Exposição Kátharsis – VI Tecnologia e Arte 2014 EspaçoCultural Fatec-SP

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“Kátharsis”

“Kάθαρσις”


VI Tecnologia e Arte / 2014 Espaço Cultural Fatec-SP INTRODUÇÃO O Espaço Cultural Tecnologia e Arte entra em seu 6º ano de exposições e, antecede, acompanha e advém ao Congresso de Tecnologia da FATEC-SP, a cada mês de outubro. As versões anteriores ocorreram anualmente apresentando artistas em sua maioria consagrados e com obras nas mais diversas formas de expressão, tais como pintura, desenho, arte digital 2D e 3D, escultura em vidro, metal, seda, cerâmica, fotografia etc. O número de visitantes, a cada versão, nos 15 dias de exposição acercaram-se a 1200 pessoas entre alunos, professores, funcionários, profissionais das mais diversas áreas ou mesmo o próprio pessoal da vizinhança do campus e, sempre com uma avaliação das melhores. Como sabemos, de nada adianta um artista produzir para si próprio. A Arte para existir como tal precisa ser divulgada, levada ao publico e quanto mais divulgada melhor. O homem sempre conviveu com a Arte e isto o permite diferenciar-se dos outros primatas, no entanto, não se deve ver a Obra de Arte meramente como um instrumento de decoração ou diversão, ela também traz direta ou indiretamente uma mensagem e que, num processo de cultura, o publico, através de sua sensibilidade, espírito crítico e senso de coletividade, poderá discernir a respeito da sua estética ou conteúdo. Tanto o artista como o público podem engajar-se num processo de conscientização, sociabilização e transformação social. As Artes Visuais também podem atuar como um condutor ao refúgio atemporal, permitindo à mente momentos de relax ou de frenesi, dependendo da simbiose entre a obra e o espectador. Muitos frequentadores conseguem sair de uma mostra com a criatividade mais aguçada vindo a abrir novas portas ao conhecimento e às práticas diversas. Áreas como design, moda, literatura, música geralmente andam juntas dentro do campo criatividade, mas nada impede de que outras áreas também sejam influenciadas e beneficiadas. Pensando nisto, ademais de aproximar a comunidade acadêmica com a Arte, o Espaço Cultural também visa contribuir com um crescimento profissional diferenciado, fugindo ao racionalismo e estimulando as pessoas a terem uma visão mais aberta, beneficiando a um melhor relacionamento humano seja na vida profissional ou não.


Em 2014 o Espaço Cultural apresenta apenas artistas visuais mulheres: Heloise Rosa, Linda de Sousa, Marli Takeda, Vicência Gonsales, e a mim Cleusa Rossetto. Todas com visões e propostas distintas e acredito surpreender aos apreciadores das Artes. Espero que todos apreciem as Exposições, assim como a este catálogo, pois foram planejados com muito carinho.

Cleusa Rossetto Artista Visual / Organizadora / Curadora

CATÁLOGO

Este Catálogo trata das Exposições de Arte realizadas pelo Espaço Cultural Tecnologia e Arte da FATEC-SP, durante o mês de outubro de 2014, e didaticamente está segmentado em duas partes: I- Exposição Livre e, II- Exposição Kátharsis.


I - Exposição Livre Espaço VITRINE

Explanar:

A Exposição no Espaço VITRINE leva obras de Linda de Sousa e Cleusa Rossetto. Neste recinto foram utilizadas telas em forma de Hexágonos, fugindo à padronização, como num jogo que bem poderia conter enredos distintos quando da alteração de ordem das Obras. As Obras em questão apresentam alguns flashes do discurso atual que motivaram a montagem da Exposição Kátharsis, entre estas a fome, os desafios na preservação de territórios, o poderio desenfreado, a carência de conhecimentos, o despertar e o caminho para o desafio. Como já citado a técnica utilizada por Linda de Sousa, em duas de suas obras, retratam o ser humano como um ser invisível ou de nenhuma significância diante dos responsáveis pela sua situação, estando assim integrada ao enredo tratado anteriormente para o espaço temático. As obras em hexágonos trabalham com a ideia de jogo e de que podem ser questionados de maneiras distintas. Uma alusão ao jogo de palavras.

