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Editorial

Viver é renovar-se! causa da divulgação do espiritismo com qualidade e atualidade. E também desejou, num certo momento de sua existência, transformar-se. Por isso, ele agora se tornou a Revista Leitura Espírita, que chega até suas mãos recheada de novidades, no formato e no visual. Mantendo, porém, o mesmo respeito em relação aos postulados espíritas, o mesmo capricho em todas as fases de produção, a mesma vontade de oferecer, O jornal Leitura Espírita continha dentro aos leitores e leitoras, conteúdos relevantes de si uma vida pulsante, feita de ideias, te- para suas reflexões, sem nos esquecermos mas, conversas, estudos, entusiasmo pela da vida prática. Uma das características presentes em tudo o que está vivo é a capacidade de se transformar. Os espíritos na fase humana podem ter consciência disso. Podem, não apenas perceber as transformações pelas quais passam, mas desejar mudar e agir no sentido da mudança que almejam. Mas, mesmo sem consciência de si mesmos, algas, plantas e animais se modificam constantemente.


Coordenação editorial e Jornalista responsável Rita Foelker MtB 66522SP redacao@leituraespirita.org Coordenação administrativa Magno Azevedo contato@leituraespirita.org

eDIÇÃO 14 - jul-Ago 2013

Comercial Silvia Beraldo comercial@leituraespirita.org Projeto gráfico, marketing e diagramação Criativa Comunicação criativacomunicacao.com.br Colaboradores desta edição: Ariane de Assis Jordão, Frederico Eckschmidt e Jáder Sampaio Tiragem: 5.000 Periodicidade: Bimestral

contato@leituraespirita.org www.leituraespirita.org

Os colaboradores devem enviar seus artigos para redacao@leituraespirta.org. Os artigos devem ser inéditos, ter no máximo 4300 caracteres, contando os espaços, incluir as referências à bibliografia consultada e um minicurrículo do autor. Os anúncios e informes publicitários são de total resposabilidade de seus idealizadores. Os artigos assinados não necessariamente representam a opinião do jornal.

Sumário

06 Numa partida de futebol 08 Leitura Filosófica Para pra pensar, pensar em parar. 10 Mediunidade Como posso ter certeza de que sou médium?

É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte.

PARA ANUNCIAR: (11) 4063 9719 COMERCIAL@LEITURAESPIRITA.ORG

12 Matéria de capa Reencarnação é castigo? 16 Livros As vidas sucessivas 17 Homenagem a Herminio C. Miranda 18 Psicologia e Espiritualidade Drogas e rock’n roll 20 Resumo O homem que construiu sobre areia /Educação para o século 21

A Revista Leitura Espírita é uma publicação independente e tem como finalidade divulgar conceitos e ideias espíritas.


Numa pa rt ida de futeb ol Tud o aco ntece ao do mesmo tempo e tu ser tem uma raz達o de

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Existem muitas maneiras de se assistir a melhor como funciona o futebol, vamos uma partida de futebol. descobrir que existe um técnico, uma tática de jogo e um propósito principal, além de Você pode assistir como um dos milhões muitos propósitos individuais. Um motivo de técnicos espalhados pelo Brasil afora, para os jogadores se movimentarem de um compreendendo o que acontece, percebenmodo específico. Vamos descobrir algumas do as jogadas e as possibilidades. Ou como leis invisíveis, bolas “com efeito”, dribles com um leigo, apenas vendo a bola se movimennomes específicos, alguém “fazendo cera”... tar no gramado entre os pés de um e de outro, tendo alguma ideia do que se pretende As orientações de cada técnico, a tática e realizar e sabendo onde fica o gol para cada os propósitos, não são visíveis para o público, mas elas aparecem na maneira de jogar. time. Os impulsos e as intenções não são declaVocê pode assistir como um torcedor, com rados, mas estão em cada passe e em cada paixão, sentindo alegria ou irritação em falta. cada lance. Ou pode assistir com distanciamento, analisando calmamente a dinâ- Nas ruas, vemos as pessoas caminharem, mica do jogo. A partida é a mesma, mas o conversarem. E há coisas que não vemos, seu olhar pessoal define o que você vai ver como seus planos, seus desafios. Mas vemos e como vai ver. Se tentarmos compreender como gesticulam e falam.

Em nossas vidas, há leis divinas que funcionam sob a camada visível da realidade. Elas operam desde o início dos tempos, com ou sem nosso conhecimento, conduzindo cada um de nós ao progresso espiritual e ao encontro de nós mesmos. Podemos seguir pela vida com ou sem conhecimento, experimentando emoções agradáveis ou desagradáveis, mas não podemos evitar que os mecanismos divinos nos encaminhem ao aprendizado e à melhoria íntima. Se aprendermos o funcionamento dessas leis e nos adequarmos a ele, melhoramos nossos resultados e provavelmente vamos sofrer menos. Pense nisso, enquanto a bola está rolando, porque se o juiz pedir a bola e apitar... só na outra encarnação!

