Revista Automotive Business - edição 22

Page 59

muitos ajustes finos para fazer a tecnologia funcionar com 100% de confiabilidade. Por isso mesmo, o carro cibernĂŠtico terĂĄ de ser acompanhado por significativas mudanças na legislação de trânsito. “Imagine que um desses veĂ­culos autĂ´nomos cause um acidente. De quem seria a responsabilidade? Do motorista, da montadora que implementou a tecnologia ou da empresa que inventou e forneceu o sistema?â€?, questiona Takahira. Em nenhum lugar do mundo essa questĂŁo estĂĄ respondida, nem as leis estĂŁo prontas para os carros que andam sem o comando de um ser humano. Muito pelo contrĂĄrio, quase todos os cĂłdigos de trânsito exigem o controle do motorista ao volante. Mudar isso levarĂĄ tempo. Em pesquisa global feita em abril deste ano pelo site Automotive World com executivos e engenheiros do setor, 40% estimaram que demorarĂĄ de cinco a dez anos atĂŠ que os veĂ­culos autĂ´nomos ganhem aprovação legal para circular. Para ou-

tros 40% esse período serå maior, de dez a quinze anos, enquanto 18% dos pesquisados esperam a regulamentação para mais de quinze anos e 2% avaliam que isso nunca acontecerå. O envelhecimento de alguns sistemas eletrônicos pode trazer riscos de mau funcionamento. Por isso, Ê bastante provåvel que veículos autônomos passem a usar, obrigatoriamente, as mesmas rotinas de manutenção dos aviþes, nas quais módulos inteiros são trocados após algum tempo de uso, mesmo que ainda estejam funcionando bem. Esse Ê um fator que poderå encarecer os gastos com o carro. Antes de ser aceito pela lei, o carro autônomo deverå ser desejado pelo consumidor. Nesse sentido, os motoristas de países emergentes parecem confiar mais nos veículos autoguiados. Em um levantamento da Cisco feito em maio deste ano, 95% dos brasileiros disseram que confiariam em um automóvel com direção au-

tĂ´noma, ante 86% dos indianos, 70% dos chineses e 57% dos russos. Nos mercados desenvolvidos, os consumidores dos Estados Unidos seriam os mais confiantes na tecnologia, com 60% de respostas favorĂĄveis, em comparação a 45% na França e Reino Unido, 37% na Alemanha e 28% no JapĂŁo. Outras pesquisas indicam, no entanto, que a aceitação ĂŠ mais baixa nas naçþes avançadas justamente porque nelas ĂŠ mais alta a preocupação e conscientização da população com a segurança veicular. Se a rota racional para o carro autoguiado parece estar bem traçada, ainda falta resolver incertezas muito humanas. A histĂłria mostra que todos os saltos tecnolĂłgicos vieram acompanhados de muita desconfiança, mas atĂŠ agora a tecnologia sempre prevaleceu. Se for assim desta vez, em cerca de duas dĂŠcadas serĂĄ possĂ­vel chamar seu carro pelo celular, ou apĂłs chegar ao trabalho mandĂĄ-lo de volta para casa sozinho. „

FUSĂƒO DE SENSORES O SISTEMA DE DIREĂ‡ĂƒO AUTĂ”NOMA PREVĂŠ A UTILIZAĂ‡ĂƒO DE CĂ‚MERAS, RADARES E SENSORES ULTRASSĂ”NICOS QUE SUBSTITUEM OS OLHOS HUMANOS PARA RECONHECER O AMBIENTE

Radar frontal de longo alcance $Wp P � Câmera de visão noturna $Wp P � Radar frontal de mÊdio alcance $Wp P � Câmera estÊreo (dupla) $Wp P �

Sensor ultrassônico $Wp P � Câmera de rÊ $Wp P � Câmera de curto alcance $Wp P � Radar traseiro de mÊdio alcance $Wp P �

$XWRPRWLYH%86,1(66 ‡


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.