Cleusa Rossetto Artista Visual / Organizadora / Curadora


“Aguas passadas” Impressão Fine Art s/tela com intervenções 104 x 120 cm - 2014

“De Olho no Amazonas” Impressão Fine Art s/tela com intervenções 104 x 120 cm - 2014

“Compulsão” Impressão Fine Art s/tela com intervenções 104 x 120 cm - 2014

Cleusa Rossetto Artista visual


Linda de Sousa

www.lindadesousa.com

Linda de Sousa (Lisboa, 1949) nacionalizada espanhola e residente em Madri, artista multidisciplinar conferencista, crítica de arte, curadora de exposições e mestra de artes plásticas. Começou a sua atividade plástica na década dos 80, primeiro com pintura e paulatinamente com diferentes materiais, assim como em diversos gêneros: escultura, performance, ou as instalações a partir da sua serie “Transparentes” para a Noche en Blanco no Museo Thyssen Bornemisza de Madri. Na sua trajetória Professional levou a cabo mais duma centena de exposições dentro e fora de Espanha. Como artista recebeu diversos galardões, destacando: Primeiro premio de Instalação na Universidade de Chapingo (México); premio Excelência pela Tertúlia Ilustrada de Madrid (Espanha); Primeiro Premio Artes Plásticas em Béziers (Francia); Grande Medalha de Ouro do XXVII Salão de Arceburgo em (Minas Gerais) Brasil, entre outros. Os seus últimos trabalhos artísticos versam sobre o abuso sobre aos mais débeis da sociedade como mulheres, anciãos o crianças, tema sobre o que deu conferencias em diferentes foros universitários e institucionais. Crítica de Arte, membro de AECA (Associação Espanhola de Críticos de Arte) e de AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte).


Projeto Transparentes: Série Homenagem aos intelectuais “Bonjour Tristesse” Novela de Francoise Sagan Digitografía s/tela com intervenções 104 x 120cm - 2011


Criticas Linda de Sousa, fruindo da liberdade que distingue as suas texturas que, para além de meros ejercícios de estética denunciam inquietaçôes, mensagens simbólicas que nos despertam e surpreendem, a pintora confronta-nos com possibilidades onde os materiais - novos ícons do desenvolvimento desta que é chamada sociedade do consumo - tal como a tecnologia e o progresso, afinal, poderão ser aquilo que quisermos fazer com eles. Dra. Rosa Maria Roriz (Dezembro 2002)

Haverá sempre duas o três noções a ter em conta na aproximação que fizermos à obra de qualquer pintor por exemplo, a sua técnica, a concepção do espaço enquanto matéria volátil e enquanto figuração o representação do imaginário artístico. Não as concebo em separado, mas sim unidas pelo mesmo movimento criativo da mão, e mais ainda por uma idealização sensível da pintura, susceptível de gerar o equilíbrio e a harmonia de cada obra. Desse ponto de vista, parece-me óbvio que Linda de Sousa domina todos estes conceitos, e como que os convoca, permanentemente e por instinto, à ideia da mente e ao trabalho da mão. ... João de Melo Escritor e Concelheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Madrid (Março 2005)

Linda de Sousa, a alquimia da estética Com estes ingredientes, saiu-nos uma mulher com fortes raízes que se fez cidadã de um mundo estético de inusual riqueza: que une, à sua herança, as extraordinárias aquisições que lhe proporcionam a sua vitalidade, a sua incrível capacidade de trabalho e uma espécie de alquimia com a que tão bem - e também – elabora as suas mágicas criações. Acérrima defensora dos mais debéis e maltratados, a sua orientação existencial não a priva de pôr um toque de humor - inclusivemente um toque lúdico - que tantas vezes transparece na sua obra. Ao Brasil viaja sempre à procura do contraste do exótico, duma quase irreal diferença, de uma expressão tão brilhante como vibrante da explosão da cor e dos seus sons sem limite. María Tecla Portela Carreiro Escritora, Poeta, Lusista, Membro de AECA (Setembro 2010)