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Leitura Filosófica

Parar pra pensar, pensar em parar A busca do conhecimento acerca da Terra e do universo acompanha a humanidade, mas ainda não serviu para melhorar significativamente a relação do ser humano com a natureza Por Ariane de Assis Jordão

Estar no mundo já implica afetar o mundo

Em maio de 2013, pela primeira vez em 2 milhões de anos, a concentração de gás carbônico na atmosfera do planeta alcançou 400 partes por milhão. Partes por milhão “representa a proporção de moléculas de dióxido de carbono para cada 1 milhão de moléculas da atmosfera”, segundo o site 350.org. A média atual é 397. Um estudo do climatologista James E. Hansen, de 2007, concluiu que se a humanidade deseja “preservar um planeta semelhante àquele em que a civilização se desenvolveu e ao qual a Terra se adaptou”, precisamos reduzir drasticamente as nossas emissões desse gás para 350 ppm, talvez menos. Cientistas acreditam que a queima de carvão para eletricidade e gasolina em veículos causou a maior parte desse nível de carbono no ar, conforme texto publicado no Último Segundo, em maio de 2013. Quando iniciaram as primeiras medições, em 1958, os níveis eram de 315 ppm.

ARIANE DE ASSIS JORDÃO é educadora e pesquisadora espírita PARA SABER MAIS: A ciência de 350. Site 350.org. http://migre.me/fk8wF Concentração de dióxido de carbono chega a novo record. Último Segundo, Meio Ambiente, em 10/05/2013. http://migre.me/faOLl Emissões de CO2 elevam a acidez de mares árticos. Último Segundo, Ciência, em 7/05/13. http://migre.me/faPbv

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Isto está modificando o planeta, com consequências que já podem ser sentidas por nós. Ou não, embora já sejam percebidas em alguns meios. Pesquisadores alertaram que os mares árticos estão ficando mais ácidos, e essa acidez também vem dissolvendo conchas de lesmas-marinhas que vivem na Antártida. Mesmo que parássemos agora, levaria milhares de anos para reverter esta acidez ao nível original. Não é hora de parar pra pensar e pensar em parar? Filosofia e natureza As coisas que existem chamam a atenção e despertam a curiosidade das pessoas, há milênios.


No princípio, as relações homem-natureza eram consideradas sagradas e permeadas de mitos, rituais e magia. Cada fenômeno natural manifestava uma divindade, um ser responsável e ordenador: o Sol, o mar, os ventos, as chuvas, os raios. Depois, veio a filosofia, que nasceu no século 6 a. C. como “filosofia natural”, isto é, como observação e pensamento sobre a fenômenos naturais, sem recorrer a mitos e deuses, mas à razão. Dentre os antigos gregos, Aristóteles se destaca por sua vasta obra que trata da natureza, ou “physis”, termo de onde se origina palavra “física”. Durante a Idade Média, surge a teologia, a filosofia cristã, interessada em provar a existência de Deus e da alma, enquanto a filosofia medieval se concentra em harmonizar fé e razão, Deus e homem, explicar a relação entre alma e corpo. O pensamento teológico passou então a preponderar sobre o pensamento filosófico. As preocupações se tornaram mais abstratas. Correm os séculos e a filosofia vai se fo-

cando, cada vez mais, em questões eminentemente teóricas, deixando de lado a compreensão da natureza, que se tornou objeto da ciência. Modernamente, a filosofia descobre os temas da razão e do conhecimento. E suas investigações vão se afastando, ainda mais, dos fenômenos naturais. Independente da filosofia, contudo, os seres humanos continuaram pensando a natureza e a sua relação com ela dentro de suas culturas, por meio dos mitos cosmogônicos (narrativas sobre a criação do mundo), das histórias e tradições, mas também reunindo conhecimentos a partir de sua própria experiência com os ciclos e as estações.

consigo próprios. E parece que precisamos de fato reencontrar o equilíbrio deste relacionamento tão delicado quanto inevitável entre o ser humano e a natureza, visto que estar no mundo já implica afetar o mundo, e o mundo vem sendo afetado de modo muito agressivo, pelas intervenções humanas.

