Revista TUDO - 7ª edição

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Ano 3 - Número 7 R$ 29,90 - Maio/2017

MATERNIDADE A liberdade de escolher desde ter filhos até como será o parto e a criação.

ACESSIBILIDADE O desafio de mudar pensamentos e fazer uma cidade para todos.

O conceito de

CASA

Arquitetura transcende padrões e se transforma em aliada na busca pelo lar ideal. Páginas 55 a 73.






Editorial

Chegar em casa é, para milhões de pessoas, a hora mais esperada do dia. Exatamente por isso, a busca por um lar confortável, funcional e que traga a verdadeira sensação de “se sentir bem” está em crescimento. Essa realidade impulsiona o setor de arquitetura e decoração, que se desenvolve não apenas como algo que leva ao status de ter uma casa bonita e bem decorada, mas como uma opção essencial para quem quer realizar, mais que o sonho da casa própria, o desejo do lar ideal. A revista Tudo traz, nesta edição, matérias especiais sobre este setor, mostrando desde a concepção de um projeto de decoração e arquitetura até algumas das tendências em produtos, além de dois projetos muito especiais, feitos com este conceito do “se sentir em casa”. Por tudo isso, a capa é destinada a este setor. A revista aborda ainda temas como a maternidade e as escolhas femininas na atualidade, em uma matéria especial dedicada ao tema, que debate desde o parto até a escolha de não ser mãe. Nesta edição ainda, muitas dicas da moda e dos makes para outono/inverno, uma reportagem para quem quer ficar por dentro da proposta de reforma da previdência social, dicas de economia, viagem e educação. Boa leitura!

Litiane Klein Editora

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Expediente

Equipe de direção: Cristiano Carrador Lúcio Flávio de Oliveira Tomaz Viana de Albuquerque Editora-chefe: Litiane Klein Reportagem: Daiane Fernandes Litiane Klein Guilherme Simon Relacionamento com o cliente: Giovani Dal-Bó Daniel Pereira Foto de capa: Davi Nascimento Diagramação: UAW! Comunicação & Design Impressão: Coan Gráfica

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Avenida Marcolino Martins Cabral, 1315, 6º piso Praça Shopping - Centro - Tubarão/SC - 88701-105

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15. Um pouco de tudo 22. Artigo + 19. Economia 25. Especial Cidades 31. Cidades 37. Educação

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44. Artigo + 40. Saúde 50. Artigo + 45. Especial 52. Entrevista 55. Ambientes 70. Decoração

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Ă?ndice

74. Beleza 77. Moda 80. Roteiro 83. Viajar 86. Cultura

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88. Sabores SC 90. Universo pet 93. Mundo novo 96. Eventos

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Um pouco de TUDO

Quase 50% admitem já terem compartilhado notícia falsa nas redes sociais

Aplicativo organiza despesas dos viajantes

Segundo a pesquisa Consumo de Notícias do Brasileiro, realizada em parceria entre a Advice Comunicação Corporativa e a BonusQuest, que tem como objetivo entender quais são os novos hábitos de consumo de informação com a chegada das tecnologias, 42% dos respondentes assumiram já ter compartilhado alguma notícia falsa nas mídias sociais digitais. A era digital chegou e, junto com ela, alguns malefícios ligados ao poder de disseminação e pela instantaneidade das mídias sociais digitais. Em minutos, uma notícia falsa pode ser compartilhada por milhões de pessoas. Porém, com a pesquisa, foi visto que 39% dos respondentes têm o hábito de sempre checar a fonte da informação – mostrando que os brasileiros realmente estão cientes da existência das falsas reportagens. A pesquisa foi feita através de questionários no aplicativo BonusQuest, e-mail e em redes sociais, e teve um universo de mais de mil respondentes em todo o Brasil.

A Revirando Mundo lançou o aplicativo “Organizador de Despesas”, uma ferramenta considerada inédita pelo trade de turismo e desenvolvida para as agências e empresas do setor. O objetivo é facilitar o controle de gastos do viajante durante o seu percurso no exterior. Para acessar a ferramenta e ter mais controle sobre as viagens, o viajante tem que procurar uma agência de turismo conveniada à Revirando Mundo. Depois, reservar o seu pacote turístico, adquirir a chave de ativação da ferramenta e baixar o aplicativo nas lojas Google Play e App Store.

Ensino online arrisca novo modelo de negócios

Entre as mais amadas do Brasil A Cooperativa Central Aurora Alimentos – um dos maiores grupos agroindustriais do Brasil – com sede em Chapecó, no Oeste do Estado, é a segunda empresa mais amada do Brasil. A conclusão é do site de carreira Love Mondays que, a partir das opiniões dos empregados e ex-empregados da empresa, divulgou um ranking com as 50 empresas que têm os funcionários mais felizes e satisfeitos no Brasil. Os principais setores da economia brasileira entraram na avaliação, destacando-se os segmentos farmacêuticos, TI e telecomunicações, alimentos, construção e bens de consumo, entre outros. Segunda colocada nesse ranking nacional, a Aurora apresentou elevados índices de satisfação geral dos colaboradores (4,382 para um limite máximo de 5,0) que inclui avaliação da satisfação em vários quesitos. Quase a totalidade (mais de 95%) dos colaboradores recomenda a empresa para amigos.

Um grupo de profissionais de educação notou que os alunos tinham dificuldade de comparecer às aulas no contraturno da escola e manter uma frequência ideal para seu aprendizado. Pensando em resolver a questão oferecendo uma plataforma para atuar como reforço criou-se a “Seu Professor”. A ferramenta é uma plataforma de educação online que proporciona o tira dúvidas, que é um professor particular virtual 24h sete dias por semana. Tudo de forma personalizada. Ao todo, a plataforma educacional que conta com aulas nas matérias de Biologia, História, Geografia, Física, Química, Matemática, Língua Portuguesa, Redação, Espanhol e Inglês, já atendeu mais de 300 mil alunos.

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E-commerce deve crescer 12% em 2017 Em 2016, o e-commerce brasileiro faturou R$ 53,4 bilhões e registrou um crescimento de 11% em relação a 2015. Já em 2017 a previsão é que o setor repita o desempenho e alcance R$ 59,9 bilhões. Estes números estão presentes no relatório Economia & E-commerce, organizado pela Parallaxis Consultoria, em parceria com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). O relatório fornece uma análise sobre o setor de e-commerce e indicadores da economia em geral. Ele aponta que a taxa média de desemprego foi de 11,2% nesse ano, e será de 11,6% em 2017. Esse crescimento se deve ao fato do país ainda não ter conseguido superar os últimos acontecimentos na economia e estar sentindo o efeito das políticas econômicas.

Roma e Monza são novidades em empreendimentos O ano será de novidades para o mundo dos empreendimentos. A Habitare Participações prepara dois lançamentos para 2017, no Complexo do Parque das Palmeiras, em Tubarão, no Sul do Estado. Os empreendimentos serão enquadrados no Programa “Minha Casa, Minha Vida”, da Caixa Econômica Federal. Roma e Monza são duas novidades da empresa, que ainda não divulgou todos os detalhes sobre os imóveis. No início do ano passado, o Programa Federal reorganizou os valores, conforme o tamanho de cada cidade. O novo teto entraria em vigor em 2017 e cidades com o porte de Tubarão poderiam autorizar financiamentos de até R$ 130 mil. Ainda no final de 2016, o Conselho Curador do FGTS e o Ministério das Cidades aprovaram novos valores. Cidades com mais de 100 mil habitantes podem financiar até R$ 160 mil. A decisão já foi confirmada pela Caixa Econômica Federal e publicada no Diário Oficial da União.

Smirnoff lança vodka em embalagem TetraPak Se você pensava que embalagem TetraPak só servia para acondicionar leite ou suco, está na hora de expandir seus horizontes. Assim como acontece com alguns produtores de vinho, que em vez de garrafa de vidro já utilizam embalagens sustentáveis, a marca de bebidas Smirnoff acaba de lançar um novo produto: a Smirnoff X1. A nova bebida, o primeiro destilado do Brasil a ser comercializado em embalagem Tetrapak, é uma mistura de vodka com suco. São três sabores disponíveis: Triple Citrus, Strawberry Lime e Brazilian Berry. Com preço sugerido de R$ 19,90, a Smirnoff X1 tem graduação alcoólica de 13% e é destinada, sobretudo, a um público que gosta de praticidade e não quer perder tempo preparando o drink. Ou seja, perfeito para reunir os amigos para um “esquenta” antes da balada ou das festas.

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PERDA DE DIREITOS OU MAL NECESSÁRIO? Reforma da previdência está em tramitação e tem causado apreensão em milhões de trabalhadores brasileiros

Quem nunca fez planos para o momento de, depois de uma vida de trabalho, parar – mesmo que não seja completamente, ou reduzir a carga de trabalho – e ter uma vida mais tranquila, gozando da aposentadoria? Fazer aquela viagem dos sonhos, passar mais tempo com a família, realizar aquele plano de morar em uma praia calma e quente o ano todo. Seja qual for a intenção para o momento de se aposentar, em comum as pessoas têm a esperança de terem saúde e tranquilidade para este esperado momento. Já não é de hoje, porém, que o governo e alguns especialistas no assunto apontam que a previdência social no Brasil estaria se tornando inviável com um déficit que, segundo as informações do governo, teria ultrapassado R$ 150 bilhões em 2016, batendo um recorde. A necessidade de garantir a saúde da previdência social já apontava para a urgência de uma reforma. Os sonhos de muitos trabalhadores para o momento da aposentadoria, porém, se viram ameaçados com a proposta recente e que está para votação na Câmara de Deputados, considerada radical por muitos, e que tem como principais motes o fim do fator previdenciário, a fixação da idade mínima para aposentadoria aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, e a proporcionalidade do rendimento da pessoa ao tempo de trabalho – ou seja, mesmo aos 65/62 anos, um/a trabalhador/a só receberá 100% de sua média salarial se contribuir por 40 anos para a previdência. 19


Economia

Custo social amplo Para o advogado de Florianópolis especialista em direito previdenciário e do trabalho, membro da Comissão da OAB/SC, William Nunes, a reforma teria um amplo custo social. Ele analisa a situação da previdência, apontando que, segundo dados do IBGE em 2015, apenas 14,3% da população tem idade superior a 60 anos. Destes, nem todos requereram seus benefícios ou nem todos têm direitos a benefícios. Diante dessas colocações, o especialista entende que repassar o custo social dessa reforma previdenciária para os trabalhadores não é a escolha mais justa, pois a previdência não é deficitária e existem diversos mecanismos que podem minimizar as tradicionais deficiências já enfrentadas por outros países. Para isso, aponta ele, é fundamental fomentar uma ampla discussão com os diversos segmentos da sociedade, o que não está ocorrendo.

Tramitação e aprovação William salienta que é importante ressaltar que as alterações na legislação só terão validade caso haja a aprovação da PEC 287/2016 no Congresso Nacional. “Até lá deputados e senadores discutirão a matéria e poderão realizar novas alterações no projeto”, detalha. O especialista sublinha que alterações extremamente relevantes dependem da aprovação da PEC 287/2016, mas a chamada “reforma da previdência” já iniciou com bastante velocidade em 2016/2017 por meio de leis, decretos, medidas provisórias, resoluções e outros atos, atendendo assim metas e objetivos do Governo Federal.

Há muito mais pessoas ativas no trabalho do que em benefício, derrubando aquele argumento de que a previdência está quebrada porque tem mais gente em benefício (aposentados) do que trabalhando. Já em relação a aqueles que estão usufruindo de eventual benefício por incapacidade decorrente do trabalho é importante ressaltar que o INSS cobra os danos das empresas que geraram acidentes, não havendo que falar em danos, exceto pela inadimplência que decorreu da falta de fiscalização. Empresas para cobrar os danos não faltam, pois o Brasil está em 4º no ranking mundial de acidentes de trabalho, segundo a OIT”, analisa. WILLIAM NUNES Advogado - Especialista em direito previdenciário

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Entendendo a proposta Na pensão por morte as regras voltam a ser parecidas com as de 1960. Se aprovada a PEC original, haverá uma parcela fixa de 50%, mais 10% para cada dependente. À medida que o dependente perde a condição de dependência os 10% findam.

A aposentadoria por invalidez passaria a ser denominada “incapacidade permanente para o trabalho” e mudaria o valor a ser pago para o beneficiário. Hoje o valor pago é de 100% da média salarial. Caso a PEC seja aprovada do jeito que está no texto original o valor será de 100% apenas nos casos de acidente de trabalho. Nos outros casos, o valor será de 51%, mais 1% para cada ano completo de contribuição, atingindo o máximo de 100%.

A aposentadoia por tempo de contribuição e a aposentadoria por idade passam a ser um tipo só de aposentadoria, onde serão exigidos 65 anos de idade para homens (62 para mulheres) e 40 anos de contribuição. A idade mínima para aposentadoria vai aumentando conforme a expectativa de vida também aumenta. A renda da aposentadoria será 70% da média salarial, mais 1,5% para cada ano que superar 25 anos de contribuição + 2% para o que passar de 30 anos + 2,5% para o que superar 35 anos de contribuição.

Exemplo: Uma pessoa que trabalhou 10 anos e que fique constatada incapacidade permanente pra o trabalho receberia 61% da média salarial – 51% de cota fixa mais 10%, 1% por cada ano de contribuição.

Servidores públicos: Para professores e policiais, 60 anos e 25 anos de tempo de contribuição. Aposentadoria rural: A proposta do governo prevê 60 anos de idade, com 20 anos de contribuição. *Reportagem finalizada em maio de 2017.

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As mudanças no cenário da

SUINOCULTURA A suinocultura brasileira vive um momento de euforia pelas notícias de aberturas de novos mercados, como a Coreia do Sul, e também o reestabelecimento das exportações de carne suína para a África do Sul. Em contrapartida, os produtores continuam amargando prejuízos na atividade. O valor pago pelo quilo do suíno vivo está em média R$ 3,80. Apesar da melhora momentânea de cenário, os animais que estão sendo comercializados tiveram um consumo de milho acima dos R$ 54,00 o que apresenta um custo real na produção de R$ 4,00. O setor produtivo aguarda com ansiedade o início das exportações de carne suína para a os sul-coreanos, que deve começar a partir do segundo semestre. O status diferenciado de Santa Catarina é o grande atrativo brasileiro quando se fala em exportações de carne suína. O Estado, por exemplo, é o único habilitado a enviar a proteína animal para o criterioso mercado norte-americano. Apesar de ser uma referência aos olhos do mundo, Santa Catarina precisa avançar em inúmeras questões, como garantias aos pequenos produtores, uma vez que os players estão tirando a sustentabilidade das pequenas propriedades rurais. Outro fator preocupante com as grandes concentrações de suínos é o risco sanitário do rebanho. O produtor não deve apenas observar o cenário atual, mas analisar o passado para não cometer os mesmos erros. A produção de todas as empresas que estão habilitadas a exportar devem atender até 2026 as normas do bem-estar

animal, onde as matrizes devem estar alojadas em baias coletivas. Infelizmente o Brasil não conseguiu avançar em um modelo próprio. O que temos são exemplos dos norte-americanos e dos europeus, onde as políticas para o agronegócio são diferentes, não aplicáveis ao Brasil pelo alto custo. Defendemos que as regras de produção nas normas de bem-estar animal sejam dentro da nossa realidade, mas cada vez menos encontramos defensores das pequenas e médias propriedades, sobrando apenas para os grandes produtores a produção suinícola. A política brasileira precisa mudar e incentivar que os filhos dos produtores permaneçam no campo como sucessores familiares. Apenas com qualidade de vida no meio rural e renda poderemos mudar essa realidade. Não existe ninguém que trabalha na agricultura apenas oito horas por dia, cinco dias na semana e com direito a um mês de férias por ano. O governo ainda impõe uma série de exigências ambientais e sanitárias que dificultam o atual sistema produtivo. Há normas trabalhistas que oneram perversamente aqueles que geram emprego e renda no campo. São por essas e outras que a suinocultura catarinense e brasileira olha com receio para as mudanças tecnológicas necessárias. O suinocultor não consegue a lucratividade para fazer as adequações com recursos próprios, sempre precisa recorrer aos bancos para arcar com as exigências na produção e implantação de novas tecnologias, nem sempre viáveis conforme propagam.

LOSIVANIO LUIZ DE LORENZI

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)




Especial cidades

Com foco no FUTURO FOTO: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA PREFEITURA DE PESCARIA BRAVA/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Pescaria Brava entra em seu quinto ano de existência com desafios e projetos de melhoria

Em 1° de janeiro de 2013 nasceu oficialmente a 18ª cidade da região da Amurel – o município de Pescaria Brava. Hoje, com pouco mais de quatro anos de existência, a cidade, ainda muito jovem, enfrenta desafios para avançar no desenvolvimento econômico e urbano. Desafios esses que vêm, pouco a pouco, sendo vencidos com o empenho da população e do governo municipal, que conta com muitos projetos para os próximos anos. O sonho de ver o distrito de Pescaria Brava se emancipar de Laguna é bem antigo e remonta à década de 90. A ideia nasceu do desejo de Enaldo Cardozo de Souza, escrivão de cartório. Em 1995, foi formada uma comissão emancipacionista, tendo como presidente Enaldo, responsável por enviar à Assembleia Legislativa o pedido de emancipação. Uma consulta popular realizada em 2003 levou à assinatura da Lei 12.690/03, criando o município. Os desafios continuaram quando o então procurador-geral da Repú-

blica, Cláudio Fontelles, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei apontando que ela contrariava a Constituição Federal. Em agosto de 2009 a ação foi arquivada e o então governador Luiz Henrique da Silveira encaminhou ofício ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) solicitando a realização de eleições, o que aconteceu em 2012, tendo como primeiro prefeito Antônio Avelino Honorato Filho. Hoje a cidade completa seis meses de uma nova gestão, eleita em 2016, que fez de Deyvisonn da Silva de Souza o novo prefeito. Depois da luta pela emancipação e dos primeiros anos de sua criação oficial, Pescaria Brava dá passos importantes rumo a novos desafios – desenvolver a economia, trazer serviços importantes para a população, que ainda recorre muito aos municípios vizinhos, e, em suma, fazer do jovem município uma cidade com seus próprios recursos e características.