“Doncel de Sigüenza” Digitografía s/tela com intervenções 104 x 120cm - 2009


Projeto Transparentes: Série Homenagem aos intelectuais “Voces” Novela de Dacia Maraini Digitografía s/tela com intervenções 104 x 120cm - 2011


II- Exposição Kátharsis Sala Verde Uma pausa para a reflexão! Este explanar começa um tanto sombrio, e não podia ser diferente, já que as trilhas por onde caminham nossa humanidade estão instáveis e incertas. O Mundo encontra-se carregado de desarmonia e de guerra, o massacre de inocentes pouco importa, são tantos os “seres invisíveis”- como costuma retratar a Artista Visual Linda de Sousa- seres estes deixados abandonados ao acaso, explorados, expulsos, exterminados e num silêncio incompreensível do mundo. O desrespeito à vida já se tornou “normal” e os seres vivos passaram a ser descartáveis diante do poderio doentio de muitas nações. Pincéis que somente cultivam a poesia, o culto à beleza e a superficialidade não se fazem “ouvir” no meio de tantos “ruídos”. Há de se buscar um grito de esperança para um mundo que se tornou surdo à voz da Cultura. Pouco que seja, a missão é não deixar passar esta oportunidade de conduzir a questionamentos sobre a realidade e tentar obter respostas, entretanto, há de se convir que neste mesmo raciocínio, onde a radicalidade pode conduzir a um estresse na sociedade, com consequente falta de luz e de esperanças, também há de se cultivar a harmonia e a paz. Neste cenário caótico e turbulento, entre tempos de conflito e muito pouco na busca da paz, a Exposição Kátharsis, (κάθαρσις), quase que num apelo à purificação ou libertação, busca resgatar diferentes emoções, a partir de elementos que estimulam a reflexão sobre a essência das coisas, e tocar nas memórias do inconsciente, influindo assim sobre o comportamento do ser humano num processo de “autocura”. Representada somente por mulheres, mesmo que estampadas com traços do seu “eu”, esta Exposição busca jogar com a feminilidade e com a incondicionalidade de genes dirigidos à proteção à vida. Numa energia própria, as artistas traduzem seus sentimentos, sensibilidades e forças, de maneiras distintas, mas que orquestralmente formam um discurso carregado de expressão e de sintonia. Um alento aos problemas atuais, não numa tentativa de isolar-se destes, mas sim de purificar as mentes e buscar evitar-se mais conflitos, ou seja, um “parar no tempo”, similar ao hipnótico som capaz de encantar as cobras mais venenosas.”


QUANTO À TÉCNICA Com obras de quatro artistas visuais já reconhecidas no meio artístico: Heloize Rosa, Marli Takeda, Vicencia Gonsales e Cleusa Rossetto, esta Exposição Kátharsis fornece a diversidade de mídia e técnica, onde o processo envolvido e o representado variam, resultando em forças distintas junto ao espectador. A feminilidade indelével vem sempre por trás destas. Quase todas trabalham com o simbolismo da união, seja utilizando-se do traçado ou desenho de pequenas partes que formam um todo, e com uma preocupação formal e visual bem apurada. Nas obras de Heloize Rosa há uma energia gestual forte. Geralmente cria a ilusão de trabalhar com materiais brutos e pesados, com rupturas intencionais e mescladas com muita cor e sensualidade. Há um cuidado meticuloso na elaboração das pequenas partes, às vezes denominadas pelo público de gravetos, para a construção de um todo. Criou uma técnica própria que a identifica e o questionamento quanto a esta é inevitável. Como ela bem diz - “buscando experimentações e criando ilusões”. Nas obras de Marli Takeda, a delicadeza não só aparece na imagem, como também se deixa transparecer numa linguagem mais poética. Geralmente trabalha com adesivos de reaproveitamento mesclado a linhas pintadas que dão o ritmo ao contexto. Muitas vezes também trabalha com o sentido de ruptura, agora por supressão de partes, antes existentes na obra, resultando em marcas que fazem parte do todo. Sugere-se a gestação de uma vida independentemente se a obra foi concebida e montada unicamente pela artista ou montada através da participação colaborativa coletiva quando abrigadas em espaços públicos. Nas obras de Vicencia Gonsales, enquanto nas obras sobre tela, há uma explosão de feminilidade, num contexto de germinação da vida, traduzidas muitas vezes pela presença de flores ou texturas, sejam provindas de processos de colagem ou desenhadas buscando dar uma continuidade ao que nunca existiu. Às vezes o que se iniciou num caos resulta numa beleza condicional. Em suas esculturas em arame também aparece a conotação da vida numa construção através de simbologias de ninhos e teias à espera de seus donos.


