Revista Tudo - 6ª Edição

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Ano 2 - Número 6 R$ 29,90 - Novembro / 2016

ECONOMIA

Agronegócio catarinense aposta na força dos pequenos produtores.

SAÚDE

Meditação como rotina pode auxiliar no controle do estresse.

A escola na era

A propagação do uso da tecnologia traz uma nova perspectiva à sala de aula, ao mesmo tempo que representa um desafio na busca da atenção dos estudantes. Páginas 34 a 39

DIGITAL










Editorial

O avanço da tecnologia cada vez mais contribui para uma sociedade mais inclusiva, onde os mais diferentes grupos e pessoas ganham voz através das redes sociais. Além disso, ocorre a disseminação da informação, mesmo que isso seja feito de uma forma ainda bastante desordenada nestes espaços. Como utilizar o potencial de ferramentas como o alcance da internet e redes sociais e das plataformas e equipamentos cada vez mais acessíveis, como os smartphones, para trazer mais conhecimento, crescimento e propagar a cultura e facilitar o aprendizado? Esta é a pergunta que a reportagem de capa desta edição busca responder, ao consultar professores e especialistas na área da educação sobre como lidar com o avanço da tecnologia e sua interferência no ambiente escolar - que pode ser negativa ou positiva. Em um ano no qual as Olimpíadas marcaram a vida do brasileiro, trazendo ao conhecimento público nomes de esportistas conhecidos e desconhecidos que batalham por um espaço nos pódios, a reportagem especial aborda os investimentos neste setor em SC e os desafios que os atletas enfrentam para seguir na carreira. O leitor ainda pode conferir matérias sobre as tendências de moda para o verão, as inovações em tratamentos estéticos, além de dicas sobre turismo, saúde, tecnologia, decoração e muito mais em uma edição recheada de conteúdo.

Boa leitura!

Litiane Klein Editora

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Expediente

Equipe de direção: Cristiano Carrador Lúcio Flávio de Oliveira Tomaz Viana de Albuquerque Editora-chefe: Litiane Klein Reportagem: Guilherme Simon Litiane Klein Relacionamento com o cliente: Giovani Dal-Bó Flávia Coelho Evanir Ramos Foto de capa: Pressmaster / Shutterstock Diagramação: UAW! Comunicação & Design Impressão: Coan Gráfica

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18. Um pouco de tudo 20. Economia 29. Artigo + 26. Mercado 30. Cidades 39. Artigo + 34. Educação

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40. Saúde e bem-estar 46. Especial 50. Entrevista 57. Artigo + 54. Construção civil 61. Ambientes

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Ă?ndice

76. Moda 78. Beleza 80. Estilo 82. Cultura 84. Roteiro

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86. Viajar 90. Universo pet 94. Mundo novo 96. Eventos

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Um pouco de TUDO

Governo se prepara para temporada de verão Com a expectativa de novo recorde de turistas, representantes de órgãos do Governo do Estado, Governo Federal e entidades ligadas ao turismo trabalham no planejamento para a temporada de verão 2016/2017 em Santa Catarina. Num encontro no mês de setembro, o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), Filipe Mello, anunciou que serão repassados ao Corpo de Bombeiros R$ 16 milhões do Funturismo, para as ações de segurança em praias e balneários. Os dados da Infraero confirmam a tendência de um verão movimentado no Estado: até o momento foram aprovados 472 voos da América Latina, sendo 396 da Argentina, 65 do Chile e 11 do Paraguai. Os pedidos de autorização para voos charter devem aumentar até o início do verão.

Jornalistas estrangeiros aprovam experiência no Brasil A maioria dos jornalistas estrangeiros que participou da cobertura das Olimpíadas no Rio de Janeiro deixou o país satisfeita com o que viu. Segundo pesquisa do Ministério do Turismo divulgada no fim de setembro, 89,6% dos entrevistados recomendariam o Brasil para a próxima viagem de amigos, família ou público em geral. Ainda conforme o levantamento, 69,7% dos profissionais estava visitando o país pela primeira vez.

Bosque dos Ipês avança mais uma etapa da construção

SC se mantém como 3º Estado mais competitivo do país O Estado de Santa Catarina permanece sendo o terceiro mais competitivo do país, com uma nota de competitividade que, neste ano, foi de 74,3. À frente, estão São Paulo (88,9) e Paraná (76,9). SC só não conquistou o segundo lugar porque é superado pelo Paraná no quesito segurança pública, que tem o maior peso no índice e no qual os paranaenses têm a melhor nota do país. Mesmo assim, considerando apenas este item, Santa Catarina também não está mal, tendo a terceira melhor nota entre os estados brasileiros.

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A segunda etapa do Bosque dos Ipês, empreendimento da Athena Construções, na região da Grande Florianópolis, já está em andamento. A equipe técnica executa a terraplenagem, no Bosque Branco. Este foi o primeiro empreendimento da empresa, naquela região, inserido no Programa Minha Casa, Minha Vida. O local, em Biguaçu, é rodeado pelas belezas naturais e pelo encanto dos ipês. O complexo é dividido em três grandes etapas, o Bosque Amarelo, com 128 unidades, entregue em julho deste ano, o Bosque Branco, com 160 unidades, que é preparado para construção e está em comercialização, e o Bosque Roxo, com 144 unidades, que será lançado no próximo ano. No total, serão entregues 432 unidades.


FIESC e INSS assinam cooperação para reabilitar trabalhadores afastados

Casca de romã pode ajudar na prevenção de Alzheimer

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) assinaram um termo de cooperação que visa ao desenvolvimento de ações em conjunto para a reabilitação de trabalhadores afastados. A iniciativa também prevê uma unidade de operações-piloto onde o Sesi e o INSS poderão ampliar ações em benefício dos industriários. O documento, que foi assinado pelos presidentes da Fiesc, Glauco José Côrte, e do INSS, Leonardo de Melo Gadelha, firma também a adesão do Instituto na realização de ações a serem promovidas pela Aliança Saúde Competitividade.

Uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) indica que a casca da romã é rica em substâncias que ajudam na prevenção do Alzheimer. O estudo mostra que na casca da fruta são encontrados compostos antioxidantes que trazem benefícios à saúde humana. Em testes com animais, o extrato de casca de romã foi capaz de inibir em até 77% a atividade da enzima acetilcolinesterase, que atua de forma prejudicial nas terminações nervosas. Além disso, os animais que consumiram a romã apresentaram uma manutenção da memória, o que não acontecia naqueles que não eram tratados com a mesma fruta.

Spotify pode comprar Soundcloud

SUS contará com novo medicamento para HIV

Uma negociação entre dois grandes nomes da indústria musical na internet pode ser firmada em breve. Isso porque o Spotify estaria prestes a comprar o SoundCloud. Não há ainda informações sobre valores, mas o SoundCloud está avaliado em US$ 700 milhões. Como o Spotify vale US$ 8,5 bilhões, o investimento não traria problemas de caixa. Atualmente o SoundCloud possui 17 milhões de usuários e um catálogo com 125 milhões de sons. Desses, a maioria são de músicos independentes. Já a base de usuários do Spotify atinge a casa dos 100 milhões, dos quais 40 milhões são pagantes.

Um novo medicamento antirretroviral para o tratamento do HIV, vírus causador da Aids, estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do ano que vem, segundo anúncio feito pelo Ministério da Saúde. Trata-se do dolutegravir, remédio que será destinado a novos pacientes e àqueles que apresentam resistência a outras drogas. A expectativa é de que cerca de 100 mil pessoas devam iniciar o tratamento com a substância em 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, como o dolutegravir apresenta um nível baixo de reações adversas, a adesão deve ser maior a este tratamento.

Maioria dos brasileiros desconhece regras da previdência No momento em que o país se lança em uma nova discussão em torno da reforma da Previdência Social, a maioria dos brasileiros declara ter pouca ou nenhuma informação a respeito do funcionamento do sistema público de aposentadoria. Apenas 11% dos brasileiros consideram que sabe muito ou o suficiente a respeito do tema. Os dados constam na pesquisa nacional realizada pela Fede-

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ração Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi)), entidade que representa 70 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país. O levantamento, que ouviu 1.500 pessoas com mais de 23 anos, de todas as classes sociais e em todas as regiões, revela que 86% da população sabem pouco, não sabe nada ou desconhece completamente o assunto.


DS

Economia

Alimentando o FUTURO Setor de agronegócio catarinense enfrenta as dificuldades da economia e busca caminhos para o crescimento

O estado da agricultura familiar, onde 90% das propriedades rurais economicamente ativas têm menos de 50 hectares, é também o maior produtor nacional de maçã, cebola, alho, suínos e pescados, e o segundo maior produtor de tabaco, aves e arroz, movimentando um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) estimado em R$28,3 bilhões em 2016. Estes são alguns dados do setor de agropecuária em Santa Catarina, que congregava, já em 2006, 570 mil trabalhadores rurais. Cada vez mais atentos a este potencial, os setores público e privado realizam investimentos que devem alavancar ainda mais o segmento nos próximos anos. Afinal de contas, o interesse no setor vai além da produção, envolvendo a cadeia industrial de insumos, logística e tudo que a prosperidade da agricultura traz de crescimento para o Estado. Ao mesmo tempo, os produtores driblam algumas dificuldades no caminho e muitos encontram nas cooperativas a for-

ça necessária para manter sua essência de pequeno produtor, sem deixar de ser um grande negócio. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, destaca que hoje Santa Catarina tem grande potencial de exportação de produtos de origem animal devido ao seu status sanitário diferenciado. “Somos o único estado brasileiro reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, forma uma zona livre de peste suína clássica. Esse reconhecimento nos dá acesso aos mercados mais competitivos do mundo. Todas as regiões do estado são produtivas. No Oeste temos uma forte presença da suinocultura e avicultura, no Sul do estado a piscicultura e bovinocultura de leite ganham força, no litoral encontramos a maricultura”, frisa. Em média, o estado tem 525 mil empregos diretos na agricultura familiar e mais 60 mil empregos diretos na pes-

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ca artesanal e industrial, sem contar os milhares de empregos em transporte, agroindústrias, prestação de serviços, e outros. Para o secretário, o cenário para o agronegócio catarinense é positivo, pois, apesar das dificuldades, o setor apresenta crescimento, ajudando a superar esse momento de crise. “O país e também o estado, com certeza, contam com o agronegócio para passar por esse momento delicado da nossa economia. As exportações também trazem um bom equilíbrio para a economia de Santa Catarina”, avalia. Ainda assim, Moacir ressalta que os produtores sentem sim a instabilidade da economia, que traz muita insegurança, o que tem levado à adoção de medidas de auxílio. Ele destaca que o Governo do Estado decidiu não aumentar os impostos e continua investindo na melhoria da infraestrutura, que acaba favorecendo o agronegócio, principalmente, no escoamento da produção.


Programas governamentais

A agricultura familiar é a base do sucesso do agronegócio catarinense. Se somos um estado diferenciado e reconhecido por nossas conquistas de mercado é porque temos agricultores dedicados e que trabalham incansavelmente para o nosso estado prosperar”.

Entre os principais programas desenvolvidos pela secretaria estão a subvenção para aquisição de sementes de milho, calcário e kits com forrageiras para melhoria de pastagem; a concessão de financiamentos sem juros para melhorias na propriedade; programas de acesso à terra, e o apoio para compra de animais em feiras agropecuárias. Sem contar o Programa SC Rural, que quer ampliar a competitividade da agricultura familiar no estado. O programa é uma parceria entre o Governo de Santa Catarina e o Banco Mundial, para dar mais competitividade à agricultura familiar catarinense, e destina recursos não reembolsáveis a empreendimentos da agricultura familiar, mediante contrapartida dos beneficiários. “Os empreendimentos apoiados abrangem atividades agrícolas ou não agrícolas (como o turismo rural) por meio de projetos de caráter estruturante, de melhorias de sistemas produtivos ou planos de negócios, além de outras ações

FOTO: OSVALDO NOCETTI/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

MOACIR SOPELSA Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca

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implementadas por cooperativas e associações de agricultores familiares. Desde 2011 até 2017, o SC Rural deve investir US$ 189 milhões no meio rural catarinense. Até agosto deste ano foram 11.926 famílias beneficiadas com a implantação de 237 projetos estruturantes nas mais diversas áreas, desde turismo rural até agroindústrias”, aponta o secretário. O objetivo geral do Programa é aumentar a competitividade das organizações da agricultura familiar por meio do fortalecimento e estruturação de suas cadeias produtivas. “Nós temos muitas indústrias e com nosso status sanitário diferenciado nós podemos conquistar muitos mercados. Nós já estamos abrindo mercados importantes e temos uma perspectiva boa de crescimento para exportarmos produtos de origem animal. Os produtores rurais de Santa Catarina são muito dedicados e não há dúvidas de que temos um caminho de sucesso pela frente”, prevê Moacir.


Economia

O AGRONEGÓCIO em Santa Catarina

O Estado de Santa Catarina está entre os mais pulsantes do Brasil quando se fala em agronegócio. Prova disso é que SC é maior produtor nacional de maçã, cebola, alho, suínos e pescados. Além disso, é o segundo maior produtor de tabaco, aves e arroz. Santa Catarina é tambem o único Estado brasileiro reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o vizinho Rio Grande do Sul, forma uma zona livre de peste suína clássica. Esse reconhecimento foi uma conquista para os produtos catarinenses, pois ele dá acesso aos mercados mais competitivos do mundo, aumentando as possibilidades no mercado externo, o que tem impulsionado as exportações e compensado as dificuldades no mercado interno. Outra caracterísitica de Santa Catarina é ser conhecido como o estado da agricultura familiar: 90% das propriedades rurais economicamente ativas têm menos de 50 hectares. O próprio Governo do Estado aponta que a agricultura familiar é a base do sucesso do agronegócio catarinense.

REGIÃO OESTE Forte presença da suinocultura e avicultura

O setor encerrará o ano de 2016 com um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) estimado em

R$ 28,3 BILHÕES

21% DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO FORAM DE CARNE SUÍNA para países como Rússia, Ucrânia, Hong Kong, Cingapura e Argentina

A agropecuária é responsável por aproximadamente

29% DO PRODUTO INTERNO BRUTO DE SC 22


570 MIL TRABALHADORES RURAIS

em Santa Catarina, de acordo com o Censo Agropecuário de 2006. São cerca de 525 mil empregos diretos na agricultura familiar.

Esse é um negócio pioneiro para a agropecuária catarinense, pois o Estado é deficitário em carne bovina. Trata-se de uma nova fonte de renda.” DIRETORIA DA FAESC

Motivos para comemorar Este ano, a agropecuária catarinense deu mais um passo na conquista de novos mercados externos. Depois de cinco anos de intensas articulações estimuladas e apoiadas pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), o estado iniciou a exportação de terneiros vivos para a Europa: em maio, foram embarcados 4,3 mil animais pelo Porto de Imbituba, com destino à Turquia. Esses terneiros foram adquiridos por um consórcio empresarial italiano diretamente nas propriedades rurais e em feiras regionais, têm idade entre seis e oito meses, pesam em média 200 kg e são de raças europeias, especialmente Charolês e Limousin. A transação representa negócio da ordem de R$ 5,7 milhões, segundo a Faesc. É a primeira exportação catarinense de carga viva. Para a Federação, o estado está colhendo mais um resultado da conquista internacional, em 2007, do status de área livre de aftosa sem vacinação. “Esse é um negócio pioneiro para a agropecuária catarinense, pois o Estado é deficitário em carne bovina. Evidente que o ideal seria exportar carne processada ou industrializada, que tem maior valor agregado. Porém, trata-se de uma nova fonte de renda porque, até recentemente, os terneiros eram descartados em razão do baixo valor econômico. Agora, tornaram-se importante fonte de renda para os produtores rurais”, destaca a diretoria da Faesc.

LITORAL Maricultura

MAIS 60 MIL EMPREGOS DIRETOS NA PESCA

artesanal e industrial

REGIÃO SUL Piscicultura e bovinocultura de leite

Em 2014, o agronegócio foi responsável por 62,6% das exportações catarinenses. Ao todo foram

US$ 5,6 BILHÕES


FOTO: OSVALDO NOCETTI/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Economia

Os preços dos alimentos e os produtores “Não culpem os produtores rurais pelo encarecimento dos alimentos”. O apelo é do presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, ao analisar o comportamento dos preços das carnes, arroz, feijão, milho e leite no mercado nacional. Ele aponta que o clima hostil, os preços pouco remuneradores, a inexistência de estoques reguladores e a falta de gestão no abastecimento criaram um quadro de escassez e de elevação de preços para os consumidores. O dirigente avalia que a escassez de milho e o seu consequente encarecimento se refletiram no aumento dos custos de produção das carnes em geral, especialmente de aves e suínos, e também do leite. Vários fatores levaram à aguda redução da oferta de milho. Um foi a redução da produção. Em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas. Nesses dez anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, em 2015, foram cultivados 350 mil hectares de lavouras para uma produção estimada em 3 milhões de toneladas, para um consumo estadual de 6 milhões

de toneladas. No plano federal, Pedrozo entende que faltou planejamento e ação preventiva da Companhia Nacional de Abastecimento que não alertou para o perigo das exportações maciças de um insumo essencial para importantes cadeias produtivas. Na esfera nacional, a produção de arroz deve cair 14,3% em relação à safra 2014/2015. Também houve redução da área plantada em quase todos os estados produtores e o excesso de chuvas ocasionou plantio fora da janela ideal e baixa luminosidade, com efeitos sobre a produtividade na região Sul. Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do Brasil. O Estado cultiva cerca de 150.000 hectares e produz em torno de 1,1 milhão de toneladas. Pedrozo assinala que as condições climáticas também afetaram dramaticamente o mercado de lácteos. O excesso de chuvas no sul do Brasil e a seca no centro-oeste reduziram a oferta de leite no mercado interno, forçando para cima os preços dessa matéria-prima. O clima prejudicou a recuperação das pastagens, o custo da nutrição subiu muito e muitos criadores venderam parte do plantel de vacas leiteiras para abate em razão da forte valorização da carne bovina. 24

Não culpem os produtores rurais pelo encarecimento dos alimentos”.

