Revista Missão Salvatoriana - Abril / Maio e Junho de 2020

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/editorial

Seja bem-vindo A MAIS UMA EDIÇÃO DA R E V I S TA M I S S ÃO S A LVATO R I A N A ! Nela, falaremos sobre Maria, mãe do Divino Salvador, apresentando a devoção mariana salvatoriana, com testemunhos de fé e amor. Pe. Jordan foi chamado à missão e, através dele, recebemos o carisma salvatoriano. Sobre isso, confira a matéria sobre chamado apostólico. Acompanhe os acontecimentos da província no último trimestre, uma matéria sobre a missão das mães na educação dos filhos e, ainda, os movimentos juvenis na Igreja.

/sumário /3 Palavra do Provincial /4 Carisma /6 Aconteceu /8 Educação /9 Juventude /10 Principal /12 Social /13 Comunicação /14 Espiritualidade /16 Missões /17 Comunidades /18 Salvatorianos /19 Infantil

/expediente

A ecologia tem sido assunto recorrente nos últimos meses, tanto no mundo, quanto para a Igreja. Confira, nesta edição, o artigo sobre a natureza e o capitalismo. Em tempos digitais, é preciso atenção ao comportamento nas redes sociais. Veja mais na matéria que aborda este tema tão relevante e atual.

Provincial: Pe. Francisco Sydney Macêdo Gonçalves, SDS Editor: Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, SDS As matérias não assinadas são de responsabilidade do editor

É tempo Pascal! Confira o artigo que aborda toda a espiritualidade desse período especial, da Ressurreição de nosso Salvador.

SUGESTÃO DE CONTÉUDO redação@agenciaarcanjo.com.br www.agenciaarcanjo.com.br facebook.com/agenciaarcanjo 47 3227-6640

Saiba mais sobre a experiência da missão no Peru e conheça a Comunidade Salvatoriana de Videira. Ótima leitura!

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R E V I S TA M I S S Ã O S A LVAT O R I A N A

EDIÇÃO Aline F S Oliveira DIAGRAMAÇÃO Raiane Bernardi

IMPRESSÃO Companygraf

REVISÃO Luísa Borges

TIRAGEM 5.000 exemplares


/palavra do provincial

Querido leitor da Revista Missão Salvatoriana, na edição passada, comentei sobre os primórdios dos salvatorianos, do sonho do nosso Pai Fundador, Pe. Francisco Jordan, em fundar a Família Salvatoriana. Comentei, também, sobre a importância da imprensa para a ação evangelizadora na obra e a preocupação que Pe. Jordan tinha, de que todas as pessoas conhecessem e amassem a Jesus Cristo como único Salvador. Tenho escutado muitas pessoas perguntarem qual o carisma salvatoriano. Para responder a esta pergunta, quero convidá-lo a percorrer um belo caminho. Importante lembrar que o carisma foi concedido ao Padre Francisco Jordan pelo Espírito Santo e, dessa forma, ele colocou esse dom especial a serviço da Igreja. Como a Igreja está presente no mundo, podemos dizer, também, que esse dom está a serviço do mundo. Padre Francisco Jordan foi um homem que lia, rezava e meditava com frequência as Sagradas Escrituras. Veja o que ele escreve em seu Diário Espiritual: “Ademais, pretendo ler a Sagrada Escritura com o máximo respeito e reverência, sem pressa, mas calma e atentamente, prestando atenção particularmente àquilo que me poderá ajudar a me tornar mais humilde” (Diário Espiritual - DE 68,1). A Palavra de Deus foi também decisiva para que Pe. Jordan tivesse clareza quanto ao carisma salvatoriano. Podemos dizer que foram quatro textos bíblicos que o influenciaram diretamente para a fundação do que temos hoje, como Família Salvatoriana. O primeiro texto é do Evangelho de João 17,3, que diz: “A vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo”. O segundo texto, que se torna bem significativo, é o de Mateus 28,19-20: “ Ide, pois, e tornai discípulos meus todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. Ainda do Novo Testamento, Pe. Jordan cita o Evangelho de Marcos 16,15: “E ele lhes disse: Ide por todo o mundo, e anunciai o evangelho a toda criatura”. O quarto texto bíblico que inspirou o nosso fundador, foi do profeta Daniel 12,3: “O sábio resplandecerá com o resplendor do firmamento e aquele que ensina a muitos a justiça, brilhará como as estrelas, por toda a eternidade”. Em cada citação, podemos encontrar nitidamente os elementos do carisma salvatoriano. A partir do próximo número da Revista Missão Salvatoriana, teremos a oportunidade de olhar cada uma das citações mencionadas acima. A Palavra de Deus sempre nos inspira e nos anima em nossa caminhada. Você já parou para pensar qual o texto bíblico que hoje tem lhe ajudado nas suas orações e lhe inspirado em sua caminhada? Pe. Francisco Sydney de Macêdo Gonçalves, sds Diretor Provincial

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/carisma

Salvatorianos e Salvatorianas: C H A M A D O S PA R A “ E S TA R ” CO M J E S U S E “ S E R ” ENVIADOS POR ELE Ir. Dulcelene Ceccato, sds

Deus chama homens e mulheres de diversas nações, situações e estados de vida, para experimentarem a Salvação que nos foi dada em Jesus Cristo e a participarem de sua Missão. Trataremos do significado apostólico desse chamado como o núcleo que doa a identidade à existência do salvatoriano e da salvatoriana.

POR QUE SER APOSTÓLICO E O QUE SIGNIFICA ISSO? Uma vez batizado, todo cristão recebe uma identidade: aquela de seguidor de Jesus Cristo, de se assemelhar a Ele e de ser transformado por Ele. Como diz São Paulo: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fil 2,5). A consciência desse chamado não é algo que cai do céu, mas vai se dando até o dia final de nossa vida aqui na terra. É no cotidiano, na história de vida que vamos discernindo como Cristo vai nos transformando, como Ele vai nos chamando e a que Ele vai nos enviando, pois, ser cristão é um modo de viver dinâmico, sempre atual. Todo o chamado é para algo ou alguém. Deus não chama ninguém para ficar consigo mesmo, fechado na própria fé ou numa prática de fé individualista e, muito menos, para honrarias pessoais. O Batismo é a entrada numa comunidade, por isso, tudo o que advém dele – a identidade de cristão e o chamado a uma missão – parte do Espírito Santo e se destina à comunidade, aos outros, ao mundo.

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COMO IDENTIFICAMOS QUAL É O CHAMADO Q U E D E U S N O S FA Z ? Deus se faz entender, Ele se comunica conosco de modo que, humanamente, possamos compreender sua vontade. Ele nos deu inteligência e sabedoria para discernir e perscrutar os “seus sinais”: quando meditamos a Palavra, quando buscamos compreender a realidade ao redor de nós, em nossa vida pessoal, familiar, comunitária, social, com o olhar e os “sentimentos” de Jesus. Também, quando dialogamos com os irmãos e irmãs, sobre como podemos servir os outros, os mais necessitados. Em síntese, é na ação, nos acontecimentos e, estando atentos a eles, através da fé, que vamos captando por onde o Espírito Santo vai nos guiando.

