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Brasileiras & Brasileiros, Inc.

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Vol 21

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Num 12 ||

DECEMBER 2015

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Variedades

A Medicina afirma que espiritualidade ajuda na cura Novo protocolo aprovado pela Associação Mundial de Psiquiatria destaca importância da espiritualidade no ensino e pesquisa

Estudo da Sociedade Americana de Câncer concluiu que os aspectos emotivos da espiritualidade trazem benefícios para a saúde física e mental

Associação Mundial de Psiquiatria aprovou documento declarando a importância de se incluir a espiritualidade no ensino, pesquisa e prática clínica da psiquiatria. A proposta, obviamente, não é “receitar” uma crença religiosa ao paciente, mas conversar sobre o assunto. O indexador de estudos científicos PubMed, do governo americano, lista mais de mil estudos sobre o tema. O maior impacto positivo do envolvimento religioso na saúde mental é entre pessoas sob estresse ou em situações de fragilidade, como idosos, pessoas com deficiências e doenças clínicas. Os recursos espirituais avaliados nesses trabalhos variam bastante, desde acreditar em Deus ou um poder superior, frequentar alguma instituição religiosa ou mesmo participar de programas de meditação e de perdão espiritual, mas a grande maioria conclui que há correlação entre espiritualidade e bem-estar. Para os pesquisadores, existe a hipótese de que a religiosidade sirva, por exemplo, para reforçar laços sociais, reduzindo a incidência de solidão e depressão e amenizando o estresse causado por doenças ou perdas. Três meta-análises (revisões científicas) já realizadas sobre o tema indicam que, após o controle de variáveis como estado de saúde da pessoa, a frequência a serviços religiosos esteve associada a um aumento médio de 37% na probabilidade de sobrevida em doenças como o câncer. O desafio é entender exatamente como isso acontece. Uma das explicações propostas é a ativação do chamado eixo “psiconeuroimunoendócrino”, em que uma emoção positiva seria capaz de alterar a produção de hormônios que, por exemplo, reduziriam a pressão arterial. “O impacto da religião e espiritualidade sobre a mortalidade tem se mostrado maior que a maioria das intervenções, como o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial ou o uso de estatinas”, afirma Alexander Moreira-Almeida, professor de psiquiatria da Universidade Federal de Juiz de Fora. Estudo da Sociedade Americana de Câncer, com mais de 44 mil pacientes, concluiu que são os aspectos emotivos da espiritualidade e da religiosidade aqueles que mais trazem benefícios para a saúde física e mental de pacientes com a doença. O mesmo não acontece quando o paciente apenas estuda ou pesquisa sobre a religião.


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