Rio Maravilha

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No intuito, este mapa representa a espacialização dos decretos desapropriatórios no período 2009-2012. Ao confronta-los com os grandes projetos olímpicos e de transportes propostos para a cidade, sobre a malha do macrozoneamento proposto pelo Plano Diretor Municipal em vigor, é possível entender claras estratégias para a valorização do solo urbano. Observando o mapa percebe-se que há uma grande concentração de desapropriações na área portuária, resultantes do projeto Porto Maravilha, e ao longo dos novos corredores viários, principalmente da TransCarioca. No entanto, calcula-se que possivelmente o número de desapropriações provenientes das obras da TransOlímpica, que ainda não começaram, podem ser ainda maiores. Em consonância com o Plano Diretor, estas grandes intervenções concentram-se na macrozona de ocupação incentivada, área da cidade de certo valor imobiliário devido a sua relativa centralidade, mas que, no entanto necessitaria de estímulos para se consolidar. Os BRT’s e as suas desapropriações servem ali como um vetor de valorização dos terrenos em suas imediações. Em contraposição, na macrozona de ocupação controlada, área mais valorizada da cidade, as intervenções de mobilidade urbana não apresentam nenhum impacto direto sobre a destituição da propriedade privada. Enquanto em outras localidades do Rio de Janeiro se implanta os BRT’s em superfície, necessitando de desapropriações para a sua viabilidade, nesta zona mais rica, a solução de transportes é o metrô em subsolo, reconhecidamente o modal mais eficiente, que não promove rupturas muito fortes sobre o tecido urbano, que custaria mais caro do que no restante do município.

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