A filosofia espírita nos oferece um sólido conjunto de conhecimentos que parte da ideia de que Deus é o criador do Universo e nós, espíritos, somos cooperadores divinos, contribuindo nas tarefas em favor da harmonia cósmica. O conhecimento do espiritismo pode nos ajudar na busca de soluções, oferecendo uma perspectiva não apenas espiritual, mas, sobretudo, conscientizanDescrentes das visões religiosas predo- do-nos da responsabilidade de cada ser no minantes, insatisfeitos com as respostas Universo. científicas, em épocas recentes, muitos Que planeta deixaremos, como legado, habitantes das cidades têm buscado apro- aos nossos descendentes, e para nós mesximar-se da natureza por meio de rituais mos, em futuras encarnações? Como o que evocam o contato mais direto com o conhecimento da realidade espiritual pode espírito das plantas e dos animais, onde nos ajudar a encontrar tais respostas? também buscam uma conexão maior

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Mediunidade

Como posso ter certeza de que sou médium? Médiuns intuitivos acham difícil saber se os pensamentos que transmitem são seus ou não Por Jáder Sampaio

Sábado à tarde. Um pedido de orientação me fez chegar mais cedo ao Célia Xavier. A jovem não havia entrado em detalhes, apenas queria conversar sobre mediunidade. A pergunta era: como eu posso ter certeza de que sou médium? Se fosse uma mediunidade de vidência ou audiência, a pergunta seria: será que eu não sou louca? Mas tratava-se de uma mediunidade que Kardec classifica como intuitiva.

Mediunidade intuitiva é uma classificação que cabe em uma gama diversa de manifestações. Embora Kardec estivesse tratando de médiuns escreventes quando tocou no assunto, no capítulo XV de O livro dos médiuns, sua definição se aplica também a médiuns falantes, de pressentimentos, pintores, entre outros. A descrição da faculdade é simples. O médium percebe o conteúdo do que vai escrever ou falar antes do fenômeno acontecer, e movimenta o lápis ou a garganta de vontade própria. Como não há nenhuma interferência do es10

JÁDER SAMPAIO é psicólogo, membro da Câmara de Assessoramento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), além de tradutor dos livros de Alfred Russel Wallace, publicados pela Ed. Lachâtre

* Imagem ilustrativa

Mediunidade intuitiva


O problema dos médiuns intuitivos é a distinção entre seus próprios pensamentos e os pensamentos oriundos dos espíritos dade do que está escrevendo. Quatro elementos identificadores se encontram, portanto, no texto kardequiano: a falta de impulsos mecânicos, a voluntariedade da escrita mediúnica, a criação simultânea das ideias do texto e a presença de conhecimentos e informações que podem Para se ter noção da precariedade da comunicação intuitiva, faça uma vivência. estar além das capacidades do médium. Peça a um amigo para lhe contar, sem citar Mesmo encontrando estas quatro caracnomes, um episódio que aconteceu com ele, terísticas (e a última é muito importante em ritmo de narrativa, pegue um lápis e vá para a identificação de um médium intuianotando da forma possível o que ele diz. tivo), ainda assim o produto desta mediuCompare o resultado final com uma grava- nidade é passível de mescla com as ideias ção daquilo que ele narrou. Como se saiu? pessoais do intermediário. Isto fez com que Imagine agora uma situação em que você os espíritos dissessem a Kardec a seguinte não é capaz de ouvir claramente, em que frase sobre os médiuns intuitivos: “São muias ideias são percebidas com dificuldade, é to comuns, mas muito sujeitos a erro, por não necessário manter a concentração sobre o poderem, muitas vezes, discernir o que provém conteúdo, sem dispersar-se e as suas pró- dos Espíritos e o que deles próprios emana”. (O prias emoções alteram a comunicação com livro dos médiuns, parágrafo 191) A mediunidade intuitiva é um conjunto de sugestões espirituais registradas pelo pensamento/sentimento do intermediário que é traduzido, interpretado e registrado por ele.

pírito comunicante nas vias motoras do médium, não há mudança de caligrafia ou de entonação de voz, a menos que o médium assim o deseje (e o faça por conta própria, muitas vezes para se sentir mais seguro). O problema dos médiuns intuitivos é a distinção entre seus próprios pensamentos e os pensamentos oriundos dos espíritos. Há faculdades em que a percepção dos espíritos é nítida e semelhante à percepção dos órgãos dos sentidos. O mesmo não se dá com a intuição. O médium tem razões para crer que o pensamento não foi criado por ele, mas também não sente segurança para afirmar que é oriundo de um espírito, e em caso afirmativo, hesita quanto à fideli-