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D E U S S E FA Z E N SE COMUNICA MODO QUE, HU POSSAMOS C A S U A VO N TA D


/carisma

NTENDER, ELE CONOSCO DE UMANAMENTE, COMPREENDER DE”

COMO SURGIU O CHAMADO APOSTÓLICO S A LVATO R I A N O ? O chamado que Deus fez ao jovem João Batista Jordan (1848-1918) ocorreu no meio do turbilhão da revolução cultural, científica, industrial e religiosa, da segunda metade de 1800. Esse era um tempo de muita injustiça aos pobres operários, que trabalhavam nas fábricas sem nenhum direito trabalhista. Era um tempo em que se pregava o ateísmo. As pessoas não tinham instrução suficiente para se posicionar diante dessas ameaças aos valores evangélicos. Jordan captou que, da interioridade dessa realidade, brotava um apelo de Deus. Convidou outros e outras para, com ele, abraçar de modo bem concreto a missão de Jesus Salvador. Ele fundou uma Sociedade de homens e mulheres em 1881, a qual incluía todas as vocações. A partir daí, ele passou a se chamar Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan, pois cada um desses nomes identificava a sua experiência de fé: imitar São Francisco, o pobrezinho de Assis; ter Maria como sua Mãe e modelo de discípula; ter a Cruz como a prova absoluta do amor salvador de Deus. Esse sonho de Francisco Jordan se estende até os dias atuais na Família Salvatoriana. Por isso, a vocação de Jordan é uma resposta dada a um contexto histórico, dentro do qual Deus lhe falou. Mas é válida para todos os tempos, pois ele compreendeu isso a partir da Palavra que meditou, olhando para o que acontecia no mundo, e a Palavra não passa. Ela lhe deu uma luz sobre o que fazer:

João 17, 3: “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus único

e verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo.” Mateus 28, 19-20: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Marcos 16,1 5: “E lhes disse: ‘Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura.” Daniel 12, 3: “Os que são esclarecidos resplandecerão, como o resplendor do firmamento; e os que ensinam a muitos a justiça, hão de ser como as estrelas, por toda a eternidade.” Por isso, os salvatorianos e as salvatorianas são chamados a “estar com Jesus” para serem transformados por Ele, pessoalmente e em comunidade, e daí “serem enviados” a comunicar esse mesmo Jesus e sua Salvação, pelo testemunho de vida e pelos apostolados nos quais atuam: o anúncio da Palavra, falada ou escrita, a formação de líderes cristãos, a formação das juventudes e das crianças, o cuidado das pessoas em situação de fragilidade e o cuidado da vida em todas as suas manifestações.

O NOSSO CONTEXTO HISTÓRICO, A QUE NOS MOVE HOJE? Se olharmos ao nosso redor, “As grandes obras encontraremos a voz de Deus nos chamando? Jordan a escutou e florescem à sombra respondeu. Nós estamos ouvindo, da cruz!” como discípulos e discípulas, o que Deus está nos falando, chamando e pedindo? Estamos dispostos?

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/aconteceu As Vocações Salvatorianas iniciam as atividades de trabalho do ano de 2020, acolhendo a todos os confrades, sacerdotes, irmãos, formandos, leigos e vocacionados. Neste ano, contamos com vossas orações e incentivo pelas vocações, que continuemos a propagar a cultura vocacional, rezando, acolhendo e celebrando as vocações para a Igreja e, de modo especial, para a Vida Religiosa Salvatoriana. Enviaremos a todas as regiões vocacionais a campanha vocacional 2020, que contempla: capela vocacional, dando continuidade ao projeto Cada comunidade uma nova vocação, a cruz vocacional e a camiseta vocacional. Para o mês vocacional, prepararemos um conteúdo todo especial, de modo que cada comunidade reze e incentive a busca pelas vocações. Acolhemos os novos aspirantes, postulantes e junioristas que iniciam o ano formativo.

/INSTITUTO DOZE APÓSTOLOS – IDA Proveitosa foi a manhã do último dia 17 de fevereiro, no Instituto São Paulo de Estudos Superiores (ITESP), por motivo do início das atividades acadêmicas deste ano. Dom José Benedito (Bispo auxiliar da Lapa), presidiu a Missa em ação de graças pelo ano acadêmico, recordando sua trajetória de aluno na teologia, outrora no ITESP, agradecendo pela sólida formação que recebeu, hoje colocada em prática através de seu ministério sacerdotal-episcopal. Em seguida, a comunidade acadêmica foi acolhida por um café, momento que colaborou na interação entre os novos e os atuais alunos, assim como o corpo docente. No auditório da Faculdade Professor Antônio Carlos Oliveira Souza, CSsR, o reitor da Faculdade recebeu a todos de maneira calorosa e familiar, resumindo as intenções do ano acadêmico 2020 em três objetivos: ALEGRIA, COMPAIXÃO e CUIDADO. A aula Magna esteve por conta do professor, Dr. Ribarac, que motivou a todos a seguir fiéis

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aos propósitos da Igreja, em tempos tão conturbados e, soube de maneira singela e objetiva, clarificar o verdadeiro papel do cristão contemporâneo, em que a Igreja é guiada pela ação do Espírito Santo. Atualmente, a comunidade do Instituto Doze Apóstolos - IDA é composta pelos formadores: Pe. Edgar Augusto Casallas Saavedra, Pe. Selvino e os junioristas, no 1° ano – Jn. Claudio da Silva Serralheiro, Jn. Carlos Alberto Sousa Silva, Jn. Carlos Antônio Silva Maia, Jn. Jesus Enrique Castillo Aponte, Jn. José David Viloria Gonzalves, no 2° ano - Jn. Michael Regnatus Henerico, Jn. Quis Pascoal António, Jn. Eduardo José Mijares Oviedo, Jn. Yofer Eduardo Mora Adames e no 4° ano – Jn. Juan Carlos Díaz Durán, que reside na Paróquia São João Batista. Desejamos, sob a intercessão de Nossa Senhora e de Padre Jordan, um ano cheio de bom proveito à nossa comunidade do Instituto Doze Apóstolos. Jn. Jesus Enrique Castillo Aponte

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/aconteceu estudos, fé e perseverança na vida de cada um dos postulantes. Que

/INSTITUTO PADRE JORDAN - IPJ O início do ano formativo do postulantado Salvatoriano no Instituto

o Divino Mestre, derrame suas bênçãos sobre todos os formandos

Padre Jordan, em São José dos Pinhais/PR, realizou-se, oficialmente,

salvatorianos, através da intercessão de Maria, Mãe do Salvador.

