O Hospital de Todos-os-Santos

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Vimos, pois, como a piedade das Rainhas e Princesas, muitas vezes com o auxílio dos monges e confrarias, deram apoio em Portugal aos primeiros institutos de caridade pública: albergarias, gafarias, mercearias e hospitais. Mais tarde, outras mulheres de média condição económico-social, certamente ao verem a atitude que mulheres da nobreza tinham perante a classe mais desfavorecida, mostram também a sua preocupação pela pobreza, instituindo igualmente várias albergarias anexadas a hospitais que elas próprias fundaram. É o caso de Sancha Dias, Maria Esteves e Maria Boim ou Aboim (SALGADO, 1994). Sancha Dias

A ela se deve o Hospital de Sancha Dias, situado na antiga Rua dos Fornos, na Freguesia dos Mártires. Além da Albergaria (com 11 camas), tinha ainda uma mercearia 5 incorporada. Acabou por ser anexado ao Hospital de Todos-os-Santos. MARIA ESTEVES

Funda o hospital com o mesmo nome, no ano de 1343, no antigo Largo de Santo André (à Graça). Tinha 6 camas e uma albergaria anexa, a Albergaria de Maria Esteves. MARIA BOIM OU ABOIM

Funda o respectivo hospital em 1375. Situava-se na actual Rua das Portas de St.º Antão e tinha anexada uma mercearia com 10 merceeiras 6. No actual n.º 19 podemos observar no pequeno quadrado existente por cima da respectiva porta, um “S” invertido que pode significar “Spirital” (hospital) ou pode ainda indicar que se trata de uma propriedade do Hospital de Todos-os-Santos, no qual foi incorporado. 5. Instituições de beneficência, cujos beneficiados eram os merceeiros ou merceeiras. 6. Ver nota anterior.

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