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Avanços são alcançados Para o atual prefeito da cidade, um dos grandes desafios é dar ao município o que ele nomeia como um “ar de cidade”. “Precisamos cortar o cordão umbilical com Laguna, o que, claro, não é fácil. Grande parte da população atua como prestadora de serviços em Laguna e Capivari de Baixo. O que queremos é trazer mais serviços para o município e fortalecer a economia, para que tudo isso faça com que os moradores tenham recursos aqui, sem precisar se deslocar”, pontua o chefe do Executivo. Dentro desta proposta, importantes passos estão sendo dados. Um deles é a abertura da Delegacia de Polícia, que está prevista para funcionar ainda este semestre. “Já temos o local e a transferência do delegado foi feita”, comemora o prefeito. A primeira instituição bancária também deve abrir em 2017 – o Sicoob. Já está em funcionamento o posto da Cidasc, que adquire importância fundamental pela força da pecuária na cidade. Com o posto, os produtores podem fazer as Guias de Transporte Animal e os processos de brincagem sem se deslocar do município.

Luta para fortalecer economia A cidade de Pescaria Brava tem como principais atividades econômicas a pecuária, a pesca artesanal, a produção de farinha de mandioca, a produção de morango, de gado de corte, a indústria moveleira e o aterro sanitário, onde é tratado todo lixo da Amurel, e que representa o maior ISS pago para a prefeitura hoje. Dois setores que devem receber atenção em função do potencial são o turismo e o comércio. Em relação à atração de visitantes, um dos projetos é revitalizar o Centro da cidade, no modelo empregado em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis/SC, onde os comerciantes compram dos produtores e empregam os moradores. O turismo religioso deve receber atenção, bem como o de eventos. Neste sentido, ocorre pela primeira vez no município uma das provas do 1º Desafio MTB - Caminhos de Anita, evento de mountain bike inspirado na heroína de dois mundos. Em setembro, é realizada a Romaria das Terras e das Águas, que deve atrair cerca de 15 mil pessoas. Já para que o comércio cresça e se fortaleça, existe uma Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) local, que deve auxiliar o setor com a união da categoria. 26

DEYVISONN DA SILVA DE SOUZA Prefeito de Pescaria Brava


Especial cidades

FOTOS: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA PREFEITURA DE PESCARIA BRAVA/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Projetos em execução Conforme o prefeito Deyvisonn, uma das necessidades de Pescaria Brava é uma agência dos Correios, mas para que esta seja pleiteada é preciso primeiro nominar as ruas e numerar as casas do município. “Já solicitamos à Câmara de Vereadores e enviamos um relatório feito pela prefeitura das ruas que não têm nome ainda, para que isso seja feito”, detalha. Em relação à infraestrutura, há progressos para os próximos anos. Um deles foi a obtenção de recursos do Governo do Estado para projeto de pavimentação da via que liga as comunidades da Estiva e Siqueiro, cerca de 11 km de asfalto, e para a recuperação da SC-437, de Barreiros até Pescaria Brava. Para solucionar o problema da Ponte da Barranca, que foi interditada, a prefeitura conseguiu o Kit Transposição com a Defesa Civil do Estado, e fará com recursos próprios as cabeceiras. “Também pleiteamos recursos com o Ministério da Ação Social para a implantação de um CRAS e de um Centro de Convivência do Idoso em nossa cidade. Além disso, um antigo problema da comunidade de Barreiros deve ser solucionado com uma negociação que está sendo finalizada com a Casan”, aponta Deyvisonn. O município deve fechar a concessão do serviço de abastecimento de água com a Casan, e, em contrapartida, a empresa vai realizar a instalação do sistema de água de Barreiros e a recuperação da cachoeira Ronco d´Água.

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Curiosidades

Área industrial

Pescaria Brava é considerado um dos mais antigos povoados do Litoral Sul de Santa Catarina. Sua colonização, segundo historiadores, ocorreu há mais de 300 anos, com a chegada de imigrantes portugueses à região.

Outra aposta da prefeitura está no fato de contar com protocolos de intenção para a instalação de duas fábricas na cidade – uma no setor de metalurgia e outra de bebidas. Para isso, o município luta pela posse do terreno onde ficava uma fábrica de álcool no passado e que, hoje, é de propriedade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O local está abandonado, gerando inclusive um problema de acúmulo de lixo, proliferação de mosquitos e outros. Tivemos duas reuniões com o BNDES e eles se mostraram receptivos ao nosso pedido”, aponta o prefeito. Outra expectativa que o município vive é o de aumentar a arrecadação. “Hoje a transferência do Fundo de Participação de Municípios se baseia nos dados do IBGE de 2010, pelos quais a cidade teria 9.908 habitantes. Já encaminhamos documentos ao IBGE mostrando que há mais de 10.188, o que aumentará em R$ 300 mil o repasse”, espera Deyvisonn.

Existem várias versões de como surgiu o nome Pescaria Brava. Um delas é de que seus primeiros habitantes eram fortes e bravos durante a pesca.   A cidade é formada por descendentes de portugueses, alemães, italianos, africanos, açorianos, quilombolas, entre outros. Tem como base da sua economia a agricultura familiar, pecuária e pesca.   Há indícios de que acontecimentos históricos importantes da Região Sul tenham ocorrido na cidade. Registros da Revolução Farroupilha citam uma revolta na localidade em julho de 1839.   Morador da comunidade de Laranjeiras, o almirante Jesuíno Lamego da Costa, nascido em 1811, foi tenente na Guerra do Paraguai, comandante na Revolução do Pará e ministro do Império, durante o reinado de Dom Pedro II.

FOTO: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA PREFEITURA DE PESCARIA BRAVA/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Outra figura histórica é o soldado Clito Antônio de Araújo, que nasceu em Pescaria Brava e lutou pela Força Expedicionária Brasileira (FEB), em território italiano, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi morto em combate na região de Marano, em 13 de novembro de 1944.

Dados Data de criação: 25/10/2003 Data de instalação: 1°/01/2013 Município de origem: Laguna População: 9.908 habitantes Eleitores: 7.783 Arrecadação: R$ 1,5 milhão/mês

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Cidades

Uma cidade

PARA TODOS Acessibilidade urbana deixa de ser um debate distante para se tornar uma realidade que precisa ser pensada de forma urgente pelos municípios

Litiane Klein Você está indo para o trabalho num dia qualquer. Avista, do outro lado da rua, uma vitrine que lhe chama atenção e decide atravessar. Você, então, encontra um desnível tão grande entre o meio-fio e o asfalto que lhe traz muita dificuldade para conseguir alcançá-lo. Quando isso acontece, precisa torcer para que os carros que vêm realmente parem na faixa de segurança, pois não tem o recurso de retornar rapidamente à calçada. Depois de atravessar, você não consegue subir novamente no passeio, porque o meio fio é alto demais. Assim, você anda pelo meio da rua, competindo com os carros, até, se tiver sorte, encontrar uma rampa ou um local onde consiga retornar à calçada. Pode parecer uma realidade distante para quem caminha pela cidade, mas é apenas uma das diversas dificuldades que milhares de cadeirantes encontram todos os dias para circular nas ruas da maior parte dos municípios do Estado. Da mesma forma, deficientes visuais, idosos e outros pedestres sofrem com as condições precárias de acessibilidade urbana. Esse é um tema que, apontam especialistas, precisa sair do papel e do debate para se traduzir em mudanças no cenário urbano, o que, porém, ainda não está ocorrendo na maior parte das cidades. Para Mário Cezar da Silveira, arquiteto com especialização em acessibilidade, membro colaborador do Comitê Brasileiro de Acessibilidade da ABNT, sócio da empresa ProAcesso Tecnologia Assistiva Ltda e palestrante, antes de falar sobre acessibilidade dentro da mobilidade urbana, é preciso entender o que é de fato acessibilidade e quem são os beneficiados em uma cidade acessível. De acordo com o dicionário Aurélio, acessível é “a que se pode chegar”, e acessibilidade é a “qualidade do que é acessível”. “Essa definição traz, de forma subliminar, o con-

ceito mais amplo de inclusão, pois, diferentemente do que parece, acessibilidade não é para pessoas com deficiência, mas sim para todos”, pontua.

Repensando conceitos Olhando por este enfoque fica fácil perceber que as cidades são historicamente excludentes, avalia Mário, pois não foram e não são pensadas com o conceito de acessibilidade, ou seja, não são para todos. “Portanto, acessibilidade é, a princípio, a democratização da mobilidade urbana. Mas, olhando tecnicamente, de maneira bem simplificada, mobilidade urbana pode ser compreendida como a facilidade de deslocamentos de pessoas e bens dentro de um espaço urbano, e acessibilidade como o acesso da população para realizar suas atividades e deslocamentos”, esclarece. A Lei 12.587/2012, que prevê a Política Nacional de Mobilidade Urbana, estabelece aspectos como acessibilidade universal; desenvolvimento sustentável; equidade no acesso ao transporte público coletivo; eficiência, eficácia e efetividade na Política Nacional de Mobilidade Urbana; segurança nos deslocamentos; equidade no uso do espaço público de circulação, entre outros itens. “Apesar de acessibilidade universal ser intencionalmente o primeiro dos princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana, ao olhar para nossas cidades é fácil perceber que ainda há muita dificuldade para mudança dos paradigmas enraizados na forma de pensar os deslocamentos. A calçada é, sem dúvida, a mais notória comprovação da forma tacanha como as cidades continuam a ser construídas”, observa o arquiteto.

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Pedestres devem ser prioridade O ponto de partida da mobilidade urbana é a calçada. É o primeiro espaço público que vivemos ao sair de nossas casas. Se for acessível, é a mais democrática das formas de se mover, e é a primeira imagem que temos da cidade. Para o especialista, a cidade precisa provocar o prazer de viver nela, amá-la, não no sentido romântico, mas no sentido prático, e isso só é possível estando fora dos carros, sendo pessoas e não motoristas. Mário ressalta que, pela forma como a cidade é hoje, tendo o carro como valor determinante para a decisão da mobilidade, se vive os paradoxos de automóveis cada vez mais rápidos, mas parados em congestionamentos, com pessoas muito próximas, mas com cidadãos infinitamente distantes uns dos outros, solitários, inertes, tensos, sem viver a cidade

e o coletivo, que é o motivo de nos aglomerarmos nas urbes. “Não queremos mais andar a pé, as calçadas não nos animam. Queremos estacionar dentro das lojas, pois não gostamos de andar pela cidade. Queremos parques e praças, mas com grandes áreas de estacionamentos, pois não queremos viver a cidade, queremos só usá-la para nosso deslocamento, em nossos carros”, opina. Hoje, avalia o especialista, vivemos em uma cidade individual, isolados em automóveis. “Nos é ofertado escolher entre ônibus abarrotado, caro e desconfortável; bicicleta em ciclofaixas descontínuas (quando existem) e perigosas ou virtuais; e andar a pé por calçadas mal pavimentadas, sem padrão, com degraus e buracos, parecendo uma colcha de retalhos, ou simplesmente inexistentes, tendo como agravante a falta de iluminação”, reflete.

Para chegar à cidade ‘para pessoas’ é preciso ampliar as opções de deslocamento, com base na circulação a pé. O conceito de pedestre inclui pessoas que se deslocam com cadeira de rodas, muletas, andadores, pessoas cegas, pessoas surdas, idosos, carrinhos de bebês, etc. Precisamos ter um olhar crítico para entender os erros cometidos e por que nossas calçadas não expressam a imagem da diversidade humana.”

MÁRIO CEZAR DA SILVEIRA

Arquiteto especialista em acessibilidade, Membro colaborador do Comitê Brasileiro de Acessibilidade da ABNT, Sócio da empresa ProAcesso Tecnologia Assistiva Ltda

Em busca de caminhos

Na busca por tornar espaços urbanas mais acessíveis, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) deu origem ao Programa SC Acessível. Fiscalização, garantia de acesso e inclusão para pessoas com deficiência de Santa Catarina é o compromisso renovado e firmado entre o MPSC e outras sete instituições em dezembro de 2016, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). O termo de cooperação técnica tem como objetivo promover a troca de informações, a fim de estabelecer mecanismos de ação conjunta para fiscalizar e assegurar o cumprimento das normas de acessibilidade nas edificações e espaços públicos. “As ações articuladas têm promovido a conscientização dos particulares, profissionais e agentes públicos envolvidos na concepção dos projetos arquitetônicos e urbanísticos, o que vem resultando em uma mudança da realidade vivenciada pela pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida”, afirma a coordenadora-adjunta do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Terceiro Setor do MPSC, promotora Ariadne Klein Sartori. 32


Praia acessível

Cidades

FOTO: RICARDO DE OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A Prefeitura de Balneário Camboriú, por meio da Fundação Municipal de Esportes (FME), lançou em janeiro, na Praia Central, o projeto Praia Acessível, que oportunizou banho de mar adaptado para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida, usando cadeiras anfíbias. De acordo com o prefeito Fabrício Oliveira, que participou do lançamento, a intenção é que no próximo ano a ação se estenda para outras praias da cidade. “Foi muito emocionante e gratificante ver a alegria dessas pessoas por poderem entrar no mar”, completou. Ao todo, 30 pessoas foram atendidas de forma gratuita e muitas quiseram ir mais de uma vez. Foi o caso do Gabriel Preze, 15 anos. Morador de Balneário Camboriú, disse que nunca havia tido a oportunidade de entrar no mar no local, se obrigando a ir com seu pai para cidades vizinhas, onde a ação já acontecia. O superintendente da Fundação Municipal de Esportes, Alessandro Kuehne, comentou que as cadeiras anfíbias estavam na FME desde fevereiro do ano passado e ainda não haviam sido usadas. O plano agora é ampliar. “A partir de 2018 incluiremos o Praia Acessível no Verão Ativo, evento esportivo que ocorre diariamente na orla da Praia Central”.

Entendendo a diversidade Para o arquiteto especialista em acessibilidade Mário Cezar, os principais desafios para a mudança passam pela responsabilidade de arquitetos, urbanistas e engenheiros, entendendo que é preciso mudar os paradigmas de seus projetos e passar a projetar pensando em desenho universal. Além disso, é importante a capacitação dos gestores públicos, fiscais e responsáveis pela emissão de alvarás, habite-se, permissões e autorizações, pois além de correrem o risco de serem acusados de improbidade administrativa, ainda podem ser enquadrados no conceito de discriminação a pessoas com deficiência, por ação ou omissão. “É preciso entender que acessibilidade não é uma iniciativa para facilitar a vida de pessoas com deficiência, mas sim entender que somos todos pessoas com deficiência em potencial, se não por acidentes ou patologias, mas pela possibilidade cada vez mais efetiva de envelhecermos, sem a garantia de que não percamos capacidades”, lembra.

Legislação Os caminhos para que as cidades se tornem acessíveis começam no reconhecimento das leis e normas vigentes, e que podem ser comparadas com as melhores e mais avançadas do mundo. A Lei 10.098/2000 e o Decreto 5296/2004, determinam que qualquer espaço físico de natureza arquitetônica e urbanística, de transporte coletivo, bem como a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva, devem ter o conceito de acessibilidade universal. As leis municipais, incluindo Código de Posturas, Código de Obras,

os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores de Transporte e Trânsito, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema Viário, devem ser elaborados ou atualizados às Leis Federais e Normas de Acessibilidade, pontua Mário. “Assim, devemos começar transferindo ao município a responsabilidade da pavimentação e conservação das calçadas, pois responsabilizar os proprietários dos imóveis por sua pavimentação significa dar a ele o direito de escolha do piso com que quer pavimentá-la, transformando as quadras em verdadeiras colchas de retalhos”, salienta. 33


São Miguel do Oeste busca melhorias Para incentivar melhorias, adequações nas calçadas e promover maior acessibilidade na área urbana de São Miguel do Oeste, a prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, elaborou a Cartilha de Acessibilidade. O material foi distribuído aos moradores. A iniciativa atende um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo município e Ministério Público. A ideia é a adequação das calçadas às condições de acessibilidade. A cartilha, intitulada “Passeio Legal”, fornece informações sobre os tipos de passeios, pisos e vias exclusivas para pedestres, com sugestões para que todas as adequações e novas construções garantam acessibilidade. O prazo para adequação é até o final de 2018 para os proprietários de edificações de uso coletivo e particular do centro, e no final de 2019 para as edificações localizadas nos bairros. Outra medida no sentido de melhorar a acessibilidade no município foram obras realizadas em escolas. Foram feitos serviços nas escolas Amália Daltoé Agostini, no bairro Agostini, e na São João Batista de La Salle, na Comunidade São Francisco de Assis. Os investimentos totalizam R$ 58.170,78. Na escola Amália ocorreu a construção das rampas novas e adequação das existentes, além da edificação do passeio público acessível e construção de uma vaga de estacionamento para portador de necessidade especial. Ainda foram efetuadas adequações nas portas dos banheiros acessíveis. Na unidade São João Batista de La Salle, a educação investiu na construção de rampa acessível e de vaga de estacionamento para portadores de necessidades especiais.