no dia 14 de fevereiro. A abertura das atividades deu-se com a Santa

Lucas Fernando Zanela Mello - Postulante

Missa, presidida pelo Superior Provincial, Padre Francisco Sydney de Macedo Gonçalves, sds, e concelebrada pelo novo Formador, Padre Álvaro Macagnan, sds, e pelo Pároco da Paróquia Santo Antônio, Padre José Carlos Ferreira da Silva, sds. Após a celebração, na qual Padre Sydney interpelara sobre a importância da oração na vida do formando e religioso, realizou-se a benção da casa formativa, local que deve sempre gerar acolhimento comunitário e espiritual. Neste ano, o IPJ contará com cinco formandos, Emiliano Manuel Álvarez Rodríguez, Fabiano Maffi e Leonardo dos Santos Raimundo, ambos do 3º ano de Filosofia; Paulo Genário, do 2º ano; e Lucas Fernando Zanela Mello, do 1º ano. Esperamos que seja um ano repleto de bons

Aspirantes iniciam sua caminhada na vida e no carisma Salvatoriano,

/INSTITUTO SÃO JOSÉ – ISJ O Instituto São José, em Várzea Paulista/SP, iniciou suas atividades acolhendo os jovens que, até então, fizeram o Acompanhamento Vocacional e assim iniciam a etapa do Aspirantado Salvatoriano. Neste ano, o ISJ conta com a presença de 5 formandos. São eles: João Victor Veríssimo Firmino, com 20 anos e vindo de Coelho Neto/MA; Antonio Ierandi Holanda Maciel de Lima, com 22 anos e

vivenciando a espiritualidade, o autoconhecimento, iniciação pastoral e preparação para a continuidade dos estudos filosóficos e teológicos. A abertura oficial do Aspirantado 2020, aconteceu no dia 19 de março – Dia de São José – com a celebração Eucarística e Rito de Entrada no Aspirantado, com a presença da Comunidade e do Superior Provincial. São José, rogai por nós!

enviado de Fortaleza/CE; Henrique Oliveira Galdino Alves, com 23 anos e proveniente de Bananeiras/PB; Luciano Benites Dorneles Junior, de 20 anos e proveniente de Lages/SC; e, também, o jovem Matheus Barichello, de 18 anos e proveniente de Videira/SC. Também faz parte do Instituto neste ano, o Jn. Rodrigo Vareli, que está realizando seu Estágio Pastoral na Formação e colaborando na Pastoral Paroquial. Orientados pelo Formador, Pe. Cesar Barros, os

/INSTITUTO SÃO PAULO APÓSTOLO - ISPA O Instituto São Paulo Apóstolo – ISPA, em Maputo, Moçambique, este ano, conta com nove formandos: Elídio Júnior Cuamba, Emanuel Edmundo Manasse Mulaque, Gabriel Rodrigues, Izaque Alberto Artur, no 1º ano de Filosofia; Eduardo Fernando, Mateus Manuel João, no 2º ano de Filosofia; Amós João Albino, Carvalho Herculano Alvaro e Iotamo Jerónimo Bartolomeu, no 3º ano de Filosofia, iniciaram suas atividades no dia 9 de fevereiro, com o momento de Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Davide Caisse, sds. Importa referir que, antes da Missa de abertura, os Ispanos tiveram um pequeno retiro de dois dias, com o tema Relações interpessoais e equilíbrio emocional, ministrado pela Irmã Bernardete. Pe. Davide Caisse, sds - Reitor

/INSTITUTO PADRE PANCRÁCIO PFEIFFER – IPPP O Instituto Padre Pancrácio Pfeiffer, entre os dias 3 e 6 de fevereiro, acolheu dez seminaristas, provenientes de varias Províncias de Moçambique: Cabo Delgado, Nampula, Manica, Gaza, Niassa, Maputo. Entre eles, há um pré-noviço, que vai para o noviciado no Congo nos próximos meses. O início do ano formativo deu-se no dia 10 de fevereiro. Estão todos animados para trabalhar, rezar e viver o carisma salvatoriano. Pe. Eric Ngoy Mwamba, sds - Reitor

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/educação

A missão da mãe na educação dos filhos Cristiane da Rosa Oliveira

Quando penso na palavra missão, penso em ação, saída, atitude, envio. A missão deve me tirar de onde estou para colocar-me a serviço, à disposição de algo ou alguém. “Missão” soa como algo muito importante, valoroso que me foi dado e devo cumprir. E, cumpri-la, vai exigir força, coragem, determinação, perseverança. Não é algo simples, mas grandioso! Pois nós, mães, fomos enviadas para cumprir uma grande missão: educar nossos filhos. Mas, quem nos enviou? Penso que, por ser uma missão tão importante, tão valiosa, ela certamente foi dada por Deus. Fomos agraciadas por Ele com o dom de gerarmos novas vidas, nossos filhos e, com a maternidade, recebemos a missão de educar essas pessoas para a vida e por toda vida. A partir do momento que em nosso ventre geramos, a missão já foi dada e não podemos voltar atrás. Temos um compromisso com Deus e com a sociedade, de educar nossos filhos para viverem bem nesse mundo. Ah, mas a missão não é também do pai? Do casal? Sim! Mas cabe a mulher, com sua doçura, sutileza, delicadeza e amorosidade uma grande parte nessa responsabilidade, já que somos nós que temos um vínculo profundo com nossos filhos, criado pela gestação e amamentação, que os acolhe como seres

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humanos, os alimenta e os protege. Educamos nossos filhos, desde muito pequenos a dizer “com licença”, “por favor”, “obrigado”. Cabe às mães transmitir a eles valores para viver e conviver bem na sociedade, respeitando as diferenças, valorizando outras pessoas, o ambiente em que vivemos. São as mães que educam para que aprendam a colaborar, a dividir, para que sejam pessoas voltadas para o bem comum. Apesar dessa missão ser grandiosa, precisamos reconhecer que somos humanas, sujeitas a falhar, a cometer erros. Mas isso não tira o valor de nossa responsabilidade. Precisamos entender, também, que o ato de educar é para toda a vida: todos os dias ensinamos nossos filhos, educamos para algo novo e, também, somos educadas por nossas mães. Mesmo aquelas que já se foram, sempre têm algo a nos ensinar, algo que ficou marcado em nossos corações e que, vira e mexe, revirando o profundo do nosso ser, encontramos e aprendemos novas lições. Peçamos ao Divino Salvador, Jesus Cristo, que escolheu vir ao mundo por uma mulher, ter uma mãe, que nos ajude nessa missão de educar nossos filhos e fazer deles pessoas de bem, para que tenhamos um mundo melhor!