a fonte. Estas são algumas das dificuldades Este tipo de faculdade desaponta bastante deste tipo de mediunidade. os que desejam ver fenômenos definitivos, Kardec estava atento a este tipo de situa- que dão evidências da vida após a morte. ções quando escreveu sobre o assunto. Parece-se com o garimpo manual, descarAcostumado a trabalhar com médiuns me- ta-se muita areia para encontrar uma ou cânicos e semimecânicos, ele assim se refere outra pepita de ouro verdadeiro. O curioso à mediunidade intuitiva: “Efetivamente, a é que os céticos ficam a dizer: “só vejo areia”, distinção é às vezes difícil de fazer-se. (...)” e quando surge o ouro vociferam “quem sabe este charlatão não o colocou aí quando nos disUma observação que Kardec faz quanto traímos”. ao mecanismo desta faculdade é o que se pode chamar de criação simultânea. O Com o surgimento da psicologia analítimédium não cria o texto em sua mente e ca, a distinção entre mediunidade intuitiva organiza as ideias para, a seguir, redigir. O e animismo ficou ainda mais difícil. Jung pensamento “nasce à medida que a escrita vai afirmou que alguns fenômenos psicológisendo traçada e, amiúde, é contrário à ideia cos nos quais a pessoa se sente um expectaque antecipadamente se formara. Pode mesmo dor, são frutos da fantasia ou da imaginação estar fora dos limites dos conhecimentos e ca- ativa; esta última, uma manifestação de arpacidades do médium”. (O livro dos médiuns, quétipos do inconsciente coletivo, mas isto é assunto para outro artigo. parágrafo 180)

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Matéria de capa

Reencarnação é castigo??? Há quem pense que aqui retornamos em razão de nossos erros cometidos em vidas passadas Por Rita Foelker

A reencarnação nos proporciona tempo na Terra, um corpo físico e um meio onde nos desenvolvemos de muitas maneiras e podemos atuar. A chegada de um bebê é geralmente celebrada pelas famílias, com alegria e esperança. Ao reencarnarmos, somos introduzidos num lugar diferente, não sem problemas e desafios, mas também repleto de belezas e possibilidades. Mas há quem pense e diga que reencarnação é pena, castigo, e que aqui retornamos em razão de nossos erros do passado, para sofrer pelo que fizemos outras pessoas sofrerem. Não é esta a ideia que se depreende dos textos espíritas fundamentais, aqueles que formam a base da compreensão espírita das coisas, deixados por Kardec para nosso estudo e esclarecimento. Evoluir com liberdade “A reencarnação é a volta da alma ou espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. Eis o que lemos em O evangelho segundo o espiritismo. Se a reencarnação é volta, significa que é preciso já termos encarnado uma vez, para poder reencarnar. Por que, então, encarnamos pela primeira vez, se ainda não cometemos nenhuma falta para sermos punidos? A resposta vem de O livro dos espíritos, tratando do “Objetivo da encarnação”: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.” Dizer que a encarnação é algo imposto, significa dizer que não é uma alternativa ou resultado de nossa conduta, mas que todos os espíritos passam por ela obrigatoriamente. E em O evangelho segundo o espiritismo, Kardec refaz a pergunta: “É um castigo a encarnação e somente os espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?” A resposta do espírito São Luís não deixa dúvida: “A passagem dos espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma 12


ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência. Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de proceder. Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça.”

do, em quem o senso moral se acha largamente desenvolvido e que é obrigado a percorrer de novo as etapas de uma vida corpórea cheia de angústias, quando já poderia ter chegado ao fim, é um castigo, pela necessidade em que se vê de prolongar sua permanência em mundos inferiores e desgraçados. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar o tempo da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos Obedecendo à Lei de Justiça, superiores.” todos recebemos as mesmas oportunidades de desenvolvimento da inteligência, por meio da encar- Não existem exceções nação, colaborando também com a Mas mesmo aqueles espíritos que seguiobra da Criação. Mas trata-se tam- ram desde o início o caminho do Bem nebém de oportunidade de exercício cessitam reencarnar? Kardec fez esta perda liberdade. Pois continua São gunta aos espíritos, que responderam que Luís. “A encarnação para todos os “todos são criados simples e ignorantes e se insespíritos, é... uma tarefa que Deus truem nas lutas e tribulações da vida corporal. lhes impõe, quando iniciam a vida, Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, como primeira experiência do uso sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem que farão do livre-arbítrio.” E mérito.” logo, passamos a experimentar as consequências de nossa li- Há outro propósito ainda, na reencarnaberdade de escolha, adiantando ção: “o de pôr o espírito em condições de suou atrasando nossa caminhada portar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma evolutiva. o espírito um instrumento, de harmonia com É nesse contexto que aparece, na a matéria essencial desse mundo, a fim de aí própria resposta de São Luís, uma cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de referência a “castigo”, ao afirmar que Deus. É assim que, concorrendo para a obra “os [espíritos] que usam mal da liber- geral, ele próprio se adianta.” dade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação Fica então a pergunta sobre as razões de que demonstrem, podem prolongar nosso sofrimento nesta vida e a razão pela indefinidamente a necessidade da qual algumas pessoas parecem destinadas a reencarnação e é quando se torna sofrerem mais que outras. Os espíritos disum castigo.” Fica então claro que seram a Kardec que sofremos muitas vezes é a repetição indefinida das lições, pelas nossas imperfeições, não pelo que fia demora no aprendizado, que acaba zemos noutro momento e lugar. “Quanto constituindo uma espécie de punição menos imperfeições, tanto menos tormentos. mas, sempre, resultante das próprias es- Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem colhas e ações do espírito em questão, sem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.” intervenção de um Deus punitivo.

