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A AÇÃO CRIATIVA COMO ALTERNATIVA AO CONSUMISMO NA MODA: O INDIVÍDUO COMO VETOR DA MUDANÇA COLETIVA

estão concentrados na zona oeste, em Pinheiros (Roupateca, Rent Style e Blimo) e Itaim Bibi (Ustyle), considerados bairros nobres do município de São Paulo. Já a Clorent está situada na zona sul, no Jardim Paulista, igualmente nobre.

Dentro deste universo, são apenas 7 os empreendimentos que comunicam os termos sustentabilidade, consumo consciente ou algum outro que seja próximo a essa realidade e fomente a educação para o consumo suficiente, e a mudança de comportamento dos consumidores frente ao consumo exagerado e irresponsável, e aos danos ambientais causados pela indústria da moda, mesmo com frequência e intensidade diferentes, sendo todos eles direcionados ao público feminino. Porém destes 7 empreendimentos, apenas 3 trazem, realmente, propósitos pro sustentáveis, comunicam os aspectos negativos da indústria da moda, as consequências do consumo exagerado tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente, e fomentam a Educação Ambiental para a redução do consumo, promovendo a mudança de hábito que nos afaste do consumo inconsciente, exagerado e irresponsável, e nos aproxime daquele que se mostra racional, harmônico com o meio ambiente e que não leve à exaustão e à infelicidade, são elas: Clorent, Rent Style e Roupateca.

ANÁLISE E CONCLUSÃO

Nesse estudo, apenas 3% dos empreendimentos, mantinham comunicação relacionada à educação, à sustentabilidade e repelia. o consumo excessivo. Essa minoria se constitui de empreendimentos direcionados ao público feminino e que trabalham com a locação de roupas do cotidiano, de designer famosos e de alto custo, com base no comercio digital.

Mesmo vendo iniciativas em tão poucos empreendimentos, este segmento é vocacionado à Educação Ambiental. O aluguel de roupas para ocasiões especiais é mais tradicional, pois existe há muitos anos e não exterioriza a sustentabilidade que o negócio gera. Sua existência se justifica somente pela economia e facilidade. Já o aluguel de roupas do cotidiano, um nicho novo dentro do aluguel de roupas, surge com o propósito pró-sustentável e mostrando que pode ser vocacionado para a educação, porém atinge um público muito reduzido e elitizado e a mudança necessária para que o compartilhamento de roupas seja efetivo, real e planetário, depende de uma revolução do modo como as pessoas se comportam frente ao consumo, passando de um consumo exagerado para o suficiente. A Educação Ambiental crítica para o consumo suficiente, com a velocidade de comunicação digital, nos permite colher resultados significativos para reverter o nosso posicionamento em relação ao consumo, pois todos somos atores em relação aos danos pelo que consumimos.

O setor de aluguel de roupas e a associação da moda com Educação Ambiental são pouco explorados academicamente, um universo vasto a ser descoberto. Se aluguel de roupas tivesse convergência com a educação critica teríamos efeitos maximizados e com maior alcance possível para implementação da sustentabilidade na moda.

REFERÊNCIAS

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