Nas obras de Cleusa Rossetto, na maioria das vezes com a temática do coletivo, buscase uma linguagem mais direta com o espectador, embora este ainda titubeie no significado e na significância pela pluralidade das respostas. As imagens apresentadas, mesmo sendo criadas de forma digital, não foram produzidas de forma meramente automática, houve uma preocupação formal e visual, um enriquecimento dos traços, a criação de novas estruturas, texturas formando assim o objeto, o cenário, etc. Nesta exposição foram utilizadas duas técnicas, a de transferência de imagens sobre telas, com posterior interferências manuais, e a de impressão em papel fotográfico com posterior laminação em metacrilato. Do figurativo ao abstrato as imagens, mesmo produzidas através de recursos científicos não deixam de ser sensuais, com planos de observação distintos, foco no macro e no micro confundindo o espectador. Na obra em metacrilato, tudo é brilho e com frescura pela modernidade visível, mesmo diante das agruras. Situação de que nada é questionado.

São Paulo 8 de outubro de 2014 Espaço Tecnologia e Arte Evento Associado ao Congresso de Tecnologia da FATEC-SP


Heloize Rosa EXPRESSIVA, FORTE, CONSISTENTE Em O toque que identifica, texto que escrevi para Cavacos, gravetos e tramas, a primeira individual de pintura de Heloize Rosa, chamei a atenção do expectador para o movimento, a dinâmica, o ritmo das imagens.

http://heloizerosa.com heloize.rosa@uol.com.br

Disse que por trás dessas imagens havia muito mais do “que podia imaginar nossa vã filosofia”. Pedi ao fruidor que observasse com atençãoo as pinturas. Só assim conseguiria vê-las. Captá-las. Caso contrário, ficaria à superfície. Por que? Porque, a pintura de Heloize Rosa, na sua aparente simplicidade, tem suas origens no cubismo de Picasso e Braque, no suprematismo, no construtivismo soviético. A presença dominante do quadrado e suas múltiplas variáveis, remetem a Malevich. Raiz melhor, impossível. Encerrei dizendo que a pintura de Heloize Rosa “é expressiva, forte e consistente. Basta a si mesma, é suficiente”. Concluí, “tem aquele toque que identifica um artista. Nos dias atuais, isto é raro”. Em tempos difíceis, em que o vale-tudo nas artes visuais faz parte do cotidiano, Heloize Rosa não se deixa envolver. Só lhe interessa pintar. E pintar!!! Carlos von Schmidt Curador e crítico de arte São Paulo, maio de 2006


“Série círculos” Técnica mista s/tela 100 x 150 cm - 2011


Heloize Rosa, formación

nascida em São Paulo em 1960. Formada pela Escola Panamerica de Artes. Reside e trabalha em São Paulo.

