Angiologia para Clínicos

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Isquemia Mesentérica Crônica e Isquemia Mesentérica Aguda Abdo Farret Neto

INTRODUÇÃO Este capítulo visa esclarecer os principais sinais e sintomas e orientar sobre as condutas a serem adotadas nas seguintes doenças isquêmicas: ■■ Estenoses assintomáticas de tronco celíaco e mesentérica superior. ■■ Isquemia mesentérica crônica. ■■ Isquemia mesentérica aguda. Para isso, a doença vascular mesentérica será dividida em dois grupos: ■■ Isquemia mesentérica crônica. ■■ Isquemia mesentérica aguda.

ISQUEMIA MESENTÉRICA CRÔNICA A isquemia mesentérica crônica pode ainda ser subdividida em estenose mesentérica assintomática e sintomática. ■■ Estenose mesentérica assintomática: pode ser definida como estreitamento vascular hemodinamicamente significativo medido ao eco-Doppler, com índices de velocidade de pico sistólico de pelo menos 270cm/s, o que normalmente corresponde uma estenose de 70% ou mais da luz do vaso.

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A situação, caracterizada por estenose e ausência de sintomas, adquire importância clínica com a disseminação de métodos diagnósticos de alta definição de imagem, invasivos ou não, acrescida de uma população cada vez mais idosa que será encontrada no futuro. Artigo de Hansen e cols. (2004) verificaram a presença de lesões estenóticas assintomáticas localizadas no tronco celíaco (TC) e na mesentérica superior (MS) em 17,5% da população de idosos estudada.1   Em outro artigo, um estudo prospectivo de Wilson e cols. (2006), os autores acompanharam, durante um tempo médio de 6,8 anos, 553 pacientes assintomáticos que apresentavam estenoses hemodinamicamente significativas em TC ou MS. A idade média foi de 84 anos, sendo 31% do sexo masculino e 69% do feminino. Os autores concluíram que estenoses assintomáticas do TC ou da MS em pacientes idosos apresentam uma história natural sem complicações, e sugerem que o tratamento conservador é seguro para esse grupo de pacientes assintomáticos.2 ■■ Estenose mesentérica sintomática: caracteriza-se por um inadequado suprimento sanguíneo intestinal quando o paciente se alimenta, pois no período pósprandial o fluxo esplâncnico aumenta de 25% para 35% do débito cardíaco total.3 Pesquisas clássicas sugerem que, para o quadro clínico ocorrer, é necessário

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