Notícias do Mar n.º 322

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Notícias do Mar

Aquapolis Abrantes rol, são só alguns dos exemplos do que foi feito de forma integrada e alargada à sua bacia, pensada e com o envolvimento dos diferentes atores da administração central e administração local. O programa Valtejo representou um “novo olhar” sobre os rios em geral e o Tejo em particular. As populações, que “viviam” o rio de forma contemplativa e nostálgica voltaram a “viver o Tejo” e reconhecê-lo, de novo, como um pólo de desenvolvimento onde as atividades náuticas de recreio, lazer e atratividade turística são instrumentos de criação de riqueza para quem vive e trabalha na região. Também foram realizados e financiados cursos de formação de recursos humanos dirigidos ás áreas de atividade referidas sendo os principais protagonistas destas formações as associações de desenvolvimento regional, escolas profissionais, Politécnico de Tomar, Nersante, etc. Diria que o Valtejo foi, ainda, uma enorme oportunidade de cooperação e concertação entre o setor privado e o setor público. Os investimentos públicos nunca são um fim em si mesmo são instrumentos de alavancagem para o setor empresarial criar dinâmicas de desenvolvimento e criação de emprego. O Valtejo contribui para isso, seguramente, o que já não foi pouco. Eduardo Galeano, escritor uruguaio dizia ”somos o que fazemos

para mudar o que somos”…eu como Coordenador do Valtejo, depois de concluído mais este desafio de 10 anos (1998/2008), reconheço que mudei muito mas tenho, também, a noção que colaborei para ajudar a mudar um território e as relações com o Tejo das gentes do Ribatejo. C.S. - Como avalia em quanto o Tejo, com as potencialidades que tem, pode contribuir para o desenvolvimento económico do país, nomeadamente como polo de atracção para o turismo da natureza, turismo náutico e turismo rural, se for bem gerido. A.M. - O turismo sustentável valoriza o antigo, a cultura, as tradições e o património. Os recursos naturais, endógenos e envolvimento comunitário nos processos de decisão são, ainda, instrumentos que devem ser promovidos e valorizados. Também a promoção, comunicação e disseminação de boas práticas devem ser “praticadas”. Esta região tem, seguramente, esses recursos tangíveis e intangíveis. É muito claro que nos últimos 15 anos muito tem sido feito na região mas também é claro que ainda há muito para fazer…. As iniciativas em torno de recuperar a memória e a vida dos avieiros ou iniciativas em torno dos “mercados do Tejo/viver o Tejo” são alguns bons exemplos mas grande parte das iniciativas são atomizadas e desgarradas o

Aquapolis Abrantes que coloca, cada vez mais, a necessidade de afirmar lideranças regionais assentes num “pacto territorial” onde as autarquias, as associações empresariais e de desenvolvimento e entidades de ensino-aprendizagem, sejam capazes de se entenderem sobre uma visão para o território, as grandes e pequenas prioridades, projetos estruturantes e um modelo de governação representativo e consensual. Este é o principal desafio para que

o Tejo e o Ribatejo se transformem em territórios aprazíveis, competitivos e de crescimento sustentável. Como eu já referi a bacia do Tejo tem enormes potencialidades mas cabe aos atores da região organizarem-se e concertarem-se para que as potencialidades passem a produtos estruturados e integrados para a criação de negócios que traga para a região mais pessoas, mais turistas, mais empresas e mais riqueza.

Parque Almourol

V.N. Barquinha 2013 Outubro 322

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