Considera seu trabalho inserido dentro de uma linguagem abstrata. Diria se tratar de uma abstração formal, pois muitas vezes as formas ficam bem evidenciadas nas composições. Gosta de trabalhar com todas as cores, desde as mais neutras até as mais saturadas. Tudo depende da proposta do momento. Atualmente desenvolve trabalhos com cores fortes, intensas, bem equilibradas nas sombras que traduzem profundidade e movimento, minuciosamente estudadas em prévios esboços. Para a execução das obras expostas utilizou tinta acrílica, tinta automotiva e médium retardador de secagem, levando a um período de mais ou menos um mês até a completa secagem. Nas obras “Mente, Semente, Mente” e “Caminhos I”, utilizou tinta acrílica fosforescente em algumas das partes, pois a pesquisa artística destas levou a experimentação com cores luminescentes. Em “Caminhos II”, fez uma monocromia, utilizando um azul forte sobre um fundo bege, marcando também esta possibilidade de harmonia entre tais cores. “O mundo anda muito colorido e atualmente as pessoas usam cores fortes e vibrantes nas vestimentas, nos mobiliários, nas unhas etc. ... que até pouco tempo atrás ninguém ousaria usar.” Traz esse desafio para a obra de arte. Quanto ao tema, gosta de coisas que a fazem pensar mesmo quando não encontra respostas imediatas e claras. “Fantasiar nos mantém sadios e exercita o imaginário, fortalecendo o poder criativo”. “Quanto mais distante, das coisas identificáveis, as composições estiverem, mais satisfeita fico em relação ao resultado”. “Procuro sentir o que faço! E este sentir é o que me orienta e emociona!”. Na maioria das vezes o título nasce depois da obra construída. Procura no título um ajuste, uma justificativa que provoque o sentimento do expectador.

Josep Delgado “Existem inúmeras definições sobre o que é Arte. E eu, audaciosamente, criei a minha: “Brillante decadencia” Arte é compartilhar emoções, mesmo havendo controvérsias”. 80x80 cm

óleo s/tela Helize Rosa é bastante dinâmica e vem se apresentando num grande números de eventos expositivos. Também já expos no exterior e traz em sua bagagem premiações.


“Catarse” Acrílico s/tela 108 x 158 cm - 2013


“Mente, semente, mente” Técnica mista s/tela 150 x 100 cm - 2014


“Série tramado” Técnica mista s/tela 130 x 100 cm 2006


“Camino I” Técnica mista s/tela 150 x 100 cm - 2014


“Camino II” Técnica mista s/tela 150 x 100 cm - 2014


Marli Takeda

www.marlitakeda.com.br https://www.facebook.com/ marli.takeda.9

O FASCÍNIO DOS GESTOS A arte de Marli Takeda tem como um de seus princípios essenciais o reaproveitamento de materiais, principalmente sobras de adesivos. No entanto, limitar o seu trabalho a essa prática traz alguns riscos. O principal é deixar de lado o impacto estético que suas obras atingem. Existe uma pesquisa constante de cores e formas, além de ecos de toda uma tradição japonesa, principalmente no que diz respeito à busca por soluções formais em que letras, mapas e pensamento podem se articular de maneiras mais ou menos evidentes dependendo da ocasião. A questão essencial está em não abandonar a pesquisa e estabelecer pontes entre Oriente e Ocidente. Isso gera uma poética em que a diversidade se faz presente na integração entre diferentes culturas e no entendimento de que a complementaridade entre imagem e texto pode vir a ser um caminho dos mais ricos. Seja nos trabalhos de maiores proporções ou naqueles menores, Marli Takeda oferta ao público um presente visual regido pela densidade do fazer e do pensar. O fascínio está em que essa riqueza se traduz plasticamente em respostas marcadas pelo entusiasmo de viver e pela vivacidade de cores, formas, ritmos e gestos. Oscar D'Ambrosio Doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp.


