Revista OncoInforma - Edição 7

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a segurança do trabalhador, assim como com os perfurocortantes com o sistema de segurança. Poderíamos pensar em toda a cadeia”. Quanto ao Ministério do Trabalho e Emprego, o auditor fiscal do Trabalho, Antônio Carlos Ribeiro Filho, médico do Trabalho e coordenador da Comissão Tripartite Paritária Permanente da NR32, ressalta que o subitem 9.3.5.2 da NR 9 visa o desenvolvimento e a implantação de medidas de proteção coletiva, devendo obedecer à seguinte hierarquia: a) medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. “As empresas brasileiras precisam investir mais em segurança e saúde no trabalho. A legislação vigente é suficiente para a proteção dos trabalhadores que manipulam medicamentos antineoplásicos. Estas novas tecnologias devem ser analisadas pelos empregadores e, caso demonstrem eficácia, adotadas. A escolha da tecnologia para a proteção dos empregados é prerrogativa do empregador”, menciona o auditor fiscal do trabalho. Quanto à fiscalização, o auditor fiscal Ribeiro Filho destaca que cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego a inspeção por meio de unidades descentralizadas. “Como já existe regulamentação pelo Ministério do Trabalho e Emprego, os empregadores devem

analisar estas tecnologias e utilizá-las quando for tecnicamente possível”, complementa. Segundo a diretora de Comunicação da Sobrafo (Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia), Annemeri Livinalli, mestre em ciências farmacêuticas, a entidade tem acompanhado atentamente esse movimento, principalmente, porque o risco ocupacional na manipulação dos antineoplásicos não é recente, já é algo divulgado há pelo menos 30 anos. “Com o desenvolvimento de novas tecnologias para detectar as contaminações no ambiente e nas embalagens, e com o impacto dessas exposições nos trabalhadores, tem aumentado, a cada ano, a quantidade de informação a que temos acesso”, menciona Annemeri. Segundo ela, desde a definição do sistema fechado para transferência de medicamento pelo NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) em 2004, e da publicação da NR32 em 2005, os profissionais têm acompanhado a chegada de novos produtos que reduzem as exposições e riscos ocupacionais. “As técnicas de manipulação segura dependem diretamente da demanda a que o profissional é submetido”, analisa a diretora de comunicação da Sobrafo. Segundo a farmacêutica Iara Aydo, membro do Grupo de Trabalho de Farmácia Hospitalar do Conselho Federal de Farmácia (CFF), o Brasil dispõe de robusta legislação que disciplina a manipulação de antineoplásicos tanto no âmbito sanitário (RDC ANVISA 220/2004) quanto nas atribuições éticas e legais (RE CFF 565/2013) e de saúde ocupacional (NR 32/2005). “À luz de todas estas informações temos a considerar que a proteção dos profissionais envolvidos na manipulação de citotóxicos já está regulamentada e sua efetividade depende de uma série de fatores que incluem áreas físicas e equipamentos adequados, vestimentas e EPIs além de treinamento continuado em biossegurança e melhores práticas de manipulação”, esclarece Iara.

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