JOSÉ ZEFERINO PEDROZO Presidente da Faesc



Mercado

Impulso para o

CRESCIMENTO

O Prodec, programa do Governo do Estado, é opção para indústrias que desejam expandir

O setor industrial é um dos grandes responsáveis por movimentar a economia e gerar empregos. Para isso, no entanto, é preciso que haja crescimento e expansão. Em Santa Catarina, o Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec) tem dado bons resultados com essas finalidades. Criado em 1986, o Prodec tem um objetivo claro: o de incentivar a implantação ou expansão de empreendimentos industriais que vierem produzir e gerar emprego e renda em Santa Catarina. O programa funciona com a postergação do ICMS, de modo que a empresa contemplada poderá mudar a data do pagamento do imposto para mais adiante ou ampliar o prazo. Até o mês de agosto de 2016, 726 projetos tinham sido apoiados pelo Prodec em Santa Catarina, somando um valor aproximado de R$ 20 bilhões. Entre os recentes projetos incentivados está o da Farben, uma das principais produtoras do segmento de tintas e vernizes do país. Fundada em 1993, a empresa con-

ta com um parque fabril com área construída de 11.500 metros quadrados, localizado em Içara, Sul do Estado. Além do setor moveleiro, a Farben desenvolve e produz tintas e vernizes para os setores automotivo, industrial e imobiliário, exportando para os países como Equador, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Peru e Chile. No projeto aprovado pelo Prodec, a empresa solicitou o incentivo para a ampliação da fábrica de resinas, com a finalidade de criar uma nova unidade de produção. “A resina é um dos insumos mais importantes para a produção da tinta”, explica o vice-presidente da Farben, Edilson Zanatta.

Apesar da atual crise econômica em que se encontra o país, temos recebido um número grande de interessados em acessar o programa, em expandir suas indústrias. Isso é de fato muito positivo, a confiança dos empresários está sendo retomada e, assim, nossa economia volta a crescer”, observa o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Chiodini.

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Aumento de produção e mais empregos O projeto começou a ser elaborado em 2011 e, até ser aprovado, passou por uma série de etapas. A contemplação veio em abril de 2014, com o valor de R$ 9,5 milhões. “Com a criação da fábrica de resinas, conseguimos deixar de importar e passamos a uma produção que era 250 toneladas por mês para 800 toneladas mensais”, comenta Zanatta. O investimento significou, até o momento, a criação de pelo menos 100 novos empregos diretos e cerca de 600 indiretos na região Sul. A secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável detalha que o incentivo do Prodec equivale a um percentual predeterminado sobre o valor do ICMS a ser gerado pelo novo projeto. Assim, o programa nada mais é do que financiamento de capital de giro, a longo prazo e de baixíssimo custo.

Quem pode participar Podem participar do Prodec empreendimentos que atendam, no todo ou em parte, aos seguintes requisitos: gerem emprego e renda à sociedade catarinense; incrementem os níveis de tecnologia e competitividade da economia de Santa Catarina; contribuam para o desenvolvimento sustentado do meio ambiente, para a desconcentração econômica e espacial das atividades produtivas e para o desenvolvimento dos municípios e da região; e aqueles direcionados a obras de infraestrutura, especialmente rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do Estado.

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Silvio Virtuoso, responsável pelo setor contábil da Farben, foi um dos formuladores do projeto selecionado. Ele destaca que entre os principais benefícios do Prodec está o fato de o pagamento da verba adiantada pelo governo não ter juros e nem correção. Para o contador, alternativas como essa são fundamentais para empresas que querem investir. “Seria muito interessante que mais empresas da região buscassem recursos do programa. É preciso sair um pouco do quadrado e buscar algo a mais”, avalia. “É de suma importância que o governo continue com projetos assim. Eles dão uma luz para empresas que querem investir e contribui para o crescimento mais rápido e sólido do Estado”, complementa o vice-presidente da Farben, Edilson Zanatta.


MOLDURARTE é a mais lembrada pelo setor vidreiro Empresa recebeu mais uma vez o Prêmio Destaque Anavidro na categoria Molduras

Pela quarta vez a Moldurarte recebeu o Prêmio Destaque Anavidro (Associação Nacional de Vidraçarias). Foi a segunda fez que a empresa recebeu o troféu ouro, sendo a mais lembrada pelos vidraceiros em 2016, feito que já havia conquistado em 2015. Em 2013 e 2014, a empresa ficou com o troféu prata, sendo a segunda mais lembrada na categoria molduras. Aléxis Della Giustina, gerente comercial, foi a São Paulo receber o prêmio, em cerimônia no Clube Payneiras do Morumby. A Moldurarte, localizada em Braço do Norte, no Sul do Estado, e com uma filial em São Ludgero, comemorou neste ano, em agosto, 55 anos de fundação, atuando na fabricação de molduras em barras de madeira para a produção de quadros, espelhos, porta-retratos e outros. Buscando oferecer comodidade aos clientes e utilizar a tecnologia para facilitar o atendimento, a empresa lançou um aplicativo, o Moldurarte Decor, que permite simular um quadro ou espelho com a moldura escolhida e aplicar em um ambiente através de imagens capturadas pelo smartphone ou tablet.

Foi a quarta vez que participamos e ficamos entre os mais lembrados, sendo dois anos em primeiro lugar. Isso é importante porque demonstra para nós que o trabalho e as ações que estamos realizando vêm sendo reconhecidos pelos clientes. Procuramos focar muito nos diferenciais, entre eles o atendimento, e ser o mais lembrado em nossa categoria demonstra que estamos conseguindo atingir nossos objetivos”, destaca Aléxis Della Giustina, gerente comercial.” 28

FOTOS: DIVULGAÇÃO ANAVIDROS/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

O cliente pode escolher uma moldura para emoldurar uma imagem e simular o quadro pronto, por exemplo, e, com uma foto do ambiente, colocar o quadro no lugar que deseja, visualizando como este quadro ficará neste local, facilitando a escolha das molduras e gerando conforto e segurança para o comprador. O objetivo do APP, que é gratuito, é incentivar o uso de molduras na decoração. “Também inauguramos um viveiro de mudas dentro de uma das unidades da Moldurarte que irá produzir 60 mil mudas de árvores/ano para distribuição gratuita para a população da região. Nossas molduras são ecologicamente corretas e nossas unidades estão certificadas pelo FSC. Isto atesta e demonstra toda a nossa preocupação com o meio ambiente”, destaca o gerente comercial. A Moldurarte hoje emprega mais de 400 funcionários, tem 40 mil m² de área construída, produz 16 milhões de metros lineares/ano e tem mais de 2,5 milhões de árvores plantadas em 6 fazendas de cultivo, todas no estado de Santa Catarina, o que garantirá ser autossuficiente na sua matéria-prima principal que é a madeira.


Plano de cargos, carreiras e salários:

Artigo

REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA EM TEMPOS DIFÍCEIS das e implementadas. Acontece que as organizações vêem o plano de cargos, carreiras e salários como um implemento negativo e pesado na folha de pagamento, e não como uma forma de ter em seu quadro os melhores profissionais e reconhecê-los pelos seus méritos. Há três grandes objetivos com o plano: o primeiro refere-se à atração de profissionais - pois para que estes se sintam atraídos pela empresa é necessária uma demonstração de suas vantagens. O segundo seria a retenção de pessoal - visto que após o conhecimento da organização e assimilação da sua cultura ou estrutura organizacional, para que estes permaneçam, é preciso identificar os pontos fortes, as oportunidades de melhoria e as possibilidades de crescimento profissional em várias dimensões. E o terceiro é justamente criar um sistema padrão, justo e legal para a política de remuneração, focado na meritocracia, oportunizando desenvolvimento e crescimento aos profissionais. Dentre as alternativas encontradas pelas empresas de modo a obter a vantagem competitiva e driblar a crise mantendo os melhores talentos , o investimento na gestão de cargos, carreiras e salários tem se apresentado como um aspecto importante, por colaborar justamente com a atração e a retenção de pessoas, preocupada por conta dos bens, intangíveis e tangíveis, que se vão com a perda dos profissionais, haja vista que já fora realizado um investimento nos mesmos, em tempo dispensado com treinamentos e outros. Mas vale destacar que cabe a cada profissional administrar a sua carreira, sendo ele o maior responsável pelo seu sucesso, devendo, então, por meio da busca por formações e conhecimentos, investir no seu desenvolvimento. Do mesmo modo, é plausível que as organizações cumpram seus papéis no sentido de propiciar estes avanços, já que se tornou frequente, em alguns setores, desligamentos por iniciativa dos funcionários, motivados pela procura de oportunidades mais promissoras, pois embora pareça incoerente, há empresas que afirmam possuir um plano de administração de cargos e salários, mas que os trabalhadores nunca foram orientados e informados ou, então, em outras situações, as regras são burladas, provocando desigualdade, desequilíbrio e injustiças, inclusive permitindo brechas para possíveis passivos trabalhistas. O plano de cargos, carreiras e salários deve estimular o crescimento e aumentar a confiança dos funcionários na empresa, mesmo que a velocidade dos processos não seja tão rápida, como desejável normalmente. Assim, possivelmente a qualidade da produção do trabalhador será melhor e, consequentemente, a empresa obterá resultados mais satisfatórios.

Motivar funcionários. Manter o equilíbrio e a retenção de talentos. Reduzir os custos fixos com pessoal. Avaliar custos rescisórios e oportunidades que podem surgir em ambientes instáveis. Nunca a área de gestão de pessoas teve tantas variáveis para analisar quanto agora. Não há dúvidas de que a remuneração é um dos principiais desafios dos gestores de pessoas, quando o objetivo é motivação. Não que a remuneração seja o primeiro item a ser avaliado por todos os profissionais, mas ela sempre aparece entre os três principais fatores motivacionais nas pesquisas de clima organizacional. Além disso, é importante entender que os indivíduos têm necessidades diferentes, e que, portanto, se para alguns o salário aparece lá em terceiro lugar, para outros ele aparece em primeiro lugar. Só essa diversidade já se torna um quebra-cabeça para os gestores. Infelizmente, ainda existem profissionais que não possuem a dimensão das possibilidades de carreiras existentes nas suas organizações. Até porque, muitas não oportunizam crescimento, nem no sentido vertical, nem no horizontal. Às vezes por desconhecer técnicas que possibilitam o dinamismo de movimentação e reconhecimento de pessoas em suas organizações. A estabilidade funcional deixa de ser o ponto forte de segurança para dar lugar à insegurança de crescimento e, portanto, um vazio no reconhecimento. Uma das técnicas muito usada na gestão de pessoas, por colaborar com a atração e a retenção de talentos, é o plano de cargos, carreiras e salários, uma vez que a sua implantação favorece tanto à organização quanto o trabalhador. A implantação e o gerenciamento do plano de cargos e salários deve ser bastante cautelosa, pois o não cumprimento do mesmo, bem como a falta de conhecimento e informação técnica, pode acarretar em problemas de insatisfação, desmotivação e altos índices de rotatividade (turnover). É importante acreditar que os profissionais têm o objetivo de crescer e saber das possibilidades naquele ambiente, ou seja, saber o que tem que fazer e como fazer para alcançar seus objetivos. Em outras palavras, devem receber orientação e feedback sobre as competências que precisam desenvolver. Pensar que as pessoas não são estáticas, mas que podem, por exemplo, se movimentar de um cargo para outro, superior, significa ter uma ideia positiva sobre as mesmas e traduz a visão das empresas interessantes e atrativas. Entende-se que, em meio a um cenário crítico, é imprescindível o pensamento sobre saídas promissoras ao negócio, contudo, espera-se que estas, de algum modo, favoreçam todos os que compõem a organização. É nesse momento crítico que passamos que estratégias de retenção e motivação devem ser pensadas, planeja-

ALESSANDRO H. SILVEIRA

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Sócio, diretor e consultor da Eficaz Assessoria


DS

Cidades Seja atráves de organizações que nasceram para este fim, os projetos cada vez mais desenvolvidos pelo setor privado e por instituições de ensino e saúde, ou apenas da boa vontade de pessoas que desejam ajudar, as iniciativas sociais se propagam e melhoram a vida de muita gente

Mudança

DO BEM

FOTO: DIVULGAÇÃO BAIRRO DA JUVENTUDE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Uma mudança de vida. Foi isso que Elizabete Maximiano encontrou há 27 anos, quando uma vizinha lhe indicou o Bairro da Juventude para que ela buscasse ensino para seus filhos. Foi no local que, além de oportunidade para eles, Bete, como é chamada pelos colegas, encontrou também uma mudança para si própria – um trabalho. Essa é apenas uma história e uma vida de muitas que são modificadas por ações de impacto social, algumas de grande porte, outras pequenas. O que todas têm em comum, porém, é

a mudança que provocam nas comunidades e nas pessoas que participam, seja como voluntárias, seja como beneficiadas. Elizabete encontrou no Bairro da Juventude não apenas a Instituição que acolheria, mais tarde, seus oito filhos, mas também o local onde ela começaria a desenhar seu futuro. “O Bairro é minha segunda casa. É aqui que, muitas vezes, tive um ombro amigo. Na Instituição aprendi a conquistar, doar e receber”, conta a profissional que trabalha no setor de cozinha na preparação das saladas e recebimento de alimentos. 30


Além do assistencialismo

Oportunidades O filho mais novo de Elizabete, Bryan Mandelli Manoel, 16 anos, também aponta as oportunidades que recebeu na Instituição. “Cheguei ao Bairro ainda bebê, e hoje já faço o curso de Mecânica Geral no Centro Profissional da Instituição. Já passei também pelas oficinas esportivas e gosto muito da alimentação que é oferecida”, revela o garoto.

Não se pode discutir o papel que iniciativas que buscam atender necessidades emergenciais, através da doação de alimentos, roupas e outros, possuem, em especial em casos de urgências, como nas grandes catástrofes. Passar dessa linha assistencial e buscar ações que promovam uma mudança de vida, gerando oportunidades de trabalho e carreira, porém, é um avanço necessário para quem quer ser agente de impacto nas comunidades. O Bairro da Juventude, por exemplo, oferece, na área da profissionalização, seis cursos de Aprendizagem Industrial nas áreas de Mecânica Geral, Mecânica de Automóveis, Eletroeletrônica, Padeiro e Confeiteiro, Cozinheiro Industrial e Programador de Computador. Em Florianópolis, atendendo o objetivo de promover a inclusão, o Instituto Lagoa Azul busca incentivar a profissionalização de jovens, a redução da criminalidade e aumento da qualidade de vida, através do contato com o esporte e a arte, e do acompanhamento escolar daqueles inscritos nos projetos disponíveis atualmente.

Fundado em 1º de setembro de 1949, o Bairro da Juventude celebrou 67 anos de trabalho em Criciúma, no Sul Catarinense. A instituição foca seu trabalho no atendimento de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias, sendo que hoje 1,5 mil alunos são atendidos gratuitamente. Eles têm acesso à educação formal, profissionalização, oficinas culturais e esportivas, laboratórios educativos, alimentação, transporte escolar, saúde e atendimento psicossocial.

Esporte transformador As iniciativas são variadas e têm como ferramenta principal o esporte, utilizado como agente de mudança. Um exemplo é o Driblando a Vida. Em 2015, a iniciativa manteve quatro escolinhas de futebol gratuitas, com aulas semanais e em diferentes bairros da capital, além de apostar em outras atividades, promovendo a interação de elementos agentes de mudança e aproveitando outas ações do Instituto. Outro exemplo de uso do esporte é o Projeto Social Superando Barreiras, iniciativa da comunidade Vila União e apoiado pelo Instituto Lagoa Social. O intuito é oportunizar, através do Jiu-Jítsu, novas perspectivas, formando um time de competidores para representar Florianópolis em torneios da modalidade e proporcionar aos participantes todo o material necessário para a prática desportiva.

Cheguei ao Bairro ainda bebê, e hoje já faço o curso de Mecânica Geral no Centro Profissional da Instituição. Já passei também pelas oficinas esportivas e gosto muito da alimentação que é oferecida”. BRYAN MANDELLI MANOEL 31


Cidades

O despertar pela cultura A cultura também é um agente de mudança social empregado pelo Instituto Lagoa Social. Conforme explica o responsável pelo projeto Pipoca, Gustavo Soares, já foram atendidas mais de 25 mil crianças na iniciativa, que conta com mostras de cinema nas escolas, onde são realizadas dinâmicas articuladas ao plano de ensino, como também, pós-mostra, trabalhos em cima de temáticas importantes para o desenvolvimento e reflexão dessas crianças. “Eu acredito que o projeto faz sim muita reflexão positiva na cabeça das crianças e jovens que participam. Com esse formato de visitas mensais está sendo possível dar continuidade, o que nos possibilita apresentar a história do cinema, que engloba as sete artes, e as crianças percebem este mundo mágico, criativo, lúdico. Os filmes trazem muito conhecimento cultural, os jovens podem ‘viajar’ e ampliar seus sonhos, suas perspectivas de conhecimento”, destaca Gustavo.

FOTOS: RODRIGO PETTERSON/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Utilizando sua essência As universidades são locais que dispõem de material humano, qualificação e recursos imensuráveis para a utilização na promoção da mudança social nas comunidades nas quais estão inseridas. A Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) vem ao longo de sua existência desenvolvendo projetos dentro do programa de extensão da instituição que servem não apenas para promover diversos benefícios para a comunidade – como saúde, acesso à orientação jurídica, ao esporte, à cultura e outros -, como também uma oportunidade para os alunos praticarem o que aprendem nas aulas. De olho nas recentes necessidades sociais que se apresen-

tam na região, a Unisul lançou o Projeto Acolhida ao Migrante: Inserção Social e Diversidade Cultural, que busca contribuir para a inserção destes cidadãos que cada vez mais fazem parte da população de Santa Catarina pelo acesso de garantias fundamentais e integração cultural com a comunidade. Na outra ponta, os estudantes de cursos relacionados ganham experiência atuando como extensionistas remunerados, voluntários ou bolsistas do Art. 170. Este é apenas um dos diversos programas que são oferecidos pela universidade. Outro exemplo é o Amigos da Saúde Mental, que recebe pacientes em tratamento psiquiátrico e oferece oficinas de arte, terapia, grupos e outras ações de forma gratuita. 32


Quando a motivação é a ação A união da comunidade também pode fazer toda a diferença, mesmo com ações mais simples e recursos limitados. Quem pode contar uma história de como a boa vontade faz a diferença é Rosangela Alves, a Danda. Contando inicialmente apenas com o desejo de não ouvir notícias de pessoas morrendo em função do frio em sua cidade, ela conseguiu mobilizar um grupo que hoje conta com 1,5 mil pessoas e distribui, todas as quartas-feiras, comida e roupas para moradores de rua da cidade de Tubarão, na região Sul. Em maio, num encontro de integrantes de outro grupo de voluntários do qual Danda faz parte, uma das integrantes mencionou que havia alguns moradores de rua passando frio e fome. Danda conta que decidiu que naquele mesmo dia faria uma sopa e procuraria por eles. A partir desse dia, ficou definido que todas as quartas seriam de doação, e o grupo começou a crescer. “O cardápio é variado. Não temos vínculo religioso, partidário ou institucional”, relata. É no trabalho voluntário que Danda, que recentemente descobriu um problema de saúde, busca força para enfrentar suas próprias dificuldades. “Não pretendo parar. Acho que o grupo pra mim hoje é um apoio, uma motivação para viver”, revela.

