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T.E.M..P...∞. Roteiro Performático para matar o tempo

Lucas Paz 2010.2


Lucas Paz

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Atores-­‐Performers: Um homem-­‐ tempo linear Uma criança-­‐ tempo circular Um velho-­‐ tempo espiral (13 atores-­‐performers – 3: homem, criança,velho; 10: atores curingas, um deles em dado momento faz o homem 1) Galpão estruturado de modo a simular um palco italiano; laterais, entre cortinas e paredes, livres para passagem. A relação dos atores-­‐performers é sempre de frontalidade em relação às cadeiras da platéia. Cortinas semi-­‐abertas. Luz de serviço na platéia, penumbra no palco. Música Quintette – René Aubry.

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Um homem ao fundo direito do palco raspando sua digital polegar esquerda com uma faca. Criança e velho sentados junto com a platéia (pegam fila com a platéia). (Platéia sobe ao palco, velho e criança permanecem) H-­‐ (imagem do discurso: goteira) Eu não sei o que faço aqui o que quero como que quero falar falar é fácil dizer é difícil quero quero um tempo um segundo só meu um segundo com toda a eternidade do primeiro o pioneiro o que ficou e fez história não o assassino o matador mas o primeiro esquecido esquecido no segundo do primeiro o primeiro amor não atingido a-­‐mor-­‐te morrer esse amor é paixão fogo fátuo que se acaba e a morte ah a morte. V-­‐ (sai da platéia em direção ao palco) É ser assim um ser sendo sem saber sem poder simplesmente ser e cansar e parar e recomeçar o que se queira o tempo o tempo é quando quando não temos mais tempo para sentir e finalmente H-­‐ (dito numa velocidade muito acelerada, homem cruza o palco lentamente) Parar cessar interromper finalizar estancar acabar stop estase estrangular apertar frear congelar cristalizar estagnar parar cessar interromper finalizar estancar acabar stop estase estrangular apertar frear congelar cristalizar estagnar (forma-­‐se massa sonora com os 10 atores curingas transitando num ritmo rápido em cena) parar cessar interromper finalizar estancar acabar stop estase estrangular apertar frear congelar cristalizar estagnar (desacelerando até ficar bem lento) parar cessar interromper finalizar estancar acabar stop estase estrangular apertar frear congelar cristalizar estagnar. (todos os atores pausam em cena) (PAUSA) 5 min. Silêncio -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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Música tema Forrest Gump (10 atores curingas saem um a um gradualmente) Quando a música se intensifica entra a criança calculando quanto tempo o tempo tem. Em cálculos matemáticos precisos e coerentes. Que se apagam, se corrigem e se repetem exatamente iguais. De repente uma interrupção da música para entrada das próximas: Chico Buarque (caixas de som espalhadas de todos os lados, uma massa sonora misturada a um chiado) “Amanhã vai ser outro dia” “A gente estancou de repente ou foi mundo então que cedeu” “Vai passar... ao lembrar que aqui passaram” “Estava a toa na vida” V-­‐ quebra a ampulheta que liga nosso coração ao cére... Os três suspiram faltando ar como que emergindo do fundo do mar. -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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Abre-­‐se cortina inteiramente. Projeção do público sentado nas cadeiras sobre as próprias cadeiras vazias. Barulho de mar Momento mínimo gesto: Goteira na cabeça do homem (homem dentro de um recipiente acrílico cilíndrico), o qual vai ficando encharcado e tentando se enxugar, despe-­‐se gradualmente para torcer as roupas na tentativa de secá-­‐las). Com o decorrer da peça vai submergindo nessa piscina. Criança rodando dedo dentro de um copo de água, depois rodando o próprio copo de água produzindo uma tempestade. Velho embalado (olhos e cabeça) pelo vai vem das ondas do mar (movimento que nunca se repete de maneira igual; espiral). -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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9a sinfonia de Beethoven Espaço sideral (Luz negra). Criança no centro analisando essa gigante impressão digital-­‐órbita-­‐labirinto que gira (aparato suspenso), como numa estação científica bem tecnológica . Luzes frontais de metrô passando (vindas da platéia) e som infernal de apito e trilhos de trem como se dois trens fossem se chocar (que se mixa à 9a sinfonia de Beethoven). Garoto começa a seguir a trajetória da sombra da impressão digital no chão repetidas vezes. Música + ruídos param. Garoto continua. Fragmento (narrador): Imagine a linha do tempo de sua vida. Seu nascimento numa extremidade, sua morte em outra, e hoje em algum canto do meio. (10 atores curingas cruzam o palco medindo com fitas métricas a arquitetura do lugar) Num palpite de sopetão diríamos que você imaginou aquela linha correndo horizontalmente, seu nascimento na esquerda, sua morte na direita... Parecemos projetar nossa vida pela maneira que contamos ou escrevemos nossas histórias: há quem nasça em cima e morra embaixo... V-­‐ (desenha na lousa infinitas vezes o símbolos do infinito enquanto é recitado texto de gravação em off): “Somos escravos e redentos da linguagem. Esta existe antes, durante e depois de existirmos. Esta mesma que divide nossa EXISTÊNCIA em ponteiros. Uma convenção métrica acerca do nada do Sol. O homem confia sua existência na luz (BLACKOUT), luz-­‐calor, luz-­‐ideia. Esquece do escuro.”