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/juventude

Os Movimentos Juvenis na Igreja Por Agência Arcanjo

Há algum tempo, a juventude vem recebendo maior destaque na pauta da Igreja. Com o Papa João Paulo II, na criação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e, com o Papa Francisco e o Sínodo dos Jovens, a Igreja se mostrou aberta e receptiva às causas da juventude contemporânea. No Brasil, não é diferente. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), possui um setor próprio para o tema, a Comissão para a Juventude CNBB – Jovens Conectados, criada em 2011, a partir do Setor Juventude, anteriormente vinculado à Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato. Dentro da estruturação desta nova Comissão, foi criada uma Coordenação da Pastoral Juvenil Nacional, composta por dez representantes das variadas expressões juvenis do país. A coordenação apresenta o seguinte formato: quatro representantes das pastorais, dois representantes dos movimentos, dois das novas comunidades e dois das congregações religiosas que trabalham com juventude. O objetivo é integrar as diferentes expressões que trabalham com a evangelização dos jovens, sejam elas pastorais, movimentos, congregações ou novas comunidades, para que, cada vez mais, a Igreja conte com a ação juvenil. Na esfera Salvatoriana, criou-se a Rede da Juventude Salvatoriana (RJS), inspirada no trabalho de articulação da juventude, realizado pelos Salesianos em todo mundo. Como o próprio nome diz, ela é uma ação de organização e de integração entre diferentes grupos de jovens que se identificam e assumem a Espiritualidade Salvatoriana. As Redes da Juventude declaram uma “Ação de Conjunto – Todos na mesma sintonia – Para sermos fiéis ao carisma salvatoriano de envolver e formar a juventude, a Comissão de Apostolado tem se empenhado nos últimos anos em encontrar caminhos para uma ação organizada com os jovens que atuam e estão envolvidos em nossas obras: grupos de jovens de paróquias, de colégios, de música, de teatro, catequese, litúrgicos, esportivos, vocacionais, de representantes de turmas, de grêmios estudantis, de lideranças, e tantos outros”. A RJS, através da animação dos líderes dos grupos e da contribuição de cada um, se propõe a ser um espaço para o protagonismo da juventude nos mais diferentes campos de sua atuação. Assim, seja no âmbito mundial, nacional ou provincial, a juventude em seus diversos movimentos demonstra, cada vez mais, com todo o vigor e alegria, próprios dos jovens, que assume seu papel como futuro da Igreja de Cristo.

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“ FA Ç A - S E E M MIM SEGUNDO A T U A PA L AV R A” (LC 1,38).

Por Agência Arcanjo

A coragem de Maria ao dar seu sim, é exemplo para todos nós. Ao acolher o projeto de Deus para sua vida, ela colocou em risco sua reputação, por engravidar sem estar casada; seu casamento com José, seu noivo, que poderia não mais aceitá-la; sua vida, perante uma sociedade que poderia julgá-la e apedrejá-la. Acreditar na mensagem de Deus enviada por um anjo, pode parecer algo fácil e natural, digno de aceitação. Fato é que, Maria, surpreendida pelo Anjo Gabriel, não vacilou, não parou para pensar, para pedir opinião ou consentimento. Apenas disse sim. Mas, hoje, quanto Deus pode estar nos dizendo através de ‘anjos’ que nos envia no dia a dia, disfarçados nas pessoas com quem convivemos e, simplesmente por isso, não damos ouvidos? Quantos sinais precisamos, quantas vezes pedimos a Deus que nos mostre o que Ele espera de nós? E, apesar dos chamados do Senhor, ainda nos mantemos ‘cegos e surdos’ ao Seu projeto. Maria, em sua fé absoluta, nos ensinou como confiar verdadeiramente no plano de Deus para cada um de nós.

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Ao demonstrar com sua vida, como devemos nos entregar aos propósitos do Senhor, em sinal de plena confiança e aceitação, ela nos aproxima do caminho da Salvação. Porém, dar seu sim a Deus não significa alcançar uma vida longe de provações e sofrimentos. Ao contrário, Maria, além de correr todos os riscos iniciais, ainda passou pela prova de fé mais dura, entregando seu filho ao sacrifício da cruz, pela Salvação da humanidade. Crendo na promessa de Deus, esperou, assim, pela ressurreição de Jesus. Portanto, também nós, precisamos ter a consciência de que, ao abraçarmos nossa cruz em Cristo, não nos livraremos do peso, mas seremos, em todo tempo, sustentados por Ele. O caminho para a salvação passa pela aceitação de nossa missão e, Maria, nos indica a postura a seguir: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Que, pela intercessão de Maria, mãe do Divino Salvador, possamos ouvir, aceitar e seguir o projeto de Deus para a nossa Salvação, através do sacrifício perfeito da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Seu Filho, e nosso redentor!

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MARIA EM MINHA VIDA Querido leitor da “Missão Salvatoriana”, É com grande alegria que partilho convosco minha experiência com a Mãe de Jesus, a madrinha que se faz presente em todos os momentos, sejam eles alegres ou tristes. Desde minha infância, fui introduzido na vida Cristã Católica Apostólica Romana por uma vizinha chamada Maria da Conceição. Esta, pertencia a Legião de Maria e, com grande carinho, conduziu a mim e minha irmã para a catequese. Aí, celebrávamos com muita devoção o mês de maio, onde todas as noites, com fogos, velas, flores e procissões, saíamos de rua em rua, até a igreja do bairro. Assim cresci. Coração peregrino, confiante nas caminhadas da Ave-Maria. Ingressei na Legião de Maria, onde dediquei 33 anos de minha vida, ou seja, até os dias de hoje. Meus pais viviam distantes de Deus. Muitas brigas, álcool, discórdias... nossa! Só mesmo confiando, como diziam Frank Duff e o Venerável Padre Jordan, na Providência Divina. E, lhes digo que foi assim. No colo da Mãe das Graças, recebi a graça de cuidar da vida dos meus e ser “pai” (espiritualmente) dos meus pais, para que a graça acontecesse em meio a nós. Sou muito grato aos Legionários de Maria que, imitando a Rainha, cuidaram de mim como um filho. E, hoje, busco cuidar de cada um na retribuição do mesmo amor. Quando tiveres medo, olhe para Maria ao pé da cruz, e seja forte para esperar o Pentecostes. Salve Maria! Pe. Célio Roberto, sds Pároco de Chokwè e Chilembene em Moçambique

