Notícias do Mar n.º 316

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Notícias do Mar

Conhecer e Viajar Pelo tejo

Texto e Fotografia Carlos Salgado

Vá Para Fora Cá Dentro, Viver o Tejo!

Alberto Pimentel fala por mim quando diz: “O nosso belo Tejo, amplo e azul, tão abundante de águas como de tradições, por igual brilhantes, tão cheio de luz como de memórias, tão povoado de velas brancas como de recordações eternas. Nada lhe falta ao belo rio azul do extremo ocidente para ser famoso entre os famosos, notável entre os notáveis. Grande pelo seu curso, pelo seu porto, pelas suas tradições históricas. Pitoresco pelas suas margens e pelos seus castelos, que ou ressaltam do seio das águas, como o Almourol, ou as dominam do alto, como Santarém; Belo pela cor, que tem o brilho e a pureza de uma safira, onde o famoso céu meridional espelha numa eterna apoteose de luz ”.

O

Tejo foi desde a PréHistória uma força atractiva de povos que vieram instalarse na proximidade das suas margens. Eles trouxeram culturas e credos diferentes que se foram sobrepondo e entrelaçando ao longo dos tempos, o que contribuiu para construir um universo do Tejo recheado de patrimónios, feitos históricos e tradições. O Tejo, no caminho que percorre desde a fronteira até ao Atlântico atravessou, pelo menos, quatro regiões: a Beira, o Alentejo, o Ribatejo e o grande Estuário que têm, cada uma delas as suas características bem diferenciadas das outras, devido aos solos e ao próprio clima, e graça a isso foi criando uma pluralidade de paisagem e foi 32

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gerando uma biodiversidade fora do comum que determinou a classificação de inúmeros Parques, Reservas Naturais e Zonas de Protecção Protegida. O homem ribeirinho foi, naturalmente, influenciado pelas características próprias dessas regiões e, por conseguinte, teve que adaptar-se às condições em que foi vivendo e adoptando comportamentos também diferentes no seu modo de vida, usos e costumes, actividades laborais tanto nos ofícios como nas artes, na etnografia, nos saberes e nos sabores e nas formas de exteriorizar os seus sentimentos e graças a isso, o nosso Tejo é um rio de TRADIÇÕES, MEMÓRIAS e EMOÇÕES. Gerou por isso uma riquíssima panóplia de ofertas turísticas que devem ser aproveitadas

e potenciadas com competência e empreendedorismo. È com estas mais valias que deve ser construído o futuro turístico sustentável do Tejo. A estratégia pela qual a Naturtejo evoluiu com sucesso e sustentadamente, é um exemplo a seguir por outras regiões do Tejo. O planeamento do turismo é uma ferramenta estruturante da política de desenvolvimento sustentável e por isso ocupa um lugar decisivo no processo de concepção e implementação das estratégias mais eficazes para atingir os objectivos, estratégias que devem ser fundamentadas no conhecimento do que devem ser, especificamente, as actividades turísticas das zonas húmidas, da natureza, do espaço rural,

da náutica de lazer e de recreio, da cultura das comunidades e dos aglomerados urbanos ribeirinhos. É preciso repensar, com consciência e know-how, qual deve ser o melhor “ turismo ” para o Tejo segundo uma óptica realista, alicerçada numa relação de qualidade e continuidade. A organização da oferta turística, a promoção integrada e a gestão participada são algumas das dimensões mais inovadoras, tendo em vista a afirmação de uma marca diferenciadora no contexto turístico nacional. Voltando a fazer referência à riquíssima panóplia de ofertas turísticas do Tejo nacional que nenhum outro rio português possui com tanta diversidade, devido às características próprias das várias regiões que


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