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O amor é o núcleo do ensinamento de Jesus. Tanto é assim que Jesus concorda com o legista que lhe pergunta o que deve fazer para herdar a vida eterna e, ao ser provocado por Jesus sobre o que diz a Lei, o mesmo lhe responde: Amarás o Senhor teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma, com toda tua força e de todo teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10,27). Esse homem recolhe duas passagens do Antigo Testamento, uma do Deuteronômio e outra do Levítico, e as expressa como se fosse uma única sentença. Já o apóstolo Paulo expressa que toda a Lei está no amor ao próximo (Gl 5,14; Rm 13,9), dando por descontado que aquele que é seguidor de Jesus Cristo vive e expressa sua fidelidade à Deus quando ama o irmão. Paulo encontra isso no próprio Cristo. Assim, se é o amor Dele que nos inspira, devemos procurar nas atitudes e gestos de Jesus como esse amor se manifesta de modo concreto. O amor cristão não é uma teoria especulativa ou um sentimento bonito e fugaz, é um jeito de viver concreto manifestado por Jesus e que encontramos no testemunho registrado nas Escrituras.

Esvaziou-se a si mesmo (Fl, 2,7).

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A encarnação é o primeiro gesto de amor de Jesus, uma vez que ele deixa sua condição divina para assumir o nosso modo de viver. Já aqui percebemos que a humildade, o altruísmo são a base da vida cristã. Sem essa condição é impossível amar como Jesus o fez. Ainda mais aos que compartilham da espiritualidade salvatoriana, que tem no nascimento, natal de Jesus, portanto na sua encarnação, a festa maior da Família Salvatoriana.

Chamou a si os que ele queria (Mc 3,13)

O amor de Jesus, encarnado, é vivido em comunidade, não retém somente para si o tesouro do Reino de Deus. É junto com os outros que vivemos a alegria de sermos discípulos, sabendo que é Jesus quem chama os irmãos com quem deveremos caminhar juntos e realizar a missão que Ele nos confia. Não somos uma tribo ou um grupo de colegas em que todos têm o mesmo gosto e os mesmos interesses.

Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a observam (Lc 11,28)

Sinal de que amamos a Deus é a escuta de Sua Palavra e a obediência a ela. É a isto que chamamos de oração, muito mais do que devocionismos que justificam nossas inconsistências e falta de responsabilidade. Jesus rezava para ser fiel à vontade do Pai, mesmo que Lhe custasse a vida.

Ninguém faz remendo de pano novo em roupa velha (Mc 2,21)

Corrigir uma falsa compreensão e vivência da espiritualidade e da prática religiosa também foi um modo de amar de Jesus. Ele mostrou que o verdadeiro culto a Deus se dá em espírito e verdade e não em apego a tradicionalismos estéreis. O amor se expressa no discernimento das coisas que geram vida e vitalidade.

Bem-aventurados os misericordiosos (Mt 5,7)

Na misericórdia de Jesus, vemos o modo de agir de Deus para com os pecadores e todo tipo de pessoas sofredoras, basta ler Lucas 15 e perceberemos que Deus sempre vai em busca dos “perdidos”. Aprendemos de Jesus que amar passa pela acolhida e não pela severidade do julgamento dos outros.

O filho do homem veio para servir e não para ser servido (Mc 10,45)

Expressão maior do amor é colocar-se a serviço de Deus e do outro. Lição difícil de colocarmos em prática em um mundo que valoriza o sucesso e o poder como expressão de ser humano realizado. Fazer da vida um dom é o convite a todos nós que amamos a Deus.

Enfim, todo o amor de Jesus se manifesta na entrega definitiva da vida na cruz. Nosso fundador, Beato Francisco Jordan, sempre apontou este aspecto ao lembrar-nos que se queremos uma vida com sentido e que gera frutos de vida, não esqueçamos que as grandes obras florescem à sombra da cruz.

Pe. Álvaro Macagnan, sds. Reitor do IPJ - São José dos Pinhais, PR

Família, celeiro de vocacionados

De onde surgem as vocações? Do coração de Deus, é Ele quem faz o chamado. De diversas formas Ele faz ressoar sua voz no coração dos seus eleitos e, certamente, a família é um lugar muito oportuno para que a chama da vocação comece a infl amar. A própria existência do ambiente familiar é um grande exemplo de resposta à vontade de Deus.

Quando homem e mulher consagramse um ao outro nos laços do matrimônio, estão assumindo uma missão de conduzirse mutuamente nos caminhos do amordoação, deixando seus planos individuais para construírem uma só história. E, desse amor, frutifi cam os fi lhos com um grande referencial de vocação respondida e posta em prática.

Uma família constituída em Deus, que persiste na manutenção da fé e transmite isso no seu cotidiano, certamente é um celeiro de santidade. Seu exemplo é luz para a sociedade e uma esperança para muitos que não encontram sentido em sua existência.

É com seus pais, irmãos e irmãs que muitos aprendem a rezar, a mensurar o certo e o errado, aprendem a cuidar, dividir, amar. Nosso Senhor, Jesus Cristo, nasceu sob a proteção e o carinho de uma família, a Sagrada Família. Muitos Santos e Santas que admiramos e veneramos, iniciaram sua caminhada com Deus a partir da fé que encontraram em seus pais. Zelar pela família é cuidar das vocações.

“Amor familiar, vocação e caminho de santidade”

Por ocasião do X Encontro Mundial das Famílias, realizado em Roma nos dias 22 a 26 de junho, durante a homilia do dia 25 o Roma nos dias 22 a 26 de junho, durante a homilia do dia 25 o Santo Padre, Papa Francisco, declarou:

O encontro reforçou o vínculo do amor familiar, como fonte e chamado a viver e a testemunhar a conjugalidade e construção de um lar profundamente e autenticamente cristão, sendo um

“Todos vós, esposos, ao formar a vossa família, com a graça de Cristo fi zestes esta corajosa opção: não usar a liberdade para proveito próprio, mas para amar as pessoas que Deus colocou junto de vós. Em vez de viver como “ilhas”, fi zestes-vos “servos uns dos outros”. Assim se vive a liberdade em família! Não há “planetas” ou “satélites”, movendo-se cada qual pela sua própria órbita. A família é o lugar do encontro, da partilha, da saída de si mesmo para acolher o outro e estar junto dele. É o primeiro lugar onde se aprende a amar. Nunca o esqueçais: a família é o primeiro lugar onde se aprende a amar”.

O encontro reforçou o vínculo do amor familiar, como fonte e chamado a viver e a testemunhar a conjugalidade e construção de um lar profundamente e autenticamente cristão, sendo um dos maiores desafi os para a plenitude e a felicidade humana.