EXPERIÊNCIA COM MARIA Desde a infância, cantamos “Mãezinha do céu, eu não sei rezar...”. Pronunciamos essas palavras numa inocência, mas com carinho. Crescemos, estudamos e aprendemos tantos títulos, porém, às vezes, nos esquecemos daquela proximidade que tínhamos: de tê-la como Mãe. Ter uma devoção filial à Maria (DE I, 120,4), como pede nosso pai Fundador, Pe. Francisco Jordan, é reconhecer nela as grandezas que Deus é capaz de realizar em nós. Exemplo de alegria, confiança e serviço, desde o primeiro Fiat (Lc 1,38), nossa Mãe ouviu, rezou, se propôs e fez. Com ela, aprendi que, quando vivenciamos momentos de tristeza ou desamparo, é necessário crer, esperar, confiar, amar e ir em frente (DE I, 211,2), e permanecer firme aos pés da cruz (Jo 19,25). E, que, nas alegrias, é preciso engrandecer ao Senhor pelas maravilhas que Ele realiza em nossa pequenez. Normalmente, temos um título que nos aproxima mais da figura de Maria e que levamos com carinho no coração. Nossa Senhora Aparecida se tornou muito importante em minha caminhada vocacional, por seu olhar sereno e firme, mas sempre em postura de oração. Sei que Maria não é o centro da nossa fé e, “de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo” (Lumen Gentium, 60), pelo contrário, ela é exemplo perfeito dessa eficácia. Com isso, busco relembrar sempre aquela intimidade com minha “Mãezinha”, pois ela nos indica Cristo, o Salvador, pedindo que façamos tudo o que Ele nos disser (Jo 2,5). Leonardo dos Santos Raimundo Leigo

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/social

Natureza e capitalismo “NOSSA MÃE TERRA, SENHOR, GEME DE DOR NOITE E DIA. S E R Á D E PA RTO E S S A D O R ? O U S I M P L E S M E N T E AG O N I A? ! VA I D E P E N D E R S Ó D E N Ó S ! ” Por Iago Nascimento

Inicio trazendo a vocês uma preocupação da Igreja que, ao longo dos tempos, vem se agravando: o que o homem, no seu processo de capitalismo, vem fazendo com o nosso planeta. A Igreja, como mãe, sempre estará preocupada com seus filhos; quando ela entra no espaço sociológico e ecológico, é porque eles passaram do limite. Por isso, tantos papas gritaram por essa paz na Terra, que tanto sofre por conta do homem! Mas, qual o maior mal desse homem? O que o leva a agir assim? É puramente o egoísmo que o faz destruir tudo o que é feito pelo Criador. Ele está doente e essa doença tem nome: capitalismo. Quer ser o criador, a ponto de esquecer quem O fez! E já faz tempo que a Igreja fala sobre o cuidado com a nossa casa comum. A preocupação com a ecologia é presença de longa data nas Campanhas da Fraternidade. Já em 1979, acontecia a primeira com viés ecológico, com o tema “Por um mundo mais humano” e o lema “Preserve o que é de todos”. Após, houve outras, como “Fraternidade e Água” (2004), “Fraternidade e Amazônia” (2007), “Fraternidade e Vida no Planeta” (2011), e “Fraternidade e Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” (2017).

paz com Deus, deveria-se também estar em paz com a criação. O Papa Bento XVI, na Encíclica Caritas in Veritate, denuncia um modelo de crescimento predatório, fruto da cultura moderna, que tem uma racionalidade instrumental (n. 51). Já em 2015, o Papa Francisco traz no seu documento “Laudato si” essa preocupação a todos os cristãos. Mas, por que não conseguimos vencer o mal que é esse sistema, que destrói a natureza e, não só ela, mas também a natureza humana, dia após dia? Temos uma preocupação gritante em nosso meio, e quem vai ter coragem de lutar por essa causa nos dias atuais? Quando algum religioso entra nesse campo “social”, ganha fama de “comunista”. Mas, por que não podemos erguer nossa voz e lutar pelo que é certo? O Cardeal W. Schuster dizia: “Deus perdoa sempre; os homens, algumas vezes; a natureza, nunca!”. Por isso vemos tantos desastres ecológicos e estamos vivendo um colapso biológico.

O Papa São Paulo VI, em 1971, denunciou a crise ecológica como uma atividade descontrolada do ser humano sobre a natureza, em que esse a estaria destruindo, bem como a si mesmo (Octogesima Adveniens, n. 21).

O esforço inicial, feito há mais de duas décadas para impulsionar uma nova forma de pensar o meio ambiente, hoje concorre com a lógica do consumo pelo consumo, e funciona como um antídoto que, não seria demais pensar, talvez não cure apenas ecossistemas e o meio ambiente, mas também a maneira do homem se ver em sociedade.

Depois dele, São João Paulo II alertou para o perigo de uma mentalidade consumista, que enxergaria a natureza como mero objeto de consumo (Redemptor hominis, n. 15). Afirmou, ainda, o Santo Padre, em uma de suas mensagens para o Dia Mundial da Paz que, para estar em

O homem, inclinado pelo desespero de ter, mata e destrói uma das coisas mais sagradas, que é a natureza. E, destruindo-a, se autodestrói. Por isso, o autor sagrado nos adverte que: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).

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/comunicação

O cristão e as redes rociais: CO M O S E P O RTA R ?

QUAL É A MISSÃO DO DISCÍPULO DE JESUS CRISTO NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO? Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds

A Igreja, essencialmente, é missionária e, como tal, tem como cerne de sua ação evangelizadora a comunicação da Boa Nova de Jesus Cristo, isto é, o Evangelho, o qual, quando vivenciado, promove o Reino de Deus. Isto jamais pode ser perdido como horizonte da vida cristã! Ao longo da história do processo comunicativo, os meios de comunicação sofreram grandes transformações, sobretudo, a partir de 1990, com o surgimento da Internet e, posteriormente, das redes sociais, caracterizando um fenômeno comunicacional que redefine o conceito de participação popular, no que diz respeito ao exercício da liberdade de expressão e do processo de empoderamento como cidadãos. Vale ressaltar que, em um contexto de pósmodernidade, de globalização da cultura, das informações, das identidades, das ideias, etc, as pessoas se comunicam e interagem de uma maneira rápida, instantânea e muito simples, acentuando o fator da interatividade e da troca de opiniões e de debates. É o que também podemos chamar de conectividade global. Pois bem, diante desse cenário, podemos nos perguntar: como melhor utilizar estes meios cada vez mais eficazes da comunicação? E, mais ainda, no que tange à vida de um cristão: como, a partir da identidade cristã, podemos fazer uso das redes sociais, por exemplo, em um contexto bastante marcado pela semeadura de discórdias e de indiferenças, de ódios e preconceitos, de posturas homofóbicas, misóginas, racistas, xenofóbicas,? Podemos destacar aqui, duas vertentes importantes: a ética e a teologia cristã. Esses dois parâmetros, dão ao cristão uma boa base de reflexão acerca da postura que deve ser adotada diante do uso das redes sociais, para que haja responsabilidade

