Catálogo 24º AmadoraBD 2013

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24º AMADORA BD 2013 Cenários

quase se poderá dizer que os faneditores primam por lhes criarem títulos que se caracterizam por trocadilhos ortográficos e cacofonias, e indo mais longe, abarcam facetas onde se inclui o bizarro, o extravagante, o irónico, o brejeiro, o obsceno, indo até ao escatológico. Alguns exemplos concretos: Nuxcuro, Nova Gina, Comic Cala-te, São Francisco da S.I,S., X-Pe com batatas, Carneiro Mal Morto, Olho do Cu, Káganiço, WC Comics, Cona da Mão, Fódósgas, Vómito, títulos impensáveis nas publicações de grande difusão pública. No panorama fanzinístico nacional tem havido alguns casos que merecem relevância, designadamente o do Nemo – um fanzine sobre BD, preenchido por excelentes estudos e críticas –, o Banda – com boas bedês, oportunos artigos de opinião e entrevistas, o Shock – onde tem pontificado um editautor chamado Estrompa, o Eros, o primeiro fanzine assumidamente dedicado à BD erótica, com uma incursão na componente pornográfica no seu mais recente número, o Mesinha de Cabeceira (por vezes Meseira de Cabecinha) – com uma forte componente alternativa, inquestionavelmente o zine português mais underground –, o Venham+5, título multi-premiado apoiado pela Bedeteca de Beja, e o Boletim do Clube Português de Banda Desenhada, (ou Boletim CPBD), com bandas desenhadas de novos e actualmente com frequente recuperação de obras antigas, nacionais e estrangeiras, iniciado em Março de 1977, sendo assim o mais antigo fanzine português em publicação. Neste universo de criatividade livre e independente, pululam os neologismos, geralmente de origem anglófona, com variantes provocadas pelos formatos, temas, conteúdos ou formas de publicação. Por exemplo: os splitzines, quando o mesmo exemplar se apresenta dividido em duas metades distintas, com uma capa diferente de cada lado, e com os respectivos textos impressos em sentido inverso; os slimzines, devido ao seu pequeno ou pequeníssimo formato; os graphzines, cujos conteúdos se baseiam em composições gráficas e ilustrações; os netzines, e-zines ou webzines, nomenclaturas usadas para os zines editados no ciberespaço, ou seja, no campo virtual da internet, apenas ali visionáveis mas até folheáveis, em requintes tecnológicos. Menos conhecido, mas também já com alguns anos de existência é o termo fanálbum, usado quando o faneditor elabora um álbum, ou mini-álbum, ou seja, uma peça única, tipo “one shot”, sem numeração, com uma banda desenhada completa.

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