As calçadas devem ser: Planejadas com acessibilidade, em respeito a todos os seus cidadãos, principalmente os que têm mais dificuldades físicas ou visuais, até porque temos uma expectativa de vida cada vez maior;

FOTOS: PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Com árvores para amenizar o calor e faixa de ajardinamento para humanização e contenção de água das chuvas; Com espaços para bancos, para que os idosos possam descansar; Com iluminação para passeios e atividades físicas noturnas; Com faixas de travessias, preferencialmente elevadas, para beneficiar o pedestre, completadas e compartilhadas com ciclovias, interligadas a outros modais de transporte coletivo acessível, confortável e rápido. 34




Educação

EDUCAÇÃO

para driblar a crise O atual cenário econômico pede inovação e criatividade também na educação com busca por conhecimento avançado Muito se fala de que na crise surgem as oportunidades. E sim, este é o momento da inovação e criatividade. E quem deseja dar um novo rumo para sua carreira, o Ensino a Distância (conhecido também como EAD) é a alternativa que as pessoas têm encontrado para adquirir seu diploma - com horários e turnos de estudo flexíveis - e desta forma conquistar um bom emprego ou subir de cargo dentro de uma organização. O que levou à ascensão desta modalidade de ensino foi a evolução tecnológica. A relação aluno-professor ocorre com a ajuda de ferramentas online, que são disponibilizadas no portal da Instituição de EAD escolhida. Com o EAD os caminhos entre o aluno e o diploma foram reduzidos, facilitando a vida daqueles que almejam o crescimento profissional, ou mesmo o reposicionamento na carreira. Segundo a diretora do Campus UnisulVirtual, da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Ana Paula Reusing Pacheco, a busca por conhecimento e aperfeiçoamento, através da educação e cursos de aprimoração são o caminho para dri-

blar a crise. “Não se pode ignorar a previsão de um cenário de expansão na esfera pública, relacionado à infraestrutura, visto que há uma necessidade latente de impulsionar a economia e, com ela, a retomada de projetos, privatizações e concessões para estradas, portos e aeroportos. Diante desse cenário, tanto as novas organizações como aquelas que já estão no mercado devem buscar a oferta de produtos novos e/ou diferenciados, melhores práticas de governança e aperfeiçoamento nas comunicações institucionais. Os gestores devem estar atentos ao planejamento”, analisa a diretora. Nesta perspectiva, as instituições de ensino tendem a desenvolver e ofertar cursos que atendam às necessidades e tendências do mercado. No caminhar da inovação, a UnisulVirtual, que possui um catálogo amplo de cursos, em diversas áreas e visa à disseminação do conhecimento para o aperfeiçoamento e a capacitação das pessoas e das organizações, contribui e oportuniza o acesso aos melhores resultados no ensino, dentro de um ambiente empreendedor e criativo para o qual a sociedade caminha. 37


Educação

FOTO: PA TRÍCIA ME

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STA TUDO

Gastronomia para ampliar mercado Apostar nas tendências de mercado é uma das opções atuais para quem deseja expandir conhecimento. E investir na gastronomia como profissão é uma delas. Munidos de informações, os alunos do projeto piloto “História da Gastronomia Virtual” foram avaliados. O julgamento presencial da Unidade de Aprendizagem História da Gastronomia, ofertada na modalidade a distância, colocou em prática a cozinha produtiva do curso. Instigados pela Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnisulVirtual, através do professor Roberto Iunskovski, a coordenação da Unidade de Aprendizagem Virtual UAV, por intermédio da professora Patrícia Meneghel, e o coordenador do curso e também professor da Unidade de Aprendizagem História da Gastronomia, professor Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo, organizaram uma forma diferenciada de aplicar a avaliação presencial. Com a presença de uma banca julgadora os alunos foram divididos em três equipes. Cada equipe ficou responsável pela elaboração de um tipo de prato que compôs a entrada, o prato principal e a sobremesa. O projeto piloto ressaltou os ingredientes da cozinha africana e indígena. Ao final, os alunos foram avaliados por vários critérios que compõem as habilidades esperadas na Unidade de Aprendizagem, bem como alinhadas às habilidades da própria certificação à qual está ligada a UA – História da Gastronomia. “O retorno dos alunos foi muito gratificante, pois demonstraram satisfação em fazer uma AP diferenciada, colocando em prática os conteúdos estudados ao longo da oferta da UA – História da Gastronomia”, destaca a professora Patrícia Meneghel.

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Um passo além da graduação Quem já está atuando no mercado de trabalho sabe que conciliar carreira, vida pessoal e estudos não são das tarefas mais fáceis. E foi pensando nos profissionais que querem investir em uma especialização com a segurança da qualidade de ensino que a Unesc, universidade situada em Criciúma, no Sul do Estado, lançou cursos de pós-graduação a distância. São 19 opções nas áreas: Empresarial, Educação, Saúde e de Engenharias e Tecnologias à disposição para quem não tem possibilidade de se deslocar até a universidade e ter aulas, ou mesmo àqueles que querem ter uma flexibilidade maior para fazer seus horários de estudo. O EAD é uma modalidade que vem crescendo nos últimos anos, especialmente quando se fala em pós-graduação. De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância, dos estudantes matriculados em cursos EAD, 56% são de pós, especialização, MBA, mestrado e doutorado. O fato de não estar todos os dias em sala de aula faz com que o estudante EAD desenvolva habilidades interessantes para conduzir da melhor maneira os seus estudos, como a organização e resolução de problemas. E nos cursos de pós a distância da Unesc os alunos podem também contar com o auxílio de professores, mentores e tutores, AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), e material adequado a várias plataformas online. Ainda há possibilidade de fazer mais de um curso de pós-graduação a distância em menos tempo, já que os conteúdos são distribuídos em módulos.

Confiança adquirida nos cursos virtuais Ao se tratar de ensino a distância, a evolução tecnológica transformou o acesso aos conteúdos de baixo custo. Isso promove a democratização na educação, e trouxe meios de aprendizagem dinâmicos e criativos que permitem a inclusão digital. Por trazer perspectivas positivas, o ensino a distância oferece educação de qualidade e reconhecida no mercado de trabalho e também pelo MEC. “O perfil do estudante engloba, na sua maioria, pessoas que estão no mercado de trabalho, pessoas que buscam valorização na carreira e melhores oportunidades. O ensino a distância traz a flexibilidade de horários e conteúdos acessíveis em apenas um clique”, avalia a diretora do Campus UnisulVirtual. Além de contribuir, principalmente, com o desenvolvimento pessoal, a metodologia da Unisul Virtual emprega práticas de ensino-aprendizagem por meio das tecnologias de comunicação e informação, e conta com os polos de apoio presenciais que oferecem a estrutura necessária para realizar os estudos.

Mundo virtual Educação a distância em estatísticas Cresceu mais de 1000% nos últimos 10 anos no Brasil. Apresenta autonomia, flexibilidade, qualidade de ensino e preço acessível. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2015 do Ministério da Educação (MEC), o EAD retem 17,4% do total de matrículas realizadas no ensino superior no Brasil. Ou seja, dos 8 milhões de universitários, 1,4 milhão estão cursando à distância. Em cinco anos, se terá 50% dos estudantes cursando o ensino superior na modalidade à distância. Os cursos à distância custam 50% mais barato comparados aos presenciais.

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A pós EAD Unesc tem polos/parceiros em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Entre as opções de cursos na área empresarial, a universidade oferece especialização em Gestão Empresarial, em Recursos Humanos, em Gestão de Marketing, em Logística Empresarial e em Gestão Jurídica Empresarial. Já na área da Educação, as opções são em Docência na Educação a Distância, Docência Universitária, Alfabetização e Letramento e Gestão Escolar. Na área da Saúde, são Atenção à Saúde Integral em Nefrologia, Atenção à Saúde Integral em Neurologia, Atenção Integral em Saúde Mental e Psicossocial e outros, além de cursos na área de engenharias e tecnologias.


Saúde

A SAÚDE

ao alcance de todos Clínicas com valores mais acessíveis se disseminam e atendem um público que não consegue atendimento pelo SUS e, ao mesmo tempo, não tem recursos para pagar os valores praticados até então pela medicina privada

seguida. Eu tentei conseguir outros médicos para abraçar essa ideia comigo, mas não foi possível. Como é algo em que acredito, resolvi arriscar sozinho”, relata o médico. Em menos de um ano de funcionamento, a clínica já cresceu bastante, e o sucesso se baseia nas parcerias que foram possíveis. “Temos, entre os que atendem na clínica e os médicos parceiros que atendem os encaminhamentos com valor mais baixo, 12 especialidades atendidas e diversos exames e procedimentos que podem ser feitos com valores menores. Temos uma sala de vacina. Em média a consulta custa menos de R$ 100,00, mas varia conforme a especialidade e o tipo de convênio de desconto”, explica Rosso. Junto com a prosperidade das clínicas populares, um mercado cresce em paralelo – os chamados convênios de descontos. Através deles, com o pagamento de uma tarifa mensal que pode ser bastante baixa – em torno de R$ 15,00 – os pacientes têm acesso a descontos em consultas, exames, procedimentos e até internação. No caso da Allmedici, a clínica é conveniada com diversos convênios de descontos e também com alguns planos de saúde. “Estamos ampliando opções. Em alguns casos, a consulta pode custar até R$ 40,00”, conta o proprietário.

“Trabalhei no SUS por oito anos e, neste tempo, observei uma lacuna no atendimento. São pessoas com problemas de saúde que não conseguem o acesso a um especialista ou a exames que necessitam e ficam aguardando por tempo indefinido, sem receber atendimento, mas que também não conseguem pagar um tratamento particular em função de que a medicina hoje tem um alto custo. Meu desejo foi oferecer uma terceira opção, entre um recurso e outro.” A declaração do médico José Antônio Rosso, proprietário da Allmedici, mostra uma tendência no mercado de saúde – a criação das chamadas clínicas populares, que ofertam serviços a preços mais acessíveis. Os dados apontam que, ao atender uma parcela da população que fica na faixa sombria entre os que podem pagar um plano de saúde e os que conseguem o atendimento pelo Sistema Único de Saúde, as clínicas de valores acessíveis podem ser um bom negócio, apesar do conhecido alto custo da medicina. Isso porque dados do IBGE de 2013 apontam que, no Brasil, 70% da população não possui plano de saúde e, em tempos de crise, este número tende a aumentar. “Muitas vezes as pessoas têm o plano empresarial, com valor mais acessível porque parte é pago pela empresa. Com o aumento das demissões em uma época econômica delicada, ao sair da empresa, muitos não conseguem manter o plano”, observa Rosso. No caso dele, a Allmedici precisou, além da visão de mercado, de uma dose de idealismo para sobreviver. “Começamos a clínica em dois médicos, mas meu colega saiu da sociedade em

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Expansão e qualidade

Mercado em crescimento

A ideia da clínica popular não é apenas oferecer um atendimento mais acessível, mas, como enfatiza Rosso, ofertar atendimento mais barato e de qualidade. Um dos investimentos da clínica hoje é na informatização. A Allmedici já possui um sistema no qual é possível fazer a solicitação de consulta pela internet. Posteriormente, o paciente é contatado por um funcionário para finalizar a marcação, e o médico também recebe online suas consultas e horários. A clínica tem ainda um trabalho de pós-consulta, no qual uma amostragem de pacientes é contatada para avaliar o atendimento. O negócio tem poucos meses, mas outras cidades já estão na mira da Allmedici, que deve abrir unidades em Imbituba e Braço do Norte. “Os terrenos já foram adquiridos. Estamos fazendo o projeto de Braço do Norte e depois nos voltaremos para Imbituba”, conta Rosso.

Uma prova de que as clínicas populares se disseminam em Santa Catarina e no país é o crescimento da Docctor Med. O negócio se tornou franquia e hoje tem unidades em 11 estados, inclusive Santa Catarina. São mais de 20 franquias em apenas dois anos de franchising. Hoje, a rede de clínicas médicas aposta suas fichas no crescimento do modelo de franquia para ter ganho de escala e redução de custos de operação. “Hoje estamos na contramão da crise. Enquanto o Brasil passa por recessão, nós estamos expandindo”, comenta o diretor de expansão da rede, Roberto Asakura. No modelo da Docctor Med, as clínicas são compostas por várias especialidades. Em 2016, as clínicas da rede com mais de um ano de funcionamento faturaram em média 25% a mais do que o ano anterior. A ideia é focar também nas pequenas e médias empresas. Para isso, a rede lançou o Cartão Empresarial Docctor Med, que tem o objetivo de atender a demanda das empresas de pequeno e médio porte que não possuem plano de saúde para os colaboradores. É um “mercado do bem” em expansão, que faz com que uma parcela maior de pessoas tenha acesso à saúde, ainda negado a muitos em um país de desigualdades intensas e que atravessa uma crise econômica e política.

Nós primamos muito pela questão de um atendimento humanizado, com qualidade, com dedicação ao paciente. Queremos que seu problema seja resolvido”, destaca.

José Antônio Rosso

Médico e Proprietário da Allmedici

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Saúde

Correções a favor

Procedimentos cirúrgicos pioneiros garantem mais saúde para os pacientes e satisfação em poder enxergar melhor

DOS OLHOS

oftalmologista dr. Thiago, os médicos realizam aproximadamente 100 procedimentos cirúrgicos por mês para correção visual. “O procedimento é muito seguro e realizamos exames pré-operatórios dos mais avançados, como a tomografia de córnea com o equipamento Pentacam HR, e somente indicamos o procedimento se o resultado esperado ao paciente for muito bom”, detalha o oftalmologista. Ele explica que o procedimento é realizado apenas com anestesia local (colírios) e dura em média menos de 10 minutos para realização dos dois olhos.”O paciente tem a possibilidade de ficar livre do uso de óculos e lentes de contato na grande maioria dos casos”, explica o oftalmologista.

FOTO: OFTALMOCLÍNICA /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Estar em dia com a saúde dos olhos e poder, além disso, ter benefícios para ter uma visão mais saudável é sonho de milhares de brasileiros que sofrem de algum problema relacionado. Deixar de usar óculos e lentes de contato é um dos maiores desejos de quem precisa fazer o uso destes meios para poder conseguir enxergar com nitidez. Em Tubarão, no Sul do Estado, é possível, através de procedimento cirúrgico, realizar esta correção. Pioneira na região Sul de Santa Catarina, a Oftalmoclínica realiza a correção refrativa a laser para miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Aos cuidados dos médicos oftalmologitas Celso Borges e Thiago de Azevedo Borges, a correção é realizada. Segundo o

Dr. Thiago comenta que após o procedimento, os pacientes sempre perguntam: o grau volta? “Na verdade não, o que acontece é que o laser corrige o grau que você tem hoje, mas não há como prever se você desenvolverá grau no futuro. Se vier a voltar a utilizar óculos no futuro é por ter desenvolvido um novo grau refracional. Mas não por ter ‘voltado’ o que o paciente tinha antes. Além disso, a chance de desenvolver grau com o mesmo estabilizado após os 21 anos é muito remota”, descreve o médico oftalmologista. A correção refrativa a laser personalizada, segundo dr. Thiago, possui um grande diferencial no resultado final do paciente, dando uma qualidade visual superior à correção convencional. “A grande vantagem de fazer o procedimento em nossa clínica é de o paciente estar em sua própria região, sendo que com qualquer intercorrência, embora rara, o paciente pode ser prontamente atendido. Além de não precisar se deslocar várias horas até outro centro onde, muitas vezes, o profissional que irá realizar o procedimento nem conhece o histórico do paciente”, analisa o médico.

O equipamento O Laser Visx Star S4 IR utilizado na Oftalmoclínica é o equipamento mais utilizado nos EUA para este tipo de procedimento, sendo o único aprovado para correção de astronautas da Nasa e da Força Aérea Americana. 42


Ceratocone: diagnóstico precoce é fundamental Outra situação que envolve a correção para a visão é o ceratocone. A doença afeta o formato e a espessura da córnea, provocando a percepção de imagens distorcidas. A evolução do ceratocone é quase sempre progressiva com o aumento do astigmatismo e miopia e acentuada baixa de visão. O diagnóstico definitivo desta patologia é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos. Segundo dr. Thiago, muitos pacientes nem sabem que possuem ceratocone. “Muitas vezes por realizarem exames de óculos com profissionais não oftalmologistas, ficam vários anos apenas trocando de óculos e perdendo progressivamente sua visão, e é uma doença que pode levar à cegueira”, informa o médico. Pioneiros no Sul em diagnóstico e tratamento da doença, dr. Thiago diz que os principais fatores envolvidos na patologia são o fator genético e alergias (coçar os olhos). “Há uma verdadeira ‘epidemia’ mundial em ceratocone, pois as pessoas estão desenvolvendo cada vez mais alergias por fatores genéticos e alimentares, coçando exageradamente os olhos”, explica dr. Thiago. Para o oftalmologista, o tratamento padrão ouro hoje é o implante de anel corneano intra-estromal. “Realizamos tal procedimento em nossa clínica, sendo um procedimento muito seguro, realizado com anestesia local (apenas colírios). Tal procedimento melhora a qualidade visual do paciente, diminui o grau de seus óculos e impede em 95% dos casos a evolução para transplante de córnea, que apresenta ainda inúmeras complicações”, explica o oftalmologista. Os principais cuidados no pós-operatório são o ato de não coçar os olhos e revisões periódicas com o médico oftalmologista.

Pensando em oferecer sempre o melhor a seus pacientes, a Oftalmoclínica adquiriu o equipamento Centurion Vision System, atualmente o mais moderno do mundo para remoção de catarata. “Fomos um dos primeiros serviços de Oftalmologia de Santa Catarina a adquirir esta tecnologia”, relata dr. Celso. O procedimento é realizado em alguns minutos, apenas com a aplicação de colírio anestésico (anestesia tópica). Isso possibilita ao paciente após o procedimento cirúrgico, além da recuperação visual, ficar livre do uso de óculos, na maioria dos casos.