O comentário de Kardec reforça esta compreensão: “Para o espírito do selvagem, que está apenas no início da vida espiritual, a encarnação é um meio de ele desenvolver a sua inteligência; contudo, para o homem esclareci* imagem ilustrativa

O que se verifica, então, que a causa do sofrimento está em nós mesmos, em nosso modo de encarar a vida e os desafios, de nos relacionarmos com as pessoas e com a Natureza. 13


O tempo que nos é dado sobre a Terra não é um presente pronto para usar, ele é mais um quebra-cabeça, um jogo de montar.

paciência e outras virtudes. E para cumprir uma tarefa no Universo.

Reconstruindo relacionamentos De fato, a vida é uma dinâmica, que não leva em conta apenas o que nos acontece,mas como nós reagimos àquilo que nos acontece, e que não pode ser traduzida num esquema 14

Antes de reencarnarmos, refletimos e, simcom a ajuda de espíritos mais sábios, traplista çamos um plano, escolhemos o que querede prêmio mos desenvolver dentre as nossas muitas e castigo. necessidades, o que pressupõe um cenário A reencarnação é um pro- específico. Um meio social. Uma condição cesso que envolve muitos fatores, mui- física particular. Por isso, algumas pessoas tas decisões, muitas emoções e sentimentos nascem com severas limitações materiais, que se modificam. O tempo que nos é dado mas que fazem parte do seu programa evosobre a Terra não é um presente pronto para lutivo, da sua proposta de se melhorarem usar, ele é mais um quebra-cabeça, um jogo em determinados aspectos. No entanto, a de montar. Temos a sensação de que ele par das condições físicas, financeiras e do às vezes sobra, às vezes parece faltar, mas meio social desafiador, cabe a cada um de o fato é que podemos aprender a utilizá-lo nós, com seu livre-arbítrio, escolher como tornando nossa vida mais satisfatória ou vai lidar com as situações que encontra, mais difícil. com fé e esperança ou com desânimo, com Reencarnamos para progredir intelectual aceitação ou ressentimento, em paz consigo e moralmente, desenvolver amor, compai- e com a vida ou, então, em permanente conxão, solidariedade, tolerância, paz interior, flito, lembrando que é nas situações-limite,


RITA FOELKER é escritora, jornalista e mestre em filosofia. Seus livros mais recentes são Liberdade e outros temas (com Arquimedes, espírito, por Ed. Lachâtre) e Kepler e o bailado dos planetas (infantojuvenil, por Ed. Comenius). Blog: http://cienciadoinvisivel.blogspot.com.br Para saber mais: - Americana constrói uma prótese de perna feita de Lego para si mesma. Por Carolina Vilaverde para o blog da Revista Super Interessante, 02/07/13. http://abr.io/IuYL

Reencarnação e comprovação Desde o século 19 há importantes pesquisas sobre reencarnação entre estudiosos que não são somente espíritas. Há importantes resultados que a confirmam. Em 1910, foi publicada a primeira edição de As vidas sucessivas, de Albert de Rochas, contendo importantes evidências das vidas anteriores (leia mais na seção Livros, página 16). Recentemente, cientistas como Ian Stevenson e Brian Weiss defendem a teoria reencarnacionista, que já é aceita há milênios pelos seguidores do hinduísmo, jainismo, budismo, entre outros, e presente na filosofia de Sócrates e Platão (séc. 5 a. C.). Muitos argumentos contrários à reencarnação são bem fracos. Cientistas apontam como falha da tese reencarnacionista o fato da população do mundo ter aumentado. Segundo o blog Hypescience (A realidade da reencarnação, postado em 27/04/09), “por volta de 1800 havia apenas 1 bilhão de pessoas no mundo. Agora estima-se que estejamos perto dos 7 bilhões. De onde as novas 6 bilhões de almas surgiram nos últimos 200 anos? Será que nossos ancestrais tinham seis almas adicionais dentro deles?” Esse argumento desconsidera a população desencarnada que também participa da humanidade terrena e, mesmo, as migrações entre planetas. Há quem diga que “outra questão é: por que há tantas pessoas no mundo que dizem ser as reencarnações de pessoas famosas? Afinal, nos dias de hoje, há várias Cleópatras, Joanas D´Arc e muitos Napoleões e, com certeza, mais de um Jesus.” Que significa? Que há pessoas equivocadas, acreditando que são reencarnações de famosos. Imaginação e crença pessoais não invalidam os casos reais de reencarnação e, muito menos, a própria reencarnação. (Redação)