e comprometimento na geração e no cuidado com a vida, dom de Deus. Por ética, entendemos um conjunto de valores morais de um grupo ou indivíduo. Uma palavra que vem do grego ethos e significa caráter, disposição, costume, hábito. Ora, se falamos em valores, estamos nos referindo a princípios fundamentais que devem reger a mente e a relação do indivíduo em sociedade. Não se trata de algo pensado e vivido só no âmbito individual e subjetivo, mas no âmbito social, coletivo, das inter-relações. É o que irá moldar a liberdade de expressão. O que dará a cada um, os critérios para a transmissão de ideias, de opiniões, de informações, com a finalidade da promoção de uma sociedade melhor, sob o ponto de vista humano e fraterno. É claro que o Evangelho possui uma dimensão ética, pois a mensagem de Jesus Cristo é sintetizada na experiência do amor à vida, valor ético absoluto. Como dissemos, outro parâmetro que irá servir de critério para o usuário cristão das redes sociais, é o da teologia cristã. Aqui, estamos transitando o mundo dos valores cristãos propriamente dito, pois, no caso da ética, refletimos sobre princípios universais e importantes a todos os seres humanos, independentemente de sua identidade religiosa. A teologia é um discurso elaborado sobre Deus. Do ponto de vista cristão, um discurso sistematizado a partir da pessoa e do projeto de Jesus Cristo, descrito nos Evangelhos e nas fontes dos textos bíblicos de todo o Novo Testamento. Qual é a missão do discípulo de Jesus Cristo no processo de comunicação? O que devemos comunicar? Qual o nosso comprometimento com os valores do Evangelho? Estas interrogações devem nos inspirar no momento em que escrevemos ou postamos qualquer assunto em uma rede social. Portanto, que tenhamos esses dois fatores em nós como condutores de nossa comunicação.

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/espiritualidade

Encontrando-nos com o Senhor ressuscitado V I V E N D O O T E M P O PA S C A L ! Padre Paulo José Floriani, sds

Em meio à escuridão da angustiante noite da morte, enquanto o Salvador repousa na profundidade do anulamento do sepulcro, trancado pela grande pedra da pretensa humana certeza do fim dos anseios de liberdade Nele depositados, seus seguidores percorrem o amargo caminho da solidão e da frustração de toda esperança. Fogem, dominados pelo medo de um fim idêntico, previsto na identificação com Ele, bem como fogem de si mesmos e de suas falidas expectativas de triunfo humano, anuladas pela cruz e pelo cruel destino do Mestre de Nazaré. Ao que tudo indica, eles não eram ainda capazes de contemplar no rosto chagado e humilhado do crucificado, a possibilidade do desenho de uma nova humanidade, repleta de uma beleza esplendente e, enfim, libertada em plenitude da escravidão mais cruel e profunda que aprisiona e ultraja o coração humano: a morte, fruto do pecado. Seríamos nós, capazes de fazê-lo? Percebamos que os discípulos não haviam compreendido que, é justamente quando imersa na escuridão da terra, que a semente encontra espaço propício para fazer eclodir o turbilhão de vida que guarda escondido dentro de si, tornando-se capaz de ser fonte de nova vida que jorra sem limites (Jo 12,24-26). Não podiam, com sua limitada capacidade de compreensão, profundamente cegada pela dor e frustração da perda, perceber que, como expressa uma antiga homilia de Sábado Santo, no grande silêncio e solidão que reinaram sobre a terra naquele fatídico momento, “o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos”. E ali, na “mansão dos mortos”, Ele andava ao encontro do primeiro homem para fixar seu olhar sobre ele e resgatá-lo das sombras da morte. Ali, faria compreender que a sua morte na cruz era o preço da vitória sobre o pecado e sua consequência sobre Adão, Eva e toda a sua descendência. Numa troca de olhares, se desvelaria toda a potência do amor de Deus para com os seus filhos e filhas, peregrinos na história. É muito importante que compreendamos que é, justamente ali, neste encontro entre o antigo e o novo homem, entre o ceder à voz do pecado que escraviza e esvazia nossa humanidade (Adão) e a obediência confiante no Deus da vida, levada às últimas consequências do total

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abandono filial (Jesus), que ressoará a voz que libertará a humanidade definitivamente da prisão da morte: “Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’ Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levantate, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa”. Deixemos ressoar em nosso coração esta notícia: o encontro com o crucificado-ressuscitado, a palavra vivente do Pai, desperta todo ser humano do sono letárgico do pecado-morte para ajudá-lo a vencer definitivamente o medo que paralisa todas as potencialidades humanas e o afasta do único e verdadeiro Deus! Não esqueçamos de que o Salvador, imerso na profundidade da escuridão, vai ao encontro dos condenados à morte para libertá-los de todos os jardins das traições - o jardim do Éden, o jardim das Oliveiras, o jardim da sepultura fria e escura da morte - para levá-los não mais ao jardim primeiro, onde tinha sido criado antes do pecado, mas para se sentar com Ele, a direita do Pai, podendo contemplar o próprio movimento de amor e fidelidade da Trindade Santa, revelada na história pelo Filho de Deus encarnado: “Levantate, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti”. Ele assume nossa natureza e a diviniza, tornando-nos filhos adotivos, recuperando nosso ser sua imagem e chamando-nos a abraçar sua fidelidade inabalável ao Deus da vida. Senhor da vida e vencedor da morte, Ele permanece sempre ao nosso lado, para vivermos a plenitude da vida como novas criaturas, levando-nos, como expressou Militão, bispo de Sardes no século II, “para as alturas dos céus [...] Eu vos conduzirei para as alturas, vos ressuscitarei e vos mostrarei o Pai que está nos céus; eu vos levantarei com a minha mão direita”, de modo a não ficarmos presos e escondidos na profundidade dos sepulcros de uma existência inautêntica e vazia, medíocre e mesquinha.

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/espiritualidade

SE NÃO O ANUNCIAMOS E FA Z E M O S D E N O S S A VIDA TESTEMUNHO D O R E S S U S C I TA D O, VÃ S E TO R N A N O S S A F É E VA Z I O S O S RITOS DE SEMANA S A N TA Q U E CELEBRAMOS”