“Atitude é uma pequena coisa que faz uma grande diferença” II Clarice Lispector Técnica mista s/tela 60 x 60 cm - 2014


Marli Takeda, Artista Plástica, brasileira, graduada em Artes pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e cursos de extensão em Palavra e Imagem, Arte Contemporânea Brasileira: A Formação de um Contexto, A Filosofia da Arte em Discussão e Teorias da Arte na Era da Globalização, pela Escola de Comunicação e Artes – USP. Artista da APAP-SP – Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo. Atualmente trabalha com duas linguagens, a intervenção em espaços públicos construída com a participação colaborativa do público e a pintura, que são desenvolvidas dentro de sua poética em adesivos de reaproveitamento. Seus trabalhos de intervenção foram apresentados nas estações do metrô de São Paulo, ocupando sempre grandes dimensões, atingindo 40 metros de extensão. Participou de várias exposições nacionais e coletivas internacionais. E este ano realiza sua primeira individual fora do país na Ap'Arte Galeria de Arte Contemporânea, na Miguel Bombarda em Porto, Portugal. No Mosteiro de São Bento, de São Paulo, realizou uma exposição individual com pinturas e instalações e a partir desse encontro tem desenvolvido vários projetos de intervenção com a participação dos alunos do Colégio de São Bento. Apresentou em Tokyo a intervenção “Sakura no Hana”. A experiência cultural vivenciada no Japão despertou ainda mais a vontade de explorar o idioma em suas obras, incorporando em seus trabalhos a caligrafia japonesa, especificamente o hiragana que é uma letra mais cursiva do alfabeto silábico da língua japonesa.

“Arte é uma mentira que nos faz perceber a verdade” IV Pablo Picasso Técnica mista s/tela 45 x 45 cm - 2014



“Atitude é uma pequena coisa que faz uma grande diferença” III Clarice Lispector Técnica mista s/tela 60 x 60 cm - 2014


“Liberdade significada responsabilidade” I Bernard Shaw Técnica mista s/tela 60 x 60 cm - 2014


“Cintilar” I Técnica mista s/tela 70 x 70 cm - 2013


“Construímos muros demais e pontes de menos” Isaac Newton Técnica mista s/tela 16 de 25 x25 cm - 2014


Vicencia Gonsales

CONFRONTOS ENTRE O DESENHO E A COLAGEM

www.vicenciagonsales.art.br

Segundo Waldo Bravo (Artista-curador e Arte Educador), o ineditismo das obras da artista a colocam junto a um seleto grupo de pintores que deram novas soluções ao dilema conceitual da representação. Nesse momento vemos toda a afirmação autoral na superfície da tela, destacando assim sua ação fundamental como pintora. A técnica mista utilizada tem por base a colagem e, através dela, alcança uma rica diversidade criando um vocabulário de impacto pictórico e confrontos entre o desenho e a colagem, conseguindo um resultado pessoal e corajoso, fruto dessa harmonia de excessos. Segundo o antropólogo Antonio Carlos Fortis a pintura de Vicencia tem o poder de açambarcar o observador alçando-o para dentro do espaço da obra.


“D9” Técnica mista s/tela 70 x 80 cm - 2009


Vicencia Gonsales, formación

paranaense, do interior do Estado. Aos quinze anos translada-se para a Capital Curitiba, para viver e estudar, graduando-se em Ciências Econômicas. Trabalhou no Departamento de Estradas de Rodagem onde conheceu um jovem engenheiro paulista com o qual se casou e de quem, até hoje, recebe incondicional apoio. A iniciação na atividade artística se deu um pouco tardiamente, em função de sua dedicação exclusiva à família, que lhe proporcionou muito prazer e nenhum arrependimento.

