Pernambuco Jardim de Baobas

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PERNAMBUCO Jardim de Baobás | Antônio Campos e Marcus Prado | 35

BAOBÁ: “O PÃO DOS MACACOS”

E

m 1749, quando o pesquisador francês Michel Adanson voltava de uma viagem ao Senegal, elaborou desenhos e descreveu a tal árvore incomum: “Chamou-me a atenção uma árvore cujo tamanho era incrível. Era uma árvore que tinha frutos com formatos de abóboras, de nome ‘pão de macaco’, ao qual os Wolots diziam ‘goui’ no idioma deles. Provavelmente, a árvore mais útil em toda a África. A árvore universal para os nativos”. A partir disso, pesquisadores creditaram a Michel Adanson o nome científico do baobá, chamando-o Adansonia digitata. A Ilha Gorèe, hoje Patrimônio Histórico da Humanidade, tombada pela Unesco, é um misto de magia e de tragédia. Essa ilha, de arquitetura colonial, jamais seria esquecida pelos escravos negros trazidos para Pernambuco entre os séculos XV e XIX e transformada num local de horror, castigo e humilhações as mais cruéis, pois era dali que aportavam milhões de nativos feitos escravos para a “triagem”. Uma visita ao Museu Casa dos Escravos mostra cenas de arrepiar, na pintura de artistas locais contemporâneos, além de documentos históricos. Figuramos entre os maiores centros mundiais de compra e tráfico de escravos negros. De Gorèe, teriam vindo as primeiras sementes de baobás para Porto de Galinhas. O BAOBÁ –, que trazia a semente do seu último desejo: A ESPERANÇA!


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