nas dificuldades, que somos incentivados a praticar tudo aquilo que aprendemos e construímos como qualidades de nosso Ser imortal. Nas muitas reencarnações, reconstruímos relacionamentos que, durante séculos, foram vivenciados em ciclos de vingança, entre ódios e ressentimentos. Não se trata de uma mecânica da lei, simplesmente, mas de um desejo e uma necessidade dos espíritos envolvidos. Ao renascer, somos, então, presenteados com o esquecimento do passado, que facilita a reaproximação de desafetos de outras existências, sem tantas prevenções e reservas, numa nova chance de desenvolver bons sentimentos recíprocos, apagando mágoas. Essas pessoas se encontram hoje próximas de nós, entre nossos amigos, colegas e familiares. E cada vez mais, para viver bem com o próximo, num mundo que chega mais perto de nós a cada dia, graças à tecnologia, vai se fazendo necessário compreender melhor o todo da vida, não apenas nosso pedacinho, nossa tarefa, nosso quadrado.

cando um sentido para que o viver seja mais que nascer, crescer, estudar, trabalhar, procriar e morrer, que se expande nas palavras de Kardec: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.

de valor.” Um exemplo disso pode ser encontrado com a terapeuta ocupacional estadunidense Christina Stephens, que sofreu uma amputação da perna e construiu para si mesma uma prótese com blocos Segundo o músico e compositor Herbie de Lego. Hancock, seguidor de uma doutrina reencarnacionista, o budismo, “o maior objetivo No final de sua existência terrena, a alma de um ser humano é poder entender o que está se autoavalia, percebendo o que aprendeu acontecendo, se é banquete ou fome, se são coisas e superou e o que ainda falta desenvolver. agradáveis ou desagradáveis, pegar essas coisas E então, noutro tempo, noutro projeto, irá Então vemos cada vez mais pessoas bus- e, de alguma forma, transformá-las em algo recomeçar em nova encarnação. Pode parecer que estamos nos esquecendo da chamada “lei de causa e efeito”. Mas ainda existem as consequências naturais de nossos atos e condutas, o que não existe mais é a ideia de que a causa seria um ato infeliz cometido numa vida e, o efeito, a punição posterior.

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Livro

“Sem ter sido espírita, Rochas contribuiu poderosamente para conferir status científico à reencarnação”

As vidas sucessivas Descubra os primórdios das técnicas de regressão de memória Por Herminio C. Miranda

Este livro é um marco na história das pesquisas psíquicas. Foi a partir dos estudos de Albert de Rochas, nele relatados, que a reencarnação começou a ser considerada lei natural, cientificamente demonstrável, em vez de crença de caráter religioso ou preceito ocultista. Como tantos outros achados intelectuais, também este foi aparentemente suscitado pelo acaso, no correr de experimentações com o magnetismo realizadas pelo coronel, engenheiro, conde e ex-administrador da École Polytechnique de Paris.

avaliação

As vidas sucessivas Albert de Rochas 360 páginas Instituto Lachâtre RENOVAÇÃO VISÃO AMPLIADA VALOR PERMANENTE DISCERNIMENTO CONVITE AO APRIMORAMENTO

HERMINIO C. MIRANDA destacou-se como um dos mais importantes pesquisadores em assuntos relacionados ao espiritismo – reencarnação, mediunidade, psicologia e cristianismo primitivo. É autor e tradutor de obras importantes. Escreveu Diversidade dos carismas, Autismo: uma leitura espiritual e Alquimia da mente, entre outros, por Ed. Lachâtre

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O inesperado aconteceu, quando o pesquisador descobriu que certos procedimentos faziam emergir no paciente, lembranças de passadas existências. Estava (re)descoberta a regressão de memória, que, segundo consta, teria sido praticada por iniciados no antigo Egito, em situações especiais. O autor e sua contribuição ímpar Eugène-Auguste Albert de Rochas d’Aiglun (1837-1914) foi homem de inesgotável curiosidade intelectuai e de vigorosa capacidade de trabalho. Dedicado de início à carreira militar, de Rochas deixou cedo o exército para dedicar-se ao ensino, à pesquisa e à redação de suas obras.

