Jornal Água Verde outubro 2016

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Amintas de Barros Braga, Osny Vasconcellos (excelente atleta de bola ao cesto no Clube Atlético Paranaense) Abilio Ribeiro, futuro presidente do clube e campeão de futebol em 1958, entre outros. “Incentivado por esses e outros amigos Paulo Wendt especializou-se em arbitragem de bola ao cesto (basquete e volei), e passou a fazer parte da Federação Paranaense de Basquete, Federação Paranaense de Desportes Universitários e Clube Atlético Paranaense. Nessa época exercia atividade no comércio. “Em 20 de novembro de 1938 casou com Celina Saporski Wendt, com quem teve três filhos: Paulo Osni (1940), Elizabet Edi (1945) e Rui Cesar (1949). “Em outubro de 1942 foi designado para chefiar a delegação paranaense de Bola ao Cesto (basquete) no XVI Campeonato Nacional disputado em São Paulo, nos meses de setembro e outubro daquele ano. Participaram da competição as seleções de São Paulo, Distrito Federal (então Rio de Janeiro), Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. “Em 1943 Paulo Wendt ingressou como vendedor na Cia de Cigarros Souza Cruz, atendendo as cidades de Piraquara, Morretes, Antonina, Paranaguá, Matinhos até a baía de Guaratuba. Nessa época começou a comprar querosene em galões americanos para vendê-los em Curitiba. Era a época da Segunda Guerra Mundial e da falta de combustíveis, os veículos funcionavam a gasogênio. “Em 1951montou e arrendou a terceiros uma oficina de automóveis em imóvel de propriedade do Sindicato dos Comerciários de Curitiba, localizado na esquina das ruas Marechal Deodoro com Tibagi. Em 1951 Paulo Wendt em sociedade com o irmão Evaldo arrendaram o Posto Esso e oficina mecânica em Paranaguá, na avenida Gabriel de Lara, em frente ao antigo zoológico – praça dos bichos. “Em 1952 ele deixou o emprego na Souza Cruz e adquiriu dois caminhões, um F-6 e um F-8, para transportar café do norte do Paraná para o Porto de Paranaguá, ao mesmo tempo em que obtinha contrato para distribuir o querosene Jacaré em todo o estado do Paraná, em galões de 18 litros. Naquela época as cidades do interior utilizavam lampiões para iluminação.

Festa de 50 anos de Paulo Wendt no Fontana Di Trevi, na avenida Luiz Xavier, ao lado de artistas da época.

Eder Jofre e Rui Cesar Wendt, momentos antes da luta no Guairão

Paulo Osni Wendt, filho de Paulo Wendt

Eder Jofre lutando com Leo Espinoza no Guairão. Luta promovida por Paulo Wendt.

A Boate Marrocos, funcionou no centro de Curitiba, na Rua Marechal Deodoro, n.º 5, esquina com a Praça Zacarias

“Com a situação financeira realizada, dono de imóveis em Paranaguá, Colombo e Curitiba, vendeu suas empresas e candidatouse a vereador em Curitiba pela UDNPR-PTN. Foi bem votado, mas não se elegeu. Desgostoso e decepcionado com a política, decidiu mudar novamente de atividade e adquiriu o restaurante Elite, mudando o nome para Marrocos, criando a empresa Paulo Wendt de Eventos Artísticos. Através de contrato com o Governo do Estado, agenciava a vinda de artistas para os pequenos auditórios do Teatro Guaíra, e os repassava para apresentações nos grandes clubes sociais da cidade, entre eles o Thalia, Curitibano, Concórdia e Círculo Militar, além da Boate Marrocos. Aliás, o nome da boate deveria ser Casablanca, em homenagem ao filme de sucesso da época, mas o proprietário do imóvel não permitiu que o local fosse pintado de branco, permanecendo a cor cinza, e o nome escolhido foi Marrocos. “Paulo Wendt realizou grandes eventos com artistas famosos como Angela Maria, Silvio Caldas, Agostinho dos Santos, Ivon Cury entre muitos outros. Ele foi chamado de Rei da Noite Curitibana, o primeiro e único, por dois motivos: 1 – Pagava os artistas no fechamento do contrato, adiantado; 2 – As atrações eram todas da maior qualidade, e sempre com sucesso de público. “A bem sucedida carreira no mundo artístico de Paulo Wendt foi interrompida prematuramente após 11 anos, na noite de 13 de julho de 1960, quando um freguês de pouca instrução e violento, de 62 anos de idade, desentendeu-se no momento de pagar a conta. No dia seguinte o assassino voltou ao local armado de revólver e faca, e ao avistar Paulo Wendt sentado em sua poltrona próxima ao caixa, atirou à queima roupa. Ferido de morte, foi atendido pelo famoso doutor Felix do Rego Almeida, mas faleceu às 10 horas do dia 20.07.1960. Ainda hoje, passados 50 anos de sua morte, Paulo Wendt é lembrado em livro de Dalton Trevisan e no livro Ecos da Noite de Reinaldo Egas.” Esta reportagem é uma homenagem do Jornal Água Verde a um dos grandes nomes da história social e cultural do Paraná, Paulo Wendt, o “Rei da Noite Curitibana”, empresário que valorizou a cultura, o entretenimento, o lazer, trazendo alegrias para gerações e gerações de curitibanos e paranaenses.


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