Descobrindo talentos Para Gilberto Francisco Hobold, presidente do Bairro da Juventude, o projeto é um mar de oportunidades para as crianças e para os adolescentes da região. “Além de estudar, chances são oferecidas para que talentos se descubram na música, no esporte, nos cursos de profissionalização e outras modalidades. A Instituição não só ensina, mas forma pessoas oportunizando desenvolver todo o seu potencial”, conclui o presidente.

EDUCAÇÃO Mais de 900 crianças e adolescentes têm acesso ao ensino integral. INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO Por ano, aproximadamente 550 jovens são direcionados ao mercado de trabalho. SEGURANÇA O transporte dos alunos é feito por três ônibus que percorrem mais de 80 bairros de Criciúma e municípios vizinhos. ALIMENTAÇÃO Quatro refeições diárias e o acompanhamento de nutricionistas garantem uma alimentação saudável e balanceada a todas as crianças e jovens. SAÚDE Por ano, o Bairro da Juventude realiza mais de três mil atendimentos na área médica e de enfermaria, e quase dois mil atendimentos odontológicos. ESPORTE, LAZER E CULTURA Os momentos de descontração, movimento e criatividade são garantidos através das Oficinas Esportivas, Culturais e Laboratórios Educativos. 33


MAIS IMPORTANTE

FOTO: LOUGANS DUARTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Educação

que nunca

Diante de mudanças no ensino, como a aplicação de novas tecnologias em sala de aula, o professor renova seu papel e sua importância em meio a antigas demandas por reconhecimento

Guilherme Simon e Litiane Klein A professora Eliana Scremin Menegaz inicia a aula na Escola de Ensino Médio Dite Freitas, em Tubarão, Sul do Estado. Ainda no começo, já é preciso chamar a atenção dos alunos que checam mensagens e atualizações de redes sociais em seus smartphones. Essa realidade tende a ser cada vez mais comum. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) projetou que, até 2018, o número de smartphones no Brasil deve chegar a 236 milhões. Diante disso, ensinar se torna um trabalho mais desafiador, e não apenas por uma questão de disputa de atenção da audiência. O acesso à informação, revolucionado com a internet, tem transformado a maneira como as pessoas aprendem e evidenciado debates difíceis - e necessários - para a sociedade. Para procurar entender os processos de transformação da Era Digital e tornar as aulas mais atraentes, Eliana iniciou um mestrado em Educação, Comunicação e Tecnologia, na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). De lá para cá, ela tem tornado a internet mais presente em sala de aula. Softwares livres viraram

uma alternativa para apresentações de trabalhos. O celular se transformou em ferramenta para produzir pequenos documentários. Vídeos começaram a ser usados para mostrar detalhes do corpo humano. “No YouTube, temos acesso a um mundo que não teríamos apenas com o nosso laboratório. Os alunos gostam desse tipo de aula, sentem-se atraídos”, comenta Eliana, que concluiu o mestrado em 2015, com a dissertação “Tecnologias digitais no Programa Ensino Médio Inovador: perspectivas e práticas”. A professora acredita que esses novos tempos acentuaram o papel do professor como o de um mediador do conhecimento, o que não diminuiu a importância de sua função - pelo contrário. “Diante de tantas informações, o professor deve filtrar o que é necessário, mostrar a necessidade da ética para a construção do conhecimento”, analisa. Para Eliana, no entanto, o desafio de inserir novas ferramentas tecnológicas na sala de aula ainda esbarra em questões que não dependem apenas do educador. “Falta capacitação e falta também estrutura nas escolas”, lamenta. 34

“Alguns têm aparelhos mais simples, outros mais modernos, mas a maioria dos estudantes das minhas turmas possui um celular que acessa a internet”, aponta Eliana.



Educação

A tecnologia como complemento

A coordenadora do Programa de Mestrado em Educação da Unisul, professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, acredita que, em relação aos desafios encontrados diante dos novos tempos de tecnologia, essas ferramentas devem ser um mecanismo suplementar, que auxilie na metodologia de ensino. “As mudanças tecnológicas podem e devem ser absorvidas pela escola. No entanto, não há como, numa sociedade como a brasileira, complexa e contraditória em sua formação, a escola utilizar as tecnologias sem a necessária participação do professor”, analisa. A coordenadora do Programa de Mestrado em Educação pondera que o educador precisa estar atualizado e compreender o mundo em suas transformações, de modo que a escola seja um local de discussão e apropriação de mecanismos que favoreçam a convivência “numa sociedade eivada de contradições”. Porém, Maria da Graça diz ser a favor da proibição do uso de celulares em sala de aula, desde que o professor tenha a possibilidade de decidir sobre isso. “Durante as aulas, os alunos e alunas

precisam focar nos assuntos tratados pelo professor, seja na forma expositiva, seja no uso de outras metodologias de ensino”, complementa a pesquisadora. Para ela, trata-se, também, de desenvolver nos alunos atitudes de respeito e de ética para com os professores e seus colegas de sala de aula. “A escola não se pauta apenas por conteúdos que são de fundamental importância na formação humana -, mas também é de sua responsabilidade, associada aos grupos de pais e professores, a formação de valores de convivência entre humanos”, destaca. Em 2008, a Lei nº 14.363 tratou da questão do uso do telefone celular nas escolas de SC. A legislação proibiu o uso do aparelho nas salas de aula. Mas a lei não é consenso entre os educadores, assim como também não é totalmente respeitada. A professora Eliana Scremin reforça o lado positivo da tecnologia. “É necessário distinguir o uso dos celulares para atender ligações ou trocar mensagens durante a aula do seu uso pedagógico”, pontua. 36


A escola e o mundo lá fora A professora e pesquisadora Maria da Graça Nóbrega Bollmann defende que é preciso ampliar o debate. “Entender a educação como um instrumento de formação ampla e de luta pelos direitos de cidadania e emancipação social, que prepare os cidadãos e cidadãs para a responsabilidade da construção de um projeto de inclusão social de qualidade, emancipador”, completa. Para a pesquisadora, é esta educação que, democraticamente, deve abrir espaços e reconhecer as diferentes concepções político-ideológicas, diferentes culturas, étnicas, princípios e orientações necessárias ao convívio social. Nesse sentido, iniciativas como as que tentam barrar as discussões sobre gênero e política nas escolas preocupam a educadora, justamente porque se opõem, de acordo com Maria da Graça, às características que a educação deste tempo deve ter. “A escola por si só não dá conta de mudar a sociedade, pois se vive numa constante luta de opiniões e discussões de valores. O papel da escola é o de tentar subverter alguns valores arraigados na sociedade e enfrentá-los para que se viva em um mundo melhor e com mais respeito entre as pessoas”, argumenta a professora. O coordenador do curso de Pedagogia da Unisul, Jorge Alexandre Nogared Cardoso, salienta que o trabalho do professor, diante de turmas com diferentes opiniões, deve ser o de fazer com que os estudantes tenham, cada vez mais, a compreensão da diversidade e de suas vantagens.

“Os debates em sala são importantes momentos para estimular o pensamento crítico pois, certamente, com boa condução poderão refletir em pessoas melhores, que respeitem o que lhes é diverso, reservando a todos um tratamento digno, indispensável a todas as pessoas”, destaca. Especificamente sobre o projeto de lei “Escola Sem Partido”, Jorge Nogared é enfático: “Barrar a discussão é forma de censura. Na escola temos toda a diversidade encontrada na sociedade. Ela não é um extrato puro do ambiente social. Como negar, proibir, que se trate dos assuntos da sociedade? Escola sem partido é a imposição de um partido, no sentido de posicionamento. Esta é a maior incoerência: ser partidário e impositor de uma forma de educar pressupõe que não haja posicionamento na escola. Os que advogam esta tese forçam que todos tomem o seu partido”, avalia.

Necessidade de valorização Além de cumprir a função mais fundamental do ofício - a de ensinar, o professor ainda precisa acompanhar as mudanças na sociedade e incorporá-las à sala de aula. Uma tarefa nada fácil para quem, muitas vezes, precisa trabalhar por três períodos diários. A professora Maria da Graça lembra que, para que os educadores cumpram o seu papel, é fundamental que os professores recebam uma remuneração digna e justa, e condições materiais de trabalho que lhes permita exercer com dignidade a sua função. De acordo com o coordenador estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) de SC, Aldoir Kraemer, a principal luta da categoria no Estado continua sendo por um plano de carreira digno, “que valorize a formação e o tempo de dedicação”, frisa. 37


FOTO: LOUGANS DUARTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Educação

As novas ferramentas como aliadas O Senai de Tubarão é a primeira escola referência “google for education” de Santa Catarina e tem utilizado a tecnologia e as ferramentas online como um aliado na hora de ensinar e até mesmo atrair a atenção dos alunos. “O uso do celular em aula se tornou algo normal, para fins pedagógicos. Também utilizamos muito os recursos online, como a interação com QR Code, aulas de reforço e avaliação online e disponibilização de material em drive. Nos laboratórios, não colocamos restrições para redes sociais, por exemplo, até porque criamos grupos e utilizamos também para fins pedagógicos. Claro que o aluno é responsável por aquilo que ele acessa, mas nós não restringimos por entender que todas essas ferramentas podem ser bem utilizadas para o ensino”, comenta Fernando Darci Pitt, diretor da unidade de Tubarão do Senai. Ele destaca que o Senai também tem atuado no sentido de qualificar professores para o uso da tecnologia em sala de aula. Dentro do programa Movimento Santa Catarina pela Educação, da Fiesc, a instituição oferece, por exem-

plo, capacitação gratuita como o Clube Docente Digital, que tem como foco o conhecimento e aplicação de tecnologias educacionais. “É uma iniciativa que não está voltada apenas para os nossos professores, mas sim aberta aos docentes do ensino fundamental 2 e ensino médio das escolas estaduais e municipais da região da Amurel”, destaca Fernando. Para a coordenadora do Ensino Médio da unidade de Tubarão, Karolina da Silva Cabral, a tendência é que a tecnologia consuma cada vez mais o dia a dia das pessoas, em especial dos jovens, então é necessário utilizar isso a favor do ensino. “A escola precisa se aproximar da realidade. Claro que para fazer esse uso das tecnologias é necessário ter uma estrutura de laboratórios, plataformas. Nós utilizamos livros didáticos, aulas expositivas, mas associamos muito à tecnologia. Para estudar para o Enem, por exemplo, o aluno tem acesso à plataforma Missu, com simulados com questões inéditas, dicas de estudo e treino diário”, detalha.

Agregando uma profissão Ao cursar o ensino médio no Senai, o estudante pode optar por realizar um curso técnico de forma concomitante, concluindo os estudos com uma profissão. “No primeiro ano, o aluno tem aulas básicas dos cursos técnicos como uma forma de ‘degustar’ e saber com qual ele se identifica. No segundo ano, ele pode escolher entre redes de computadores ou automação industrial, que ele vai cursar junto com o ensino médio, em dois turnos”, explica Karolina. O diferencial, diz ela, é que o aluno já sai qualificado para exercer uma profissão e também com mais preparo prático para cursar a universidade, caso este seja seu objetivo. 38


Artigo

nem-se as perspectivas de formação dos professores. Algumas pesquisas por mim realizadas apontam o quanto é diversificada a percepção dos estudantes de licenciatura acerca da função do professor na sociedade atual. Dentre elas, destaco: mediar o conhecimento, desenvolver o pensamento crítico, formar o cidadão, transmitir conhecimentos e desenvolver o pensamento abstrato favorecendo a aplicabilidade do conhecimento. Quanto à avaliação que fazem de sua formação, aparecem críticas à predominância da formação técnica em detrimento da formação humana e didático-pedagógica em alguns cursos e, em outros, o excesso de teoria e o distanciamento entre a formação e a realidade da escola, ocorridos tanto pela postura de alguns professores quanto pela própria inadequação da matriz curricular. O aumento da preocupação com a compreensão da realidade em que passarão a atuar provavelmente se deve ao fato de estarem prestes a adentrar na escola, não mais como acadêmicos, mas como profissionais formados. Esses conhecimentos demonstram algumas fragilidades em termos de formação, mas, ao mesmo tempo, reafirmam nossa esperança de continuar trabalhando em sala de aula e com pesquisas que possam ajudar a elucidar a complexa e heterogênea tarefa de ensinar e de formar futuros professores.

DESAFIOS ATUAIS NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES É necessário pensar a formação de professores sem se desconectar do contexto da estrutura social, resultante de fatores sociais, culturais, políticos e econômicos, pois ao professor não basta conhecer o conteúdo específico de sua área nem tão pouco as formas de transmiti-lo. Precisa ter uma formação abrangente, conhecer a sociedade do seu tempo, compreender as relações entre educação, economia e sociedade. Da mesma maneira, é preciso pensar a formação de professores também do ponto de vista local, singular e pessoal, considerando que os professores ou futuros professores vivem, no cotidiano de suas vidas, um processo de interação e autoformação que condiciona, em certa medida, um modo de pensar e de ser docente. De qualquer forma, dependendo da função que é atribuída à escola e à formação das futuras gerações na sociedade, defi-

GILDO VOLPATO

Reitor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)

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Saúde

Um impulso para a

SAÚDE DOS HOSPITAIS Alesc cria fundo para garantir a retomada dos mutirões de cirurgias eletivas no Estado e o valor depositado deve gerar um grande impacto, já que representa praticamente o mesmo total investido nos mutirões de 2011 a 2014, quando foram aplicados R$ 55 milhões

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Uma esperança para quem vive o drama de aguardar uma cirurgia ou esperar um tratamento nos hospitais públicos de Santa Catarina. Aprovada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) em julho e já sancionada pelo governador Raimundo Colombo, a lei nº 16.968 criou o Fundo Estadual de Apoio aos Hospitais Filantrópicos do Estado, ao Hemosc, ao Cepon e aos hospitais municipais. Juntamente com a criação do fundo, a Alesc concretizou o depósito de R$ 50 milhões para este, e anunciou ainda outros R$ 56 milhões para o Estado, totalizando R$ 106 milhões que podem ser investidos na saúde, em especial para os mutirões de cirurgias eletivas. A ideia é que sejam destinadas a este fundo devoluções voluntárias dos poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Além dessas devoluções, doações feitas por contribuintes do estado e receitas decorrentes da aplicação dos recursos também podem compor o fundo. Essa quantia arrecada não valerá como parte dos 12% do orçamento do Estado previstos para a saúde. A gestão e a execução direta ou descentra-

lizada dos valores ficará sob responsabilidade da Secretaria Executiva de Supervisão de Recursos Desvinculados. A Secretaria apresentará à Alesc, trimestralmente, dados sobre o montante e a fonte de recursos aplicados. A produção de serviços com a respectiva demanda remanescente de cada entidade de caráter assistencial também será apresentada. Conforme o texto da lei, as cirurgias eletivas de baixa, média e alta complexidade serão as principais beneficiadas com os recursos, recebendo, no mínimo, 90% dos valores. O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) e o Centro de Pesquisas Oncológicas Dr. Alfredo Daura Jorge (Cepon) devem receber até 10% das verbas. “Criamos o Fundo para garantir a retomada dos mutirões de cirurgias eletivas no Estado e o valor depositado deve gerar um grande impacto, já que representa praticamente o mesmo total investido nos mutirões de 2011 a 2014, quando aplicados R$ 55 milhões. O setor público precisa entender quais são suas prioridades, principalmente quando há escassez de recursos”, destaca o presidente da Alesc, deputado Gelson Merisio (PSD), autor do projeto e da lei.

Na hora certa

A criação do fundo não poderia vir em melhor hora. A situação dos hospitais públicos do Estado, que já era dramática, tinha ficado ainda pior em junho deste ano, quando o governo e os municípios anunciaram cortes no financiamento dos mutirões de cirurgias eletivas de média complexidade, por conta de dificuldades financeiras. Entre estes procedimentos, estão cirurgias de catarata, hérnias e outros casos que não são considerados emergenciais. Também por falta de repasses, em julho deste ano atendimentos de novos pacientes com câncer e outras doenças graves foram suspensos no Cepon. Até o começo de agosto estavam suspensas a coleta externa de sangue e a coleta de sangue de cordão umbilical, no Hemosc, e o implante de prótese mamária externa e realização de exame pet-scan, no Cepon. 41


FOTO: ALESC/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Saúde

Sobre a lei

A ideia do Fundo de Apoio aos Hospitais foi desenhada no início do semestre deste ano, após uma série de visitas do presidente da Alesc a hospitais filantrópicos de todo o Estado. A primeira proposta de criação, o PL 153/2016, foi protocolada no dia 1º de junho. Duas semanas depois, para evitar questionamentos sobre a constitucionalidade da medida, o presidente da Assembleia Legislativa acordou com o Executivo o envio da matéria com o mesmo texto original, o PL 171/2016, mas com autoria do governo do Estado, no dia 14 de junho. Cerca de um mês depois, a proposta foi aprovada em plenário por unanimidade pelos deputados, no dia 5 de julho.A lei foi sancionada no dia 19 de julho e publicada no Diário Oficial no dia seguinte. Agora, já foram vencidas algumas etapas burocráticas do processo.

