto Mas o Tejo, tem em si mesmo imagens e figuras mil vezes cantadas – Canoas, Cacilheiro, o Arrais, a Varina, a Lota… Exemplo: Sou marinheiro, deste velho cacilheiro Dedicado companheiro, pequeno berço do povo E navegando, a idade foi chegando, O cabelo branqueando, mas o Tejo é sempre novo. César Oliveira e Paulo Fonseca Lá vai no Mar da Palha o cacilheiro Comboio de Lisboa sobre a água, Cacilhas e Seixal, Montijo mais Barreiro Pouco Tejo, pouco Tejo e muita mágoa. José Carlos Ary dos Santos e também um poema de Frederico de Brito: Canoa de vela branca Que andas a vogar no Tejo E trazes de Vila Franca Saudades do Ribatejo.
pre Presentes: Lisboa também tem um namorado E também tem ciúmes como nós Lisboa quando sofre canta o fado Com um soluço triste em sua voz Lisboa é namorada dedicada Vaidosa e orgulhosa de assim ser Lisboa fica às vezes amuada Se o seu amor, amor não lhe oferecer Chama-lhe Marinheiro Fala dele na rua E sente ciúmes dos olhos da Lua Chama-lhe Marinheiro Sem rumo nem rota Sempre atrás das asas De alguma gaivota Ele numa onda Atira-lhe um beijo E assim namoram Lisboa e o Tejo Mário Rainho Este namoro, este amor com todas as emoções que em si encerra, serão sempre o mote principal para os poemas cantados no nosso fado e assim permanecerão, penso
Painel de Almada Negreiros na gare da rocha Conde de Óbidos
A montante de Lisboa o rio, no seu Riba Tejo também tem profunda identidade com o Tejo, retratando os seus costumes, pessoas, fainas, fortunas e tragédias, basta recordar a festa brava, o toiro, o campino, o charnequeiro, o cavalo, a lezíria com o seu Campo de água a cobrir tudo ( na voz do poeta ). A riqueza dos temas que ele banha e transporta tudo é dito e cantado no fado como neste poema do “José Grilo “, quase um ilustre desconhecido, Fez um ninho o Rouxinol Nos salgueiros pequeninos Só p´ra cantar p´rós campinos Do nascer ao pôr do Sol Ali à beira do Tejo Onde pasta o bravo gado Só há no meu Ribatejo Um rouxinol Canta o Fado No fado podemos pois afirmar que a Cidade e o Rio serão Sem2014 Maio 329
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