FOTO: OFTALMOCLÍNICA /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Normal

Cirurgia de catarata

Ceratocone 43


Artigo Especial

DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA:

por que manter as ações de prevenção o ano inteiro? A dengue tem sido um dos grandes problemas de saúde pública no mundo, com pelo menos 100 milhões de casos a cada ano. No Brasil, epidemias ocorrem desde a década de 80. Recentemente, o mesmo mosquito tem atuado na transmissão de doenças como a febre de chikungunya e a febre do zika vírus. A primeira deriva de uma palavra do dialeto Makonde e significa “aquele que se dobra”, em virtude das intensas dores articulares que causa. A segunda, inicialmente tida como uma doença de curso benigno, tem gerado consequências graves, como o nascimento de crianças com malformação do sistema nervoso, bem como casos de síndromes neurológicas em adultos que contraem a infecção. Em virtude disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Santa Catarina foi um dos últimos estados a enfrentar epidemias de dengue. A primeira epidemia ocorreu em 2015, com mais de 3.000 casos. Em 2016, até o mês de agosto, foram detectados quase 4.000 casos, sendo que dos 26 municípios com transmissão, oito se encontravam em nível epidêmico, representando um incremento de 18% no número de casos de dengue autóctones confirmados. Além disso, naquele ano passam a ser registrados os primeiros casos autóctones de febre de chikungunya e febre do zika vírus no estado. Dessa forma, tendo em vista o cenário atual, a situação é de alerta. Em 2016, 131 municípios detecta-

ram a presença do Aedes aegypti, sendo que 50 foram considerados infestados (manutenção e disseminação de focos), o que leva a um risco maior de transmissão de qualquer uma das doenças mencionadas acima. O ciclo de desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti leva em média sete dias, passando pelas fases de ovo, larva, pupa e alado. O mosquito deposita seus ovos em recipientes preferencialmente artificiais, que contenham presença de água ou que possam acumular água. Esses ovos podem sobreviver por até 18 meses no ambiente, resistindo a períodos com baixas temperaturas e secos, à espera das condições ideais para proliferação. Apesar da redução nos meses de frio, o mosquito pode se reproduzir ao longo de todo o ano. Assim, é preciso manter a atenção contínua também nos meses que antecedem o período de calor, para evitar potenciais criadouros para o Aedes aegypti. Todos os recipientes que possam acumular água devem ser eliminados, e aqueles que não podem ser eliminados devem ser limpos semanalmente ou então vedados, para evitar que o mosquito deposite seus ovos nesses locais. É preciso que a população esteja atenta a qualquer local que possa se tornar um criador, retirando do ambiente aqueles propícios à reprodução do mosquito. Eliminar os criadouros ainda é a melhor ação a ser executada para combater a proliferação deste vetor e evitar epidemias dessas doenças no Estado.

JOÃO AUGUSTO BRANCHER FUCK

Coordenador do Programa de Dengue estadual

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MATERNIDADE

na era “somos diferentes” A mudança das mulheres com relação aos seus corpos, criação dos filhos e maneira de lidar com o desejo de não ser mãe ou encarar a maternidade solo

Daiane Fernandes Substantivo feminino, no dicionário a palavra “maternidade” significa: estado, qualidade de mãe; laço de parentesco que une mãe ao filho. Mas, longe de estar relacionada apenas ao significado, a maternidade, e tudo o que envolve este assunto, é rodeado de mistério, escolhas, decisões e também de julgamentos alheios. Isso porque, em pleno século 21, o assunto ainda é tabu. São tantas questões: ter mais de um filho ou apenas um? Encarar a maternidade sozinha, ou não ter filhos? Optar por ter um parto em casa, ou por uma cesariana? São tantos os porquês que as mulheres (mães ou não) estão no olho do furacão. E o assunto se estende quando se fala em criação dos filhos. O modelo de casal com filhos deixou de ser dominante. Pela primeira vez, o censo demográfico captou essa virada, mostrando que os outros tipos de arranjos familiares estão em 50,1% dos lares. Hoje, os casais sem filhos, as mães que criam filhos sozinhas, casais gays e outros modelos ganharam a maioria. No último censo, os novos lares somaram 28,647 milhões.

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Especial


Mulher multitarefas e as formas de conciliar papéis E se a escolha de ter filhos ou não, de ser mãe solo ou não, por exemplo, já não é das mais fáceis de ser enxergada pela sociedade, imagina aos olhos de quem vê uma mulher multitarefas. Verdade seja dita, a sociedade não está preparada para mulheres-multitarefa e, talvez nem as próprias protagonistas dessa história. Michele Wanderlind, tubaronense, é mãe de três filhos - dois meninos gêmeos, de seis anos, e uma menina de cinco anos. Além disso, é arquiteta de formação e doula de coração e vocação. “Sou dona de casa. Sou filha. Sou irmã. Sou esposa. Sou amiga. Sou mulher. Sou humana”, revela Michele.

Michele conta que ao longo dos anos de maternagem, de relacionamento com outras mulheres e mães, ela observa e avalia o quanto o título de mãe pode aprisionar ou libertar. “Somos aceitas como ‘boas mães’ quando atendemos aos desejos dos outros, às expectativas dos outros. Se aceitamos uma cesariana, se damos leite artificial, se perdemos o peso da gestação em 30 dias, se postamos somente fotos cheias de amor nas redes sociais, se trabalhamos meio período, se a casa permanece intacta, se os companheiros continuam satisfeitos doméstica e sexualmente”, opina Michele. Para ela, poucos perguntam se a mulher está feliz com suas escolhas.

FOTOS: CATHERINE OLIVEIRA /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Empoderamento é a peça-chave Mesmo diante do cenário que aprisiona, segundo Michele, a maternidade pode ser um elemento de libertação. “Mulheres-mães podem viver a gestação e o puerpério de forma intimista, conectada, poderosa. Mulheres-mães podem buscar conhecimento e autoconhecimento”, destaca Michele. Para ela, o empoderamento consiste em a mulher assumir as rédeas de sua história. “Continuo tendo amigas e adorando passar um tempo com elas, sem filhos, sem falar da maternidade, falando somente de nós, enquanto indivíduos. Continuo desejando viver satisfeita e feliz, com filhos. E continuo lutando por isso, com filhos e pelos filhos. Não existe fórmula mágica. Não existe varinha de condão”, reflete a doula. 46


Parto: escolhas, necessidades e leis

Benefícios do parto normal

Dúvidas. São tantas as dúvidas que vem à cabeça de uma mulher diante do resultado positivo de uma exame de gravidez. A saúde, o emocional, o pré-natal, os exames, o enxoval, a preparação da casa e o nascimento. Em algum momento da gestação a mulher se depara com a pergunta: “vai ser parto normal ou cesárea?”. Decidir a via de nascimento é um direito da mulher. De acordo com a enfermeira obstétrica de Criciúma, Gabriela Valerim, grandes pesquisadores da área apontam que, após uma escuta ativa, acolhimento e boas informações, são poucas mulheres que decidem pela cesárea. Essa informação de qualidade passa pelos benefícios físicos e emocionais para mãe e bebê no parto normal, indicações reais da cesárea, leis que garantem o atendimento com qualidade e a protegem da violência obstétrica.

Liberação de hormônios importantes para o desenvolvimento físico e emocional (principalmente a ocitocina – hormônio do amor)   Bebê nasce quando está pronto para respirar e sobreviver fora da barriga da mãe, uma vez que só se tem certeza que ele está pronto quando o trabalho de parto inicia naturalmente   Vivenciar as contrações e a passagem pelo canal vaginal é importante para o amadurecimento do sistema respiratório do bebê, além de que, na passagem pela vagina, ele entra em contato com a flora bacteriana da mãe, fortalecendo a imunidade   O contato pele a pele e a amamentação logo após o nascimento.

Indicações para cesárea Prolapso de cordão – quando o cordão umbilical desce antes da cabeça do bebê; Descolamento prematuro da placenta, placenta prévia parcial ou total – quando a placenta implanta-se no orifício do colo uterino; Apresentação transversa durante o trabalho de parto – quando o bebê fica na posição “deitado” dentro da barriga; Ruptura de vasa praevia – uma alteração da implantação dos vasos na placenta e membrana amniótica e herpes genital com lesão ativa no momento do trabalho de parto. 47


Especial

Leis dão garantia de outros direitos, o de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do partograma, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante durante o pré-natal”, explica Gabriela, que em 2015 teve seu primeiro filho, João, após um parto em casa. Gabriela destaca que antes de decidir como trazer seu filho ao mundo a gestante precisar ler sobre os benefícios do parto, sobre a tão falada e temida dor, sobre a cesárea. “Participe de grupos de apoio, ouça outras mulheres que vivenciaram o parto normal. Dê um Google e leia na íntegra as leis que garantem os direitos da mulher durante a gestação e o parto, e exija que eles sejam respeitados. É um momento tão único. Você é a protagonista!”, diz a enfermeira.

Independentemente da escolha de que parto a mãe preconizará, leis estabelecidas e aprovadas são de conhecimento indispensável das gestantes e familiares. Entre elas, Gabriela cita a lei federal que dá o direito de ter um acompanhante de escolha da gestante durante todo o trabalho de parto, parto e pós-parto (lei nº 11.108/2005), por exemplo. Além disso, em Santa Catarina, há também a lei estadual que garante a presença da doula de escolha da mulher (lei nº 16.869/2016) e a recente lei sancionada no Estado que dispõe sobre a implantação de medidas de informação e proteção à gestante contra a violência obstétrica (lei nº 17.097/2017). “Ainda tem-se a Resolução Normativa nº 368/2015 e nº398/2016, da agência que regulamenta os planos de saúde, que garante, além

Mãe solo e novos modelos familiares O Brasil tem 67 milhões de mães, segundo pesquisa do Instituto Data Popular. Dessas, 31% são mães solo. De acordo com o estudo, as mães do século 21 são menos conservadoras e mais interessadas em tecnologia do que as do século 20. Entre as mães do século passado, 75% acreditavam que uma pessoa só pode ser feliz se constituir família. O percentual de verdade dessa premissa cai para 66% para as mães da nova geração. A fisioterapeuta Luana de Souza Isidoro de 31 anos, mãe do Arthur de 1 ano e 7 meses, faz parte desse grupo. Com o casamento abalado, ela optou, ainda gestante, em ser mãe solo. “Eu estava sofrendo, minha saúde física e emocional já davam indícios de que eu precisava tomar uma atitude, foi então que me separei”, lembra Luana. A escolha foi aos poucos amadurecida. Porém, a questão de ser mãe solo, para Luana, nada interfere. “Nesses primeiros dois anos resolvi me dedicar mais ao Arthur. Somos muito apegados”, diz Luana. Ela conta que sua rotina é amparada por uma rede de apoio. “Eu saio para ir trabalhar já pensando em retornar para ficar com ele. Como moro com meus pais fica tudo mais fácil. Quando ele acorda toma café com os avós. A diversão dele é garantida com a prima e os avós. Quando chego ele já está me esperando ansioso para mamar, amamento e ele adormece o soninho da tarde. Quando acorda mama novamente, faz o lanche da tarde e passamos o resto da tarde brincando”, descreve a mãe.

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FOTO: CLICK STUDIO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO


Não queremos filhos, e daí? comigo sobre o conceito de que ter filho é uma questão de escolha. Meu namorado, desde antes do namoro, um já sabia que o outro não queria ter filhos”, releva a jovem. Sobre a decisão, Laura destaca que as reações são diversas. “De uns anos para cá tenho ouvido muitas mulheres dizerem que adorariam ter esta ‘coragem’ e até algumas dizendo que não sabiam que existia esta opção”, fala a empresária. Mariana diz que sobre essa reação as pessoas ficam um pouco chocadas. “Logo já partem para o discurso de que quando meu relógio biológico chamar vou mudar de ideia”, revela a analista. Questionadas se mudarão de ideia, Laura é enfática: não existe a menor possibilidade. Já Mariana diz que não acredita que dormirá e acordará morrendo de vontade de ser mãe. Tanto Laura como Mariana tem animais de estimação e os consideram como parte da família. Laura tem cinco cachorros e Mariana, uma gata.

Laura Macedo, 43 anos, empresária e moradora na Praia do Rosa, em Imbituba, no Sul de Santa Catarina. Mariana Alcântara, 27 anos, analista de comunicação, mora atualmente em Florianópolis. As duas, mesmo sem se conhecerem, partilham da mesma vontade: não desejam ter filhos. “Acho que simplesmente a vontade não veio e respeitei isso”, diz Laura. Já para Mariana, a vontade de não ter filhos foi amadurecida. “Quando era mais nova acreditava que, por ter nascido mulher, não teria muita escolha. Mas, conforme fui crescendo, vi que podia fazer minhas escolhas”, fala a analista. Sobre a reação da família, Laura conta que este assunto nunca foi problema. “Todos respeitam e concordam”, fala Laura e completa que seu marido partilha de sua decisão. Mariana diz que a mãe ainda sonhava com netos. “Mas hoje ela apoia minha decisão e concorda

Quebrando tabus e preconceitos Mãe de três crianças, artista, ativista, feminista e autora da plataforma digial “Mamatraca” (www.mamatraca.com.br), Anne Rammi mora em São Paulo. Para ela, a maternidade hoje é rodeada de questões a serem discutidas. “Maternidade compulsória, direitos reprodutivos, violência obstétrica, problemas com amamentação e outros. Todos os problemas que hoje nos impedem de viver a maternidade de uma forma plena”, descreve Anne. Para Anne, sua escolha tem sido em ampliar a reflexão coletiva sobre o machismo, o racismo, o patriarcado, o capitalismo. “Ainda guardamos os resquícios disso. Hoje é de suma importância que mulheres mães ocupem esse lugar, de fazer e pensar sua existência política. Assim, os novos conceitos para a criação de filhos mudam como uma consequência: mães lúcidas sobre o contexto passam a fazer escolhas mais coerentes com a emancipação de si mesmas e dos filhos”, encerra Anne. 49


Artigo

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Desde a Idade Média a condição feminina tem sido enfatizada colocando a mulher como procriadora de vidas. Em outros termos, reduziam a mulher a um ser biológico que carrega em sua essência a responsabilidade de gerar outro ser semelhante a si, dando continuidade à vida humana. Darwin seguiu essa mesma linha em seus estudos evolucionistas, caracterizando o ser feminino como especialmente equipado para a criação de filhos, devendo ser a maternidade a principal função social da mulher. A grande exceção em relação ao tema parece ter sido a do filósofo Platão, que na Grécia Clássica, em defesa daquilo que julgava o bem maior - a própria “polis” sugeriu romper com os rígidos lugares definidos para homens e mulheres. Defendeu a ideia de que homens e mulheres seriam diferentes, porém, complementares em termos de condição, habilidades e possibilidades para contribuírem para a evolução da grei (coletividade). Atualmente a complexidade da vida contemporânea implica na ampliação do papel feminino e alcança as demais dimensões da vida humana associada. A mulher pode transitar como protagonista na política, na economia, na cultura, enfim, em todos os espaços. Assim, agora mais que em qualquer época passada, a experiência pessoal de PARIR deve se revestir de atenção no mais alto grau, transcendendo os aspectos físicos de modo a garantir conforto e segurança à mãe e à criança. Entretanto, lamentavelmente a violência institucional na atenção obstétrica, explícita ou velada, ainda é uma realidade tão preocupante que levou a Organização Mundial da Saúde a lançar, em 2015, uma declaração sobre prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde. No Brasil, pesquisa da Fundação Perseu Abramo identificou que uma em quatro mulheres sofreu algum tipo de violência durante o parto. Reagindo à situação, em novembro de 2016 foi lançado o Observatório da Violência Obstétrica no Brasil, com o propósito de discutir, dialogar e articular junto à sociedade civil e o Sistema Único de Saúde a qualidade da assistência prestada às mulheres em seus processos de gestação, parto e abortamento. Aqui em Santa Catarina, em 13 de dezembro último comemoramos a aprovação, na Assembleia Legislativa, por unanimidade, do Projeto de Lei 04892.9/2013, que obriga a implantação de medidas de informação e proteção à gestante e parturiente, com o objetivo de conscientizar as gestantes quanto aos seus direitos, bem como os do bebê. E no dia 22 de janeiro deste ano esse instrumento legal foi sancionado e publicado no Diário Oficial de Santa Catarina, como Lei 17.097. A lei, bem detalhada, cita como violência, por exemplo, tratar a mulher de forma grosseira ou zombeteira; recriminar a parturiente por gritar, chorar ou ter dúvidas; fazer a gestante acreditar que precisa de uma cesariana quando não é necessário; impedir que seja acompanhada por alguém de sua preferência durante o trabalho de parto; submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessários e humilhantes; deixar de aplicar anestesia quando requerida e todo um longo rol de abusos que vinham sendo praticados. Acredita-se que medidas como essa alertem as mulheres, pois muitas não se dão conta de que estão sendo vitimas de violência obstétrica, quando num momento tão especial da vida deveriam ser tratadas com o maior zelo e carinho possível. Cabe ainda registrar que Santa Catarina de fato tem se destacado em relação a leis que garantem os direitos das mulheres e das crianças, já foi assim quando da Lei da Acompanhante e das Doulas e agora, certamente, nosso Estado se posiciona como referência para o Brasil. Contudo, ainda há muito a avançar! 50

ANA PAULA LIMA

Enfermeira e Deputada Estadual


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INOVAÇÃO

para o desenvolvimento Em janeiro, o professor Mauri Luiz Heerdt iniciou um novo desafio em sua vida profissional, ao tomar posse como reitor da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Em entrevista à revista Tudo, Mauri fala em promover uma gestão mais conectada com a comunidade, aponta que inovação e ampliação do acesso à universidade são prioridades. O reitor destaca ainda o papel da instituição no desenvolvimento comunitário e comenta os caminhos do ensino no Estado e no País.