DEPUTADO GELSON MERISIO (PSD) Presidente da Alesc

FOTO: MIRIAM ZOMER/AGÊNCIA AL/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Primeiros recursos e impasse Os primeiros recursos para o fundo de apoio aos hospitais vieram da Alesc, que, no mês de julho, anunciou o depósito de R$ 50 milhões. Outros R$ 56 milhões foram depositados no caixa do governo e a Assembleia recomendou que eles sejam usados na saúde. A intenção era que, com os recursos, as cirurgias eletivas fossem imediatamente retomadas. Porém, um impasse atrasou a utilização da verba por parte dos hospitais – o texto da lei, que determinava, em um dos artigos, que “os

recursos financeiros são para financiar o programa de cirurgias eletivas a serem executadas”. No entendimento da Associação e Federação dos Hospitais de Santa Catarina, a redação dava a entender que o dinheiro só poderia pagar as cirurgias que fossem feitas a partir da criação da lei e não para quitar as dívidas anteriores com as instituições de saúde. A situação foi resolvida com uma Medida Provisória (MP) que alterou parte do texto da lei. A MP foi publicada no dia 17 de julho no Diário Oficial do Estado. 42


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Saúde

Pausa para

OLHAR PARA DENTRO

A meditação tem se firmado como uma forma de aquietar a mente e melhorar a saúde como um todo

Relaxamento, concentração e um ânimo extra para desempenhar as atividades do dia a dia. Em um mundo no qual a mente não para e, tão rápido quando a velocidade das informações que recebe, precisa processar tantos dados e desempenhar tantas atividades, a perspectiva de ter um tempo para “desligar” de toda essa velocidade tem atraído muitas pessoas. Isso acabou por transformar a prática da meditação em algo cada vez mais procurado, mas essa técnica tão comum no oriente, mas ainda nova no ocidente, é muito mais do que um tempo para relaxar. A educadora física e professora de ioga, que conhece de longa data a prática da meditação, Maria Santana Alves, do Espaço Criativo, em Tubarão, no Sul do Estado, aponta que ainda existem muitos mitos e dúvidas sobre a meditação. Ela destaca os benefícios que a prática traz para a saúde. “Meditar é estar no presente. Se nós vivemos no passado, isso gera tristeza. Se vivemos no futuro, gera ansiedade. Viver no presente é algo que temos que buscar constantemente e que

a meditação ensina. Da mesma forma, quem medita aprende a não deixar que os acontecimentos negativos fiquem fixados na mente. Se ficarmos sofrendo por algo de forma contínua, toda nossa energia para resolver o problema se perde. Ao meditar a pessoa se conecta com o interno, deixando que aquilo que é externo não a afete da mesma forma”, aponta.

Derrubando mitos

Santana aponta que meditar não é fugir da realidade, mas sim viver nela, encarando-a de uma forma mais equilibrada. Para quem pensa que não vai conseguir meditar por ser muito agitado, a professora destaca que existem vários tipos de meditação. “Existem meditações que trabalham os sentidos, com dança, com movimento, sempre com um momento de aquietação. A meditação também independe de religião. É uma busca por harmonia e não exige que você mude suas crenças”, destaca.

Dicas para meditar: A meditação precisa ser uma prática diária e, preferencialmente, no mesmo horário; É bom começar a meditação com poucos minutos e ir aumentando gradativamente, para se adaptar; Pode-se, sentado ou deitado, focar a atenção em um ponto e observar a respiração. Quando a atenção estiver concentrada na respiração, fecha-se os olhos e segue-se concentrado na respiração; Não se deve ficar ansioso com os pensamentos, mas sim deixá-los ir e buscar não fixá-los na mente, deixando que eles passem. Mesmo que não se obtenha a parada total das ondas cerebrais, a redução destas já será um benefício. 44

Meditação, no conceito verdadeiro, é a parada das ondas cerebrais. É como se desligasse um aparelho. Um equipamento não pode ficar sempre ligado tanto quanto não pode deixar de ser usado. Os dois fazem com que ele estrague mais rápido, então o correto é que ele tenha atividade, mas também tenha descanso”, compara Maria Santana Alves.


Para os pequenos A necessidade de melhorar e resignificar o ambiente escolar e seu entorno fez com que fosse iniciado o trabalho Meditação para Paz nas Escolas, desenvolvido em Florianópolis por Rosângela Martins dos Santos, licenciada em Educação Física, especialista em Educação Psicomotora (Psicomotricidade Relacional) e Instrutora de Yoga Integral – Purna Yoga. “Através de afirmações positivas sobre a paz, respiração e relaxamento, conseguimos envolver os alunos de forma acolhedora e afetuosa, desenvolvendo o sentido de pertencimento, empatia e solidariedade. De 5 a 10 minutos antes das aulas ou quando se faz necessário, nós pausamos as atividades e os alunos e o professor repetem as frases sobre paz de uma meditação desenvolvida por um grupo que se chama Mahatma Meditação, por uma médica psiquiatra Anmol Arora e seu pai, físico quântico, Harbans Lal

Arora”, explica. Trata-se de uma meditação laica, que utiliza afirmações positivas para paz, com os objetivos de ensinar técnicas simples e fáceis de meditação para crianças, adolescentes e professores; estimular a paz nas escolas, comunidades e cidades; incentivar um pensamento coletivo positivo de responsabilidade e pertencimento a uma comunidade desde a infância, e incrementar a saúde integral dos alunos, professores e demais cuidadores. Hoje, na escola Lupércio Belarmino da Silva todas os alunos praticam, mas a ênfase é nas turmas de turno integral. “Os alunos do 1º, 2º e 3º anos passam o dia todo na escola, necessitando ainda mais de momentos de reflexão e serenidade. Nossa escola possui 130 alunos. É um projeto permanente que consta no projeto político pedagógico da escola”, completa.

Disciplina que já virou hábito Há mais de 20 anos o jornalista JB Guedes pratica meditação, um hábito já incorporado em sua rotina. “Hoje é uma necessidade, como comer ou dormir. Acho que a maior lição que a meditação ensina é que seu melhor amigo é você mesmo. Não em um sentido de individualismo, mas de se cuidar, de se amar, de contar com você mesmo para a vida”, frisa. Ele afirma que a meditação proporciona bem-estar mental e físico, melhorando a qualidade de vida e fortalecendo a saúde. “Com o tempo, a prática da meditação faz você mudar muito a sua visão sobre a vida e até mesmo sobre a morte, a vendo como algo natural. Isso reduz a ansiedade. Em relação à vida, você começa a perceber o outro com um olhar mais amoroso”, avalia. A prática foi tão incorporada à vida de Guedes que sua esposa, Lilian, também pratica meditação. “A meditação ajuda em tudo, na saúde, nos relacionamentos, no trabalho. É preciso ter disciplina e foco”, destaca. 45


FOTO: EPAMINONDAS MACHADO/FESPORTE/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Especial

Desde os Jogos Abertos, Joguinhos Abertos, Olimpíadas Estudantis e Jogos Escolares, até os eventos paradesportivos, investimentos permitem a superação dos atletas catarinenses e contribuem para o desenvolvimento da atividade esportiva 46


Por trás dos

HOLOFOTES Guilherme Simon

Atletas de diferentes esportes, muitos até então desconhecidos, estiveram no centro das atenções dos brasileiros no último mês de agosto, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. Em pouco mais de 15 dias, ganhamos uma dezena de novos heróis, que ajudaram o Brasil na melhor participação de toda a sua história nas Olimpíadas. Passada a festa, a reportagem da revista Tudo foi procurar projetos e iniciativas em Santa Catarina que podem ajudar a formar atletas como os que descobrimos durante o maior evento esportivo do mundo. O caminho para chegar a uma Olimpíada é longo e envolve muito esforço e treino. Mas antes de tudo isso, o atleta precisa ser descoberto e formado. Segundo a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), a principal ação de incentivo ao esporte de base no Estado é o calendário esportivo oficial do Governo, que contempla diversas faixas etárias. Parcela importante dos investimentos financeiros é destinada à realização desses eventos. Conforme o governo catarinense, em 2015 a verba total direcionada ao esporte no Estado foi de R$ 26.153.703,08. Contudo, este valor varia a cada ano, dependendo da arrecadação. Dentro do calendário de eventos, estão os Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc), de 12 a 14 anos e de 15 a 17 anos, os Jogos Escolares Paradesportivos (Parajesc), os Jogos da Juventude Catarinense (Olesc), o Moleque Bom de Bola, Jogos Abertos da Terceira Idade, Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) e os Jogos Abertos Paradesportivos (Parajasc).

JASC 2016 Neste ano, os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) seriam realizados na cidade de Tubarão, entre os dias 11 e 19 de novembro. Em outubro, no entanto, a região foi gravemente atingida por um temporal que causos sérios danos. A Cidade Azul, como é conhecida, teve várias praças esportivas parcial ou totalmente danificadas após o vendaval e desistiu oficialmente de receber a competição. Diante disso, a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) comunicou que a etapa estadual dos Jasc edição 2016 foi cancelada.

O secretário Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello, afirma que Santa Catarina é um dos poucos estados brasileiros que tem um calendário esportivo dessa grandeza. De acordo com ele, os eventos servem de preparação para os atletas das mais diversas faixas etárias. “Desde os Jogos Abertos, Joguinhos Abertos, Olimpíadas Estudantis e Jogos Escolares, até os eventos paradesportivos, todos permitem a superação dos atletas catarinenses e contribuem para sua formação, pois os mantêm com foco na atividade esportiva”, ressalta o secretário. O governo do Estado também cita como importantes investimentos na área os Programas do Sistema de Incentivo ao Turismo, Cultura e Esporte (Seitec), por meio do Fundo Estadual de Incentivo ao Esporte (Fundesporte), que contempla projetos de eventos, atletas e infraestrutura. Para a formação, outro investimento apontado é o programa Talento Esportivo, que disponibiliza recursos financeiros aos atletas. De acordo com a SOL, essa iniciativa tem como objetivo apoiar atletas individuais praticantes do desporto de base e alto rendimento em modalidades olímpicas e não olímpicas, paraolímpicas e não paraolímpicas, nos níveis internacional, sul-americano, nacional e estadual. Em 2016, por meio do Talento Esportivo, o governo destinou recursos para despesas com passagens aéreas para cidades ou países onde ocorreram competições, diárias para hospedagens, taxas federativas para inscrições e materiais e equipamentos esportivos. Filipe Mello destaca que o papel do Estado é investir e incentivar a prática e a iniciação esportiva por meio de programas contínuos, preferencialmente nas escolas, passando pelas universidades. “Dessa forma, o esporte passa a ser uma oportunidade para todos”, pontua. Com um sistema esportivo bem estruturado e consolidado, os talentos que surgem são absorvidos por esse sistema e podem, a partir daí, trilhar o caminho do profissionalismo, salienta o secretário. “Independentemente deste atleta se tornar profissional ou não, investindo na base, o Estado estará cumprindo seu papel promovendo os valores intrínsecos do esporte e exercendo seu dever na formação do cidadão”, reforça Filipe Mello.

Secretário de Estado Filipe Mello destaca atuação do governo em programas de base 47

FOTO: ASSESSORIA SOL /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Preparando o futuro


FOTO: FRANCK FIFE / AFP/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Especial

Bicampeão mundial de karatê ressalta importância de apoio Douglas Brose é um dos principais nomes do karatê brasileiro. Campeão mundial na categoria kumitê menos 60 quilos em 2010, na Sérvia, e em 2014, na Alemanha, ele reforça a importância de projetos do governo para o apoio aos esportistas do país. “Quando comecei a disputar os meus primeiros campeonatos nacionais, vieram as dificuldades. Não tinha recursos para bancar tantas viagens. Cheguei a ser convocado para competições Sul-Americanas e Pan-Americanas, mas não pude ir”, lembra o atleta, que é natural de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, mas mora em Florianópolis desde os cinco anos de idade. O karateca conta que começou a praticar o esporte em uma academia perto de sua casa, quando já morava na capital catarinense. “Toda a minha carreira esportiva aconteceu em Santa Catarina”, destaca. Hoje aos 30 anos, Douglas Brose busca o tricampeonato mundial, na Austrália, entre os dias 21 e 29 de outubro, e projeta uma participação nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020, que terá pela primeira vez o karatê como modalidade.

Um catarinense de peso

FOTO: GERALDO DE PAULO/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Karateca Douglas Brose durante a conquista do ouro no Mundial da Alemanha, em 2014

Catarinense Darlan Romani faz arremesso de peso no estádio Engenhão, durante Jogos Rio 2016

Nas Olimpíadas deste ano no Rio de Janeiro, Santa Catarina teve 18 atletas competindo. Entre eles, o destaque ficou por conta de Darlan Romani, no arremesso de peso. O catarinense superou sua melhor marca e quebrou o recorde brasileiro logo em sua primeira disputa, ao lançar peso de 7,26kg a 20,94m. Com este resultado, ele foi à final da modalidade. O atleta terminou a competição em quinto lugar. Esta foi a melhor colocação que um brasileiro já conseguiu na disputa do arremesso de peso. Na prova final, o catarinense atingiu a sua melhor marca ao arremessar pela primeira vez, com 21,02m, quebrando mais uma vez o recorde nacional, que já era dele. A marca foi mantida durante os arremessos das outras séries. O desempenho não foi suficiente para levá-lo ao pódio, mas consolidou o nome de Daniel Romani como o principal arremessador de peso do país e o colocou entre os cinco melhores do

mundo. Darlan Romani é natural de Concórdia, no meio-oeste catarinense, e tem 25 anos. Em 2010, precisou deixar o Estado e foi treinar em Uberlândia, em Minas Gerais, após fazer um teste na cidade a convite da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). O convite tinha sido feito um ano antes, em 2009, quando o atleta participava dos Jogos Abertos de Chapecó. Quatro anos depois, acumulando bons resultados, Romani precisou dar mais um salto na carreira e se mudou para São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, para se instalar no Clube de Atletismo BM&Bovespa e ficar mais perto do circuito de competições. Primeiro brasileiro a ultrapassar a marca dos 20m no arremesso, fazendo 20,48m, Darlan Romani quebrou o próprio recorde e o recorde brasileiro, com a marca de 20,90m. O resultado deu a ele o ouro nos Jogos Mundiais Militares. 48


Nossos atletas nos Jogos Rio 2016 Entre nascidos e formados no Estado, Santa Catarina teve 18 atletas competindo nos Jogos Rio 2016. Nenhum deles conseguiu subir ao pódio. Confira o desempenho por modalidades:

Tiro esportivo

Marcha atlética (20km) José Alessandro Baggio, de Orleans, não completou a prova.- Moacir Zimmermann, de Blumenau, terminou na 63ª posição com o tempo de 1h33min58s

Rosane Budag, de Blumenau, terminou em 50º lugar na carabina de ar com 396,9 e em último lugar (37) na carabina 3 posições 50m, com 550 pontos.

Marcha atlética (50km)

Revezamento 4x100

Jonathan Riekmann, de Blumenau, terminou na 29ª posição com o tempo de 4h01m52s.

Ricardo Mário de Souza, de São José. O atleta se classificou para as finais, mas acabou ficando com a 6ª posição, na prova em que o jamaicano Usain Bolt conquistou o seu terceiro ouro dos Jogos.

Handebol

Hóquei sobre grama Paulo Batista Júnior, de São José, Rodrigo Faustino, de Lages, e Marcos Pasin, de São Miguel do Oeste. O Brasil não passou da fase de classificação e deixou a competição sem nenhuma vitória.

Ginástica rítmica Jéssica Maier, de Timbó. A ginasta, que é a atual capitã da seleção brasileira, ajudou a levar o país à nona posição na Olímpiada na modalidade feminina.

Duda Amorim , de Blumenau. A seleção brasileira feminina de handebol foi eliminada dos Jogos nas quartas de final, após perder para a Holanda por 32 a 23.

Salto em distância Eliane Martins, de Joinville, ficou no 23º lugar com a marca de 6m33cm.

Natália Zílio Pereira. A atleta é natural de Ponta Grossa (PR), mas foi criada na cidade catarinense de Joaçaba. Ficou nas quartas de final, quando a seleção feminina perdeu para as chinesas.

Rúbgi Julia Sardá, de Florianópolis, Tais Bernal, de Florianópolis e Raquel Kochahann, de Saudades. As três atletas representaram o Estado na seleção feminina. Porém, o Brasil não passou da primeira fase. A equipe terminou em terceiro lugar do grupo C e teve apenas uma vitória.

Hipismo (saltos) Eduardo Menezes, natural de Santa Maria (RS), mas formado em Santa Catarina. O cavaleiro de 36 anos ficou com a 28ª posição nas finais individuais. O atleta também disputou as finais por equipes, mas acabou não subindo ao pódio. 49

Remo

FOTO: MARCELO PEREIRA / EXEMPLUS/COB/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

FOTO: FRANCK FIFE / AFP/COB/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Vôlei

Willian Giaretton ( à frente ), de Ponte Serrada. O atleta chegou a se classificar para a final, mas terminou os Jogos em 14º lugar.

Ciclismo de estrada Murilo Fischer, de Brusque, terminou na 64ª posição com o tempo de 6h41min52s.


Entrevista

Falta colocar a indústria no centro da estratégia de

DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO NACIONAL” Glauco José Côrte

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)

FOTO: HERALDO CARNIERI/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Setembro começou com uma mudança no país. Pela segunda vez, um presidente da República sofreu impeachment no Brasil – Fernando Collor, em 1992, que acabou renunciando antes do processo ser aprovado, e este ano, a ex-presidente Dilma Rousseff, que teve o processo de impeachment aprovado no Senado por 61 votos a 20. Mais que uma mudança de nome e de partido no comando do país, porém, as lideranças empresariais e a população esperam que a definição do cenário político que tantas incertezas trouxe à economia gere um novo momento, de recuperação. A expectativa é que o governo de Michel Temer volte seu foco às reformas que o país necessita e para a retomada do crescimento.

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TUDO - Com o impeachment da ex-presidente Dilma definido, o sr. acredita que o Brasil entra em um novo momento no que toca tanto à política quanto à economia?

ciente com a sociedade, demonstrando com clareza por que as reformas não podem mais ser adiadas e precisam ser debatidas com seriedade e sem populismo. TUDO - Em relação à política econômica, o que se espera do governo Temer?

GLAUCO - A aprovação do impeachment no Senado reforça a expectativa da consolidação de um ambiente favorável à recuperação da economia, cujos sinais iniciais já foram percebidos. Após dois anos e meio de pessimismo, em agosto, pela primeira vez, o setor industrial novamente mostrou-se mais confiante, conforme pesquisa da CNI e da Fiesc. Isso pode ganhar novo impulso daqui para frente. Passada a interinidade, o novo governo precisa reunificar o país e colocar em prática a agenda de reformas anunciadas. É hora de agir. Só dessa forma o Brasil terá condições de voltar a crescer, o que é necessário para resgatar os 12 milhões de brasileiros que perderam os seus empregos nessa que é uma das mais graves crises que já enfrentamos.

GLAUCO - No curto prazo, a expectativa é que o governo dê encaminhamento ao necessário ajuste fiscal. Mas ele deve ser realizado sem onerar o setor produtivo com novos aumentos de carga tributária. Recuperar o superávit nas contas públicas é uma tarefa árdua, mas fundamental para reduzir as incertezas do mercado e recuperar a confiança necessária para a volta dos investimentos da indústria. Com o encaminhamento da situação fiscal também se espera uma redução da taxa de juros, elemento determinante no custo do financiamento e, assim, do investimento. Espera-se também a execução das reformas, principalmente trabalhista, previdenciária e tributária, áreas que travam o desenvolvimento pleno do setor produtivo.

