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MARCEL DIAS

39 Anos,25 anos de skate, Poá – (SP) / @marceldias83

Como foi o seu início com o skate e quais foram os principais desafios que enfrentou nessa jornada? No começo, meu irmão e eu enfrentamos dificuldades financeiras, mas juntamos dinheiro vendendo geladinhos que minha mãe fazia em casa para comprar meu primeiro shape usado. A partir daí, fomos adquirindo peças usadas até conseguir montar um skate completo. Graças a Deus, tudo deu certo, e continuamos na atividade até hoje.

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O que o levou a escolher entre se profissionalizar no skate ou mantê-lo como uma atividade para diversão?

Inicialmente, eu tinha o sonho de viver apenas do skate e estava totalmente dedicado, pensando em skate 24 horas por dia, como qualquer skatista. No entanto, com o tempo, compreendi a necessidade de trabalhar e sustentar minha família. Atualmente, encaro o skate como um estilo de vida e uma fonte de diversão, participando de campeonatos por puro prazer, reencontrando amigos e sendo feliz com a prática.

Qual a sua visão sobre a atual geração do skate? Quais são os aspectos mais positivos e desafiadores que você enxerga nesse cenário?

A nova geração do skate está de parabéns, demonstrando um nível absurdo de habilidades. Entretanto, é importante que entendam o verdadeiro significado do skate, valorizando a história e o legado construído pelos skatistas do passado, que permitiram ao skate chegar onde está hoje.

Poderia compartilhar um pouco sobre como é o seu dia a dia envolvendo o skate, desde a preparação até a prática em si?

Atualmente, ando de skate nos finais de semana, devido à minha rotina de trabalho e o cuidado com minhas filhas. Porém, sempre que possível, também ando durante a semana, mantendo-me informado sobre o mundo do skate mesmo quando não estou diretamente praticando.

Conte-nos sobre uma viagem marcante que teve em sua carreira no skate e como essa experiência influenciou seu desenvolvimento no esporte.

Uma viagem marcante foi quando meu irmão e eu estávamos morando em Natal, RN, e fomos visitar familiares em Fortaleza. Procuramos uma pista de skate que havíamos visto em um guia e, ao chegar lá, percebemos que ela era bem diferente do que imaginávamos. Mesmo assim, andamos de skate e nos divertimos muito, mostrando que o skate é uma experiência única e empolgante, independentemente das condições das pistas.

Como estão sendo suas participações em campeonatos de skate Master atualmente? O que ainda busca conquistar nesse âmbito?

Atualmente, estou participando do circuito paulista de skate e de outros eventos sempre que posso. Meu objetivo é seguir competindo e participando de campeonatos, pois o skate é uma paixão que nunca acaba.

Na sua opinião, como você enxerga a evolução do skate Master e seu impacto no cenário do skate em geral?

A categoria Master exige mais dos skatistas devido à idade e ao tempo dedicado ao skate. No entanto, vejo que os skatistas mais velhos estão cada vez mais empolgados em andar de skate, deixando para trás as preocupações do trabalho e aproveitando os benefícios que o skate proporciona. O skate não tem limites e só tende a crescer.

Quais são os patrocínios que têm sido fundamentais para impulsionar o seu skate e como você estabelece parcerias duradouras com eles?

Atualmente, tenho o patrocínio da Eco Diamante, Space Skate e Skatosco. Acredito que a parceria duradoura se constrói com dedicação, respeito e confiança mútua, mostrando o real comprometimento com a prática do skate.

Existe algum tópico importante relacionado ao skate que ainda não discutimos e você gostaria de mencionar?

Gostaria de fazer um apelo para que a Prefeitura de Poá, SP, olhasse com mais atenção para nossa Skatepark. Ela já foi palco para diversos skatistas que hoje são profissionais, mas está há anos sem manutenção adequada. Fica aqui meu apelo para que valorizem e invistam em espaços adequados para a prática do skate.

Para você, o que realmente significa ser um skatista? Quais valores e ideais estão associados a essa identidade? E se quiser, aproveite o espaço para expressar agradecimentos a quem te apoiou nessa jornada.

Ser skatista é enxergar o mundo com possibilidades únicas e desafiadoras que só quem anda de skate compreende. É valorizar a história do skate e respeitar os skatistas que vieram antes, ajudando e acolhendo os novatos. O skate é união, amizade, superação, e representa a busca pela felicidade na prática constante. Agradeço à minha família, meu pai e mãe, por todo o apoio e amor; a meu irmão Maurício Tim e minha irmã Gabriela; e a minhas filhas Maria Luiza e agradeço também aos meus amigos que estão ao meu lado nas sessões de skate e na vivência da Skatepark Poá, essa família que o skate me proporcionou. Um agradecimento especial a Skatosco e aos meus amigos de Natal, RN, por todo o apoio e companheirismo. E, por fim, agradeço a Deus por tudo. Se não fosse por todas essas pessoas e por essa paixão pelo skate, nada seria possível. Obrigado a todos que fizeram e fazem parte da minha jornada no skate. Sigamos andando e vivendo intensamente o skate, sempre com respeito e gratidão!

FOTÓGRAFA: ROGER TIL - @ROGERTIL1960

MANOBRA: BS FEEBLE