Sua obra mais importante é, indiscutivelmente, Les vies successives, que a Lachâtre resgata, com esta tradução, do injusto esquecimento em que se encontrava, em raríssimos exemplares, no original francês. Foi com este trabalho que de Rochas praticamente lançou os fundamentos da técnica da regressão de memória. Pesquisou pessoalmente dezoito pessoas, entre 1903 e 1910, levantando não apenas a questão das vivências passadas, mas numerosos aspectos complementares e subsidiários que ainda permanecem, à espera de mais amplas e profundas pesquisas. Para citar apenas alguns: a existência de pontos hipnógenos no corpo físico dos sensitivos; a presença de ‘duplos’, um azul e outro vermelho, nos desdobramentos; as transformações ideoplásticas observadas no perispírito da pessoa em regressão; a progressão da memória e outros. Sem ter sido espírita – o que, para muitos, empresta ao seu trabalho o tom adequado de imparcialidade –, contribuiu poderosamente para conferir status científico à reencarnação – viga mestra do edifício doutrinário espírita –, por pressupor, necessariamente, existência, preexistência e sobrevivência do ser à morte corporal.

Eis porque este é um livro inserido em plena atualidade, sem ter deixado de ser um São da melhor qualidade científica seus clássico. estudos sobre os fenômenos de exteriorização da sensibilidade e da motricidade, Imperdível para os interessados em teralevitação, hipnose, feitiço e estados de sus- pia de vidas passadas, espiritismo e psicolopensão da vida. gia em geral.

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Distantes de uma vivência espiritual, cada vez mais pessoas adoecem no mundo�

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Psicologia e Espiritualidade

Drogas e Rock’n Roll Devido à droga ter se tornado um “estilo de vida”, inúmeras pessoas pagaram um alto preço pelo abuso de substâncias psicotrópicas Por Frederico Eckschmidt

Usar drogas é uma escolha que pode demonstrar falta de habilidade emocional

Na história recente da música, inúmeras pessoas se envolveram com drogas e tiveram problemas. Seus legados devem ser lembrados para que façamos uma reflexão sobre alguns comportamentos. O uso de drogas sempre esteve presente em rituais e comemorações de diversas sociedades. No entanto, para o imaginário social contemporâneo, o uso ou abuso dessas substâncias é caracterizado de forma contraditória e até antagônica. De um lado, a droga é vista como algo mortal, que denigre todos os valores morais da família e do Estado. Por outro, é revestida por uma aura de transgressividade frente aos antigos valores tradicionais e ligada a conceitos como ‘liberdade’, ‘autoconhecimento’ e ‘expansão de consciência’. Mas qual das duas está correta, e como uma coisa que escraviza pode estar associada à liberdade?

Saiba Mais+ As drogas nas canções Eric Clapton imortalizou a canção de J. J. Cale, “Cocaine”, que diz que ela não mente. Lou Reed e sua banda Velvet Underground descrevem uma trip, em “Heroin”. Há outros exemplos. Isso também contribui para gerar, especialmente no jovem, a curiosidade, a fantasia sobre os efeitos e a impressão de que a produção da música – e o seu consumo - devam estar estreitamente ligados ao consumo de substâncias diversas. (Redação)

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Beatniks e Beatles O uso de drogas na nossa sociedade vem sendo associado a festas e à criação dos poetas e músicos boêmios. Na década de 50, um grupo de escritores conhecidos na época como a geração Beat, ou beatniks, pregava o uso de substâncias psicoativas como ideal de liberdade e de contestação. Fortemente inspirado por eles, John Lennon deu o nome aos “Beatles”, baseado na palavra beat. Esse movimento era encabeçado por um escritor chamado Jack Kerouac, que escreveu o livro On the road, uma espécie de ‘bíblia’ do movimento hippie e que, mais tarde, o próprio Kerouac se arrependeu de haver escrito por incentivar os jovens de sair pelos Estados Unidos usando drogas e pedindo carona. Pouco tempo depois, Jim Morrison batizou sua banda “The Doors” em homenagem ao livro As portas da percepção, de 1954, escrito por Aldous Huxley. Ao experimentar a mescalina, um alucinógeno alcalóide extraído do cacto peiote (Lophophora williamsii), Huxley teve uma experiência que o lembrou das palavras de William Blake (1757-1827): “Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito”. É nessa época também que a palavra ‘psicodélico’, uma composição das

palavras gregas psiké (alma) e delos (manifestação), começou a ser usada. Ela denomina experiências que produzem efeitos profundos sobre a experiência consciente e pela percepção de aspectos da mente anteriormente desconhecidos.

também jovem, aos 27 anos.