A arte surgiu em sua vida como necessidade de expressar-se com os demais passando seus sentimentos, emoções e memórias. Interessa-se pela colagem, sente-se atraída por texturas, camadas e camadas de tintas, tirar, por, construir e desconstruir. Utiliza jornais e tecidos. Ao fundo, aparecem as letras, que são também desenhos. As estampas dos tecidos, rendas, tudo é incorporado à pintura. Passou por várias fases de trabalho. Pintura, pintura-colagem, monotipias com desenho e colagem, gravuras em metal, objetos e instalações. Não costuma planejar suas produções artísticas. As obras, em qualquer das linguagens, sempre acabam sendo criadas de maneira espontânea. No processo criativo, sente que, a partir de um determinado momento, o trabalho adquire vida própria, você é apenas um instrumento. A obra se faz sozinha. O ateliê é o local físico onde o trabalho físico é concretizado, contudo, acredita que somos ateliês vivos, pois carregamos idéias e pensamentos todo o tempo, estamos em constante trabalho mental. Atualmente trabalha com o desenho no plano e no espaço. Discute as fronteiras da pintura e o lugar da arte. Leva em discussão questões da arte contemporânea, como a expansão territorial, tempo de vida de uma obra de arte e a utilização do espaço arquitetônico como suporte nas instalações. Para Vicência, a arte é uma busca. Uma busca do não saber o que se busca. É uma necessidade, um anseio, é sofrimento, é chamado. Josep Delgado

“Brillante decadencia” Vicência estudou Artes Plásticas na Escola Panamericana de Artes80x80 e vem cm complementando seus conhecimentos com outras técnicas / formas de expressão como: óleo s/tela desenho, escultura, pintura encáustica, gravura em metal etc. Seus trabalhos são ricos em detalhes e já ganhou vários Prêmios.


“D62” Acrílica s/tela 150 x 178 cm - 2013


“D58” Técnica mista s/tela 120 x 150 cm - 2012


“D56” Técnica mista s/tela 126 x 170 cm - 2012


“D59” Técnica mista s/tela 124 x 150 cm - 2013


“Casulo II” Escultura: arame de alumínio 22 x 22 x 30 cm Barbatanas de 10 a 50 cm 2010


Cleusa Rossetto

http://cleusarossetto.wix.com/ rossetto-art http://www.facebook.com/ cleusa.rossetto

Natural de Botucatu no interior do Estado de São Paulo (Brasil) e residente na capital desde 1973. Mestre em Tecnologias Avançadas da Construção (IETCC “Eduardo Torroja” /CSIC/1998) na Espanha, Mestre em Engenharia Civil (EPUSP/1996), Arquiteta ( M a c k e n z i e / 1 9 8 1 ) , Te c n ó l o g a e m Construção Civil – Edifícios (FATECSP/1976), estudou ainda desenho artístico e publicitário e outros cursos de Técnicas de Representação. Pinta desde os 14 anos. Professora de Graduação e Pós-Graduação na Faculdade de Tecnologia de São Paulo e na Fundação de Apoio à Tecnologia. Seu trabalho profissional gira entorno à engenharia da construção tanto no Brasil como no exterior. Habitualmente utiliza diversos recursos informáticos, matemáticos e científicos em sua atividade diária. Em 2005 decidiu conciliar sua vertente artística com o uso de softwares específicos e personalizados para a confecção de complexas imagens buscando uma inovação pictórica e visual, técnicas com as quais obteve vários prêmios em Salões de Artes Plásticas no Brasil. Em 2011, Cleusa Rossetto foi uma das fundadoras e responsável pela Publicação e Editorial da revista “FEMMES&ARTS - A publicação democrática das artistas brasileiras” (Hospedada no ISSUU). Desde 2009 atua como curadora e organizadora das exposições anuais do Espaço Cultural Tecnologia e Arte da FATEC-SP, atividade esta agregada ao C o n g r e s s o d e Te c n o l o g i a . V e m participando nos últimos anos em varias exposições individuais e em mais de cinquenta exposições coletivas nacionais e internacionais.


