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Da Mesa da Editora

O suficiente é o bastante

Esta edição está recheada de notícias boas e algumas não tão boas. Uma boa notícia é que conseguimos quase imediatamente socorrer nossos irmãos que foram atingidos por enchentes e desmoronamentos. A não tão boa é que essas calamidades continuam acontecendo todos os anos. Sim. Você leu certo e vou repetir. As catástrofes climáticas seguem acontecendo todos os anos, e o ser humano não apercebe que a culpa, a responsabilidade, é mesmo nossa. Sim. Toda nossa. Quando a Amazônia pega fogo, a tendência é achar que não foi tanto assim. São queimadas provocadas pelos “inimigos”. Quando as barragens estouram e acabam com cidades inteiras, ouvimos os responsáveis dizer “estamos fazendo de tudo para reparar os danos”. Só que a natureza nunca mais voltará a ser como antes. Quando cidades inteiras boiam ao sabor das águas, não nos questionamos sobre o excesso de lixo, sobre o consumo desenfreado, sobre o comprar para ter cada vez mais e jogar fora o que não se quer. Você já parou para pensar para onde vai cada lixo que descartamos? Para onde vão os milhares de copos plásticos, pratos, garfos de nossas festinhas? E o pratinho de isopor da uva que só serve para chegar em casa e ser descartado? Quanto plástico é desperdiçado para você levar 3 maçãs para casa? Vivemos com cerca de 5 bilhões de toneladas de lixo plástico espalhados pelo mundo. Há plástico formando montanhas em lixões e ilhas em rios e lagos. O material mata animais marinhos de todos os tamanhos e está até na água mineral que compramos no supermercado, na forma de pedacinhos minúsculos. Por isso, precisamos fazer mutirões de limpeza nas praias e nos rios. Precisamos alertar sobre o câncer pediátrico, visto que nosso modo de vida está matando crianças e adultos. Precisamos cada vez mais de óculos para enxergar. Porém, não enxergamos. Parece que toda essa desgraça que nos cerca não é suficiente para percebermos o que está bem à nossa frente. Precisamos frear o consumo acelerado de bens e aprender a viver com o suficiente. Para mim, o suficiente basta.

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CaL Denise Rodrigues Editora