TUDO - Existem pontos como a reforma tributária, trabalhista, redução do custo/Brasil, que há muitos anos as entidades empresariais apontam como essenciais para o crescimento, mas que infelizmente não têm saído do papel ou mesmo da promessa. O que falta para que esses fatores aconteçam?

TUDO - Há anos se fala, em relação à indústria, que o Brasil precisa depender menos das commodities e agregar valor aos produtos, no sentido de competir em mercados mais lucrativos e fiéis, tanto no exterior como no mercado interno. Como o sr. vê essa perspectiva? Esse é um caminho?

GLAUCO - O país precisa realizar melhorias substanciais em um curto espaço de tempo para, pelo menos, manter sua posição competitiva. Os problemas políticos travaram as reformas que hoje impedem o setor produtivo nacional de operar de uma forma mais eficiente. Falta colocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento socioeconômico nacional. A indústria apresenta grande capacidade de geração de empregos de qualidade, estímulo à inovação, além de movimentar os demais setores econômicos.

GLAUCO - Hoje a inovação é o trunfo principal de qualquer boa estratégia competitiva. É ela que permite aumentar o valor agregado dos produtos e diferenciá-los da concorrência. Elevar a intensidade tecnológica tem sido uma bandeira da FIESC em direção ao aumento da competitividade da indústria catarinense. A boa notícia é que a indústria catarinense é amplamente diversificada, o que nos traz oportunidades diversas de inovação. No âmbito do Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense – PDIC 2022, todas as Rotas Estratégicas Setoriais apontaram inovação como fator crítico de sucesso e o estudo de tendências elaborado apontou qual o caminho deve ser trilhado para nos consolidarmos como uma indústria cuja inovação é a principal característica. A FIESC ainda tem chamado atenção para a Manufatura Avançada, também chamada de Indústria 4.0, estimulando o setor a assimilar e promover as transformações necessárias em suas estruturas produtivas para estar alinhado às novas tecnologias mundiais, que podem revolucionar a produção em curto espaço de tempo.

TUDO - Quais são os caminhos para que essas reformas sejam adotadas? O sr. acredita que o novo governo pode fazê-las ou iniciá-las? GLAUCO - O novo governo mostra maior sintonia com a agenda do setor produtivo e deixou claro que pretende valorizar a iniciativa privada, inclusive como possível solução ao problema da limitação de recursos do Estado, por meio de concessões na área de infraestrutura. Mas os desafios são grandes e ele precisará de competência e habilidade política para implementar as medidas positivas que anunciou no período de interinidade. O sucesso nos objetivos definidos passará por uma comunicação efi-

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Entrevista

TUDO - No caso da indústria catarinense, isso vem ocorrendo?

com menos intensidade a crise dos últimos anos. Isso é verdade? Por quê?

GLAUCO -SC é considerado hoje o terceiro Estado mais inovador do Brasil, pelo Ranking de Competitividade dos Estados Brasileiros. Isso demonstra os esforços realizados em direção à inovação. A Fiesc tem investido com a instalação de quatro institutos de inovação e sete de tecnologia, iniciativas lideradas pelo Senai e pelo Sesi. Além disso, recentemente foi inaugurado o primeiro de treze centros de inovação do governo do Estado, que deverão auxiliar na composição do sistema de inovação.

GLAUCO - O principal indicador sinalizando que Santa Catarina sentiu com menor intensidade os efeitos da crise econômica é o emprego. Enquanto a indústria de transformação nacional apresenta em 2016 saldo de negativo de 153 mil empregos (-2%), o saldo catarinense é positivo em 3,4 mil novos postos de trabalho (0,5%).

TUDO - Como avalia a indústria catarinense hoje?

GLAUCO - Quando a crise econômica afeta de forma profunda as economias, há um verdadeiro desmantelamento produtivo. O desemprego representa o fechamento de postos de trabalho no curto prazo, mas a falência de empresas significa que estes postos não estarão disponíveis pelo menos no médio prazo e isso é muito preocupante. Apesar disso e da gravidade do momento, que não pode ser minimizada, temos a convicção de que o perfil da nossa indústria, além do espírito empreendedor do nosso industrial, vão novamente fazer a diferença.

TUDO - O estado deve também se recuperar de forma mais rápida? Como?

GLAUCO - A indústria catarinense é a que apresenta a 2º melhor geração de empregos do país no setor de transformação. Em relação à produção industrial, detemos o 7º melhor desempenho, ao se considerar o acumulado de janeiro a julho de 2016 em comparação ao mesmo período de 2015. A indústria do Estado sofre com a crise e opera com utilização de 80,5% de sua capacidade instalada, mas tem desenvolvido uma capacidade de resposta melhor a cenários econômicos adversos. Um elemento importante para este resultado é a diversificação setorial.

TUDO - O que acredita que a indústria catarinense deve e pode explorar nos próximos anos para crescer?

TUDO - Quais são nossos pontos fortes e o que precisa de melhorias?

GLAUCO - Segundo o Fórum Econômico Mundial de Davos, realizado no início do ano, a quarta revolução industrial implicará perda de 5 milhões de empregos nos próximos cinco anos. Porém, novos postos de trabalho serão criados, com competências que hoje não existem ou são pouco valorizadas. É nessa direção que a indústria catarinense deve caminhar, se inserir no rol das economias inovadoras.

GLAUCO - Segundo pesquisa recente da Fiesc, os principais pontos fortes da indústria catarinense são: imagem de qualidade de seus produtos e serviços, marcas e empresas fortes e reconhecidas em outros mercados, empreendedorismo do empresário catarinense, distribuição de empresas de vários portes em todo o Estado, diversificação dos setores de atuação, capacidade de inovação, dentre outros. A qualificação da força de trabalho, demora e excesso de burocracia no serviço público, insuficiência de incentivos fiscais do governo federal, condições de infraestrutura e as taxas de juros são apontados como os principais entraves ao crescimento. Tenho insistido que as deficiências de nossa infraestrutura são o principal diferencial negativo de Santa Catarina.

TUDO - Quais mercados ainda podem ser abertos? GLAUCO - A economia nacional passou longo período com o real sobrevalorizado, o que estimula as importações. As mudanças cambiais recentes permitiram retomada de estratégicas exportadoras. Para isso, novos acordos comerciais devem ser fomentados.

TUDO - Há espaços para crescer? Quais?

TUDO - Qual será o foco da Fiesc para a indústria de SC em termos de ações de expansão e reinvindicações?

GLAUCO - Sim, embora hoje seja mais complexo, principalmente porque a demanda interna encontra-se reprimida. Apesar das oscilações cambiais, muitas empresas têm encontrado na exportação uma forma de suprir e expandir suas vendas, ou buscado nichos e estratégias inovadoras para avançar no mercado interno.

GLAUCO - A Fiesc tem atuado em diversas frentes contemplando fatores que influenciam no desempenho da indústria. Educação, saúde e segurança; inovação, melhoria do ambiente institucional e capital humano são exemplos de aspectos que compõem as pautas constantes de defesa de interesse da indústria promovidas pela Fiesc.

TUDO - Fala-se muito que SC foi o estado que sentiu

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Projetando para o

Construção civil Construção civil

DS

FUTURO

Inaugurado neste ano, o centro comercial Seven Business Center, em Tubarão, chama a atenção pelo design, a fachada de vidro, as luzes e o restaurante com vista privilegiada da cidade. Mas, além do que se pode ver, o prédio também traz inovações que visam a economia e sustentabilidade. “A construtora tem nove anos de mercado e desde a primeira obra a gente já tem essa preocupação, seja buscando substituir a madeira por plástico ou fazendo reaproveitamento de água já na própria obra”, comenta Ricieri Stapazzoli, engenheiro responsável da Eraldo Construções, que construiu o Seven. Neste novo empreendimento uma das novidades são os elevadores inteligentes, com os quais é possível economizar energia. As máquinas possuem um sistema que consegue calcular o peso das pessoas que entram no elevador. A partir disso, elas trabalham utilizando apenas a energia necessária para determinado peso. O engenheiro civil conta que os elevadores são fabricados pela Hynduai, mesma empresa de automóveis. “Conhecemos essa tecnologia em uma viagem à fábrica da empresa que fica em Canoas (RS). Lá, nos apresentaram essa opção de elevador e, como já estávamos procurando algo que oferecesse encomia de energia elétrica, esse modelo nos chamou a atenção”, lembra Ricieri.

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Se o elevador estiver transportando uma pessoa, vai gastar uma quantidade menor de energia que se estiver transportando cinco, por exemplo”, explica Ricieri Stapazzoli

FOTOS: GUILHERME SIMON /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A economia de energia elétrica também foi uma das principais motivações da escolha dos vidros, que têm a capacidade de reduzir a carga térmica do sol que entra nas salas - eles filtram 97% dos raios ultravioletas. A intenção é fazer com o que ambiente fique menos quente e, assim, diminuir o uso de ar-condicionado, um grande consumidor de energia. Além disso, o engenheiro Ricieri Stapazzoli destaca que os vidros são autolimpantes, o que também gera economia de água.

Economizar água, a propósito, foi outra preocupação durante o projeto do Seven. O empreendimento também foi construído para economizar a maior quantidade de água possível. Tanto a água da chuva, quanto a água que sai dos aparelhos de ar-condicionado são armazenadas em compartimentos especiais. Depois, essa água é utilizada para lavar calçadas, rampas e para serviços gerais do prédio. Ricieri acredita que a necessidade de se preocupar com as questões ambientais na hora de construir é algo fundamental. “Eu acho que faz a diferença. A empresa investe um pouco mais, mas ela está fazendo algo que contribui, de certa forma, para a preservação do meio ambiente”, comenta.

Sobre o empreendimento O Seven Business Center foi idealizado pelo empresário Eraldo Tadeu da Rosa, que se inspirou em modelos vistos durante viagens a outros países. O prédio conta com quatro andares de garagens, com 96 vagas, 46 rotativas e 50 privadas, e mais sete andares de escritórios, além do térreo e da cobertura, onde está instalado um restaurante com bela vista da Cidade Azul. Entre os ocupantes estão o Ministério Público Federal, a Procuradoria-Geral do Estado, além de consultórios médicos, de advocacia, contabilidade, de arquitetura e de engenharia. O centro de negócios recebeu o nome Seven em homenagem à Praça 7 de Setembro, localizada em frente ao prédio. 55



Artigo

A CONSTRUÇÃO CIVIL e a saúde e segurança do trabalho em Santa Catarina O Brasil, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é o quarto país no ranking mundial de ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais. Lamentavelmente, Santa Catarina ocupa o primeiro lugar no ranking de acidentes no país em números relativos (proporção de acidentes para cada mil habitantes). A atividade de construção civil catarinense representa aproximadamente 7% dos acidentes graves (afastamento superior a 15 dias) comunicados à Previdência Social. Dados divulgados no Fórum Saúde e Segurança do Trabalhador de Santa Catarina [1] alertam que o estado registrou em 2013, no que diz respeito a mortes por acidente de trabalho, uma morte a cada 60h (dados INSS) ou uma morte a cada 27h (dados do SUS)[2]. Em relação a acidentes de trabalho sem perda de vida, a cada 5h, em média, um trabalhador ficou incapacitado para trabalhar. Por fim, a cada 21 minutos um trabalhador se afastou do trabalho por um período superior a 15 dias. No que diz respeito ao percentual de ocorrência de acidentes de trabalho fatais, as principais causas, separadas a partir do Código da Classificação Internacional de Doenças (CID), no período de 2013 a 2015, foram transportes (54%), quedas (20%), forças inanimadas (11%), corrente elétrica (8%) e outros (7%), conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde/Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Destaca-se o percentual de 20% equivalente às quedas, das quais destacam-se quedas de edifícios e andaimes, colocando as atividades do setor da construção civil, incluídas as atividades de manutenção predial, na origem de 65% das quedas. Os números de acidentes da construção civil são considerados preocupantes e, portanto, a atividade está constantemente presente no planejamento das ações de fiscalização realizadas em Santa Catarina. Vale esclarecer que a maior parte dos acidentes é consequência da inobservância dos preceitos de saúde e segurança estabelecidos nas Normas Regulamentadoras, a saber: NR-12 sobre Máquinas e Equipamentos; NR-18 sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR-35

sobre Trabalho em Altura, além das questões relativas à jornada de trabalho superior ao permitido e vínculo precário dos obreiros (terceirização precarizante da mão de obra), não excludentes entre si. É importante ressaltar que acidentes de trabalho, na imensa maioria das vezes de fácil previsão e prevenção, ocasionam quedas, amputações em máquinas desprotegidas e choques elétricos vitimam não apenas os trabalhadores, mas suas famílias, além de gerarem ônus para o Estado, pois tal trabalhador deverá ser assistido pela previdência, seja de maneira temporária ou permanente. No que diz respeito à prevenção, o acidente deve ser analisado e compreendido de forma que as empresas cheguem à raiz de suas causas e aprendam com sua ocorrência evitando sua perpetuação. Análises simplistas que comumente indicam que a culpa é do trabalhador, o famigerado “ato inseguro”, são perversas à saúde e segurança. Enquanto a grande maioria ainda peca culpando o trabalhador, análises de acidentes que servem à prevenção já deixaram há muito o paradigma do ato inseguro, passando também pelo paradigma das barreiras que deixaram de existir para a análise profunda da organização do trabalho que acidenta e adoece. Os Auditores Fiscais do Trabalho (AFTs), no período de janeiro de 2015 a agosto de 2016, já embargaram ou interditaram, mais de 250 canteiros de obras ou setores de serviços e máquinas e equipamentos em construções civis, apenas no estado de Santa Catarina. O trabalho a realizar é de grande monta, sendo importante contarmos com o apoio de parceiros, tais como MPT, Justiça do Trabalho, CREA, Sindicatos Patronais e Laborais, além da cobertura da imprensa catarinense, especialmente por seu efeito informador e multiplicador. Apesar do grande desafio que se apresenta, acreditamos que Santa Catarina deixará este pódio ingrato, pois a comunidade catarinense não o merece.

[1] Dados apresentados pelo Sr. Maurício Silva, membro do FSST/SC. [2] O INSS coleta dados de trabalhadores celetistas. Já o SUS registra dados de qualquer trabalhador acidentado, independentemente da existência de vínculo formal, por isso a diferença quantitativa.

LUCIANA XAVIER SANS DE CARVALHO Auditora Fiscal do Trabalho - Chefe do Setor de Saúde e Segurança do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em SC (SEGUR - SRTE/SC).

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Construção civil

ACABAMENTO, CONFORTO E QUALIDADE: Entenda por que vale a pena comprar esquadrias de PVC

Fundada há pouco mais de um ano, a König esquadrias de PVC, empresa parceira da Alumínios e Vidros Tubarão, oferece produtos marcados pela elegância no acabamento e pelo bom desempenho. A intenção da König é ofertar esquadrias de padrão superior, voltadas para pessoas que procuram qualidade, resistência e segurança. Situada em Tubarão, a König é a única da cidade e da região a oferecer este tipo de produto e trabalha para atender todo o sul do país. O maior desafio da empresa é fazer com que os clientes entendam os diferenciais desta esquadria, que está na qualidade. Os principais benefícios de uma esquadria de PVC estão no conforto, na durabilidade e a fácil manutenção. As esquadrias da empresa são feitas a partir de perfis fa58

Mais resistentes, seguras, sustentáveis e capazes de diminuir consideravelmente a propagação do com e as trocas de calor. Já bastante usadas em construções na Europa e na América do Norte, as esquadrias de PVC para portas e janelas começaram a ser produzidas no Brasil no começo dos anos 2000. A cada ano o produto vem tendo uma aceitação maior pelos clientes, que buscam qualidade e conforto em esquadrias

bricados com uma fórmula especial, que proporciona maior resistência aos raios ultravioletas. Elas têm garantia de 10 anos e uma vida útil de aproximadamente 50 anos. Internamente as esquadrias possuem um reforço de aço que dá mais segurança e resistência mecânica ao produto final. Os perfis utilizados são comprados da multinacional Veka, empresa alemã, líder mundial em fabricação de sistemas de perfis de PVC para esquadrias. Hoje, a König produz em média 30 esquadrias por dia, mas está preparada para aumentar a produção de acordo com o pedido dos clientes. A empresa possui um showroom, onde é possível conhecer melhor o resultado final da produção.


Descanso para os ouvidos e conforto térmico Thiago Piotrovski, um dos sócios da empresa, destaca que o interior da estrutura possui câmaras que diminuem a propagação do som. No entanto, ressalva que essa atenuação acústica depende também dos materiais usados na construção e das condições do ambiente em que a obra se encontra. “Se você pegar a mesma espessura de vidro em esquadrias de madeira e de alumínio como comparação, vai perceber que, com o material de PVC, a propagação do som diminui muito”, completa Thiago. Cleriston Bardini, engenheiro civil e também sócio da empresa, explica que com relação à atenuação acústica e à estanqueidade as esquadrias de PVC são as que correspondem de maneira mais eficaz aos requisitos das normas vigentes, dentre elas a Norma de Desempenho (NBR 15.575), que estabelece condições mínimas de isolamento acústico para as edificações. Além das câmaras internas, a possibilidade de utilização de vidros mais espessos, de até 28 mm, contribui. O conforto térmico é outra vantagem das esquadrias produzidas pela König. Elas ajudam a bloquear a troca de temperatura entre os ambientes interno e externo, pois o PVC tem uma baixa condutibilidade térmica, bem menor que a madeira e o alumínio. FOTOS: DIVULGAÇÃO KÖNIG/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Segurança Da cidade mais pacata ao grande centro, não há quem esteja a salvo de ter a casa invadida por ladrões. Nesse sentido, as esquadrias de PVC também podem ser um importante aliado de quem quer manter a residência mais segura. Fechos de travamento em diferentes pontos da estrutura dificultam o arrombamento de portas e janelas.

Sustentabilidade As esquadrias não utilizam em sua formulação metais pesados, seguindo os padrões e as resoluções internacionais, são ecoeficientes, pois não demandam tanta energia em sua produção. Seus resíduos e sobras são reciclados em praticamente sua totalidade e, devido ao conforto térmico, reduzem o uso dos aparelhos de ar-condicionado.