FOTO: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA UNISUL /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Litiane Klein

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TUDO - Qual a base da gestão que o sr. vem implantando à frente da Unisul? MAURI - A nossa gestão tem como base ampliar a missão social e comunitária da Unisul por meio da inovação, ou seja, a inovação é a forma de sermos uma universidade efetivamente comunitária. Isto significa que a Unisul precisa se reinventar a partir das figurações históricas e do momento atual que vive, tendo como missão ou desafio o de ser inovadora e também gerar inovação nas regiões onde atua. TUDO - O sr. falou sobre a questão da inovação ser uma prioridade. Quais são as ferramentas e maneiras de promover essa inovação? MAURI - Esta missão pressupõe que temos que ser inovadores no ensino, na pesquisa, na extensão e na gestão. No ensino, precisamos inovar nas estratégias de ensino-aprendizagem, nos currículos e nos ambientes de aprendizagem. Na pesquisa, precisamos inovar para tornar os conhecimentos gerados pertinentes e relevantes para as comunidades onde atuamos, evitando assim uma produção acadêmica descontextualizada. Na extensão, precisamos inovar nas relações e no conhecimento aplicado em nossos entornos, seja por meio da transferência de tecnologia, na geração de novos empreendimentos, na prestação de serviços, etc. Na gestão, precisamos nos adequar ao momento histórico da Unisul e do Brasil, inovando nos nossos métodos organizacionais e nos processos pelos quais contribuímos para o desenvolvimento das regiões onde atuamos. O desafio é fazer mais com menos. TUDO - A busca pela inovação já se tornou mantra no setor empresarial, como fator de competitividade. No setor educacional, o que é inovação? O que é preciso e por que é necessário inovar na educação? MAURI - Assim como as empresas, também as universidades precisam inovar. Caso contrário, não conseguirão cumprir seu papel na sociedade e manter-se sustentáveis no longo prazo. Isto significa que a universidade precisa adaptar-se às novas condições impostas pela sociedade do conhecimento, repensar seus papéis e posições, tornando-se mais inovadora e empreendedora nos processos de ensino/aprendizagem, na pesquisa e nas relações com o seu entorno. Isto será possível apenas com uma estrutura organizacional e processos céleres e dinâmicos, con-

tinuamente revistos e adaptados às novas realidades. Inovar na educação significa ampliar as contribuições para o desenvolvimento regional, e ao mesmo tempo garantir a sustentabilidade institucional. TUDO - O sr. acredita que as universidades devem ser geradoras de inovação e conhecimento para a sociedade e setores da economia? De que forma a Unisul se coloca neste papel? MAURI - Embora num primeiro olhar possa parecer que a inovação esteja mais atrelada à economia, é fundamental que se entenda que a inovação pode trazer benefícios tanto para a economia quanto para a sociedade de uma forma geral. Não se trata da simples transformação de conhecimento em valor econômico, mas sim da aplicação do conhecimento para gerar soluções para problemas concretos na sociedade, exemplificadas por meio de melhorias no sistema educacional, no sistema de trânsito, no sistema de saúde, na infraestrutura das cidades, etc. Assim, a universidade tem um papel determinante no processo de desenvolvimento das regiões onde atua, pois além da formação das pessoas que atuam nas mais variadas esferas, tem como prerrogativa a de gerar o conhecimento necessário para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que ali vivem. TUDO - Podemos esperar, nos próximos anos, que a Unisul se foque mais nos programas comunitários? Há planos de expansão neste sentido? MAURI - O acesso à universidade sempre será uma preocupação nossa. Pretendemos que o acesso se dê para além da graduação, como, por exemplo, na formação de lideranças comunitárias, no acesso aos nossos projetos e programas de extensão, na participação de pesquisas aplicadas. Sempre haveremos de equilibrar acesso e sustentabilidade. TUDO - Acredita que a região pode se desenvolver mais no setor educacional? MAURI - Atualmente, a região de Tubarão conta com uma excelente rede de ensino público, privado e comunitário. Inclusive, Tubarão, por conta da Unisul é reconhecida como uma cidade universitária. Contudo, assim como no restante do país, permanece o desafio de dar a todos os indivíduos as mesmas oportunidades de acesso ao ensino superior.

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Para tanto, todos precisam dos mesmos níveis de qualificação no ensino básico e acesso à universidade ou outras instituições de ensino superior. Mas não basta somente quantidade, precisa ter qualidade em todos os níveis e modalidades de ensino, e estar a serviço de um projeto de desenvolvimento regional.

nais de ensino-aprendizagem. Necessitamos nos valer da tecnologia educacional para dar suporte a metodologias ativas de ensino-aprendizagem (inovação pedagógica), investir em ambientes de aprendizagem diferenciados e na modelagem de currículos mais adequados às novas expectativas dos nossos estudantes.

TUDO - Em relação à pesquisa, área com a qual o sr. teve uma relação forte, o investimento neste segmento pode se expandir nos próximos anos?

TUDO - Quais os principais desafios que a universidade enfrenta hoje? MAURI - A Unisul é uma Universidade Comunitária e, como tal, tem o permanente desafio de ser uma instituição inovadora que lidere e participe dos ecossistemas de inovação nas regiões de inserção. Esse é o caminho adequado para a perenidade institucional e a promoção do desenvolvimento humano, cultural, econômico e social dos espaços em que vivemos. Isso pressupõe densidade e profundidade na compreensão dos desafios, coragem para tomar as atitudes necessárias, relação de transparência e compromisso com o bem da instituição, das pessoas e da sociedade.

MAURI - A pesquisa, por via de regra, é algo com um custo bastante elevado. Atualmente a Unisul investe um percentual do seu orçamento na estruturação e manutenção de grupos de pesquisa, na alocação de pesquisadores e nos programas de iniciação científica. Além desse investimento interno, a Unisul já fez um esforço expressivo para ampliar suas relações com as empresas e com os governos no sentido de ampliar a captação de recursos para pesquisa, materializado por meio de sua Agência de Inovação e Empreendedorismo (AGETEC). Para os próximos anos, pretende-se ampliar a quantidade e a qualidade dos projetos de pesquisa no sentido de expandir também a captação de recursos externos para a execução de pesquisa.

TUDO - Quais os caminhos que o sr. vê para superar os desafios? MAURI - Os desafios apresentados serão superados por meio de uma visão muito realista e aguçada e exigirão um eficiente sistema de gerenciamento que conecte as pessoas, os processos, as estruturas, os projetos, enfim, que conecte a universidade e a sociedade. As boas práticas de governança pressupõem estruturas otimizadas, céleres, desconcentradas, descentralizadas, com definição precisa na competência da gestão em sua globalidade. Somente com atitudes fortes e coerentes conseguiremos soluções criativas e inovadoras em todas as áreas e por todas as pessoas, para todos os campi, unidades e polos.

TUDO - O que o sr. percebe como tendências que devem apontar caminhos para o desenvolvimento do setor educacional nos próximos anos? MAURI - A educação caminha para abordagens mais integradas entre ensino, pesquisa e extensão, especialmente em relação às práticas metodológicas de docentes e estudantes, o protagonismo dos estudantes no processo de aprendizagem, a intensificação da relação teoria/prática, a diversificação de ambientes (presenciais e virtuais), o desenvolvimento de atividades colaborativas e a conexão entre campos de saber e áreas de atuação. O desenvolvimento de uma educação inovadora passa por estas características.

TUDO - O sr. acredita que o país hoje estimula o ensino superior? O que pode melhorar? MAURI - Foi realizado um esforço significativo nos últimos anos pelo governo federal para ampliar o número de vagas nas instituições de ensino superior. No entanto, não foi realizado um esforço equivalente para ampliar a qualidade da educação básica. O Brasil é reconhecido internacionalmente pelo sistema de pós-graduação stricto sensu, mas os indicadores da educação básica, que representa o fundamento, estão aquém do necessário. Por isso, numa visão sistêmica, é urgente a qualificação da educação básica, o que impactaria também significativamente na educação superior.

TUDO - A tecnologia, cada vez mais disseminada, influencia a educação? De que formas? MAURI - Talvez a principal mudança que a tecnologia tem trazido para a educação seja a do perfil do estudante universitário. Se antes tínhamos estudantes alheios à tecnologia, principalmente à tecnologia da informação, e que esta muitas vezes era apresentada aos estudantes na própria universidade, hoje os estudantes a trazem desde o berço. Assim, já não bastam as metodologias tradicio-

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Ambientes

FOTO: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Ambiente foi modificado para nova etapa na vida de um casal, que deixava uma casa grande em troca de um apartamento mais central

Afeto e memórias para

UM NOVO LAR Trazer um ambiente que pudesse comportar todas as memórias e o afeto trazidos na bagagem da antiga casa para o novo apartamento. Esse foi o projeto de reforma desafiador para o escritório da arquiteta Tatiana Mussi. No papel, os arquitetos, Tatiana Mussi, Mateus Michels e Carolina Eyng colocaram em prática as metas de um casal que estava se mudando de uma casa muito grande, com jardim, para um apartamento mais central, na região de Criciúma, região Sul do Estado, em uma nova etapa de vida. De acordo com Tatiana, por todos os lados, móveis de família preenchem os ambientes e se misturam a objetos

novos e antigos, sempre cheios de personalidade e conforto. “O ambiente traz um mix elegante de materiais e cores, o clima é totalmente afetuoso e pessoal, mostrando o jeito de viver dos moradores”, detalha a arquiteta. Num misto de móveis rústicos e arrojados, o apartamento traz as lembranças do casal. Os espaços, planejados para o bem-estar, demonstraram isso. O projeto foi elaborado e executado com todo cuidado para que o casal não perdesse sua essência e seguisse com suas memórias vindas da casa que deixaram e do lar que passaram a construir a partir dali. 55


Cozinha

FOTOS: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A cozinha foi totalmente integrada à sala de jantar, à churrasqueira e ao living. Esta integração tornou o espaço mais amplo e iluminado, perfeito para receber de um jeito descontraído os amigos e família do casal. Ao fundo, parede de giz preta e geladeira retro dão toque de modernidade e peças clássicas, além do painel divisória em madeira, que funciona como um biombo no ambiente. A mesa de jantar vem com um diferencial: faz parte do acervo da família. “O fogão à lenha traz um pouco da história da antiga casa da família”, destaca a arquiteta.

Integração de ambientes O espaço planejado e feito pela equipe de Tatiana remete às memórias que este casal quer traduzir em sua casa. Numa integração de ambientes, com a reforma surge a ligação entre cozinha, churrasqueira e fogão à lenha. Todo essa movimentação e funcionabilidade dos espaços traz a união para formar um local aconchegante, somado à harmonia das peças que compõem este ambiente único do apartamento. 56


Ambientes

Funcionabilidade Ainda pensando no bem-estar do casal e na beleza de peças que trazem sofisticação ao apartamento, de acordo com a arquiteta Tatiana Mussi, a cozinha ganhou laca azul marinho, cheia de charme, que divide os ambientes. Na bancada, além de ter a pia à disposição, o casal possui espaço para disponibilizar um lanche rápido e ainda, poder desfrutar de um local para acoplar pequenos vasos que possam ser utilizados como uma pequena horta interna. 57


Afetividade

FOTOS: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Com cara de “casa da vovó’” o armário de louças traz um detalhe do projeto cheio de afeto e carinho, como era o desejo do casal morador deste apartamento. “O desejo dos moradores era que o novo lar fosse uma extensão do que já haviam vivenciado na casa onde moravam. Por isso, preservamos peças que trouxessem este apelo”, analisa a arquiteta.

Cores dão vida Como o casal desejava trazer da casa onde moravam suas memórias e lembranças, sem deixar de lado os itens mais modernos, os arquitetos envolvidos nesta mudança prezaram por manter peças mais antigas. Entre a sala de jantar e a cozinha, ao fundo se percebe a parede de giz preta contrastando com a geladeira retrô. Um painel divisória em madeira funciona como um biombo no ambiente e deixa o espaço ainda mais amplo e elegante. E para deixar a história do casal ainda mais viva no ambiente, a mesa de jantar, acervo da família, ganhou um local de destaque.

Espaço e aconchego Em local estratégico, o fogão à lenha traz um pouco da história da antiga casa da família. Conforme a arquiteta, a parede revestida de ladrilho hidráulico azul marinho dá um toque especial a este espaço. Abusando de peças antigas e imagens que tragam o dia a dia desta família, o cantinho do novo lar é puro charme, sem deixar de lado o prazer de estar em meio às tendências de decoração sofisticadas.

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FOTOS: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Destaque para os detalhes Assim como os demais cômodos da casa, o ambiente de estar também foi pensado com carinho pelos arquitetos envolvidos neste projeto. A estante em laca cinza, com revestimento boiserie tornam este ambiente mais acolhedor e cheio de charme. A arquiteta dá destaque para a arandela dourada. O living é aconchego não só para o casal, mas para quem estiver com a família no local. Com espaço amplo e muito conforto, a iluminação indireta através de abajures e pendentes no teto são diferencial nos detalhes de que o ambiente é composto.

Espaço para receber Pensando também em seus convidados, o casal pediu um quarto de hóspedes. No estilo provençal, o quatro é uma composição com um elegante papel de parede xadrez, que acompanha as cores que foram utilizadas ao longo dos cômodos do apartamento. Simplicidade é o que busca a decoração do quarto, para que o casal receba pessoas queridas.

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Recriando emoções Como o casal primava por manter peças de sua antiga casa, os arquitetos levaram à risca este desejo. Na suíte do casal foram utilizados móveis já existentes que deixaram vazão para que fossem recriadas as emoções que agora seriam vividas no novo lar. O espaço foi integrado com o closet e banho, tornando assim mais amplo e arejado. Destaque para o lustre em ferro e cristal no centro da cama. A cor cinza ajuda a neutralizar o uso da madeira.

Delicadeza Ainda segundo a equipe de arquitetos, o banho do casal traz mais praticidade e limpeza. Um espaço mais clean, com menos detalhes, que transforma o espaço funcional, sem deixar de lado a simplicidade e amplitude que era o desejado.

FOTOS: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

O banho social, em laca cinza, prima pela sofisticação. Com puxadores de porcelana, se reflete toda a atmosfera delicada deste apartamento. Destaque para as luminárias tocheiro, que trazem ainda mais naturalidade para o ambiente que compõe o cômodo do apartamento.

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Ambientes

FOTOS: TATIANA MUSSI /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Os profissionais

Toque especial No closet, a parte central chama a atenção. Com sutileza e um olhar além, os arquitetos conseguiram criar um espaço especial. Na parte central, um móvel de apoio deu charme para que pudesse ser o local ideal para receber os acessórios e maquiagens da moradora.

Estilo Com peças que carregam, assim como as demais, as memórias desta família, o pequeno banheiro de serviço herdou móveis da antiga residência do casal, ficando um cantinho cheio de estilo, pensando para deixar o ambiente como almejado, sem deixar de lado todos os itens que fazem deste projeto um novo lar. 61

A arquiteta Tatiana Mussi (centro) é formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente se dedica a projetos de arquitetura comercial e corporativa. Possui ampla experiência na concepção e execução de soluções integradas para criação, reformulação e expansão de lojas, projetando e executando instalações voltadas ao varejo e aos negócios. O arquiteto Mateus Michels, formado em 2015, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), iniciou seu estágio no escritório Tatiana Mussi Arquitetura e Interiores em 2010 e, hoje atua como arquiteto. Já participou de inúmeros projetos arquitetônicos, de interiores, design e mostras de decoração junto ao escritório. Já a arquiteta Carolina Eyng é formada em 2015 pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Atua na área de decoração de interiores há mais de cinco anos no escritório e participa na elaboração de projetos de arquitetura, arquitetura de interiores e decoração de ambientes.


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FOTOS: DAVI NASCIMENTO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Ambientes

Imponência e elegância com ambientes para

O CONFORTO

Inspiração de projeto traz cômodos que não perdem a elegância, em espaços que buscam o maior conforto para a família

concepção do nosso trabalho. Com o conceito em busca de um projeto mais arrojado, alguns ambientes como o living integrado com a sala de jantar e o lavabo se destacaram”, diz a arquiteta. O pé direito duplo em ambos os ambientes deu muita elegância. O uso de materiais nobres e detalhes personalizados marcaram a concepção deste projeto, idealizado como uma casa muito agradável e receptiva. Ela foi desenvolvida com ambientes amplos e confortáveis.

Os principais pontos que inspiraram e serviram de base para a concepção do projeto situado em Tubarão, no Sul do Estado, iniciaram já no projeto arquitetônico. Uma obra idealizada pela arquiteta e urbanista Graziele de Souza conta com a imponência e elegância em toda a sua execução. De acordo com Graziele, os clientes são jovens. O projeto já tinha entre suas principais características a volumetria imponente. “Esse detalhe arquitetônico foi uma das peças-chaves para a 63


FOTOS: DAVI NASCIMENTO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Funcionabilidade e neutralidade A cozinha veio com o conceito da funcionalidade. Com cores neutras, o uso da madeira se destaca. A mesa vem como uma peça-chave e ganha destaque no ambiente. As cadeiras, assinadas pelo renomado designer Jader Almeida, compõem a mesa desenhada especialmente para essa família. Com bancada de ilha, a cozinha se integra com portas amplas que se comunicam com a área externa. Ela traz o formato cozinha/copa, pois atende de forma muito confortável almoços diários e jantas informais.

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Ambientes

Suavidade e apoio para refeição A bancada em quartzo tem tom suave, mantendo a leveza das cores e materiais. Com um móvel de apoio, a cliente tem os acessórios de café sempre à disposição para o uso. Ela está equipada com uma cuba ampla e com os acessórios de apoio na bancada da pia. Composta com eletros modernos em inox, ela possui todos os equipamentos necessários para sua funcionalidade.

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No quarto do bebê, as almofadas foram feitas personalizadas para o pequeno. A mesa de apoio recebeu uma cor especial, destacando a peça e compondo com os tecidos e detalhes escolhidos. “O nosso soldado recebeu um quarto feito com muito carinho e exclusivo para ele”, destaca a arquiteta.

FOTOS: DAVI NASCIMENTO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Exclusividade

Espaço para receber o filho O filho chegou e a sua suíte já estava a sua espera. Com o conceito de quarto menino e não ‘Quarto Bebê’, Graziele diz que desenvolveu uma proposta versátil. Algumas peças que são temporárias serão substituídas assim que o pequeno crescer. O tom azul em destaque ressalta um quarto de menino. O uso do branco com tom de madeira torna o espaço mais aconchegante. Uma cama estilo sofá tem dupla função. A composição dos tecidos trouxe cores e movimento ao quarto. Os tecidos em zig zag, supermodernos, foram detalhes escolhidos a dedo.

