Rio Maravilha

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Primeiramente aquela área deveria ser ocupada por um Centro de Mídia. Uma vez alterado o projeto, com a realização de um concurso internacional, a região do autódromo abrigará o Parque Olímpico. Embora a urbanização e a permanência da comunidade estejam presentes na proposta vencedora, esta estaria ultrapassando um perímetro de segurança exigido pelo COI por se encontrar nas proximidades dos equipamentos olímpicos mesmo não tendo a presença de crime organizado no local. Refutadas as razões e mediações apontadas anteriormente pela Prefeitura, a construção de uma controversa ligação entre os BRT’s TransOlímpico e TransCarioca que não estava no projeto original é o mais novo motivo para a remoção da Vila Autódromo. A supressão do direito de moradia daquelas 500 famílias agora é justificada por uma operação de interesse público maior, de mobilidade do conjunto de cidadãos. O caso da Comunidade da Vila Autódromo é apenas mais um exemplo de como as remoções são um instrumento imprescindível para o projeto de organização e apropriação da cidade independente de um contexto olímpico. No entanto, a resistência desta mesma comunidade também é mais um bela lição de como é possível encarar as forças que se impõem sobre o Estado. Mais recentemente, como contraproposta ao reassentamento apontado pelo poder municipal, a comunidade se organizou para produzir um Plano Popular de Urbanização. A organização comunitária e a articulação com outros diversos movimentos sociais são a principal razão pela qual estes ainda permanecem no local.

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