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THIAGO MATEOTTA

Como você descobriu o skate e o que te motivou a começar a praticar?

Eu sempre gostei muito, desde muito cedo sempre quis andar, mas o meu primeiro contato foi através de um amigo da escola, que um dia se ofereceu para montar o meu primeiro skate. Daí começou uma nova fase em minha vida, que mudou completamente a minha percepção sobre o mundo, como começar a se imaginar manobrando em qualquer lugar.

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Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no início da sua carreira como skatista amador?

Com os shapes e as lesões, claro, quanto mais eu sentia que estava começando a evoluir, bastava uma pisada em falso para estragar tudo. Shape até que eu conseguia dar um jeito, já que sempre tenho um reserva, quase todos sem pop, mas tem, só que quanto às lesões, sempre envolviam ligamentos e eu tinha que ficar afastado por um mês ou mais. Mas agradeço por nunca ter tido nenhum osso quebrado ou deslocado. Hoje em dia consigo evitar boa parte dos acidentes, mas no começo isso, com toda a certeza, me prejudicou bastante.

Como você concilia a prática do skate com outras responsabilidades, como trabalho ou estudos?

Eu trabalho de forma autônoma, fazendo entrega de bike, então sempre que tenho um tempinho consigo passar pela pista aqui perto de casa, dar umas voltas até dar o horário, e tem vezes que consigo passar até depois, depende muito do dia. Tem vezes que faço a cota do dia e volto mais cedo, aí fica mais suave dar um rolê de passagem antes de voltar para casa.

Quais são as suas principais fontes de inspiração no mundo do skate?

Eu me inspiro demais em uns skatistas locais aqui da pista que eu ando, como o meu mano Kauê e o Vilares, que me inspiraram desde o começo. Mas em quem eu comecei a curtir demais o estilo foi o do Chris Joslin, eu me inspiro demais nele para mandar as manobras. Comecei a curtir muito gap, graças a ele.

Quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória como skatista amador até agora?

Um momento muito marcante para mim foi quando eu estava em um best trick aqui na pista local e mandei um 360 flip na escada, na última tentativa, e todos gritaram e vieram comemorar comigo. Aquela vibe, a energia, isso não tem preço.

Como você lida com o medo e os desafios que surgem ao tentar manobras mais difíceis?

Eu sempre penso em respirar muito fundo e imagino a manobra na minha mente, me concentro muito. Depois de ter mentalizado tudo isso, penso em tentar acertar em poucas tentativas. Então, todas que eu mando para ficar em cima, vou bem consciente.

Quais são as principais habilidades que você busca desenvolver no skate e como você trabalha para aprimorá-las?

Eu busco sempre melhorar a minha concentração e meu foco nas manobras, para não ir de qualquer jeito. O que mais eu tenho treinado ultimamente é a minha mente, é o essencial para qualquer coisa que você for fazer.

Como é a relação com outros skatistas amadores e profissionais na sua comunidade?

Muito boa, sempre muito bom trocar umas ideias com quem tem mais experiência, ouvir as vivências deles. Isso é uma coisa que qualquer esporte deveria ter. Quando você fala com os que são sangue bom mesmo, você percebe que vocês estão conversando de igual para igual, você não se sente superior nem menor que ninguém. É essa a verdadeira essência do skate.

Quais são as principais competições ou eventos de skate que você participou ou gostaria de participar?

Eu já participei de várias competições locais, e um evento até que grande que participei foi organizado pela cbsk, valendo vaga para o brasileiro. Mas infelizmente não passei, porém uma que eu penso em participar em breve é o stu, e um dia chegar a participar do tampa, que com certeza é o sonho de muitos e comigo não é diferente.

Quais conselhos você daria para aqueles que estão começando sua jornada como skatistas amadores?

Eu estou no começo ainda, para ser bem sincero, mas o segredo é sempre deixar a consciência limpa, foco no progresso. Se esse é seu sonho, corre atrás, sem ligar para o que o resto vai pensar. Todo mundo que não entende acha loucura ouvir você falando que quer ser skatista profissional, mas não é eles que estão no controle da sua vida. Eles queriam ser muitas coisas, mas todos esses que julgam foram os primeiros a desistir do próprio sonho.

Qual é o seu maior sonho ou objetivo como skatista amador?

Mesmo que não chegue ao profissional, eu quero olhar para trás e ver tudo o que eu já fiz, todos os que eu conheci no caminho, e agradecer por ter tido a chance de poder aproveitar ao máximo todos os momentos. Meu sonho é deixar um legado que eu possa me orgulhar e orgulhar todos aqueles que fizeram parte disso.

Por fim, deixe uma mensagem final para os skatistas amadores e aproveite para expressar seus agradecimentos.

Eu queria agradecer de coração mesmo por ter recebido esse convite, é uma honra fazer parte disso tudo. Obrigado, família da Deccs. E a mensagem que eu tenho para deixar é:

A caminhada é dura, é difícil, cansativa, mas faça algo que você possa se orgulhar daqui alguns anos e que não se arrependa de nada. Aproveite cada momento como se fosse o último, pois não sabemos o dia de amanhã.