Olhando para o futuro As esquadrias de PVC estão de acordo com um modelo de construção que busca conforto, alto desempenho e sustentabilidade. Para a arquiteta Talita Rinaldi, responsável pelo projeto da empresa, o produto representa a evolução das esquadrias, por isso vem ganhando mais espaço nos projetos de arquitetura, por conta do acabamento, das opções de cores disponíveis e dos apelos de conforto. A expectativa é de crescimento devido ao grande número de orçamentos com perspectiva de bons fechamentos. A direção da empresa acredita na satisfação de quem compra. Os sócios afirmam que vão continuar investindo na empresa, pois acreditam no potencial da região. 59



Ambientes

Integração para garantir

BELEZA E FUNCIONALIDADE

Recriar um ambiente para dar lugar ao sonho dos clientes foi o trabalho de dois arquitetos na reforma de um apartamento

FOTOS: DIVULGAÇÃO ANNA MAYA & ANDERSON SCHUSSLER ARQUITETURA E INTERIORES/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

O desafio de recriar um espaço com foco na funcionalidade e em necessidades bem específicas foi o mote da reforma de um apartamento localizado no bairro de Itacorubi, em Florianópolis, projetada pelos arquitetos Anna Maya e Anderson Schussler. O apartamento foi projetado para um casal com duas filhas. O grande desafio dos arquitetos foi conseguir transformar o imóvel, que se tratava de um apartamento de

duas suítes e dois dormitórios, em um local com uma suíte com closet e escritório, uma suíte para as duas meninas, um escritório para as meninas e um quarto para um terceiro bebê, já nos planos. Além disso, os clientes desejavam ainda uma sala com home theater e um bom espaço para receber os amigos do casal. A reforma foi pautada nos pilares da funcionalidade, aproveitamento de espaços, conforto e na qualidade dos materiais escolhidos. 61


Ambientes

Aconchego e harmonia Para os ambientes comuns do apartamento, integração foi palavra de ordem no projeto. Estar, cozinha e sacada com churrasqueira foram unidos para formar um ambiente aconchegante, harmônico e, ao mesmo tempo, único, mantendo suas funcionalidades e somando-as para garantir maior conforto e satisfação dos moradores e visitantes. A mesa em laca bege com pés de madeiras, acom-

panhada das cadeiras em palhinha, fica na lateral da sala de estar, acompanhando o balcão da cozinha e fazendo o elo entre os ambientes, ao mesmo tempo que serve de elemento que marca uma divisão entre a cozinha e o estar. Os dois pendentes acima da mesa ofertam aconchego e garantem a iluminação, além de emprestar um charme extra ao local e destacar a mesa.

Posicionada entre a área de estar e a cozinha, a mesa acompanha a grande bancada em silestone branco revestida com espelho bronze na parte de baixo e que marca a entrada da cozinha, que também está integrada aos outros ambientes. Os armários da cozinha também ganharam revestimento com espelho bronze e algumas portas em vidro refletente bronze. Os espelhos tornam os espaços mais amplos, além de deixar o ambiente elegante. 62


FOTOS: DIVULGAÇÃO ANNA MAYA & ANDERSON SCHUSSLER ARQUITETURA E INTERIORES/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Beleza e funcionalidade Nos armários, a arquiteta Anna explica que utilizou a iluminação interna, para fazer o ar de cristaleira quando acesos os nichos. “A parte de baixo da bancada recebeu gavetões e equipamentos da cozinha. A iluminação da cozinha recebeu grandes quadrados de acrílico, e também luminárias de foco”, completa. A arquiteta destaca que entre a bancada da cozinha e a sala foi deixado um rasgo no gesso, onde serão instaladas portas de correr com espelho, com o objetivo de propiciar que a cozinha possa ser fechada e isolada do restante dos ambientes, quando for necessário. O espelho garante a sensação de amplitude no ambiente.

Um ambiente para receber Da integração do ambiente de estar com a sacada e a churrasqueira foi feito um living, ambiente próprio para receber as visitas, que era um desejo do casal morador do apartamento. A sacada com a churrasqueira foi nivelada com o piso da sala de estar para garantir a unidade, e o local recebeu dois ambientes com mesas – uma na parte próxima à churrasqueira, com cadeiras de couro e, na outra ponta, foi desenhado um grande baú em madeira, com revestimento de camurça com taxas de metal, composto com almofadas. 63


Living e Home theater No ambiente de estar, no centro do Living, foi instalado o home theater, onde a arquiteta desenhou uma estante de vidro preto para a TV, que é um armário com portas de fecho de toque e um nicho na parte inferior em madeirado preto para os equipamentos. Segundo ela, a estante foi nivelada com a porta de entrada do apartamento, onde foi feita uma moldura em laca branca alto brilho. Fornecendo aconchego e elegância, nesse ambiente um grande sofá em “L” e tapete, além das almofadas, fecham a composição do estar. A parede oposta à estante da TV foi revestida com um material cimentício 3D, branco, completando o charme e dando modernidade e leveza ao ambiente. É nesta parede que ficam duas poltronas estampadas, de onde também se pode ver a televisão, que, aliás, pode ser visualizada de todo ambiente.

Neste baú (foto) se encaixa uma mesa redonda, em laca azul petróleo, onde os arquitetos optaram por pendentes da Ouse, fornecendo aconchego ao ambiente. Toda a janela da sacada recebeu persianas em alumínio automatizadas. Fazendo a composição, foram colocados xales em seda para fazer o acabamento da sala e do home theater 64


Diferencial nos detalhes

FOTOS: DIVULGAÇÃO ANNA MAYA & ANDERSON SCHUSSLER ARQUITETURA E INTERIORES/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A suíte do casal foi ampliada e integrada ao quarto lateral ao banheiro, onde o acesso foi feito pelo quarto lateral, no qual fica o escritório e um armário. Na parede que dá acesso ao local onde fica a cama e o banheiro da suíte foi criado um corredor, dando circulação ao ambiente. O armário tem portas de vidro refletente, onde está instalada a televisão, na porta em frente à cama. Anna destaca que o gesso, opção para este corredor, foi detalhado com um rasgo de iluminação. Onde antes havia uma viga, esta foi revestida com espelho para assegurar a continuidade do rasgo de luz. ‘‘Desenhei a cabeceira da cama em módulos irregulares que tomam a parede toda, até o teto e foram revestidos em veludo. A parede lateral da cama, divisa com o banheiro, foi revestida com espelho para dar sensação de amplitude ao quarto, e a parede da janela foi revestida com papel de parede texturizado, onde foi instalada a persiana com cortinas”, explica a arquiteta.

Criatividade para transformar O desafio encontrado na suíte das meninas foi transformar um ambiente pequeno em um local confortável para duas pessoas. O quarto foi ampliado na parte do hall. O gesso recebeu bolas de acrílico para iluminação e luminárias de foco, garantindo diferencial e destaque no ambiente. Uma das paredes, onde uma das camas está encostada, foi revestida com espelho. A arquiteta desenhou um armário estante para brinquedos, em dois tons de laca rosa alto brilho. Já a parede da frente das camas foi revestida com painel em laca branca brilho, inclusive a porta que dá acesso ao banheiro. Um detalhe em laca preta brilho recebeu a TV. Na parede de entrada do quarto, foi feito um armário com portas de correr em vidro nude, para as roupas das meninas. Já a parede do hall foi revestida com papel de parede com motivos de casinhas em vários tons de rosa. “Como o rosa já havia sido muito utilizado, revestimos as camas com enxoval banco”, afirma Anna.

Como o quarto é pequeno e tinha que abrigar duas meninas, optei por uma cabeceira em tecido xadrez rosa na parede da janela. Ali encostei as duas camas e uma mesa entre as duas com uma arandela. Em cima da cabeceira, instalei uma persiana romana Cascade para dar acabamento à parede da cabeceira”, diz Anna. 65


Ambientes

Comodidade nos escritórios No closet e no escritório dos adultos a parede do teto foi revestida com o papel composê do quarto, com texturizado floral azul. Composto o ambiente, a mesa do escritório foi feita em madeira clara e embutida em um armário que guarda o material de escritório. O móvel foi feito em laca azul marinho alto brilho.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO ANNA MAYA & ANDERSON SCHUSSLER ARQUITETURA E INTERIORES/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Anna Maya é arquiteta formada pela Universidade Úrsula no Rio de Janeiro, com especialização em História da Arte pelo Museu Nacional de Belas Artes do RJ. Em Florianópolis desde 1996, atua no mercado com projetos de arquitetura e interiores, tanto residenciais como comerciais e também na execução de obras. Anderson Schussler é arquiteto formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina, com cursos na área de restauração e arquitetura hospitalar, especializado em execução de obras.

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Para dar espaço ao escritório das meninas, um armário com portas de correr de espelho foi embutido na parede e, em frente, os arquitetos criaram uma mesa em formato de “L”, com lugar para estudos, composto com cadeiras amarelas. Anna criou um armário com nichos, embutindo o ar-condicionado. O fundo foi revestido com padrão zebrado, dando feminilidade ao ambiente. Foi feito ainda um painel com quadrados de espelho, como divisória entre o escritório e o corredor. O banheiro social serve a esse ambiente e ao quarto de bebê e também recebeu novos revestimentos.


DS

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PARA MORAR FORA DO LUGAR-COMUM

Um loft, apartamento sem divisórias, com ambientes integrados, localizado em Balneário Camboriú. O morador, um homem solteiro, que trabalha fora o dia todo e gosta de curtir a casa aos fins de semana, na presença de amigos

projeto”, comenta o designer Salvio Moraes Jr. Com estilo de décor contemporâneo, moda, arte, arquitetura e design são marcantes no espaço, que conta ainda com mobiliário solto e versátil. A cozinha é prática e funcional, integrada ao espaço de jantar. Moacir destaca o uso de peças de design e arte, além de muitos lugares para guardar livros e peças trazidas de viagens. Um amplo sofá para receber visitas e amigos e uma área para assistir a filmes são destaque na sala, com mobiliário confortável. Além disso, um canto com uma biblioteca e uma pequena estação de trabalho ressaltam o perfil de um cliente ousado e criativo. A área externa, com o espelho d’água e vegetação, também é um dos atrativos, com mobiliário todo em tom preto. “Esta área externa conta com um paisagismo cênico, simplista, clean. O sofá amarelo, curvo, é também um dos destaques. Além da atraente cor, ele possibilita o encontro e a interação, e a forma curva aproxima as pessoas”, diz o designer.

FOTOS: MOACIR SCHMITT JR/SALVIO MORAES JR /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

O projeto assinado pelos designers Moacir Schmitt Jr e Salvio Moraes Jr buscou inspiração no perfil cosmopolita do cliente para criar um ambiente despretensioso e ousado. Alguém que “possui um olhar diferenciado para a questão do morar, sem convenções, aberto para novas opções de layout”, diz o designer Moacir Schmitt Jr, a respeito do morador. O desejo do cliente era que o espaço se tornasse amplo e confortável, ideal para receber visitas. A partir disso, os designers optaram por um loft com layout “real”, possível de morar, com área social separada da área íntima, para manter a privacidade. “Preto é a cor principal do ambiente, motivo pelo qual nominamos este projeto Loft Black Edition. São 360m², que se dividem em um grande living, uma área integrada de cozinha e jantar, biblioteca e office, hall, quarto e banheiro. Uma grande caixa preta, localizada praticamente no centro do ambiente, separa a área social da área íntima. É o elemento arquitetônico mais marcante no

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Preto é a cor principal do ambiente, motivo pelo qual nominamos este projeto Loft Black Edition. São 360m², que se dividem em um grande living, uma área integrada de cozinha e jantar, biblioteca e office, hall, quarto e banheiro. Uma grande caixa preta, localizada praticamente no centro do ambiente, separa a área social da área íntima. É o elemento arquitetônico mais marcante no projeto”, comenta o designer Salvio Moraes Jr. 69


A cozinha é prática e funcional, integrada ao espaço de jantar. Moacir Schmitt Jr destaca o uso de peças de design e arte, além de muitos lugares para guardar livros e peças trazidas de viagens.

A área externa, com o espelho d’água e vegetação, também é um dos atrativos, com mobiliário todo em tom preto. Esta área externa conta com um paisagismo cênico.

Escolha do mobiliário “Criamos algumas peças e outras são assinadas. Muito design nacional, mas algumas peças de design internacional também. O design faz parte do nosso cotidiano, da nossa linha de trabalho. Não conseguimos pensar em nada sem levar em conta a qualidade do desenho, a proporção das formas e

a escala. Claro que se trata de um gosto pessoal, mas o trabalho tem que ser autoral, isso o torna único e original. Portanto, temos muito design no ambiente, por total identificação do cliente e de nós mesmos com este mundo”, explica Moacir Schmitt Jr. 70


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A arte como protagonista O designer conta que os projetos do escritório são muito ligados à arte. “É um olhar que faz parte do nosso trabalho, está no nosso DNA”, diz. Neste projeto, há obras adquiridas na Galeria Helena Neckel, trabalhos de Tomie Ohtake, Mavigner, Maurício Torres, Antônio Lizarraga, Fabiana Langaro Loos, além de obras do próprio Moacir, que é artista plástico. Itens do acervo pessoal do cliente, adquiridos em viagens, tornam a ambientação mais intimista e singular.

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O desafio do layout “Tínhamos que encaixar o banheiro nesta planta e, além disso, criar uma situação de maior privacidade para a área de dormitório, isso sem fechar o ambiente, sem quebrar esta característica de loft, todo aberto. Todo o ambiente pode ser configurado de diferentes formas, é versátil, composto com móveis soltos. Acreditamos que a decoração vai muito a esse encontro, do morador poder mudar a casa a hora que quiser, reinventar apenas mudando os móveis de lugar. Outro desafio foi o fechamento do ambiente, de que forma ele seria feito. Precisávamos garantir o conforto acústico e térmico”, relata Salvio.

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Conceito O gesso do teto acompanha o conceito contemporâneo e minimalista, fazendo parte do uso das geometrias, que aparecem em toda a concepção dos ambientes.

Acabamentos Com revestimento de piso lançado pela Portobello, o porcelanato utilizado em todo o projeto possui textura de cimento queimado, assim como o piso da área externa, um antiderrapante em composição quadriculada, intercalado por pedrinhas pretas. De modo geral, os pisos possuem uma estética minimalista, mais conceitual. Os tapetes também merecem destaque, pois são exclusivos. Trazidos da Índia, são persas, tingidos e desgastados. Também foram usados tapetes nepaleses contemporâneos.

Madeira Para os revestimentos de parede foram usadas madeiras naturais, de demolição – como a que reveste toda a caixa preta – e fórmicas da Formaplas – em toda a área da cozinha. “Temos muitas colunas no ambiente, e tiramos partido delas, incorporando-as ao projeto. Todas estas colunas foram revestidas em porcelanato com aspecto de pedra, também da Portobello”, explica Moacir.

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Originalidade e personalidade são peças-chave “Todo projeto possui características singulares. Cada cliente possui necessidades diferenciadas. Um estilo de vida próprio. Este estilo é determinante na hora de projetar, é ele quem direciona o caminho a ser tomado. A forma com que cada cliente enxerga o mundo a sua volta fica explícita no projeto”, acredita o designer Salvio Moraes Jr. “‘Tudo é uma questão de gosto”, comenta. Esta frase parece clichê, mas se usada de forma consciente ela ajuda no processo de escolha das peças de mobiliário e decoração. “Nós profissionais damos o norte, mas a palavra final é sempre do cliente”, acredita Moacir. Para ele, design e arte são dois conceitos que, bem utilizados, tornam um projeto consistente e bem fundamentado. Seguir tendências nos dias de hoje é uma opção, não uma obrigação. “As pessoas têm uma ideia errada a respeito de tendência. Você mesmo pode criar a sua! E o estilo a ser seguido? A resposta está no seu cotidiano, naquilo que lhe deixa feliz. Ainda mais quando se busca a originalidade como resultado. A personalidade do cliente será sempre o melhor partido para um projeto coerente”, comenta o designer.

As pessoas têm uma ideia errada a respeito de tendência. Você mesmo pode criar a sua! E o estilo a ser seguido? A resposta está no seu cotidiano, naquilo que lhe deixa feliz. Ainda mais quando se busca a originalidade como resultado”, acredita Moacir. 75

Os profissionais Moacir Schmitt Jr cursou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design na Universidade do Vale do Itajaí. Salvio Moraes Jr é graduado em Design pela mesma universidade. Com sede em Balneário Camboriú/SC, o Studio CASAdesign atua no mercado há quatorze anos, nas áreas de projeto e execução de interiores residenciais, comerciais e corporativos, assim como design de mobiliário. A parceria iniciou ainda durante o período da faculdade. Hoje os profissionais desenvolvem um trabalho cosmopolita, tendo nas viagens sua principal inspiração. A linha e concepção de trabalho está ligada a uma questão de contemporaneidade no que diz respeito à estética e aplicação de materiais. Muitos projetos residenciais e comerciais foram executados pelo escritório em vários estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Florianópolis, Santa Catarina, Minas Gerais e até mesmo fora do país, como em Nova Iorque e Miami. Os Jr’s, como são conhecidos, participam da Casa Cor Santa Catarina desde 2010, com nove ambientes assinados e seis premiações dentro do evento, conquistando prêmios nacionais e reconhecimento do público e no segmento. Este ano, os profissionais assinaram, como único escritório da região Sul convidado, um ambiente na Casa Cor São Paulo, a maior mostra de decoração das américas. O ambiente foi chamado de HotSpot!, e foi escolhido pela Revista Veja SP como um dos sete melhores ambientes da mostra paulista.


Moda

VERÃO radiante

Top com babados Os ombros são o foco da temporada e os babados são vistos em várias peças e também nos decotes. Unindo as duas tendências, o destaque fica por conta do top com babados, que aparece na hora de compor o visual romântico, sem ser muito delicado, com tecidos planos como cambraia e linho, por exemplo. De ombro a ombro, com amarração ou até com laços, ganha espaço nas produções femininas.

A moda para a estação mais quente do ano tem um pouco de tudo – preto e branco, cores vibrantes, modelos leves e fluídos e estampas

Ombros à mostra, vestidos leves, cores claras e radiantes. Quem acha que tudo isso tem a cara do verão, acertou em cheio – essas são algumas das tendências que vão desfilar pelas ruas brasileiras nos corpos femininos durante a temporada mais quente do ano. Para mostrar cada detalhe que vai compor a moda verão 2017, a design e consultora de moda Priscila Fileti, de Criciúma, Sul do Estado, destacou algumas das principais vedetes da estação quente que se aproxima.

Slip dress Peça ícone dos anos 90, o vestido-camisola volta à cena se tornando umas das peças mais desejadas da estação. Se caracteriza por alças finas, detalhes de renda, transparência e tecido brilhoso, como seda ou cetim. Pode ser usado em festas, com acessórios delicados para conferir um ar minimalista, ou em produções casuais, acompanhado de peças despojadas, como camisetas, jeans, florais com fundo escuro e acessórios mais pesados, como tênis e gargantilhas.