“Tormentas do amor” Papel fotográfico e laminação em metacrilato 80 x 80 cm - 2014


Explanação sobre o Trabalho de Cleusa Rossetto formación

Cleusa Rossetto faz da apropriação indireta dos diversos sistemas e mecanismos modernos de produção científica e artística uma linguagem capaz de aflorar sensações e reações. Mesmo com a intervenção ou o uso de recursos científicos e com uma modernidade incorporada nos elementos, o resultado de suas pesquisas garante às obras criadas um aspecto lúdico. O procedimento de representação e o objeto representado permitem que uma figuração ou um figurativo abstrato, junto ao observador, venham a catalisar a sua significância e a potencializar um significado remetendo-o à lembrança de símbolos, objetos, alegorias e metáforas já conhecidas e que muitas vezes surpreende o expectador.

Este tipo de representação ou linguagem pictórica exige do artista, ademais dos conhecimentos e fundamentos básicos do desenho convencional, grande conhecimento técnico prévio das ferramentas ou recursos modernos de informática, disponíveis ou ajustáveis para a criação de imagens. Convém, no entanto, incluir aqui a expertise de um consultor em informática que permitirá a criação ou a exploração de novas ferramentas, visando fugir da massificação dos programas correntes.

O processo criativo, embora dependente da capacidade do hardware utilizado, não é unicamente dependente de softwares trabalhando de forma automatizada, há de se ter um relativo controle do processo de construção da “realidade” e da expressividade pretendidas. A vantagem deste tipo de produção artística é a de se permitir obter imagens surreais com alto nível de detalhamento e de difícil produção ou reprodução pelos métodos de concepção convencional. A busca pelo novo, miscigenado muitas vezes por recursos convencionais de produção artística pictórica proporciona novas formas de representação e consequentemente de experiências. Cativa a curiosidade pelo método e Josep Delgado reforça a atenção nas obras criadas e suas respostas.

“Brillante decadencia” 80x80 cm Skoswas MacKay óleo s/tela Crítico de arte


“O jardim das mentiras” Papel fotográfico e laminação em metacrilato 80 x 80 cm - 2012


“As bases do sistema” Impressão Fine Art com tinta mineral sobre papel 100 % algodão 60 x 120 cm - 2010


“Quem casa quer casa” Impressão Fine Art sobre tela com intervenções 60 x 120 cm - 2010


“Licença para o altar” Impressão Fine Art sobre tela com intervenções 80 x 80 cm - 2013


“No Curso da Vida” Impressão Fine Art com tinta mineral sobre papel 100 % algodão 80 x 80 cm - 2010


Exposição “Kátharsis” Artistas participantes Espaço Vitrine: Cleusa Rossetto Linda de Sousa

Sala Verde: Vicencia Gonsales Heloise Rosa Cleusa Rossetto Marli Takeda


KÁTHARSIS VI Tecnologia e Arte - Espaço Cultural da Fatec-SP EXPOSIÇÃO Espaço Vitrine e Sala Verde www.fatecsp.br e-mail: congresso@fatecsp.br, edificio@fatecsp.br ORGANIZAÇÃO e CURADORIA: Cleusa Rossetto Contacto: rossetto@fatecsp.br ou rossetto.fatec@gmail.com APOIO OPERACIONAL: José Osvaldo Mantovani MONTAGEM: Cleusa Rossetto Xabier Mikel Turrillas José Osvaldo Mantovani

CATÁLOGO DISEÑO Y MAQUETACIÓN: Linda de Sousa REVISÃO: Cleusa Rossetto ESCRITOS: Cleusa Rossetto Rosa Maria Roriz João de Melo Maria Tecla Portela Carreiro Carlos von Schmidt Oscar D’Ambrosio Antonio Carlos Fortis Skoswas MacKay FOTOGRAFÍAS, CRITICAS y CURRICULUM: Facilitados pelos artistas

COLABORAÇÃO:

NIRENTALS

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www.unirentals.es


FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO FATEC-SP Período: 08 a 23 de outubro de 2014 Praça Coronel Fernando Prestes, 30 - Bloco A - Térreo Bom Retiro - 01124-060 - São Paulo, SP. Tel.: (+55 11) 3322-2225 www.fatecsp.br e-mail: congresso@fatecsp.br - edificio@fatecsp.br


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