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Ambientes

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Ambientes

O espaço encantado A suíte da filha vem com o conceito de um quarto de princesa. De acordo com a arquiteta, o destaque foi para a cor rosa, escolhida a dedo pela menina. Com duas peças versáteis, o rosa vem como cor escolhida, mas com possibilidade de mudança ao longo dos anos. Como uma suíte de princesa, a penteadeira recebe destaque nesse projeto, com detalhes em dourado que destacam peças charmosas. “A cama, já em tamanho casal, acomoda

confortavelmente”, diz Graziele. A cor do mobiliário, em tom bege, foge do tradicional branco e torna o ambiente mais elegante. O veludo vem compondo a cabeceira da cama, bem como o detalhe das portas do armário. Com uma escrivaninha exclusiva, o móvel frontal traz a funcionalidade dessa suíte. A iluminação vem complementar toda a ambientação. Com destaque ao pendente de cristal, que combina com a arandela da penteadeira.

FOTOS: DAVI NASCIMENTO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

O glamour de uma peça simples O lavabo é a peça mais cobiçada. O menor espaço em metro quadrado, mas o mais glamoroso. A luminária foi escolhida a dedo para este espaço. A bancada em mármore Carrara tem a cuba incrustada, com linhas retas. O espelho veneziano aplicado sobre o painel destaca a bancada da pia. Revestido em todo o painel, o papel de parede vem com desenhos geométricos, integrando o luxo do clássico com a leveza do moderno através do branco. A cortina com xale em veludo torna ainda mais requintado este pequeno espaço. 68


FOTOS: DAVI NASCIMENTO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Jantar em destaque Com detalhes em madeira e ambiente aconchegante para receber amigos, a sala de jantar ganha imponência na casa. A elegância é marcada em cada detalhe. A mesa foi feita exclusivamente para a família e dá um toque especial à casa, que contempla uma família que busca o conforto.

A profissional Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina desde 2001, Graziele de Souza está há 15 anos no mercado. Seus projetos seguem uma linha harmônica entre o clássico e o contemporâneo, atendendo clientes de todo o estado de Santa Catarina. Além de interiores, projetos comerciais e arquitetônicos, apresenta em seu currículo a execução de franquias em shoppings centers da região. Seu escritório está localizado na cidade de Tubarão, no sul do Estado. Para esse projeto, especificamente, a empresa responsável pela fabricação dos móveis sob medida foi a Móveis Recife, e a Luz em Foco forneceu as luminárias. 69


Decoração

O ponto principal de um projeto nada mais é que uma boa conversa com o cliente. Este diálogo deve se repetir durante todo processo, sempre com clareza entre as partes. É função do arquiteto entender o que o cliente quer e até mesmo o que ele necessita” HENRY OSCAR DEMATHÉ

FOTO: LOUGANS DUARTE /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Engenheiro Civil Arquiteto e Urbanista

SONHOS REAIS

Elaborar um projeto de decoração e arquitetura é a tarefa de tirar do imaginário a ideia que o cliente tem de uma casa ideal

“Você não pode fazer um projeto lindo e moderno, que não tem nada a ver com a pessoa que vai habitar aquele espaço”, salienta. Nesse sentido, o profissional que vai elaborar o projeto, destaca Henry, precisa ter em mente que o gosto pessoal dele não é predominante na concepção. “O cliente precisa dar o toque pessoal dele, logo os elementos que ele gosta devem ser usados”, pontua. Outro fator é a questão da funcionalidade do projeto. “Muitas vezes o cliente acha algo bonito, mas que não é prático. Então, é dever do profissional mostrar elementos como a praticidade no uso do dia a dia. Por exemplo, um material pode ser maravilhoso, mas de difícil limpeza. Esse aspecto deve ser relatado ao cliente e ele vai escolher se mantém o material no projeto ou não. Nossa função também é informar sobre os elementos usados e indicar alternativas, mas a palavra final é do cliente”, sublinha.

Fazer um projeto de interiores pode parecer ter muito a ver com tendências em decoração e arquitetura, mas na verdade criar um ambiente onde as pessoas se sintam realmente em casa é uma tarefa muito mais árdua. Antes de tudo, um projeto de interiores precisa ter “a cara” do dono do imóvel, já que este precisa literalmente se sentir em casa. Mais do que isso, porém, também é missão do profissional que elabora o projeto pensar em elementos que agreguem funcionalidade e praticidade no dia a dia, além de atender necessidades que muitas vezes o cliente, na empolgação de usar o que lhe parece mais bonito, não vê no momento da elaboração, mas vai se deparar no dia a dia. O engenheiro civil, arquiteto e urbanista Henry Oscar Demathé aponta que os primeiros elementos a serem considerados na concepção de um projeto são a necessidade e o gosto do cliente. 70


Coversando é que a gente se entende Para que todos os aspectos de um projeto sejam considerados, o diálogo é sempre a melhor alternativa. Henry destaca que busca sempre entender o perfil do cliente. “Há pessoas mais ousadas, outras mais tradicionais, que buscam o clássico. Procuro analisar esses pontos para decidir a linha que vamos tomar no projeto. Entender e conhecer o cliente é fundamental. É um processo de muita troca”, relata. Outro aspecto que deve ser tratado com clareza é a questão dos custos do projeto. “Isso deve ser debatido antes, pois é com base em quanto a pessoa pode gastar que o projeto será definido. Se no processo surgiram custos adicionais, o cliente precisa ser consultado, evidentemente”, aponta.

Opções aos clientes garimpar, misturar conceitos, e uso muito as peças que trago de viagens”, conta. A loja trabalha com tapetes, papeis de parede, linhas de tecidos e almofadas. “Grande parte dos produtos são exclusivos. Temos uma parceria muito boa com os arquitetos, que são nossos clientes na loja, e também temos a possibilidade do cliente que está fazendo um projeto conosco escolher produtos da loja, se assim desejar”, destaca.

Pensando em ter um espaço para oferecer mais opções aos clientes, Henry inaugurou em Tubarão, no Sul do Estado, a Orbe, que reúne o atendimento aos clientes para o desenvolvimento de projetos com a oferta de produtos de decoração. A loja fica no andar térreo e o escritório funciona no superior. “A decoração do escritório e da loja foi feita com muito carinho, buscando justamente dar esse toque pessoal. Eu gosto de

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BOM GOSTO nos contrastes

FOTO: GUILHERME SIMON /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Decoração

Cores antagônicas, formatos variados e estilos unidos nos ambientes abrem possibilidades na decoração *as peças foram fotografadas no espaço de decoração Suely Bianco, em Tubarão

e o dourado. Elas podem aparecer em detalhes que fazem toda a diferença na decoração, ou mesmo em peças inteiras. Como é o caso da mesa de seis lugares (foto) que explora o branco com o preto das cadeiras. A peça, em formato quadrado - que também apareceu na decoração do verão - é uma opção para quem quer renovar o ambiente de casa. Aliando o clássico ao moderno, as cadeiras também apresentam uma tendência que tem ganhado muita força: o uso das tachas. Velhas conhecidas na tapeçaria, elas aparecem tanto nas próprias cadeiras como em poltronas e banquetas, e trazem de volta um estilo apurado de decoração.

Decorar um ambiente é um exercício de observação. É preciso estar atento ao clima, às cores e ao próprio lugar para, a partir disso, encontrar a harmonia visual. Embora existam tendências que margeiam a decoração, acompanhando a moda, o toque pessoal e o gosto de cada um é o que determina a alegria de se viver em um ambiente. Foi-se o tempo em que a decoração, assim como a moda, exigia padrões de combinações. Hoje, os contrastes e misturas de cores e estilos são tendência na decoração de casas, apartamentos e ambientes internos em geral, com a utilização de cores antagônicas, como o preto e o branco, o prata

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O toque especial no acabamento dos tecidos dado pelas famosas tachinhas também pode ser aplicado a outros objetos para decorar o interior do ambiente. Pufes, uma cômoda antiga e criados-mudos podem ser revestidos e acabam ganhando muito mais destaque.

Clássico e moderno A junção entre elementos clássicos e mais tradicionais de decoração com estilos modernos está em evidência e é uma ótima alternativa para quem preza por um ambiente charmoso. No aparador, a intenção foi justamente a de misturar os elementos, em decoração voltada para a sala de estar. Moderno com suas linhas retas, abriga objetos antigos e com detalhes marcantes, evidenciando o contraste entre eles. Destaque também para o dourado, cor que tem se mantido em alta. Os espelhos clássicos também dão um toque todo especial na composição do ambiente. Junto com espelhos antigos, uma boa ideia é utilizar luminárias, cortinas e tapetes mais modernos, o que vai criar um ambiente bastante sofisticado.

FOTOS: GUILHERME SIMON /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

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Beleza

PELE NATURAL

é a aposta

E se as cores vibrantes do verão ficaram para trás, o outono e o inverno são estações do ano para abusar das cores escuras

ca esteve presente em todas as Fashion Weeks internacionais. Para os olhos, a maquiadora destaca que as sombras nas cores marrom, cinza, burgundy e ameixa serão o must da estação, sempre acompanhadas do delineado gatinho. Outra opção que estará em alta é o lápis delineador esfumado com aspecto "borradinho" na linha d’água.

Para este ano, cores frias, com um ar nostálgico, como cinza, marrom claro, verde oliva, ameixa e burgundy, são as apostas mais fortes. De acordo com a maquiadora Fran Pereira, os amantes das makes podem deixar de lado a pele matte e apostar na cobertura supernatural e iluminada. É importante salientar que essa tendência de pele natural, orvalhada e fres-

FOTOS: DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Cores nudes dão leveza Caso prefira caprichar nos olhos, opte por um clássico e elegante batom nude para completar a maquiagem. “Sempre cai bem no look”, comenta a maquiadora de Braço do Norte, no Sul de Santa Catarina. As maquiagens vistas no tapete vermelho, nos desfiles das principais semanas de moda ou que ganharam as celebridades sempre viram tendência e merecem ser inspiração. Para Fran Pereira, as makes que vão conquistar as mulheres nas próximas temporadas são inspiradas no visual das famosas, das produções mais clássicas. “Estas continuam a nos tirar suspiros. Até as que foram vistas nas últimas novelas. Quem não ama os makes com batom vermelho ou o delineado ‘olho de gatinho’”, descreve a maquiadora. 74


Cor roxa em alta O roxo é uma tendência, e pode se coordenar um batom roxo com sombra cobre, e esfumaçado marrom. Mas combina também com sombra marrom café. Você pode arriscar no brilho para os olhos. Quem gosta de um visual glam ou rocker, poderá apostar num batom roxo, e olhos delineados grossos e esfumaçados com marrom chocolate. Ou ainda batom roxo, olhos com sombra rosinha e bege, e delineado preto.

FOTOS: DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Sombra bronze

Tons metálicos Os olhos serão destacados com delineados, seja no tradicional preto ou com tons metálicos em azul ou verde. A sombra cobre também aparece e é um coringa, pois harmoniza tanto em pele clara como negra, que conquistam um realce mais elevado e bonito.

Para dar ainda mais cor e leveza na maquiagem, aposta para esta estação, a sombra bronze é o caminho. Fran destaca que a sombra deve ser aplicada em toda a pálpebra móvel ou então apenas no meio da pálpebra. O iluminador é um produto de maquiagem essencial, pois ele permite destacar uma determinada zona do rosto e iluminar o olhar. “E uma das tendências de make para esta temporada é, precisamente, iluminar o canto interno dos olhos. Iluminando o chamado ponto de luz, você consegue um efeito mais radiante. Aplique um pouco de sombra branca ou prateada nesta zona e consiga realçar a sua make de olhos.


Mas para não errar mesmo na hora de apostar no make certo, sempre leve com você essas dicas: Hidrate todos os dias o rosto e passe filtro solar, assim na hora de fazer a tendência de maquiagem natural sua pele vai estar linda e bem cuidada; As sobrancelhas moldam nosso rosto e nossos olhos. Mantenha-as em dia, bem tiradas e sem falhas; Esfolie os lábios quando houver pelinhas sobrando, assim o batom não fica marcado e feio; Durma pelo menos 8 horas por dia, beba muita água e mantenha uma alimentação saudável e balanceada, isso tudo resulta em uma pele bonita, sem olheiras e bem hidratada.

Os formatos de sobrancelhas devem seguir algumas tendências na próxima estação. Desenhos mais volumosos e bem arqueados continuarão sendo os queridinhos. O uso das linhas retas ou mais finas são estilos que ficarão em baixa por muito tempo.”

Inspiração nas passarelas As imagens de antes e depois publicadas nas redes sociais pelas famosas e pelos salões responsáveis pela mudança estão dando o que falar. Olhos caídos ou irregulares? Sem problemas! Se você procura maneiras de mudar o olhar, que tal apostar no truque das celebridades? Famosas adoram usar extensões e o resultado é tão bom que os olhares ficam completamente diferentes. Olhos pequenos: famosas como Bruna Marquezine, Kim Kardashian e a cantora Demi Lovato, que possuem os olhos pequenos, usam a extensão de cílios fio a fio para ajudar a dar a ilusão de aumento dos olhos; Olhos grandes: para diminuir o olhar a extensão ideal é o sexy ou Cat Eyes, que tem o formato mais volumoso e com alongamento maior nas pontas externas dos olhos. O formato olhos de boneca, nesse caso, causa expressão de espanto ou olhar arregalado; Aparência de cansaço: “para Levantar o olhar podemos utilizar curvaturas mais acentuadas. Aqui o tamanho do alongamento também é importante; quanto maior, pior”, destaca Fran; Para efeito mais natural: uma opção é o estilo de cílios natural, no qual se utiliza tamanhos menores e curvaturas mais suaves, ou menos acentuadas, além de pouco volume, proporcionando apenas um leve alongamento e efeito suave e natural; Olhos caídos: nesse tipo de olhos pode-se evitar curvaturas mais retas, tais como curvatura J e B, pois acentua ainda mais a queda no olhar. Nesses, são indicadas as curvaturas mais acentuadas (C, D, L) para correção. O indicado aqui também é produzir um efeito Doll.

FOTOS: DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Dicas

Sobrancelhas precisam de atenção Para ajudar a garantir uma moldura do olhar perfeita três formatos que deverão fazer sucesso na estação: Sobrancelhas ao natural: Elas dispensam a remodelagem, pois seguem a linha natural e dependem apenas de uma leve simetria. Inspiração: Letícia Sabatella; Sobrancelhas grossas: Composta de linhas mais marcadas e apresenta uma base mais volumosa. Inspiração: Juliana Paes;

Fran Pereira

Maquiadora e Designer de Sobrancelhas

Sobrancelhas longas: Desenhos um pouco mais finos do que as grossas, mas com base e fim mais volumosos. Inspiração: Cléo Pires.


Moda

INVERNO

ousado

As roupas e looks que vão conquistar os mais variados estilos na estação do frio ganham as vitrines. Cores mais leves e peças ousadas são aposta para a estação outono/ inverno no mundo da moda

A época mais fria do ano, outono e inverno chegam com tudo no mundo da moda. Com os looks influenciados pela silhueta athleisure, que equilibra a praticidade dos looks esportivos com o aconchego de peças oversized, o inverno também traz de volta os tecidos metalizados, com acabamento em foil, aplicação de lurex ou paetês, e casacos mais pesados de pelos sintéticos, como os de carneiro. Para mostrar cada detalhe do que vai estourar no guarda-roupa feminino, a design de moda Thayse Antunes, de Florianópolis, destaca as novidades e dicas para você sair ainda mais bonita neste inverno.

Meia arrastão

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL THAYSE ANTUNES /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A meia arrastão, que foi um marco da década de 90, vem aparecendo com força nos look de streetstyle. Use com vestidos ou calças, mas sempre deixando esse acessório à mostra.


FOTOS: ARQUIVO PESSOAL THAYSE ANTUNES /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Alfaiataria A alfaiataria é um clássico que nunca sai de moda, apenas ganha novas cores e shapes, para deixar a mulher muito mais poderosa. É uma moda que vai do trabalho ao happy hour com muito requinte. Para uma composição diferenciada combine com acessórios poderosos.

BomberJacket ou Puff Jacket Essas jaquetas são ideais para fugir do frio com estilo. Elas são bastante utilizadas para esportes na neve, mas ganharam uma nova cara, com modelagem mais sequinha e cheias de graça. Com estampas e cores, invadem as ruas. Equilibre com peças mais básicas e você não passará frio.

Tendência militar Sim, essa tendência segue com tudo. O verde militar combina com quase todas as cores. Use com detalhes que deixem o look super feminino, como rendas, paetês ou transparências. Aposte em vestidos, coletes e blazers que marquem a cintura.

Metalizado e lamê

Grunge e Comfy Menos próximo do grunge do Nirvana da década de 90, agora mais feminino, se destaca pelo uso de xadrez, flanela e sobreposições. Invista nesse estilo para looks mais confortáveis, versáteis e cheios de atitude. Priorizar o conforto é essencial.

O metalizado continua na próxima estação, mas agora além de prata e dourado ele ganha mais tons e glamour com o lamê. Os sapatos metalizados também ganham mais espaço. Para aqueles dias que pedem looks mais iluminados, podem ser usados à noite ou durante o dia, combinados com looks mais casuais.

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Rosa pastel Essa cor também foi bastante vista nas passarelas. Para quem é adepta de looks mais “doces” vale a pena conferir. Para dias mais românticos e femininos, harmonize com cores neutras como cinza e preto.

Foco no pescoço Pescoços estarão com tudo nessa estação. Use a criatividade e saia nas ruas com muito estilo. Você pode usar a gola alta que está de volta, e traz muito charme e elegância para a mulher, além de poder combinar com acessórios como colares e lenços. Invista também em cachecóis e maxi golas. Você irá arrasar.

Sobreposição Sabe aquela inspiração para não cair na rotina? São as sobreposições, você pode combinar com vestido por cima da camiseta ou blusa por cima da camiseta. Use e abuse da criatividade.

Veludo molhado

Azul talcado

Mais comum para composições noturnas, o veludo vem reinventado para ser usado durante o dia também e deixar o seu look mais sofisticado. Harmonize com peças mais básicas, como o jeans para o dia a dia e, para a noite, invista em acessórios, como uma sandália mais pesada.

Essa cor é uma das mais vistas nas passarelas de moda, é um tom de azul com cara de sujinho, com uma pitada de cinza. Invista na cor para dias mais doces.