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL PRISCILA FILETI/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

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Jardineira e macacão Presente em mais uma temporada, a jardineira permanece para trazer o frescor jovem. O jeito mais descolado de usá-la é com blusas ombro a ombro. Já o macacão longo com comprimento flare também voltou, e o melhor, ele é ótimo para efeito alongador.

Quimonos

Os quimonos e peças “aquimonadas” têm tudo para ser um grande sucesso durante o verão 2017.

Saia midi

O comprimento midi volta no verão para a mulher contemporânea, com cores e estampas.

Esportivo

O estilo aparece equilibrado com peças mais leves, femininas ou até brilhosas, que são a cara do nosso verão.

Maxi colete O colete também promete ser uma das peças sensação da primavera/verão 2017. O item pode ser usado por cima de tops, blusas e vestidos ou, dependendo do modelo, como a peça principal. Ótimo aliado na hora de equilibrar as proporções do look, dá uma cara chique e cool instantaneamente na produção.

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Beleza

Inovação e tecnologia na

ESTÉTICA

Cada vez mais inovadores, tratamentos estéticos são opção para reduzir gordura

Está claro que para a beleza não existe padrão, já que o próprio conceito de belo é relativo. Para quem, porém, está querendo fazer ajustes no corpo, perder peso ou gordura localizada, os tratamentos estéticos são uma alternativa cada vez mais moderna e eficaz. Marise Damiani, da Clínica Estética Marise Damiani, localizada em Tubarão, Sul de SC, explica que uma dessas técnicas inovadoras é a criolipólise avançada. Recentemente ela se capacitou no método de Harvard, conhecido também como método de diamante. “O método patenteado pode ser aplicado somente por clínicas especializadas. É não invasivo e promove a eliminação de 25% a 30% da gordura localizada através do resfriamento local. Esta nova técnica utiliza um maior número de ponteiras na região do abdômen, costas e flancos, visando à redução definitiva e homogênea da gordura local”, explica. O diferencial desta técnica é que é possível, segundo Marise, esculpir melhor o corpo, além de poder ser aplicada em pacientes com sobrepeso, casos em que a técnica isolada da criolipólise não pode ser realizada. “Os cuidados necessários pós-procedimento são: não tomar sol até que o vermelhidão suma, para não ficar com a pele manchada, e manter atividade física e reeducação alimentar para que a pessoa não engorde em outras regiões”, destaca. As contraindicações para a aplicação do método são gravidez, neoplasias, hérnia umbilical (caso a área a ser tratada seja o abdômen), pacientes que façam uso de anticoagulantes, lesão na pele no local do tratamento, pacientes que têm urticária ao frio e crioglobulinemia.

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Muitos de nós têm áreas gordas que resistem à dieta e exercício

Criolipólise usa controle de refrigeração para cristalizar células de gordura

Criolipólise afeta apenas as células de gordura

Após o tratamento as células de gordura cristalizadas são gradualmente removidas nas próximas semanas e meses pelo sistema imunológico

Após o tratamento o restante das células de gordura condensam a redução da camada de gordura

A redução da camada de gordura na área de segmentação leva a uma melhoria na aparência


Utilizando o frio e o calor A criofrequência é a terapia que age através da sinergia do frio até -10ºC e 1050 watts de potência. “É uma inovação em radiofrequência na qual o frio age de fora para dentro e é controlado pela energia da radiofrequência multipolar e monopolar. A onda eletromagnética da radiofrequência age de dentro para fora. Além de assegurar o controle de temperatura, o encontro das duas temperaturas produz milhões de choques térmicos aos tecidos, gerando um terceiro efeito fisiológico, desestabilizando o metabolismo local. Tamanha energia mobiliza não somente o colágeno mas também a gordura, sendo indicado para flacidez tissular (facial e corporal), gordura localizada e celulite”, detalha Marise. Sobre a flacidez tissular, o frio contribui no controle do edema (inchaço); o choque gera uma tensão instantânea da pele, tendo um efeito desintoxicante, aumentando os níveis de oxigenação dos tecidos, uma vez que dilata os vasos sanguíneos que irrigam a pele, produzindo um lifting instantâneo, progressivo e duradouro deste a primeira sessão, explica a especialista. “O colágeno produz sua desnaturação através do calor interno até 60 graus, fazendo com que o corpo responda fisiologicamente à neocolagênese. Este estímulo têm pico de 21 dias e continua agindo por até 4 meses”, completa. Segundo Marise, a gordura de reserva dentro da célula adiposa, diante dos choques térmicos e do calor provocado pela radiofrequência interna, “quebra-se”, passando de triglicerídeos para ácidos graxos e gliceróis, processo este conhecido como lipólise. “A célula adiposa então expulsa a gordura, sendo que esta é consumida pelo corpo como fonte de energia para queima calórica, podendo ser em uma atividade física ou em uma dieta restritiva de carboidratos e gorduras”, resume.

Tratamento O tratamento para flacidez facial é mensal tem duração de quatro a oito meses dependendo do estado da pele, da idade e da resposta ao tratamento. Já o protocolo de tratamento para celulite e flacidez corporal, com ou sem gordura localizada, é quinzenal e são necessárias de seis a oito sessões. “A aplicação é muito confortável pela sensação térmica de frio e não de calor como nas radiofrequências comuns, não tendo o risco de queimar a pele do paciente”, complementa Marise.

Estrias A especialista ainda acrescenta que existe uma nova técnica aplicada para outro problema que incomoda muita gente: as estrias. “Striort é uma técnica ortomolecular , segura, não invasiva e com resultados muito satisfatórios no tratamento de estrias. Promove uma melhora de até 80% no aspecto das estrias”, assegura.

Contraindicações As contraindicações são: gravidez, marca-passo, câncer de pele, lesões na pele na região do tratamento, uso de corticoides, uso de roacutam, uso de tetraciclina, epilepsia e cirurgias estéticas como lipo e lifting antes dos três meses. 79


Estilo

BELEZA A febre dos barber shops, locais voltados para homens que querem cuidar da barba e do cabelo, comprova que os homens estão mais atentos à aparência. Os espaços são cada vez mais comuns nas cidades brasileiras, inclusive nas de pequeno porte. Os ambientes inovam em decoração e atrativos muitos deles têm cerveja e mesas de sinuca à disposição. Mas o que o público masculino parece estar interessado mesmo é em cuidar da aparência. “O que a gente percebe é que os homens têm mudado muito de opinião a respeito de seus próprios conceitos de beleza. Antes, o homem fazia apenas o corte tradicional no cabelo, não investia no estilo, mas a mente masculina foi se abrindo. Acho que eles também perceberam que a aparência é algo que influencia muito”, avalia a barbeira Paula Eufrázio. Paula trabalha no Espaço Homem, um barber shop que fica na cidade de Criciúma. O local foi criado há cinco anos com o intuito de atender o público masculino e funciona dentro do Centro de Estética Zazá. O idealizador do espaço, Thiago Lorenzetti, trabalhava com corte de cabelo de mulheres e, diante da grande procura, percebeu que criar um ambiente exclusivo para os homens seria um bom negócio.

No Espaço Homem, além de cortar o cabelo e fazer a barba, também é possível comprar produtos de beleza especiais para o público masculino e fazer outros tipos de tratamento. Paula Eufrázio salienta que a procura por itens como shampoos especiais e produtos para cuidar da barba tem aumentado significativamente. Já entre os tratamentos oferecidos, um deles ajuda os homens a enfrentar uma característica que começa a aparecer cada vez mais cedo: os fios brancos. “Os nossos clientes têm procurado muito. Essa técnica que oferecemos é feita a partir de um tonalizante, que cobre os fios brancos suavemente e os deixa mais perto do tom de cabelo da pessoa”, comenta a barbeira. A atenção à barba é outro item do estilo masculino que merece destaque. Se antes muitos homens apenas deixavam ela crescer, agora a maioria deles procura estilizar e inovar nos formatos. E as opções de estilo não são poucas. Para atender à demanda, o Espaço Homem percebeu que era preciso investir. Paula fez cursos e se especializou no assunto para ocupar a função de cortar e modelar as barbas dos clientes do local.

O que a gente percebe é que os homens têm mudado muito de opinião a respeito de seus próprios conceitos de beleza. Antes, o homem fazia apenas o corte tradicional no cabelo, não investia no estilo, mas a mente masculina foi se abrindo. Acho que eles também perceberam que a aparência é algo que influencia muito.” PAULA EUFRÁZIO Barbeira - Espaço Homem

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FOTOS: EVERTON MIRANDA/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Livres para cuidar da própria

Não é novidade para ninguém que o estereótipo do homem que não liga para a aparência é coisa do passado. O interesse masculino na área só aumenta e indica que veio pra ficar. Recentemente, os homens têm se mostrado mais abertos e livres para procurar seus próprios espaços de beleza e produtos especializados


Dicas para cuidar bem da barba MANTENHA A HIGIENE Engana-se quem pensa que apenas jogar uma água na barba durante o banho é o suficiente. Para remover toda a sujeira que se acumula nos pelos e na pele ao longo do dia é necessário lavar o rosto com cuidado pelo menos duas vezes ao dia. A indicação é usar um sabonete neutro ou um shampoo anticaspa. Para aqueles que usam longos bigodes, a atenção deve ser redobrada. Isso porque as impurezas que grudam na barba podem entrar em contato com alimentos e bebidas ao longo do dia.

Mercado promissor Uma pesquisa nacional feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e divulgada recentemente mostra que há razões para otimismo no setor de beleza masculino. Além disso, mostrou também que há um enorme mercado a ser conquistado. Os números revelaram, por exemplo, que o homem também deixa de economizar e até mesmo se descontrola na hora das compras de produtos ou serviços relacionados à beleza e estética. Cerca de um quarto (25,4%) dos brasileiros entrevistados afirmam já ter deixado de guardar dinheiro para esse tipo de consumo e outros 6,5% já deixaram até mesmo de cumprir compromissos financeiros para priorizar estas compras. Ainda segundo o levantamento, 74,9% dos homens afirmaram que se esforçam para estar sempre bem vestidos e 61,6% dos entrevistados disseram acreditar que cuidar da beleza é uma necessidade e não um luxo. A pesquisa mostra também que os cosméticos mais utilizados no dia a dia pelos homens são principalmente de uso básico, como shampoo (73,1%), perfumes (60,1%) e produtos pré e pós-barba (41,2%). O gasto médio com este segmento é de aproximadamente R$ 95. Para 47,6% dos entrevistados, o uso de produtos e serviços de beleza pode modificar a própria aparência, evidenciando que uma parcela significativa dos homens percebe o potencial desses itens. Entre os motivos para os cuidados, a melhora da autoestima lidera com 72,5%.

USE CREMES E CONDICIONADOR Como os pelos faciais costumam ser muito mais grossos que os do cabelo, é preciso tratá-los para que eles fiquem com uma aparência melhor e mais macios. A dica é passar condicionador na barba e deixar agir por cinco minutos. Cremes pré-barba também são uma boa solução, pois deixam os pelos menos ressecados. Mas, atenção, evite usar condicionar ou creme todos os dias. Eles podem aumentar a oleosidade da pele, aumentando as chances de problemas com caspas ou espinhas. O ideal é fazer o processo a cada dois dias.

NÃO DEIXE A BARBA CRESCER DE QUALQUER JEITO Tudo bem, as barbas longas estão na moda, mas para chegar até lá você precisa ter alguns cuidados. Deixá-la crescer sem nenhuma atenção certamente não vai lhe trazer o resultado esperado. Como a barba não é uniforme, é preciso acompanhar o crescimento e fazer os retoques necessários, do contrário ela ficará irregular. Nas laterais do rosto, por exemplo, os pelos geralmente crescem mais rápido que nas outras partes. A indicação é aparar constantemente. Para isso, você pode usar uma maquininha elétrica ou tesoura e pente.

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FOTO: VILMAR CARVALHO /DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Cultura

Palco Giratório Pequenas Violências silenciosas e cotidianas Cia Teatro Stravaganza RS

Girando a

Projeto do Sesc leva teatro e outras manifestações artísticas a várias cidades brasileiras e projeta 728 apresentações neste ano de 2016, disseminando a cultura em especial nos pequenos municípios, buscando derrubar barreiras na propagação do acesso à arte

CULTURA

Se a diversidade e amplitude das manifestações culturais brasileiras são elevadas a todo momento, ao mesmo tempo é indiscutível a dificuldade que os artistas e produtores culturais têm para mostrar seu trabalho no país e em SC, e também é visível o quanto a cultura ainda é inacessível para muitos, em especial nas cidades menores. Iniciativas que procuram derrubar essas barreiras, porém, existem e têm ganhado espaço. Levar apresentações culturais gratuitas para todo o país. Este é o mote do projeto Palco Giratório, do Sesc, que, em Santa Catarina, tem diversas apresentações de espetáculos programadas para os próximos meses. O projeto está em sua décima nona edição e vem disseminando com sucesso a cultura, já que oportuniza o acesso aos espetáculos, todos gratuitos, além de também ser uma oportunidade para que os artistas levem seu trabalho ao público. Em 2016, o projeto levará espetáculos culturais para todas as regiões do Brasil, passando por 145 cidades, in82

cluindo várias em Santa Catarina. A largada foi dada em março e vinte companhias participam do Palco Giratório 2016. Ao todo serão 728 apresentações artísticas e 1.325 horas de oficinas teatrais. “Há 19 anos que o Palco Giratório cumpre a função de disseminar as artes cênicas, em diferentes manifestações e linguagens culturais. Trabalhamos a arte e a cultura em sentido amplo, apresentando desde a tradição mambembe, normalmente vinculada a gerações anteriores de atores que percorriam o Brasil, até espetáculos contemporâneos”, destaca Márcia Rodrigues, gerente de Cultura do Departamento Nacional do Sesc. Já consolidado no cenário cultural brasileiro, o Palco Giratório apresenta espetáculos simultâneos, percorrendo todos os estados brasileiros e contribuindo para uma política de descentralização e difusão das produções cênicas no país. A cada ano, novos grupos teatrais são avaliados para entrar no projeto, em um trabalho que envolve técnicos da área de cultura do Sesc.


Envolvendo o público

Aos 81 anos de idade, Maria Alice Vergueiro foi a grande homenageada deste ano. Com um currículo extenso, ela é considerada uma das grandes artistas do teatro brasileiro, com passagens também pelo cinema e televisão. Além de atriz, Maria Alice Vergueiro é pedagoga e professora. Ela integrou o Teatro Oficina, participou de suas montagens mais radicais (O Rei da Vela), fundou o irreverente grupo Ornitorrinco (com Cacá Rosset), interpretou as principais peças de Brecht (Mãe Coragem) e fez um extraordinário Beckett (Katastrophé, 1986), elogiado por críticos do porte de Alfredo Mesquita (1907-1986), que classificou sua atuação na peça de “espantosa”. Após seis meses no hospital, instigada pelo tema da morte e reconhecendo seu próprio e natural receio diante do fim, Maria Alice Vergueiro convocou seus parceiros de grupo Pândega de Teatro para a criação de um espetáculo em que pudesse ensaiar seu derradeiro momento. Surgiu, então, o “Why The Horse?” nos palcos. Em 2006, Maria Alice ganhou destaque após o vídeo “Tapa na Pantera” ter mais de 6 milhões de visualizações no YouTube. No curta, ela retrata a história de uma senhora que fuma maconha há 30 anos e supostamente nunca ficou viciada.

O Palco Girátorio também conta com atividades paralelas junto ao público, como o Pensamento Giratório, espaço aberto para reflexão e discussão sobre o trabalho e pesquisa dos grupos itinerantes; as Aldeias, que são mostras locais de artes cênicas e outras manifestações culturais, além de oficinas e Intercâmbios - encontros de grupos locais com os grupos integrantes do circuito para troca de ideias. Em Santa Catarina, o primeiro espetáculo a circular este ano foi “Manotas Musicais”, do Grupo Trampulim, de Belo Horizonte (MG), que usa a música como ferramenta de jogo para o palhaço. As apresentações gratuitas já passaram este ano por Joinville, São Bento do Sul, Canoinhas, Jaraguá do Sul, Itajaí, Blumenau, Rio do Sul, Brusque, Balneário Camboriú, Tijucas e Florianópolis, que recebeu o 13º Festival Palco Giratório – maior evento de artes cênicas do Estado. As Aldeias Palco Giratório - mostras locais de arte e cultura visitadas por espetáculos que compõem a circulação nacional - ocorreram em Rio do Sul, Tubarão, Chapecó, Jaraguá do Sul e Joinville, Blumenau e Itajaí.

O Palco em números Ao longo de seus 19 anos de existência, o Palco Giratório se consolidou no cenário cultural levando uma grande variedade de gêneros e linguagens artísticas para um público diversificado de mais de 4,5 milhões de pessoas. Ao todo, já foram 7.696 apresentações com 253 grupos de teatro de rua, circo, dança entre outras linguagens artísticas — em instalações do Sesc, praças e outros espaços urbanos. Mais do que entretenimento, essa iniciativa tem como objetivo não só a troca de experiências e vivências entre os artistas, mas também a difusão de montagens regionais pelo país afora, além de criar oportunidades de inserção de artistas, produtores e técnicos no mercado de trabalho.

Palco Giratório Cachorros não sabem blefar Cia 5 cabeças

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FOTO: MARCO AURELIO PRATES/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Homenagem


DS

FOTOS: MARCOS SCHAFER/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

Roteiro Roteiro

Um passeio no

CARTÃO POSTAL

As facilidades oferecidas por uma grande cidade a poucos metros do mar, belezas naturais, opções de gastronomia, lazer, cultura e uma badalada vida noturna. São muitos os atrativos de Balneário Camboriú. Em meio a tantas ofertas, a revista Tudo listou pontos turísticos essenciais para quem quer conhecer melhor um dos mais famosos cartões postais de Santa Catarina. Localizada no litoral norte, a cidade está entre os destinos turísticos mais procurados do país. Em especial, por catarinenses de outras cidades, gaúchos e paranaenses. Argentinos, chilenos e paraguaios também marcam forte presença durante os meses de março e abril.

Baía dos sonhos A pequena praia de Laranjeiras é chamada por alguns de “cantinho dos sonhos”. O cenário faz jus ao apelido: com mar de águas calmas, esverdeadas, e cercada pela Mata Atlântica, a praia fica numa pequena baía. É o destino favorito de turistas que buscam aliar beleza e boa infraestrutura. Mas um pedaço na faixa de areia branca de Laranjeiras é bastante concorrido. Como a praia tem apenas 750 metros de extensão e é um dos destinos mais procurados da cidade, fica completamente lotada no verão. Uma atração à parte é o sítio arqueológico, onde foram encontrados fósseis de habitantes que viveram ali milhares de anos atrás.