No Brasil, inúmeros artistas também tiveram sérios problemas, como Raul Seixas, que morreu em 1989 com a saúde comprometida pelo excesso de álcool e drogas. Cássia Eller, que morreu em 2001, por problemas cardíacos decorrentes do uso de álcool e de cocaína e o cantor Renato RusCasos se multiplicam so, do Legião Urbana, morreu em consequDevido à droga ter se tornado um “estilo de ência de complicações causadas pela Aids, vida” (ou “estilo de morte”, como preferir), em 1996, mas admitiu ter parado de usar inúmeras pessoas pagaram um alto preço drogas alguns anos antes, em 1994, quando pelo abuso de substâncias psicotrópicas. fez tratamento e entrou para o grupo dos Alcoólicos Anônimos. Para citar os artistas mais conhecidos que morreram, ou de overdose, ou em decor- São escolhas pessoais e cada qual leva a rência do uso excessivo, estão Janis Joplin, um resultado diferente. Muitas pessoas não morta aos 27 anos,em 1970,por overdose de vão morrer pelo uso de drogas. Mas seu heroína; Elvis Presley, consumidor abusi- uso pode trazer inúmeros prejuízos e convo de drogas medicamentosas, que morreu sequências só percebidas depois de muitos em 1977 de falência cardíaca, aos 42 anos; anos. É necessário, porém, que as pessoas Jimi Hendrix, que morreu em 1970, com desenvolvam uma consciência crítica para 27 anos, sufocado em seu próprio vômito perceber que usá-las não é só uma diversão. por causa de uma overdose de barbitúricos; Usá-las também é uma escolha que deKurt Cobain, do Nirvana, que cometeu monstra muitas vezes uma falta de habilisuicídio em 1994, também aos 27 anos, dade emocional muito grande e que a pesapós consumir uma enorme quantidade soa, querendo ou não, admitindo ou não, de heroína; e Amy Winehouse, que pode sofrer consequências gravíssimas. morreu por ingestão excessiva acidental de FREDERICO ECKSCHMIDT é psicólogo, diretor álcool, do Núcleo Synthesis, especialista em Dependência Química e mestrando pela Faculdade de Medicina Preventiva da USP. Site: http://www.nucleosim.com.br

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fonte: Reprodução Site Franck Goddio/ Hilti Foundation

O homem que construiu sobre areia Oculta pelas águas do Mediterrâneo há cerca de 1.200 anos, uma cidade chamada pelos gregos de Heracleion e, pelos egípcios, de Thonis, foi encontrada em 2000 pelo arqueólogo subaquático francês Franck Goddio e sua equipe do Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática. Localizada no delta do Nilo, parece ter sido um importante centro religioso e também porta de entrada para o Egito, durante o primeiro milênio a.C., e, em 2013, começa a revelar seus tesouros. A equipe de Goddio acredita que a cidade afundou após um terremoto, devido ao peso das grandes construções sobre uma região de barro e solo de areia. Perante as dimensões das peças descobertas, soam proféticas, as palavras de Jesus: “Quem ouve essas minhas palavras e não as põe em prática, é como o homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, os ventos sopraram com força contra a casa, e ela caiu, e a sua ruína foi completa!” Saiba mais em sobre a descoberta em http://migre.me/f53Xq

crédito Nailia Schwarz / Fotolia.com

Educação para o século 21 O pensador e sociólogo suíço Phillipe Perrenoud, uma das referências contemporâneas para temas educacionais, observa que a escola, em lugar de preparar alunos para a vida, prepara-os apenas para as avaliações. É preciso entender o mundo em que vivemos, porém, a escola está preocupada somente com conteúdos. Para ele, a vida precisa estar no centro do currículo, no século 21, o que inclui o desenvolvimento de competências nas áreas do direito, urbanismo, economia, ciências políticas e psicologia. “Sabemos transformar decímetro em centímetro, mas o que sabemos sobre autoestima, agressividade, angústia? O que vamos usar mais?” – indaga o pensador. A filosofia espírita também responde ao que vamos usar mais: a liberdade responsável, o amor ao próximo, a compreensão profunda da dimensão espiritual. E destaca ainda a necessidade do autoconhecimento e de perceber as consequências práticas daquilo que aprendemos na vida que vivemos.

Leia mais sobre as ideias de Perrenoud em http://migre.me/f4XjV

Resumo 20






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