Revista Automotive Business - edição 22

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PLANEJAMENTO 2014

RUY HIZATUGU

WORKSHOP

LUIZ MOAN, presidente da Anfavea

tidade, Luiz Moan. “O Inovar-Auto é um agente de mudanças e alterações no processo da cadeia em 2014. Não há indústria de manufatura forte sem indústria de insumo forte. Temos de fazer funcionar”, defende. Focado na meta de alavancar a cadeia produtiva, Moan reafirma a importância da criação do Inovar-Peças, um programa de incentivo exclusivo para o setor de autopeças, que ajude a desenvolver e proteger a indústria nacional. O executivo espera, por parte do governo, uma série de estímulos que ajude a alavancar as vendas ao exterior. A previsão da entidade aponta para exportações de 1 milhão de veículos em 2017, uma representação de 18% a 19% da capacidade produtiva prevista para o período. INFRAESTRUTURA As condições lastimáveis da infraestrutura de transportes e as dificuldades logísticas enfrentadas pela indústria no Brasil foram tema da palestra

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de Ricardo Pazzianotto, sócio-diretor da PricewaterhouseCoopers. O executivo apresentou panorama da produção global de automóveis, esperada para 106 milhões em 2019, com contribuição de 86% vinda dos países emergentes em tal desempenho. “O Brasil tem perspectiva de produzir 4,7 milhões de unidades em 2019, equivalentes a 6% da produção global para aquele ano. Mas sem resolvermos alguns entraves, não teremos competitividade para evoluir muito além desse número.” Pazzianotto vislumbra um cenário melhor em futuro não muito distante calcado, principalmente, nos planos do governo federal de privatizar as estruturas de transporte, cujo aporte está estimado em R$ 222 bilhões. O que ainda é pouco, reitera, diante de uma necessidade de R$ 190 bilhões somente para o modal rodoviário.

INOVAÇÃO E P&D Uma das dificuldades enfrentadas pelo setor automotivo em relação ao Inovar-Auto é a falta de capacidade das empresas de gerir os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A opinião é de Alfonso Abrami, sócio-diretor da consultoria especializada em inovação Pieracciani Associados. Na visão do consultor, o Brasil tem a quantidade suficiente de engenheiros capacitados para criar novas tecnologias. Caminha no mesmo nível de países desenvolvidos, mas enfrenta problemas para formatar os projetos, traduzir os gastos para a liderança e apresentar o que está sendo realizado ao governo. “É aí que o Inovar-Auto chega como uma grande chacoalhada para cadeia automotiva”, comentou Abrami.

CRESCIMENTO MENOR, SEM PERDER O BRILHO ECONOMISTA-CHEFE DO BRADESCO VÊ “JAZIDA DE PRODUTIVIDADE” NA ECONOMIA BRASILEIRA

O

ciclo de crescimento acelerado da economia brasileira, vivido entre 2003 e 2010, parece ter-se encerrado. O avanço do PIB deve ficar em torno de 2,3% este ano e 2,5% em 2014, para depois poder chegar a 3% ou 3,5% ao ano, segundo projeções do Bradesco. Nem por isso, contudo, a economia brasileira perdeu sua importância estratégica mundial. Para Octavio de Barros, economista-chefe do banco, o Brasil permanece como importante polo de atração de investimentos: “Ninguém pode se dar ao luxo de não investir aqui”, destacou o economista. Barros lembrou que poucos países têm indústria tão diversificada quanto a brasileira: “Fazemos de tudo aqui, mas não somos competitivos”, destacou. Por isso mesmo, na opinião do economista existe “uma imensa jazida de produtividade no País, que agora precisa ser explorada.” Ele ressaltou, contudo, que esses ganhos de produtividade não poderão ser prospectados na massa salarial dos brasileiros, pois essa deverá seguir em alta, sem oportunidades visíveis no horizonte de retrocesso. Para o diretor do Bradesco, diversos problemas estruturais do País foram criados pelo próprio sucesso dos últimos anos. (Pedro Kutney)


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