Bota branca A cor não é unanimidade. Direto da década de 80, a bota branca foi figurinha carimbada nas passarelas. As botas brancas atuais são de cano baixo, tipo ankle boot, com detalhes. Use com composições mais leves que sejam a sua cara.


Roteiro

VALE DAS BORBOLETAS

O novo destino turístico rural Respeito à missão da natureza e preservação da própria existência

Um lugar onde o constante barulho de automóveis e buzinas é trocado pelo som dos pássaros, e o turbulento movimento das cidades é substituído pela paisagem exuberante. Estes são alguns atrativos da “Rota Turística Saberes e Sabores no Vale das Borboletas”. Marcada pelo verde, pelo ar puro e pela incrível sensação de tranqüilidade, a rota, na linha Treze de Maio, em Seara, no oeste catarinense, é um lugar que lembra a importância da adoção de hábitos saudáveis e da promoção da sustentabilidade. O roteiro é único em Santa Catarina porque mistura turismo rural, arte e cultura. Cinco propriedades, dois museus e um espaço teatral integram a rota que vende, sobretudo, qualidade de vida. As propriedades envolvidas respiram a produção orgânica; o adubo para as plantações é feito ali mesmo, todas as nascentes são protegidas, há cisternas para captação de água da chuva e o sistema de produção é feito em total equilíbrio com a natureza. Há variedade de frutas e legumes, paisagens encantadoras e muito conhecimento a ser dividido. FOTO : MB CO M

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Além da alimentação saudável, belas paisagens, aconchego e bem-estar, pautados pela agroecologia, o sítio da família Cosmann cede espaço à cultura e ao teatro. Lá é o lugar das Meninas Arteiras Cia. de Artes e palco de apresentações culturais. A companhia de artes nasceu da vontade de fazer arte e cultura de um jeito próprio, que alcançasse objetivos, pensamentos, ações e sentimentos identificados com a forma de pensar, sentir e agir de três meninas: Fabiana dos Santos, Leila Andréia Cosmann e Jansiele Denise Schumann. No local, elas possuem um espaço próprio onde realizam apresentações culturais.

FOTO: MB COMUNICAÇÃO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Meninas Arteiras

FOTOS: PORTAL SEARA /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Museu Fritz Plaumann O maior museu entomológico da América Latina abriga mais de 80 mil exemplares de 17 mil espécies diferentes de insetos em Seara e é um dos atrativos da cidade. A coleção de borboletas do Museu Entomológico Fritz Plaumann rendeu à cidade o apelido de “Terra das Borboletas”. Natural da Prússia Oriental, na época parte do império alemão e atualmente território da Lituânia, Fritz Plaumann chegou ao Brasil com a família em 1924. Durante toda a vida coletou e catalogou insetos. Das 17 mil espécies existentes no museu, 1.500 foram descobertas por ele e 150 foram batizadas com o seu nome ou derivados. Boa parte dos insetos não existe mais na natureza. Além das borboletas, fazem parte da coleção besouros, moscas, baratas e outros insetos da região. O museu, inaugurado em 23 de outubro de 1988, possui salas climatizadas e luz controlada, que preservam a coleção. 81


Casa da Viúva Nute

FOTO: PORTAL SEARA /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Na Casa da viúva Nute é possível conhecer um pouco da história de Seara. A casa guarda acervo com fotos e objetos da colonização alemã. Fica numa das primeiras casas construídas em Nova Teutônia, na década de 1930. Assim como o museu, a Casa vem para complementar esse atrativo, permitindo que as pessoas tenham mais opções para ir e ficar em Seara e que a cidade possa ser um atrativo.

O projeto A “Rota Turística Saberes e Sabores no Vale das Borboletas” integra as novas ações de divulgação do turismo de Santa Catarina. O objetivo é fortalecer o turismo no Oeste. O roteiro para visitação teve início em janeiro. Ele inclui a visita às propriedades rurais, apresentação teatral, almoço e café colonial. Os ingressos custam R$ 64 por pessoa. Outras informações pelo telefone (49) 99174-9989 ou pelo e-mail: rotasaberesesabores@hotmail.com

A cidade Emancipada de Concórdia em 1954, Seara está localizada no Oeste catarinense. O município possui aproximadamente 18 mil habitantes. Faz parte da microrregião do Alto Uruguai Catarinense e tem suporte financeiro baseado nas atividades da sua maior indústria. Além da produção de grãos, o comércio local e a crescente preocupação e interesse de ordem ambiental, ecológica e qualidade de vida da sua população são atrativos.

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Viajar

Mudanças na hora

DE VOAR

Anac aprovou novas regras para o transporte aéreo de passageiros, que já estão valendo

Companhias

Começaram a valer as novas regras para o transporte aéreo de passageiros, aprovadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação) em dezembro de 2016. Entre as mudanças, aspectos considerados positivos por muitos passageiros acabaram perdendo o brilho diante da cobrança de bagagem despachada, vista como vilã por muitos brasileiros. A Anac, porém, aponta que a medida deve reduzir os custos das passagens, como ocorre em outros países. “Honestamente não acho que a mudança vá fazer com que as passagens fiquem mais baratas. Muitas pessoas comparam com a Europa, onde paga-se pelo despache de bagagem, mas os bilhetes são muito baratos. Acontece que estamos em outra realidade. O Brasil é um país que muitas vezes de um estado para outro há trechos mais longos que de um país europeu a outro. Além disso, a Europa é um continente com uma realidade financeira diferente. Para nós, acho que a medida vai tornar mais difícil andar de avião”, opina a comerciante Leila dos Santos, de Florianópolis, que viaja de três em três meses para visitar a filha no Ceará. A mudança determina que as companhias aéreas não terão mais que oferecer obrigatoriamente uma franquia de bagagens aos passageiros e que poderão cobrar pelo serviço relativo ao volume despachado. Antes, a franquia de bagagens era de um volume de 23 quilos nos voos domésticos e de dois volumes de 32 quilos nos internacionais. Com a alteração, a franquia da bagagem de mão passou de cinco quilos para 10 quilos, observado o limite de volume e as regras de segurança da Anac. As empresas têm que informar ao passageiro, no momento da compra, o preço que será cobrado caso haja excesso de bagagem. Se o consumidor comprar uma passagem sem direito de despachar bagagem e somente no dia da viagem tiver que despachar, a empresa terá que cobrar o valor informado no ato da compra do bilhete. Se a informação não for dada na compra do bilhete, a companhia terá que despachar a bagagem sem cobrar por isso.

Algumas companhias já anunciaram mudanças. A Azul, a partir do dia 1º de junho, mudará seus preços e haverá duas opções de tarifas: a tarifa Azul, que será a mais barata, onde o cliente pode escolher acrescentar sua bagagem por R$ 30 por mala de até 23 kg; e a tarifa MaisAzul, que mantém o mesmo preço de antes e inclui naturalmente uma bagagem de 23kg. Nos voos internacionais, o cliente terá direito a despachar duas bagagens de até 23kg sem custos. A Gol, para voos domésticos, a partir do dia 20 de junho, vai lançar uma nova classe tarifária promocional, chamada de tarifa Light, para clientes que aceitarem viajar só com a mala de mão. Nos voos Internacionais, a Gol cobrará por bagagens despachadas em viagens para o exterior. A Latam ainda não definiu a data, mas cobrará a mais pela primeira mala de até 23 kg e um valor ainda maior pela segunda. Nos voos internacionais, pela América Latina, o cliente terá direito a despachar uma bagagem de até 23kg sem custos, e em outros voos internacionais essa cota sobre para duas bagagens de até 23kg. A empresa decidiu não cobrar a taxa extra no início da vigência da resolução.

Patamar internacional Para os diretores da Anac, as novas medidas colocam o Brasil em um patamar internacional, dão clareza ao consumidor sobre os serviços que estão sendo cobrados e tranquilidade ao mercado do setor aéreo. O texto da resolução foi aprovado por unanimidade durante reunião da diretoria, em Brasília, e tem uma cláusula que permite revisão a cada cinco anos. O objetivo dessa medida, informou o órgão, é permitir uma diferenciação nos preços e permitir custos mais baixos para quem não for despachar a mala.

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Viajar

Outras regras transporte do aeroporto para o local de acomodação, caso o atraso seja de quatro horas ou mais. Com o novo regulamento, a partir de quatro horas, o passageiro só terá direito a hospedagem se, em razão do atraso do voo, tiver de passar a noite no aeroporto. Se o cliente não precisar pernoitar, definiu a Anac, a companhia deverá fornecer “acomodação adequada”.

As mudanças, porém, não foram apenas na questão da bagagem. Ao aprovar o novo regulamento, a Anac também mudou as regras sobre hospedagem de passageiros quando o voo atrasar. Pelas regras anteriores, o passageiro tinha direito a comunicação quando o atraso fosse de uma hora; a alimentação, quando o voo atrasasse duas horas; e a acomodação ou hospedagem e

Novas regras: antes do voo As empresas aéreas devem informar o valor total a ser pago pelo consumidor no anúncio da passagem, já incluídas as taxas aeroportuárias e tarifas de embarque; O consumidor deve ser informado sobre as principais regras de alteração do contrato, o valor do reembolso, tempos de voo e conexão e regras de bagagem, como valor de excesso e franquia praticada pela empresa; Na hora da venda da passagem, serviços e produtos adicionais não podem estar pré-selecionados, para evitar que o consumidor acabe comprando sem querer um serviço; As empresas devem oferecer passagens com regras mais flexíveis para alterações. Pelo menos uma das opções de passagem deve garantir 95% de reembolso ao passageiro no caso de mudanças; As multas para alteração da passagem ou reembolso não podem ultrapassar o valor pago pela passagem; As empresas deverão corrigir erros na grafia do nome do passageiro sem ônus, para evitar problemas de embarque e cobranças indevidas; O consumidor terá 24 horas para desistir da compra da passagem sem ônus, no caso de passagens compradas com mais de sete dias antes da data do voo; As mudanças de horário, itinerário ou conexão no voo pela companhia devem ser avisadas com antecedência mínima de 72 horas ao passageiro. Se a alteração for superior a 30 minutos, o passageiro tem direito a desistir do voo; As empresas aéreas não são mais obrigadas a oferecer franquia de bagagens aos passageiros. As companhias poderão decidir qual franquia de bagagem oferecer e o consumidor poderá escolher o serviço; As empresas deverão oferecer informações mais claras sobre o pagamento de excesso de bagagem, para evitar o “fator surpresa” no despacho da bagagem. Atualmente, o preço do excesso depende da tarifa comercializada em cada voo. Com a mudança, o passageiro deverá saber quanto vai pagar pelo excesso na hora da compra da passagem; As empresas devem apresentar regras mais claras sobre procedimentos e documentação para embarque; Os passageiros devem cumprir requisitos para embarque, como documentos, vistos, vacinas, etc, e deve atender instruções e avisos.

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Extravio de bagagens A agência também reduziu para sete dias o prazo para as empresas devolverem malas extraviadas em voos domésticos, e para 21 dias as bagagens extraviadas em voos internacionais. As empresas também serão obrigadas a ressarcir despesas extras que os passageiros tiverem em função do extravio da mala que não for encontrada no prazo e terão sete dias, após o prazo para devolução da bagagem, para indenizar os passageiros. Anteriormente, não havia prazo para o pagamento da indenização.

Novidades para durante e depois do voo As mudanças também determinam que o passageiro deve informar a empresa aérea se carrega na bagagem bens de valor superior a R$ 5,2 mil. O objetivo é evitar conflitos em casos de extravio de bagagem e facilitar eventuais indenizações. As empresas não poderão cancelar automaticamente o trecho de retorno quando o passageiro avisar que não fará uso do trecho de ida. Ou seja, se o passageiro perder o trecho de ida, ele pode utilizar o trecho de volta, mediante aviso à companhia aérea. A regra vale para voos domésticos. Além disso, caso a empresa deixe de embarcar o passageiro, por overbooking, por exemplo, ele deve ser indenizado em cerca de R$ 1 mil para voos

domésticos e R$ 2 mil para internacionais. A Anac também decidiu manter os direitos dos passageiros no caso de atrasos ou cancelamentos de voos, como comunicação, alimentação, transporte e hospedagem, mas houve alteração na regra: a hospedagem em hotel deve ser oferecida pela empresa apenas em caso de necessidade de pernoite. Em outros casos, a acomodação pode ser feita em outros locais, como nas salas VIP dos aeroportos. Também foram fixadas regras para depois do voo, no caso de as bagagens serem extraviadas. Elas devem ser restituídas em até sete dias para voos domésticos. Para voos internacionais, o prazo permanece em 21 dias.

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Viagem através do

MUNDO DA LEITURA Que tomar o lugar dos livros, que nada! A tecnologia, ao contrário, facilitou a interação entre os leitores

Ler te leva para lugares inimagináveis, faz sentir inúmeras emoções e é um refúgio da correria do dia a dia.” Kellen Baesso

Jornalista

Mesmo na era digital, em que os meios eletrônicos são o principal atrativo, o cheiro, a textura e o mundo mágico das páginas dos livros ainda é um caminho fascinante para muitos leitores. Eles, por vezes vorazes em chegar ao final da obra, usam a internet e as telas interativas para discutir, citar seus autores e também para interagir com outros leitores que compartilham do mesmo amor: os livros. As obras tornam-se assunto em comum para os envolvidos e criam laços através da leitura interativa, com debates, discussões e envolvimento intelectual. Jornalista por formação, a tubaronense Kellen Baesso respira leitura. Em sua casa ela tem cerca de 500 livros. “Lembro que tinha alguns livros infantis e depois tive a fase dos gibis. Sempre pedia um novo e lia muito rápido. Com a febre de Harry Potter e, com o primeiro emprego, passei a adquirir meus livros e até hoje eles são os presentes que mais gosto de ganhar”, descreve Kellen. Através dos livros, Kellen conta que já esteve em diversas partes do mundo. “Também estive em diferentes épocas e vivenciei os mais variados costumes”, fala a jornalista. Para ela, a leitura é como ter sempre uma nova experiência. “Acredito que esse é o grande atrativo dos livros. Também temos o Clube do Livro Tubarão, com uma leitura diferenciada por mês para apresentar novos autores e histórias”, comenta a jornalista. Mas o fascínio pela leitura foi além das páginas e obras que foram ganhando espaço na mente e no dia a dia da jornalista. Essa dinâmica precisou se tornar interação com outros apaixonados por livros. Foi então que surgiu um blog (kellenbaesso@blogspot. com). A jornalista completa que procura ler um livro por semana.

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Cultura

Clube do Livro dissemina experiência A paixão pelos livros levou a jornalista adiante. “Na época da faculdade, eu e minha amiga Karen Novochadlo (também jornalista) costumávamos comentar sobre os livros lidos e recomendar uma para outra. Foi quando tivemos a ideia de criar um grupo para discutir leituras. A adesão foi ótima, ficamos surpresas. Com o passar do tempo e os compromissos profissionais, as pessoas mudaram de cidade e puderam cada vez menos comparecer às reuniões mensais, inclusive a Karen. Por isso, em 2017 tivemos a ideia de realizar encontros virtuais mesclados com os presenciais, para incentivar a leitura e não deixar a ideia do Clube do Livro Tubarão morrer”, revela Kellen. Para quem quiser participar, o Clube do Livro Tubarão é totalmente aberto. “Temos a página e um grupo no Facebook. Basta curtir e adicionar. Quem desejar me procurar por lá também (Kellen Baesso), pode ficar à vontade. Assim pretendemos fazer com que as pessoas incluam mais a leitura em seus dias”, comenta.

Como funciona? Na leitura interativa, na maioria das vezes, o grupo escolhe um mesmo livro para ler. Todos completam a obra, se reúnem e depois debatem a experiência. Em Tubarão, no Sul do estado, o grupo do Clube do Livro já realizou piqueniques para diversificar.

Experiências literárias Como diria o poeta Mario Quintana, “os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Basta plantar uma semente para transformar uma realidade. Em vez de “roubar” espaço dos livros, ferramentas como a internet podem disseminar a leitura interativa. Este mecanismo é um propulsor de leitores pelo país. Através do site “TAG Experiências Literárias”, é possível também fazer a leitura interativa. A TAG - Experiências Literárias é um clube para aqueles que adoram livros e desejam receber obras em casa. Todos os meses, o grupo virtual conversa com alguma grande referência do cenário cultural sobre livros que marcaram suas vidas. O associado recebe uma dessas obras, acompanhada de uma revista, que tem como objetivo enriquecer a experiência literária - trazendo informações a respeito do curador, seus motivos para ter indicado o livro e curiosidades a respeito do autor e de sua obra. Para completar o kit, um marcador de páginas personalizado do mês e, eventualmente, outro “mimo” literário. Além disso, os membros do clube possuem acesso exclusivo ao grupo dos associados no Facebook e ao aplicativo para celular, onde interagem sobre as obras enviadas. O canal do Youtube, portal de conteúdos, e a TAG Et cetera, são outros espaços que proporcionam a conversa acerca dos livros, com vídeos e textos mensais abordando temas relacionados às leituras. Aos interessados, as informações sobre a TAG estão no endereço virtual www.taglivros.com. 87


Sabores SC

AS DELÍCIAS DA ITÁLIA que não saem da nossa mesa Além das tradicionais massas e molhos, a culinária do país também é marcada pela variedade. Em Santa Catarina, os pratos italianos são presença comum na mesa, fato que pode ser explicado pela influência cultural da Itália entre os catarinenses, sobretudo, no Sul do Estado. Também pudera: foi nessa região que se formaram a maioria das colônias vindas da Itália durante o processo imigratório para o Brasil, cujo ápice ocorreu entre 1880 e 1930. Azambuja, colônia fundada em 1877, Urussanga, em 1878, a colônia mista de Grão-Pará, em 1882, o núcleo Presidente Rocha, hoje Treze de Maio, em 1887, e os núcleos de Nova Veneza e Nova Belluno, a última hoje Siderópolis, no ano de 1891, são alguns exemplos. Dois fatores foram decisivos para a vin-

da dos imigrantes da Itália: a unificação do Estado italiano, a partir da qual os trabalhadores do campo no país deixaram de receber a devida atenção do governo, e as propagandas brasileiras na Europa em favor da emigração para o país. Para cá, os imigrantes vieram principalmente de Vêneto, no Nordeste da Itália, mas também da Lombardia e de Friul-Veneza Júlia, e foram fundamentais para a formação da região. Nesta edição, a revista Tudo resolveu celebrar essa influência, que está no modo de falar, nos costumes e especialmente na mesa. Por isso, trouxemos receitas de alguns pratos deliciosos que são tradicionalmente preparados na Itália e que já caíram nas graças dos brasileiros.

