Rio Maravilha

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Ao longo destes últimos anos no Rio de Janeiro percebe-se a elaboração de um ideário político que se propõe consensual, o qual possa permitir a execução de projetos que há décadas os administradores pretendem imprimir sobre a cidade. Contudo, este momento se apresenta como mais favorável a sua execução devido a construção de uma conjuntura política e econômica mais estável, segundo Ascher (1994), pressupostos básicos para a implantação destas intervenções. O novo modo de planejar constitui oportunidade para um "projeto consensual que transcenda um pouco o campo das filiações político- partidárias e que possa garantir aos investidores a permanência de certas escolhas (ASCHER, 1994, p. 91)

Neste sentido, o dito e aplaudido alinhamento entre as três esferas de poder (Municipal, Estadual e Federal) no caso do Rio e uma união suprapartidária são apresentados como condição básica que garanta investimentos públicos ou privados na cidade. A aliança nacional entre o Partido dos Trabalhadores (PT), representado pela figura do presidente, e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com governantes Sergio Cabral e Eduardo Paes, acaba se refletindo na grande base de apoio político da prefeitura em escala municipal e esta posta como premissa para os investimentos na cidade. Em sua crítica, Vainer (2001) registra que “sem consenso não há qualquer possibilidade de estratégias vitoriosas. O plano estratégico supõe, exige, depende de que a cidade esteja unificada, toda, sem brechas, em torno ao projeto.”6

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VAINER, 2002, p. 91 15


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