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Educação

Formando líderes transformadores

Pe. Carlos Jobed Malaquias Saraiva, sds

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Coordenador da Equipe de Comunicação Salvatoriana

O tema em questão parece redundante quando usamos as palavras “líderes” e “transformadores”. Em nossa concepção, o conceito de liderança passa necessariamente pelo conceito de transformação. Um líder é alguém que em seu contexto de vida e de trabalho se torna sujeito, protagonista, referencial, para transformar, modificar, melhorar cenários e realidades na sua capacidade de aglutinar forças, de congregar, de fomentar a unidade na diversidade, de aproveitar talentos, oferecendo através de seus próprios dons, talentos e aptidões, caminhos novos e alternativas novas para os problemas mais desafiadores de nosso mundo. Em nossa presente reflexão, gostaria de usar, ao invés do termo líder, a expressão “discípulo missionário”, atendendo aos apelos de nossa Igreja desde a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada em Aparecida do Norte no ano de 2007, de 13 a 30 de maio. Essa expressão, compreendida na experiência de seguimento a Jesus Cristo, nos remete a uma reflexão acerca do verdadeiro processo educativo que forma o discípulo missionário que assume seu papel de liderança nos seus ambientes diversos. Discípulos que transformam estruturas arcaicas, obsoletas, que geram morte, em estruturas de vida, de esperança, de fé

Quando ampliamos essa discussão veremos que não só no âmbito da Igreja, da ação pastoral, mas também no mundo do trabalho, da família e das relações sociais, o discípulo missionário e, portanto, líder transformador, ocupa um lugar fundamental e desempenha um papel essencial na promoção do Reino de Deus. Diante de tantos temas formadores para um discípulo missionário, queremos nos deter a um tema bastante pertinente neste processo: o VER. Para tecermos algumas reflexões sobre essa etapa da formação na vida de um discípulo, usaremos um texto do Evangelho deveras significativo. Esse texto poderá ser por você, caro leitor, lido, refletido e confrontado com sua própria vida nesta perspectiva de que também você se insira nessa dinâmica formativa.

O texto que escolhemos foi o de Marcos 10, 46-52, o qual narra a cura do cego Bartimeu, de Jericó, protótipo para todos aqueles que, em um processo de formação para liderar, necessitam passar por um profundo exercício de confronto consigo mesmo, para uma autoanálise da vida, com o outro em suas diferenças e com Deus, que nos oferece ferramentas importantes para a realização da cura e libertação de nossas cegueiras espirituais, emocionais, volitivas e cognitivas. Neste exercício, destacamos três atitudes encontradas no cego e seu encontro com Jesus que são fundamentais para o processo formativo: BUSCAR, INSISTIR e ROMPER.

Aquele pobre homem grita a Jesus para que seja visto e acolhido. Em outras palavras, ele busca a sua transformação, a sua cura, o seu crescimento, desejando ser protagonista de sua própria história, por isso líder transformador. Em seguida, diante da censura de muita gente que tenta impedi-lo de chegar a seu objetivo que era Jesus, ele insiste, persevera e consegue atingir a meta! Por fim, pondo-se de pé, desejando VER de verdade, rompe com suas mazelas e condicionamentos, e parte em missão. Eis as características de um líder transformador.