Cristo Luz Não, você não está no Rio de Janeiro. Tudo bem que a referência à cidade carioca seja inevitável diante do Cristo Luz, mas a imagem de Balneário Camboriú tem seus próprios atrativos. Localizado num dos pontos mais altos da cidade, a 150 metros, o monumento segura um canhão de luz de 6,6 mil watts, que simboliza o Sol e que gira num ângulo de 180 graus, iluminando a noite de Balneário. As luzes são acesas diariamente a partir das 19h, entre os meses de abril e novembro, e das 20h, de dezembro a março. 84


Praia do Estaleiro Opção ideal para quem procura tranquilidade e contato com a natureza, a Praia do Estaleiro fica a 11 km do centro da cidade. O local preserva características agrestes e é próprio para pesca e arremesso, com mar de águas cristalinas. Também conta com um núcleo urbanizado, com pousadas e restaurantes.

Praia do Canto Pequeno recanto de águas límpidas e tranquilas, com 50 metros de extensão, de onde é possível contemplar a Praia Central em sua totalidade. Fica a 3km do Centro, com acesso por uma charmosa passarela com mirantes, decks de madeira e luminárias.

Morro do Careca Uma visão privilegiada da cidade e do mar é garantia para quem visita o Complexo do Morro do Careca. O local ganhou esse nome por ser totalmente liso. Localizado na Praia dos Amores, através dele é possível chegar à Praia do Buraco e também à Praia da Concha. O percurso entre a rua e o topo do morro, de aproximadamente 600 metros, é totalmente asfaltado, o que facilita o acesso. O trecho tem dois patamares para estacionamento. O destino é o favorito para adeptos do voo livre, saltos de parapente e asa-delta, além de outras modalidades de esportes radicais, como rapel e escaladas.

Parque Unipraias Uma das atrações mais procuradas em Balneário Camboriú é um passeio pelo Parque Unipraias, que conta com 47 bondinhos aéreos que se descolocam a 16km por hora e ligam o lado Sul da orla da cidade, o Morro da Aguada e a praia de Laranjeiras. O trajeto completo, com ida e volta, dura aproximadamente 30 minutos se for realizado sem paradas, e proporciona uma vista incrível da cidade. Além da paisagem, há outros atrativos, como o “Youhoo!”, um trenó de montanha que faz um percurso pela Mata Atlântica. Durante a alta temporada, o parque funciona todos os dias da semana, das 9h às 20h. Já na baixa temporada, fica aberto de quarta-feira a domingo, das 9h30 às 18h. 85


Viajar

FOTOS: DIVULGAÇÃO VALE DAS ÁGUAS/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

DS

O fascínio das

ÁGUAS

Santa Catarina conta com diversas regiões turísticas e um potencial imensurável para esta atividade econômica, em função da ampla oferta de atrativos, sejam naturais, como praias, águas termais e serra; históricas, além do ecoturismo, turismo religioso, de aventura, cultural e de negócios. Agora, o Estado conta com mais uma região para a qual vai voltar investimentos para a atração de visitantes e movimentação da economia – o Vale das Águas.

Santa Catarina conta com nova região turística no Estado, com atrações que vão das belezas naturais até o turismo religioso e promete atrair mais visitantes de todos os locais do País e também estrangeiros. O foco é fazer com que o Estado seja um polo turístico durante todo o ano e que a atividade movimente cada vez mais a economia catarinense. Recentemente, os conselheiros estaduais catarinenses aprovaram o desmembramento e a criação da nova região. O objetivo é concentrar esforços no desenvolvimento turístico dos municípios, com focos específicos - como turismo termal, rural, de saúde e bem-estar, cultural, religioso, de lazer e ecoturismo. A nova região turística Vale das Águas é composta por 26 municípios localizados na parte Oeste de Santa Catarina. Destes, 11 já

Atrações

foram incluídos no Mapa do Turismo Brasileiro, organizado pelo Ministério do Turismo - Águas de Chapecó, Caibi, Formosa do Sul, Maravilha, Mondaí, Palmitos, Planalto Alegre, Quilombo, Santiago do Sul, São Carlos e União do Oeste. Completam a região os municípios de Águas Frias, Caxambu do Sul, Cunha Porã, Cunhataí, Flor do Sertão, Iraceminha, Irati, Jardinópolis, Modelo, Nova Erechim, Pinhalzinho, Riqueza, Saudades, Serra Alta e Sul Brasil.

Como o próprio nome já define, a água é o principal elemento presente nos atrativos turísticos da região. Um dos destaques é a cachoeira Salto Saudades, em Quilombo, formada por várias quedas d’água no Rio Chapecó. O local fica a cerca de 20 km do centro da cidade. Em toda a região são encontrados diversos estabelecimentos com águas termais, com destaque para Palmitos, Quilombo, São Carlos e Águas de Chapecó. O Rio Uruguai, que passa por várias cidades do Vale das Águas, também é um atrativo que pode ser explorado de diversas maneiras, por meio de passeios de barco ou jornadas nos balneários de água doce. Um exemplo de aproveitamento do entorno do rio é a estrutura de um empreendimento de águas termais na cidade de Águas de Chapecó. 86



Viajar

Novo fôlego Conforme o presidente da Instância de Governança do Vale das Águas, Rodrigo Conci, a criação de uma nova região foi motivada pela presença de águas termais, rios, lagos formados por barragens e cachoeiras no território dos municípios. “Agora temos a possibilidade de mostrar e promover esses potenciais. Além disso, essa boa notícia deu um novo ânimo aos gestores municipais e aos empresários. Está sendo incrível ver como as cidades

voltaram a acreditar no turismo”, comemora Conci. A portaria que oficializou a criação do Vale das Águas foi publicada no Diário Oficial da União do dia 12 de julho de 2016. Para que a região fosse criada, o processo foi analisado e validado pelo Conselho Estadual de Turismo no dia 27 de abril. Além disso, foi aprovado também pelo secretário estadual de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello.

Religiosidade O turismo religioso também está presente na região, com igrejas antigas. Um exemplo é a capela São Cristóvão, em Formosa do Sul, edificada pelos moradores da comunidade por volta de 1965. É uma das poucas construções que ainda restam do período da colonização. O Santuário de Nossa Senhora da Salete, localizado na cidade de Caibi, conta com a visita de centenas de devotos, especialmente quando são celebradas missas com a presença do bispo da Diocese de Chapecó. Na cidade de Modelo também há igrejas que representam a cultura arquitetônica antiga e religiosa, que foram construídas pelos primeiros colonizadores alemães e italianos. Além disso, percorrendo as cidades, é possível identificar traços dos povos colonizadores, como os italianos e os alemães. A Casa da Memória, em São Carlos, preserva a história dos imigrantes com objetos, fotos e utensílios agrícolas das famílias que povoaram a região. 88



Universo Pet

Voluntários buscam formas de amenizar os problemas que sofrem animais domésticos que foram deixados nas ruas

Lutando contra o

ABANDONO

Com a proximidade do verão, um problema que já é comum em cidade grandes e pequenas do país fica mais grave em muitas delas – o abandono de animais domésticos nas ruas. Ao mesmo tempo em que muitos proprietários de animais esquecem sua responsabilidade e optam pelo abandono enquanto vão curtir férias na praia, muitas pessoas se solidarizam e buscam formas de amenizar o sofrimento dos bichinhos. A proliferação de animais domésticos nas ruas, porém, é um problema de saúde pública, à medida que existem zoonoses, ou seja, doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos, das quais estes bichinhos, expostos a todo tipo de bactérias, parasitas e doenças, podem se tornar transmissores. Sem condições de solucionar o problema com ações dos órgãos governamentais, que pouco fazem neste sentido, e com punições ainda muito raras para os donos que praticam o abandono, muitas vezes o problema fica nas mãos de pessoas que se solidarizam com a questão. Como cuidar desses animais corretamente, ainda que na rua, e que ações são mais urgentes para estes bichinhos, porém, é um tema que tem sido debatido entre os defensores e cuidadores de animais. A veterinária da Pet Shop Bem Querer, Huara Maccari, destaca que o número de animais abandonados pelas ruas não para de crescer, e a castração é um dos recursos mais importantes no combate à reprodução descontrolada de animais. 90

Os animais entram em fase de reprodução a partir dos sete meses de idade. Uma cadela pode ter em média 16 filhotes em um ano, dependendo do porte do cão. Uma gata, em média, 12 filhotes por ano. A reprodução pode ocorrer até o final de suas vidas. Indiretamente a castração contribui para a diminuição do índice de abandono, além da saúde dos animais, prevenindo tumores de mamas, infecção de útero, por exemplo”, avalia Huara Maccari



Universo Pet

Corrente do bem Huara destaca que aquelas pessoas que se solidarizam com a causa dos animais podem ajudar na alimentação, que deve ser à base de ração, a encontrar um lar, a ficar saudável (vacinar, castrar, desvermifugar), auxiliar com a doação de casinhas para abrigo dos animais. “Muitas pessoas já fazem isso. É possível por exemplo fazer uma rifa ou uma ‘vaquinha’ online, chamar os amigos para ajudar, montar um grupo de padrinhos do cão ou gato, procurar serviços gratuitos. Em troca, a pessoa receberá o carinho de um animal que nunca foi tão amado e bem cuidado. Uma boa solução é levar em feiras de adoção. A maioria das pessoas que ajudam não pode ficar com o animal, mas é possível encontrar feiras e assim achar um lar para o bichinho”, destaca. Na cidade de Lages, na Serra catarinense, por exemplo, Bruna Uncini é uma das protetoras que doa seu tempo para encontrar formas de ajudar animais de rua. “Desde muito pequena sempre tive um carinho especial pelos animais, cachorros sempre foram os preferidos. Minhas irmãs mais novas são como eu, então desde cedo ajudávamos um bichinho ali, outro aqui, tirávamos da rua, vacinávamos, encaminhávamos pra adoção e assim sucessivamente”, conta. Foi esse amor pelos animais que fez com que Bruna idealizasse o projeto Ajude um Animal de Rua. “Comecei a juntar pessoas e reunir parcerias. Hoje somos quase 15 voluntários que auxiliam na montagem e instalação das casinhas para animais de rua”, conta. O projeto é informal, uma junção de voluntários, empresas e pessoas que simpatizam com a causa e que têm colaborado. Não há nenhum recurso público. “São 166 casinhas instaladas até o momento em diversos bairros. Não tem como quantificar os animais auxiliados, mas as castrações terão início em outubro devido ao clima da cidade”, destaca.

Em busca de recursos

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Para angariar fundos para as ações, o grupo de Bruna optou pelo recurso online através do site vakinha.com, e também através da conta bancária do projeto. “Precisamos de verba para chegar à meta das 500 casinhas. Cada casinha tem o custo de R$ 106,00 e, para as empresas que têm a plaquinha colocada na casinha, o custo é de R$ 118,00. Aqui em Lages as pessoas que contribuem com o projeto podem abastecer as casinhas com ração e trocar a água das casinhas que ficam nas proximidades”, detalha. Bruna reforça que em Lages há uma lei que protege contra o abandono, e um órgão de fiscalização para o qual as pessoas podem ligar denunciando, no caso de flagrar um abandono acontecendo. “A multa para cada animal abandonado é de uma UFML, que correspondente a R$ 287,00”, aponta. A veterinária Huara Maccari reforça que qualquer ato de maus tratos ou abandono de animais deverá ser denunciado à delegacia de polícia. Ela enfatiza que a lei federal nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais), no artigo 32, considera crime a prática de atos de abusos e maus-tratos contra animais. A denúncia é feita a uma delegacia de polícia ou junto ao Ministério Público. “A pena é de detenção de três meses a um ano e multa. Se tiver morte do animal a pena é aumentada. Sempre denuncie os atos de maustratos. Essa é a melhor maneira de combater os crimes contra animais. Quem presencia o ato é quem deve denunciar. Deve haver testemunhas, fotos e tudo que puder comprovar. O artigo 164 do Código Penal prevê o crime de abandono de animais, com pena de detenção de 15 dias a seis meses, ou multa”, completa.



Mundo Novo

>> Super-roteador

Inovações Tecnologia Facilidades

Uma opção para quem não suporta mais problemas com a conexão Wi-Fi. Já chegou ao mercado o roteador Ultra Wi-Fi AC5300, da D-Link. Ele trabalha com o padrão de Wi-Fi 802.11ac, tecnologia sem fio com velocidade de até 1.300 Mbps (megabytes por segundo) na frequência de 5 GHz, mais do que o dobro do padrão atual (o 802.11n, que permite até 600 Mbps). Além disso, o aparelho também é considerado tri-band, pois trabalha com três bandas de rádio, conseguindo triplicar a velocidade para 5.300 Mbps.

Isso garante boa conexão em espaços bem amplos, com mais de 200 metros quadrados, e o torna capaz de rodar com fluência vídeos em alta resolução de imagem Full HD e até 4K. O fato de ser tri-band também o torna capaz de suportar a conexão de mais de 50 dispositivos simultaneamente.

Custa aproximadamente

R$ 2.999,00

>> Fone de ouvido sem fio armazena músicas

>> Ônibus elétrico fará transporte de alunos e professores da UFSC Foi apresentado no 12º Salão LatinoAmericano de Veículos Elétricos um ônibus 100% elétrico, que fará o transporte de alunos, professores e técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O veículo, que começa a funcionar em dezembro, será recarregado em estação com energia solar e terá emissão zero de poluentes. A energia necessária para que o veículo circule será gerada pelo Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar Fotovoltaica da UFSC, localizado no Sapiens Parque. As recargas serão feitas por meio da rede presente no campus e no parque.

A Samsung lançou, o fone de ouvido Gear IconX, que funciona como um mp3 player independente e com recursos fitness. Com 4 GB para armazenar músicas, o fone sem fio pode ou não ser conectado ao celular. Caso seja conectado ao smartphone, ele pode atender a ligações telefônicas e transmitir dados de atividades físicas, como frequência cardíaca e distância percorrida em corridas. De forma 94

independente, ele funciona apenas como tocador de música. Seus comandos são via toques na lateral dos fones e a bateria dura de 1h30 (com celular) a quatro horas (sem celular).

Custa aproximadamente

R$ 1.399,00


>> Relógio inteligente para natação A Apple apresentou a segunda geração do seu relógio inteligente, o Apple Watch, que funciona como um assistente para a prática de exercícios físicos. A novidade dessa versão é que ele pode ser usado durante a natação. O sistema de som do relógio teve que ser redesenhado para que o gadget pudesse ser usado na água. Após o mergulho (que pode ser em profundidade de até 50 metros), a água que entrar pela saída de áudio será expulsa pelo próprio

alto-falante. A atividade física realizada na água será cadastrada automaticamente no aplicativo de exercícios da Apple. A nova versão do relógio também ganhou GPS integrado. Assim, o usuário não precisará andar com o iPhone durante uma caminhada ou corrida para monitorar a sua rota.

Custa aproximadamente

US$ 369,00

>> Fogão que funciona com energia solar Ele parece um grill elétrico, mas passa longe de usar eletricidade. O fogão GoSun Stove funciona apenas com energia solar. As células fotovoltaicas do produto aquecem os tubos internos, fazendo com que a temperatura chegue até a 200 graus Celsius. Segundo a empresa fabricante, uma refeição para oito pessoas leva, em média, uma hora para ficar pronta. A ideia dos criadores é que ele sirva para pessoas que costumam acampar. O fogão funciona em qualquer época do ano, mantendo o alimento aquecido durante horas, sem queimar brasas nem soltar fumaça.

Custa aproximadamente

R$ 1.083,53

>> Baidu e Nvidia trabalham em carro autônomo

>> Novo tecido pode evitar que o corpo esquente Foi dado o primeiro passo para criar roupas que resfriam o corpo durante os dias quentes de verão. A ideia começou a ser elaborada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, com nanomaterial. O tecido, na verdade, não resfria, mas pode evitar que o corpo da pessoa esquente muito. Os pesquisadores fizeram pequenas adaptações em materiais já existentes com a intenção de torná-lo capaz de, ao mesmo tempo, refletir a luz e deixar passar a umidade e o calor irradiado pelo corpo humano. A equipe está entusiasmada com a aplicação prática de seu nanotecido sintético. A intenção é que, ao fazer com que as pessoas não sintam tanto calor individualmente, haja economia para resfriar casas, prédios e carros.

A gigante da Internet chinesa Baidu anunciou que firmou parceria com a Nvidia para desenvolver uma plataforma de carros autônomos para companhias na China e em outros mercados. No início deste ano, a Baidu anunciou que estava organizando um time de pesquisadores e engenheiros nos Estados Unidos, com o objetivo de levar tecnologias autônomas para “as massas em futuro próximo”. Na China, a Nvidia e Baidu irão usar inteligência artificial para desenvolver uma plataforma única para esses veículos. A parceria ganhará a vantagem da plataforma em nuvem da Baidu e sua tecnologia de mapeamento, e combinará com a plataforma de direção autônoma da Nvidia para desenvolver mapas, controle autônomo de veículo e função autônoma para estacionamento de carros. 95


Eventos

CELEBRANDO a expansão

Abertura da nova loja Suely Bianco é comemorada em evento realizado para arquitetos e profissionais da área de decoração

zidas pela Suely Bianco. A loja trabalha com as mesmas linhas de produtos que já podiam ser conferidas na matriz da empresa, que fica no bairro Humaitá, também em Tubarão, mas oferece conforto aos clientes, que agora possuem a opção de comprar em dois endereços. O foco da Suely Bianco são produtos como sofás, papel de parede, mesas, tapetes e decoração em geral. A nova loja demonstra a aposta em expansão e na força do setor de arquitetura e decoração.

FOTOS: GILMAR ESTEVAM/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO

A loja de decoração Suely Bianco, celebrando o sucesso da empresa, sediada em Tubarão/SC, inaugurou sua primeira filial na cidade. A nova loja abriu as portas em outubro, no bairro Vila Moema e é uma opção para aqueles que procuram produtos de alta qualidade e dentro das tendências em decoração de ambientes. A abertura da filial foi comemorada em um evento fechado, feito para arquitetos e profissionais da área de arquitetura e decoração, reunindo o setor para conferir as novidades tra-

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FOTOS: GILMAR ESTEVAM/DIVULGAÇÃO/REVISTA TUDO


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