O encontro com o Senhor vivo nos faz alçar a voz e proclamar com São Paulo: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!” (I Cor 15, 55-57). Livres do pecado, pela força do encontro com o Senhor vivo e ressuscitado, banhados pelas águas da vida nova no Batismo, tornamonos ‘cristos-cristãos’ no mundo, como bem nos recorda São Cirilo de Jerusalém: “Batizados em Cristo e revestidos de Cristo, vós vos tornastes semelhantes ao Filho de Deus. Com efeito, Deus que nos predestinou para a adoção de filhos, tornou-nos semelhantes ao corpo glorioso de Cristo. Feitos, portanto, participantes do corpo de Cristo, com toda razão sois chamados ‘cristãos’, isto é, ungidos”. Ungidos com o óleo da vida para sermos sinais de vida e de esperança contra toda situação de morte-desilusão, para proclamar ao mundo que Ele vive e caminha conosco, pois “se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também a vossa fé” (I Cor 15,14). Se não o anunciamos e fazemos de nossa vida testemunho do ressuscitado, vã se torna nossa fé e vazios os ritos de semana santa que celebramos. Recuperando o homem da morte que o havia enclausurado após a queda original, Jesus quer fazer arder o coração de todo ser humano peregrino pelas estradas da história, convidando-o a participar do banquete da vida plena de sua presença, partilhada na ceia da esperança e no compartir o pão e o vinho da memória, que convoca e provoca a tornar-se seu discípulo em todos os povos e em todos os lugares (Lc 24,13-35). Deste modo, nós, que conformamos a comunidade do Ressuscitado, vencendo as barreiras do

medo da morte, tornamo-nos sementes que fazem florescer constantemente a dignidade dos Filhos de Deus no deserto da divisão, da violência e da indiferença moderna, bem como nas sepulturas da mentira e da exclusão que aprisionam tantas vidas relegadas à inexistência social. Abrimo-nos, cada dia mais, à fraternidade universal, conscientes que todos somos filhos de um mesmo Pai e que, portanto, não existe entre nós nada que possa ser usado como justificativa para discriminação ou diminuição do outro (Gal 3,26-29). Caminhamos, fortalecidos pela graça, na busca por sermos modelos referenciais de que um outro mundo é possível, pautado pela Palavra de vida do Verbo encarnado e pela comunhão de vida e de fé entre irmãos e irmãs de caminhada. Sonhamos e lutamos por um mundo que faz do princípio da necessidade, o centro de divisão dos bens, dando a cada ser humano aquilo que realmente necessita para poder crescer em humanidade (At 2,42-47). Unidos e fortalecidos por esta fraternidade universal dos filhos e filhas de Deus, nada poderá deter ou enfraquecer em nossos olhares a esperança de ver despontar no horizonte os raios de um novo dia, de um novo tempo, onde resplandecerão novos céus e nova terra, iluminados pelo ressuscitado (Ap 21,1-7). Nada poderá fazer fraquejar nossos passos em direção ao encontro definitivo com o Deus da vida, que tanto nos amou a ponto de nos dar seu próprio Filho como Salvador (Jo 3.16), para nos recordar que, justamente no conhecer a este Deus revelado em sua pessoa e em sua vida, é que reside a fonte inesgotável de vida eterna para todos nós (Jo 17,3). Iluminados pela chama do Círio da vida plena, vivamos este tempo com paixão e renovada esperança em um novo amanhã. Feliz Páscoa a todos!

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/missões Não te prives de um dia feliz! A missão “ad gentes”, que implica deixar o próprio país, os costumes, a cultura, os laços de amizade e mergulhar em uma nova cultura, amizades e costumes de um país diferente, é estimulante e desafiadora. Depois de seis meses em nossa missão aqui no Peru, partilho com você, leitor, a minha experiência. Não quero falar dos desafios pastorais ou das dificuldades que fazem parte da vida missionária, mas, do que a missão tem me ensinado: a levar a vida com humor e simplicidade. “Não te prives de um dia feliz, e não deixes escapar nenhuma parcela do precioso dom.” (Eclo 11, 14). O trabalho pastoral consiste em atender sacramentalmente cerca de 100 comunidades que fazem parte da Paróquia. Num primeiro momento, pensei: “isto exige uma organização sistemática do tempo”, já que as distâncias entre as comunidades variam de quinze minutos a duas horas de carro. Porém, aprendi que o tempo pertence a Deus e, cada povo vive esta experiência de maneira distinta. As celebrações não começam no horário previsto! Iniciam trinta ou quarenta minutos depois. As pessoas chegam a pé, deixam seu trabalho e vêm de lugares distantes caminhando, se encontram na Igreja não só para rezar, mas para conviver. A esta realidade, demos o nome divertido de ‘horário peruano’. Não é necessário chegar a todas as comunidades, mas conviver com as pessoas daquelas nas quais estamos celebrando, partilhar as alegrias e os acontecimentos da vida, tudo pertence a Deus e tudo deve ser celebrado. O modo de se velar os mortos também é bem diferente. Quando alguém morre, a família se mobiliza para fazer um velório longo, são três dias ou mais, e tudo é feito com muita comida e bebida; morrer é um evento! A família deve acolher os parentes e amigos, oferecer hospedagem e alimentação. É uma tradição levada a sério. O padre é chamado para rezar e comer na casa do morto, depois para celebrar a missa exequial na capela e, se puder, acompanhar o cortejo fúnebre

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Padre Fernando Sartori, sds Missionário Salvatoriano

até o cemitério. Uma vez, depois de comer e rezar na casa do morto, um familiar me pediu algo inusitado: “Padre, o senhor pode colocar o defunto no seu carro e levar até o cemitério? ” Respondi: “Nunca trabalhei com funerária, mas sempre tem a primeira vez! Vamos”. Estar com a família nesta hora difícil é manifestar o amor de Deus, além de ser uma das obras de misericórdia, enterrar os mortos. Algumas situações nos pegam de surpresa! Um dia, recebemos o telefonema de uma família pedindo que seu filho fosse batizado, pois estava muito doente. Apresentamos várias possibilidades e os pais escolheram esperar a missa da comunidade, pois já era sábado à tarde e, a missa, seria no domingo. Ao chegarmos na capela, vimos uma criança de uns 8 anos, vestido de branco, correndo e brincando. Foi então que comentei com outro padre: “Será que esta é a criança muito doente?” Entramos, procuramos a família e, para a nossa surpresa, sim, aquela era a criança! Ela não estava doente, mas foi uma forma de a família batizar aquela criança, sem participar dos sete encontros de catequese batismal, que é um requisito exigido pelo vicariato diocesano. Pensei que isso só acontecia no Brasil. Porém, de alguma forma, a família buscava a Deus e isso era o que importava. Assim é a missão! É vida! E a vida é cheia de novidades, alegrias, desafios e, às vezes, frustrações. Mas, o segredo, como já disse a Palavra de Deus e, insiste o Papa Francisco, é ter uma boa dose de humor e levar a vida com mais leveza. A leveza traz a simplicidade e, esta, nos leva a olhar o mundo com os olhos de Deus. Nessas histórias e em tantas outras que vivi, sempre houve a presença de Deus. Em tudo há um dom precioso que não pode ser desperdiçado. Para finalizar, desejo a você, leitor, uma vida mais leve e bem-humorada, reconhecendo a graça de Deus e a brevidade de nossa vida. Sejamos missionários da alegria do Evangelho, da alegria da ressurreição. Tudo vem e regressa a Deus! A Ele tudo pertence!