Salada crapese

Ingredientes: lina 1 bola de muçarela tipo bufa 1 tomate grande ão Algumas folhas de manjeric te azei de Fio Sal a gosto Modo de preparo:

arela simples: primeiro, a água da muç O preparo da receita é bastante o tobem Lave . adas cam finas em deve ser escorrida. Feito isso, a fatie finas. Intercale em um prato uma mate e também o fatie em camadas . Depois, coloque as folhas de arela muç fatia de tomate e uma fatia de arela e adicione um fio de azeite em manjericão sobre cada fatia de muç sal. *Porção para uma pessoa. com pere 88 todo o prato. Por fim, tem

Impossível não se entregar à cozinha italiana. Os pratos típicos agradam os mais diferentes paladares e estão em todas as partes do mundo.

Polenta frita com queijo mascarpone

Ingredientes: 1 pacote de polenta 200g de queijo masca rpone 50g de manteiga Óleo para fritar Farinha panko para em panar Modo de preparo:

Cozinhe a polenta de acordo com as instruções de preparo mesma e misture o mascarp da one ao fim. Despeje a mistura em uma assadeira, deixe esfriar e leve à geladeira para que fique bem gelada. Depois, corte como desejar, empane com a farinha pan ko e frite em óleo quente. *Porção para um a pessoa.


Paninis com queijo de cabra e tomates grelhados

Espaguete com lagost ao molho de limão sici im liano Ingredientes:

180g de espaguete coz ido 10 ml de azeite 10g de cebola 160g de lagostim Modo de preparo:

Ingredientes: 2 ciabatas pequenas 5 mm de espessura 1 tomate grande cortando em fatias de in crott a cabr 75g de queijo de 3 ramos de estragão Azeite

200 ml de creme de leit e 10 ml de limão 5g de sal 5g de pimenta-do-reino

Modo de preparo:

uma frigideira antiaderente Primeiro, divida os pães em dois. Aqueça r bem quente, coloque as estive eira frigid a do Quan alto. em fogo alto, sem mexer. Abaixe fogo em ar grelh deixe fatias de tomate e os as fatias de tomate Retire to. o fogo e ainda deixe por mais um minu o queijo de cabra re Mistu ve. reser e ula espát uma da frigideira com de do pão. Cometa sobre ra mistu com o estragão e espalhe essa o e pressione firmemente. queij o sobre te toma de fatias as loque o, coloque os paninis sobre Dê pinceladas leves de azeite. Por últim quente e pressione-os o bem a superfície de uma frigideira espessa tos em fogo médio. minu 2 a 1 por he Cozin á-los. achat bastante para os bem quenSirvato. minu 1 mais Vire os paninis, cozinhando por as. pesso duas para ão tes. *Porç

Em uma frigideira, coloque o azeite para esquentar, refogue a cebola e acrescente o lago stim até que ele fique pré -cozido. Após fazer isso, acrescente o creme de leite e o limão e deixe reduzir. Tempere com o sal e a pimenta e coloque o espaguete no banho-maria. Quando quente, adicione o espagu ete no molho e salteie para que ele incorpore. Sirva em um prato fundo. Para decorar, salpique salsicha. *Porção para dua s pessoas.

Tradicional ana li lasanha ita

Ingredientes: 1kg de tomate 1 colher (sopa) de extrato de tomate Salsa e cebolinha 1 cebola Sal e pimenta (a gosto) 1/2kg de chá ou patinho moído ela 200g de queijo muçar

Fettu limão cccine ao camar om ões

200g de presunto 2 dentes de alho Vinagre 1 folha de louro Queijo parmesão ralado 1 pacote de massa caseira para lasanha

Ingredientes: 500g de fettuccine 400g de camarão 1 limão siciliano (su co e raspas) 2 dentes de alho em lâminas 80ml de vinho branco Modo de preparo:

Modo de preparo: primeiro tempere a carne moída com um agre e uma folha a preparar o recheio,

Azeite 100g de manteiga Manjericão Páprica picante Páprica doce Pimenta-do-reino Sal

Tempere os camarões com sal e pimenta e res erve. Coloque a água para ferver e cozinhe a massa de acordo com as instruções da embalagem e escorra. De pois, aqueça bem uma frigideira e unte com um pouco de azeite, ant es de grelhar os camarõ es dos dois lados, até que fiquem bem dourados. Na mesma frigideira, coloque um pouco mais de azeite, adi cione o alho laminado e, quando começar a dourar, acrescente o vin ho para deglacear a frig ideira. Deixe evaporar um pouco e acrescent e o suco de limão, a ma nteiga e as pápricas. Misture até derreter a manteiga por comple to. Por fim, adicione as raspas de limão, o cam arão e o manjericão, mis ture a massa já cozida ao molho e sirva. *Porçã o para quatro pessoas.

Par alho, vin enta, dois dentes de lho é pouco de sal e pim ao molho. Já o mo te jun e ne car a ue og ref se is, do po rta co De s, ro. de lou tomates cru te forma: junte os cador. idifi liqu no ue preparado da seguin loq co , salsa, cebolinha e r sem semente, cebola à carne e cozinhe po e bata. Junte o molho ua ág m à massa, co to an Qu . nte Complete ste nsi co a hora, até ficar s aproximadamente um nutos, mexendo no por cerca de nove mi a zid as -co ad pré cam ser as ve ela de Depois, monte tos para não grudar. e aldois primeiros minu e presunto e continu eijo qu , ssa ma , lho mo o : rçã em Po ord * . te dio uin mé seg o na a fog forno por 30 minutos ternando. Coloque no para cinco pessoas.

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Vacinação garante

SAÚDE DO PET Imunização deve ser seguida conforme calendário, com especificações corretas orientadas por um profissional da área

A vacinação é fundamental nos pets assim como nas crianças, pois existem doenças gravíssimas e que podem facilmente serem prevenidas quando a vacinação é feita de maneira adequada. As vacinas são substâncias aplicadas nos animais saudáveis para criar uma proteção contra as doenças. A imunização ocorre através da produção de anticorpos pelo organismo. É considerado um dos mais importantes e eficazes instrumentos de prevenção da maioria das doenças infecciosas. De acordo com o veterinário Jairo Nunes Balsini, muitas dessas doenças, causadas por vírus ou bactérias, são incuráveis. “Por isso, é importantíssimo vacinar os animais”, informa o veterinário. Assim como a gripe para os humanos, as doenças virais de cães e de gatos são facilmente transmitidas pelo ar ou por objetos contaminados. Desta forma, mesmo que o pet não saia de casa, ele deve ser vacinado. Existem algumas doenças, como raiva e leptospirose, que são zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas aos humanos, por isso, além de preservar a saúde do pet, a vacinação é imprescindível para proteger também a família. Por ser uma zoonose muito importante, a vacina contra a raiva é obrigatória por lei. Segundo Jairo, a vacinação ajuda não só a manter o cachorro saudável, mas também a evitar a disseminação de doenças, beneficiando toda a população de cães domésticos.

Vale a atenção: para que seu pet seja vacinado, ele tem que estar em perfeito estado clínico, bem como com nutrição adequada, sem febre e vermífugado.” Jairo Nunes Balsine Veterinário

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Esquema de vacinação A regra geral e obrigatória é que em todo esquema de vacinação para cães deva constar a aplicação da vacina múltipla (V8 ou V10) e antirrábica. Jairo explica que a vacina “V10” trata-se de uma das principais e mais importantes vacinas que deve constar em qualquer protocolo de vacinação.

A VACINA V10, ou décupla como também é chamada, deve ser aplicada em cães filhotes e adultos e tem atuação abrangente no sistema imunológico do animal. Esta vacina protege os cães contra 7 doenças, sendo:

PARAINFLUENZA – causa problemas respiratórios, podendo se agravar em filhotes e animais debilitados.

CINOMOSE – inicialmente causa diarréia, vômito e falta de apetite. Pode evoluir para o pulmão, causar pneumonia e em sua última etapa atingir o sistema neurológico, causando convulsões e alterações neurológicas, como tiques e espasmos.

HEPATITE INFECCIOSA CANINA – causa vômito, diarréia e coloração amarelada na pele, na mucosa da boca e nos olhos. Pode ocorrer de forma hiperaguda e requer cuidado emergencial.

PARVOVIROSE – causa crises de diarréia e de vômito muito intensas, com perda de sangue. Destrói agressivamente a camada interna do intestino, fazendo com que os animais desidratem rapidamente, exigindo cuidado urgentíssimo.

OS 4 TIPOS DE LEPTOSPIROSE – causa diarréia, vômito, emagrecimento e a urina pode ficar mais escura. Afeta principalmente fígado e rins, provocando lesões importantes. Esta doença é facilmente transmitida para outros animais e para o homem.

CORONAVIROSE – causa diarreia em forma de jatos, vômito, perda de apetite, lacrimejamento, febre e letargia. A diarreia geralmente possui coloração alaranjada, no entanto, sem odor fétido.

VACINA ÓCTUPLA (V8): (Contra Cinomose, Parvovirose, Coronavirose, Hepatite Infecciosa, Leptospirose, Adenovírus Tipo 2 e Parainfluenza) e, a antirrábica ( acina da raiva), no qual já pode ser aplicada a partir de quatro meses no animalzinho, essa é uma vacina de extrema importância, por ser o vírus da raiva uma zoonose e praticamente letal. Essa vacina deve ser repetida anualmente.

ADENOVIROSE – o adenovírus tipo 1 provoca um quadro de hepatite infecciosa. O adenovírus tipo 2 provoca infecção respiratória.

Protocolo de vacinação de cães Dias de vida do animal

Nome da vacina

45 dias

1ª dose da vacina das doenças (v8 ou v10)

66 dias

2ª dose da vacina das doenças (v8 ou v10) + dose de giardia

87 dias

3ª dose da vacina das doenças (v8 ou v10) + 2ª dose de giardia

108 dias

raiva + 1ª dose tosse dos canis

129 dias

2ª dose tosse dos canis

Além das vacinas citadas, o veterinário explica que o cão deve ser imunizado para a gripe canina e giárdia. “Essa vacina é contra tosse dos canis (bordetella bronchiseptica). Ela é para vacinação de cães sadios a partir de oito semanas de idade, e funciona como um auxiliar na prevenção da traqueobronquite infecciosa dos cães causada pela bactéria bordetella bronchiseptica. Ela deve ser realizada anualmente”, informa o veterinário.

Orientação para imunizar gatos Gatos: vacinas múltipla (tríplice, quádrupula ou quíntupla) e antirrábica 45 a 60 dias

1ª dose vacina múltipla*

21 dias após a 1ª dose

2ª dose vacina múltipla

a partir de 4 meses de idade

anti-rábica

As vacinas que o gato deve receber e intervalos entre as doses devem ficar a critério do veterinário que irá cuidar do animal. As vacinas múltipla (tríplice, quádrupla ou quíntupla) e anti-rábica são obrigatórias em qualquer esquema de vacinação. 91



Mundo Novo

Inovações Tecnologia Facilidades

>> Novo console, o Nintendo Switch, começa a ser vendido Um novo console, o Nintendo Switch começará a ser vendido este ano. A empresa japonesa também anunciou que o novo game da franquia de “The Legend of Zelda” chegará às lojas na mesma data. O título “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” rodará no Nintendo Switch. O Switch funciona ao mesmo tempo como um sucessor do console portátil 3DS, lançado em 2011, e do videogame de mesa Wii U, que começou a ser vendido em 2012. O aparelho é composto por uma base, uma tela de alta resolução sensível ao toque e dois controles chamados Joy-Con. O display sensível ao toque tem 6,2 polegadas, resolução de 1.280 x 720 pixels. A memória interna é de 32 GB, mas é possível expandi-la com cartões microSD.

Custa aproximadamente

R$ 964,00

>> Super Mario Run será liberado para celulares Android O game “Super Mario Run” será liberado para aparelhos Android. Até agora, o jogo, que marca a entrada de um dos personagens mais famosos do mundo dos jogos a smartphones, funcionava apenas em iPhones. A Nintendo não detalhou em qual dia ocorrerá o lançamento para celulares com o sistema do Google. O jogo feito pela Nintendo e sob supervisão de Shigeru Miyamoto, criador do Mario Bros., pode ser baixado de graça, mas sua versão completa custa US$ 10 (cerca de R$ 34) nos iPhones. Ele roda em dispositivos que tenham ao menos a versão iOS 8 do sistema operacional da Apple.

>> Renault lança aplicativo ‘‘Nana Bebê” Quando o bebê não está dormindo, a solução desesperada é girar quilômetros e quilômetros de carro para conciliar o sono. Nesse sentido, a Publicis Buenos Aires e o Logan, o carro da família da Renault, pensaram numa solução para os pais obterem mais sono e dormirem com o bebê como se ele estivesse no carro, mas em casa: o Home Baby Seat, o assento que simula a sensação de estar dentro de um carro. Ele tranquiliza toda a família, pois além de não precisar sair de casa, ele também pode ser controlado por celular. O app possibilita aumentar a velocidade, mudar terreno e estabelecer tempo de percurso. No interior do equipamento a base está equipada com dois motores de corrente contínua, os quais fornecem energia para mover o assento em duas dimensões. Um movimento ou eixo cardan universal fornece estes dois graus de liberdade de movimento. Além deste protótipo, desenhado por especialistas da Renault, tem um Arduino microchip controlador que já está pré-programado com todas as sequências lógicas e de movimentos e está ligado a uma reprodução mobile de música e sons (tipo mp3), e outro módulo de transmissão de dados Bluetooth. 93


>> Samsung Gear S3 vira aliado na prática esportiva Com design refinado e materiais sofisticados, o Samsung Gear S3 é muito mais que apenas um relógio bonito e moderno. Dono do que há de mais avançado na categoria, o smartwatch traz funcionalidades que garantem muito mais benefícios para seus usuários. Entre os diferentes sensores disponíveis, tanto na versão Classic como na Frontier, o barômetro dá mais liberdade para o consumidor, seja para os momentos de aventura ou no dia a dia na cidade. Responsável por indicar a pressão atmosférica na tela do relógio, ele transmite informações importantes, como variações abruptas na pressão atmosférica que levam a mudanças climáticas. Outro instrumento presente no Gear S3, o altímetro, é responsável pela medição de altitude em relação ao nível do mar, ajudando especialmente usuários com o hábito da prática esportiva em ambientes externos. Com ele é possível, por exemplo, medir com exatidão a altura alcançada durante o percurso de uma corrida, ou então saber precisamente o momento mais alto durante um passeio de bicicleta.

R$ 1.970,00

>> Sensor a laser pode ser a novidade do próximo iPhone

>> Geladeiras retrô ganham espaço Muita gente adora ficar na cozinha e muitas empresas apostam nesse ambiente. A geladeira Brastemp Retrô Frost Free, por exemplo, tem funções completas, como compartimento extra-frio para conservação de alimentos, espaço para congelamento rápido, fruteira, porta-latas e regulador de umidade. Numa mistura de traços clássicos e modernos, o novo refrigerador resgata verdadeiros ícones da história da marca: o simpático esquimó da Brastemp no grafismo do painel; o alinhamento vintage, tanto interno quanto externo, com linhas mais curvas; os puxadores em liga de alumínio cromado; e o logo utilizado pela Brastemp nos anos 50.

Custa aproximadamente

A próxima versão do iPhone pode vir com um sensor capaz de reconhecer face e gestos. A informação foi publicada por uma empresa de análise de mercado, a Cowen and Company, em uma nota distribuída para seus assinantes, afirma o site Business Insider. A função, que já é usada por concorrentes, pode ser inaugurada pela Apple no iPhone. Para isso, a empresa pode colocar um sensor a laser dentro do seu novo smartphone. Em 2003, a Apple fez a aquisição, por 360 milhões de dólares, de uma empresa israelense chamada PrimeSense, que fabrica sensores infravermelho. A empresa forneceu tecnologia de detecção de movimentos usada no Kinect, sensor do console de videogame Xbox 360.

Custa aproximadamente

R$ 7.999,00

>> Carro busca conexão emocional Novos sistemas de montadoras que buscam “conexão emocional” entre carros e motoristas ganharam voz na CES, feira de eletrônicos em Las Vegas. Os protótipos de inteligência artificial para carros buscam conhecer, conversar e se adaptar à pessoa que está guiando o veículo. Além da Toyota, que apresentou o Yui no seu conceito de veículo chamado Concept-i, a Honda também mostrou na feira seu investimento em um veículo com sistema de inteligência artificial que detecta sentimentos e cria uma ligação emocional com o dono, o NeuV. 94



RENOVAÇÃO em grande estilo Restaurante Ases, em Tubarão, foi inaugurado depois de passar por ampla reformulação, mantendo a qualidade já conhecida do público

o restaurante conta com um lounge intimista, espaço kids e área externa. Para completar, o atendimento de qualidade segue como prioridade, garantindo um local para que os clientes se sintam em casa. É mais uma opção de lazer e prazer gastronômico para os tubaronenses e visitantes da Cidade Azul.

FOTOS: LOUGANS DUARTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Totalmente renovado e mantendo a qualidade já característica, o Restaurante Ases, em Tubarão, no sul do Estado, com direção de Marina Roussenq, é ainda mais sucesso! Depois de uma reformulação, exibe as mudanças que trazem muito estilo, charme, bom gosto e, claro, gastronomia de primeira linha. Com um novo conceito,

Marina Roussenq (à direita), com o pai, Rogê Figueiredo e a esposa dele, Tatiane Coan

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FOTOS: LOUGANS DUARTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO


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