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Fragmento (narrador) ...E Se De Repente: povos teimosos em não baixar ou não subir o sol? Parece ser verdade em algum lugar que não aqui. Na Islândia já desenvolveram alta tecnologia para isso, há 6 bilhões de anos. Arrependidos de sua criação teimaram e resolveram de um modo barato, mas eficiente: persianas bicolores, ora preta, ora branca, e pronto! E se de repente ainda, nascêssemos no meio e morrêssemos na curva? (Outro narrador) Na próxima esquina ele ouviu há 100.000 quilômetros um beijo no asfalto rasgando o chão de vermes e raízes florais. Continuação da gravação em off: Os segundos se põem de leste a oeste com as batidas do coração, com as sinaleiras do carro, com a marcha dos mortos. Nunca ficarão livres da condição de segundos (e não primeiros), como nunca ficaremos livres da condição de bipartidos, dialéticos, separados de nós mesmos: vida e obra, corpo e espírito, ação e traição. V-­‐ (Liga lâmpada sobre sua cabeça): “Eu não concebo nenhuma obra separada da vida. Eu não gosto da criação separada (...) Eu me recuso a fazer diferenças entre qualquer dos minutos de mim mesmo” (O umbigo dos limbos – Artaud, Linguagem e Vida p.207,208) Meu tempo é quando (apaga lâmpada) -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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C-­‐ (Transita entre 3 focos que acendem e apagam repetidamente):

A duração de um chocolate é menor que a duração de um escuro. Uma tia indesejada pode durar mais do que qualquer arqui-­‐inimigo. O meu pesadelo de um cochilo breve pode durar muito mais dias do que seu sonho de uma noite

inteira. 10 atores curingas (um em cada foco que acende e apaga uma única vez): 1-­‐Quanto dura a fome? 2-­‐Quanto dura o seco? 3-­‐Quanto dura o paupérrimo? 4-­‐Quanto dura o tórrido? 5-­‐Quanto dura o nevrálgico? 6-­‐Quanto dura o impávido? 7-­‐Quanto dura o mudo? 8-­‐Quanto dura o pálido? 9-­‐Quanto dura o sabático? 10-­‐Quanto dura o corrupto? 1-­‐Quanto dura o metódico? 2-­‐Quanto dura o cálculo? 3-­‐Quanto dura o colosso? 4-­‐Quanto dura o duro?

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JUVENTUDE ETERNA -­‐ TERRA DO NUNCA Jogral de 10 atores curingas-­‐ (formando 2 fileiras de 5 pessoas em cada lateral da caixa cênica, realizando partituras de esticar a pele fazendo máscaras caricaturais, e maquiar-­‐se passando o produto utilizado para a pessoa ao lado como numa esteira. A última pessoa de uma fileira corre e entrega o produto para a primeira pessoa da outra fileira) Dure o diamante bruto sem jamais ter sido lapidado por olhos-­‐labareda de desejo inconstante culto dos vermes que habitam uma imortalidade do ego-­‐jamaisdepois-­‐ sempreagora-­‐agora-­‐sempre-­‐sempre-­‐belo-­‐sempre-­‐livre-­‐sempre-­‐sempre. Trecho de música U2-­‐ Stuck in a moment. -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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“obrigado por me exercer instantes acho que ganhei presença acho que para apalpar as intimidades do mundo há de ser comido a força e por trás pelo tempo

passando a vida a mão em mim.” (Viviane Mosé) “Meu tempo é quando!” (Vinícius de Moraes) H1-­‐

quando não temos mais tempo (projeção no cilindro acrílico de linha verde luminosa de monitor

de batimentos cardíacos, constante, atestando óbito) C-­‐

deveríamos matar o tempo (girando faca usada no começo em círculos no ar)

H1-­‐

assim como quem assassina uma criança recém-­‐nascida (homem dentro do cilindro acrílico com

máscara de mergulho-­‐escafandro, estático, nu em posição fetal) C-­‐

daí brotar um suspiro, nem de dor nem de prazer, um suspiro apenas...

-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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Atores curingas: Lançar de peões ioiôs, muitos por todo o palco Projeção de água escorrendo pelo ralo formando imagem de redemoinho Som tridimensional (distribuído em caixas) de água escorrendo pelo ralo (crescente, em sucessão ao lançamento gradativo de peões) (intro de “Brincadeira de roda” -­‐ Elis Regina) V-­‐ (Velho desenhando a impressão digital em espiral no chão do palco) a questão não é só alargar ou encurtar as margens do rio. Mas erodi-­‐lo por completo, tomá-­‐lo de todo em sua profundidade. Escavar novos meandros e afluentes. Delinear-­‐se em diferentes ruelas, sulcos, marcas. “quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos? o tempo andou riscando meu rosto com uma navalha fina sem raiva nem rancor o tempo riscou meu rosto com calma” (Viviane Mosé, trecho de poemas do livro Pensamento do Chão) (simultaneamente à fala do Velho: projeção de alguém tendo corpo completamente tatuado, rio secando, pessoa envelhecendo, enrugando-­‐se. 3 telas). -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐

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Cena final Contra azul e feixe central de contra daylight H-­‐ (cantando, do fundo à boca de cena, sumindo num alçapão em rampa): Queria que soubesses que a medida entre eu e tu já não existe mais. Meço a mim mesmo, a esmo, a esmo, a esmo. Velho desenhando a impressão digital em espiral que vai se combinando e seccionando outras digitais. Menino correndo em círculos. Música Quintette – René Aubry Luz de serviço no palco, projeção da platéia sobre as cadeiras vazias FIM?

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