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/comunidades Comunidade Salvatoriana de Videira Deus prometeu ao seu povo: “poços abertos que você não cavou, vinhas e olivais que você não plantou...” (Dt. 6,1). Ao olharmos para o passado, encontramos salvatorianos corajosos, abnegados, lutadores e santos, que desbravaram esta região de Videira, Pinheiro Preto, Tangará e redondezas, anunciando o Divino Salvador. Dia 6 de março de 1931, chegaram os PP. Fidelis Both e Lourenço Hergnhahn. De Videira (Perdizes, de então) atendiam uma vasta região que abrangia capelas de Videira, Pinheiro Preto, Tangará (Rio Bonito, na época), de Iomerê, Salto Veloso. Aos poucos, foram chegando Padres e Irmãos salvatorianos, que se juntaram aos primeiros. Conscientes da missão de anunciar o Divino Salvador a todos e, comprometidos com a Sociedade do Divino Salvador e sua missão, eles “cavaram poços, construíram vinhas, prepararam o terreno” para nós, hoje. Nós já encontramos um terreno trabalhado e preparado. As visitas a estas capelas eram feitas, quase que exclusivamente, a cavalo. Durante a guerra, os padres alemães – que eram a quase totalidade – não podiam andar de trem. Então, até as viagens para Videira, Pinheiro Preto e Tangará, eram feitas a cavalo. Videira já era paróquia, desde 1930, e Tangará tornouse Curato, em 39. Assim, chegam os PP. Cecílio Geid e Romero Ganslmeier, para tomarem conta deste Curato, o primeiro como Cura, o segundo como seu Coadjutor. Além do trabalho nas paróquias, havia também a preocupação com o trabalho das vocações religiosas salvatorianas. A Canônica de Videira, já em 1932, serviu de Escolasticado. Falta de espaço e dificuldades para sua manutenção foram superadas com muitos sacrifícios e lutas. Este primeiro passo corajoso, foi como que a raiz mestra do futuro seminário preparatório, que iniciou suas atividades em abril de 1940. Os primeiros seminaristas foram José Gerum, Antônio e João Scopel, Adair Cherobin, Eugênio Deon, Ernesto Cozer, Ivo Feijó, Raymundo Cozer, Luiz Ferlin e Antônio Gregolon. Atualmente, a comunidade Salvatoriana de Videira, atende a Paróquia Imaculada Conceição, de Videira, a Casa de Encontros e a Paróquia Santo Antônio, de Tangará. Residem em Videira, os PP. Deolino Baldissera, Renato Simoneto, Leomar Deon e o Ir. Afonso Toneta; e em Tangará, os PP. Vanderlei Segnorini e Irmundo Boesing. A paróquia de Videira pertence à Diocese de Caçador, e a de Tangará, à Diocese de Joaçaba.

Padre Irmundo Boesing, sds

A nossa missão é exercida em nome e em comunhão com a Província Salvatoriana Brasileira. Isto nos faz perceber a dimensão da missão de anunciar o Divino Salvador, de torná-lo sempre mais conhecido e amado. Isto também nos remete à responsabilidade, em nosso ser e agir, como salvatorianos. Olhando para o ontem, para os que vieram antes de nós, sentimos gratidão pelo que eles nos legaram, tudo regado a suor, sacrifícios e lutas. Recebemos dos que nos precederam, “poços já abertos, vinhas e olivais que não plantamos”. E, olhando para os que vêm, grande é a responsabilidade de deixarmos “poços abertos, vinhas e olivais plantados”. Os que nos sucederão, esperam e têm o direito de receber o terreno em ordem e preparado. Que o exemplo dos que nos precederam nos anime diante das dificuldades e desafios que encontrarmos. E, pensando nos que nos sucederão, percebamos que uma geração precisa deixar o terreno em ordem para a outra.

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/salvatorianos

Testemunho Padre Carlos Jobed Malaquias Saraiva

Escrever, em poucas linhas, minha experiência como salvatoriano se torna desafiador, porque terei de sintetizar muita coisa vivida ao longo de 27 anos. Foram tantos momentos vividos na graça de Deus! Tantas situações de aprendizado, de superação e de busca de ressignificação do sentido vocacional em minha vida. E, acima de tudo, uma história de resposta ao chamado de Jesus, num contexto de vida salvatoriana. O que é ser salvatoriano para mim? O que me desperta na vida salvatoriana? O que nela me cativa e me impulsiona a uma consagração de vida? Iniciei na vida salvatoriana muito jovem, aos 17 anos. Sou filho de uma família biológica composta por quatro membros: eu, meus pais e minha irmã. Após participar de um grupo de Animação Vocacional, em Fortaleza, e de vivenciar uma experiência de engajamento pastoral em minha comunidade eclesial, sendo coroinha, catequista e participante da caminhada da juventude, me identifiquei com o estilo da vida religiosa consagrada. Perguntava-me: por que não ser padre? Como é a experiência de um jovem no seminário? Quando olhava os padres salvatorianos que trabalhavam em minha comunidade, me perguntava: por que não posso também exercer esse ministério assim como eles? Neste momento, estava lançando as primeiras sementes da vocação no terreno do meu coração. Claro que, nessas horas, um milhão de dúvidas e de inquietações pairavam na cabeça. Mas, com o apoio, sobretudo, de minha mãe e de minha

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tia e madrinha de batismo, parti para o seminário salvatoriano, em fevereiro de 1993, para viver em Conchas-SP. Foi um divisor de águas em minha vida. O tempo foi passando e, ao longo do meu processo vocacional, fui me descobrindo na vida religiosa salvatoriana, a partir do carisma e da espiritualidade de Pe. Jordan, e de todos os elementos que constituem a identidade salvatoriana. Porém, quero aqui destacar e testemunhar alguns elementos muito fortes, que me cativaram e me fizeram dizer “sim” ao chamado de Deus para ser salvatoriano. O primeiro deles, é a alegria da convivência com meus irmãos de caminhada. Isso é motivador e cativante! Outro elemento, é a marca do carisma salvatoriano, que forma lideranças cristãs. Sempre fui apaixonado pela educação e formação das pessoas. Ademais, o aspecto da universalidade da missão salvatoriana, que me permite ir além-fronteiras. Sempre me identifiquei com o pássaro, devido a sua capacidade de voar alto. Sempre fui um sonhador. A vida salvatoriana consiste em anunciar Jesus Salvador de muitos modos e meios. Isso me fascina! Por fim, a espiritualidade da cruz, que, à sua sombra, sempre nascem as grandes obras, dizia-nos Pe. Jordan. De família humilde, a cruz sempre foi em minha vida um símbolo de dificuldade, mas de ressureição. Fui ordenado sacerdote em 12 de maio de 2006, em uma comunidade que tem como padroeira a Imaculada Conceição. E, presidi minha primeira missa no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora de Fátima. Maria ocupa, como Mãe e Discípula, um lugar muito especial em minha vida. Que, através dela, eu continue amando e servindo a Vida Religiosa, como Salvatoriano!

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/infantil

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