Rio Maravilha

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UPP’s, Remoções e a Valorização Imobiliária

Desde o final de 2008, as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP’s) tem sido adotadas como uma política da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro26 que visa a retirada do domínio territorial por parte dos grupos armados do narcotráfico. No entanto, esta política, de imenso apoio popular como um claro sinal de criminalização da pobreza, também serve como condição básica para a expansão do capital formal para estas áreas e seu entorno ameaçados pela sensação de insegurança. Com a entrada do Estado nestes territórios, as famílias das favelas ocupadas por UPP’s estão sofrendo com despejos em função das obras da prefeitura que alega motivações de risco. O poder municipal declara que a ocupação policial é o princípio para as intervenções urbanas e projetos sociais. Porém, além da entrada das políticas públicas, a inserção do mercado ocorre de forma ainda mais feroz nestas áreas. Estas favelas “pacificadas”, localizadas preponderantemente na Zona Sul e arredores da Tijuca, região de grande interesse imobiliário, estão sofrendo com um intenso processo de “remoção branca” com o aumento do valor da terra e com a chegada de determinadas taxas das concessionárias com as quais os moradores por muitas vezes não tem condições de arcar. Mesmo denunciada, não é possível quantificar este tipo de remoção que aparece como lado mais perverso de uma política pública que se pretende inclusiva. 26

Fonte: Secretaria Municipal de Habitação e Secretaria Estadual de Segurança Pública.

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